Bula do Adalat para o Profissional

Bula do Adalat produzido pelo laboratorio Bayer S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Adalat
Bayer S.a. - Profissional

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BULA COMPLETA DO ADALAT PARA O PROFISSIONAL

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Adalat®

Bayer S.A.

Cápsulas

10 mg

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nifedipino

APRESENTAÇÕES

Adalat® cápsulas é apresentado em embalagens com 60 cápsulas gelatinosas de 10 mg

de nifedipino cada uma.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada cápsula gelatinosa contém 10 mg de nifedipino.

Excipientes: glicerol, sacarina sódica, óleo de menta, macrogol, gelatina, dióxido de

titânio, água e amarelo alaranjado.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Adalat® retard é indicado para o tratamento de:

- Hipertensão arterial.

- Doença arterial coronária. Angina do peito crônica estável (angina de esforço).

O Adalat® retard 10 mg é destinado sobretudo para o tratamento de doenças

cardiovasculares mais leves, e em geral aos pacientes que, à margem da gravidade de

sua doença, respondem de forma particularmente intensa ao nifedipino. Além disso, o

Adalat® retard 10 mg permite iniciar o tratamento de forma gradual e um acurado ajuste

na posologia.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Coronariopatia

Observações em 3.668 pacientes de 23 estudos clínicos com duração de tratamento de

14 dias até mais de 3 anos e doses diárias de 10 – 60 mg mostraram eficácia do

medicamento em 77% dos casos, em média. Outros estudos em 7.400 pacientes com

angina de peito estável apresentaram sucesso terapêutico em 80% dos casos.

De forma correspondente, demonstrou-se eficácia bastante satisfatória do nifedipino nos

casos de espasmo coronário em 439 pacientes com angina de Prinzmetal (angina

variante), com 87% de êxito. O tratamento durou de 30 dias até mais de 5 anos; a dose

diária preferida foi de 30 – 40 mg; em casos isolados chegou-se a 80 e até um máximo

de 120 mg. No caso da angina de peito instável, o êxito terapêutico foi de 76% e na

angina de peito com infarto agudo do miocárdio, de 70%.

Hipertensão

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Em vários estudos clínicos com duração entre uma semana e 14 meses adotaram-se na

maioria dos casos doses diárias de 30 até 60 mg. A ação terapêutica manifestou-se

claramente após aproximadamente uma semana de tratamento e permaneceu inalterada

durante todo o período de observação. Globalmente comprovou-se uma queda de

pressão sistólica entre 25 e 48 mmHg e de pressão diastólica entre 12 e 33 mmHg -

dependendo da pressão arterial inicial e da dose administrada.

Em um estudo randomizado duplo-cego avaliou-se a ação anti-hipertensiva do

nifedipino em comparação com placebo em 16 pacientes. O tratamento durou 4 semanas

em cada grupo e os resultados constam na tabela abaixo.

Pressão arterial

(posição deitada)

Placebo nifedipino

mmHg

sistólica 141 ± 9

122 ± 5

p < 0,05

diastólica 95 ± 4

80 ± 3

p < 0,0025

batimentos/min frequência cardíaca 75 ± 3 73 ± 4

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

O nifedipino é um antagonista do cálcio do tipo 1,4-diidropiridina. Os antagonistas do

cálcio reduzem o influxo transmembranoso de íons de cálcio para o interior da célula

através do canal lento de cálcio. O nifedipino age particularmente nas células do

miocárdio e nas células da musculatura lisa das artérias coronárias e vasos arteriais

periféricos.

No coração, o nifedipino dilata as artérias coronárias, especialmente os vasos de grande

calibre, mesmo no segmento da parede livre de áreas parcialmente acometidas por

estenose. Além disso, o nifedipino reduz o tônus da musculatura lisa vascular nas

artérias coronárias e evita vasoespasmos. O resultado final é o aumento do fluxo

sanguíneo pós-estenótico e maior suprimento de oxigênio. Paralelamente a isso, o

nifedipino reduz a necessidade de oxigênio com a redução da pós-carga (resistência

periférica). Em uso prolongado, o nifedipino também pode prevenir o desenvolvimento

de novas lesões ateroscleróticas nas artérias coronárias.

O nifedipino reduz o tônus da musculatura lisa das arteríolas, diminuindo desta forma a

resistência periférica excessiva e, consequentemente, a pressão arterial. No início do

tratamento com nifedipino, pode haver aumento reflexo transitório da frequência

cardíaca e, portanto, no débito cardíaco. No entanto, este aumento não é suficiente para

compensar a vasodilatação. O nifedipino aumenta também a excreção de sódio e água,

tanto no tratamento de curto prazo como no prolongado. O efeito de redução da pressão

arterial do nifedipino é particularmente pronunciado em pacientes hipertensos.

Propriedades farmacocinéticas

Absorção

O nifedipino é absorvido rapidamente e quase completamente após administração oral.

A disponibilidade sistêmica de nifedipino administrado oralmente é de 45 – 56%,

devido ao efeito de primeira passagem. Atingem-se as concentrações séricas e

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plasmáticas máximas em 1,5 a 4,2 h com Adalat® retard 20 mg. A administração com

alimentos retarda, mas não reduz a absorção.

Distribuição

Cerca de 95% do nifedipino estão ligados às proteínas plasmáticas (albumina). A meia-

vida de distribuição após administração intravenosa foi determinada como 5 a 6

minutos.

Biotransformação

Após administração oral, o nifedipino é metabolizado na parede intestinal e no fígado,

sobretudo por meio de processos oxidativos. Esses metabólitos não apresentam

atividade farmacodinâmica.

O nifedipino é excretado na forma de metabólitos, predominantemente através dos rins,

e cerca de 5 – 15% através da bile nas fezes. Na urina recuperam-se somente traços da

substância intacta (menos de 0,1%).

Eliminação

A meia-vida terminal de eliminação de Adalat® retard é de 6 a 11 horas, devido à

absorção retardada. Não há relatos de acúmulo da substância após tratamento

prolongado com as doses habituais. Não se detectaram alterações substanciais nos

pacientes com disfunções renais comparados com voluntários sadios. A meia-vida de

eliminação é nitidamente prolongada e reduz-se a depuração total nos casos de

disfunção hepática. Poderá ser necessário diminuir as doses se a disfunção for grave

(veja item “Advertências e Precauções”).

Dados pré-clínicos de segurança

Os dados pré-clínicos baseados nos estudos convencionais de toxicidade de doses

únicas e múltiplas, de genotoxicidade e de potencial carcinogênico não revelam nenhum

dano especial a humanos.

Toxicidade reprodutiva

Comprovou-se que o nifedipino produz efeitos teratogênicos em ratos, camundongos e

coelhos, incluindo deformidades digitais, malformações das extremidades, fendas

palatinas, fendas esternais e malformações das costelas.

As deformidades digitais e as malformações das extremidades são provavelmente

resultado do comprometimento do fluxo sanguíneo uterino, mas também se observou

entre os animais que haviam recebido nifedipino somente após o término do período

organogenético.

A administração de nifedipino foi associada a diversos efeitos embriotóxicos,

placentotóxicos e fetotóxicos, incluindo atrofia fetal (ratos, camundongos e coelhos),

placentas pequenas e vilosidades coriônicas pouco desenvolvidas (macacos), mortes

embrionárias e fetais (ratos, camundongos e coelhos) e prolongamento da

gestação/diminuição da sobrevivência neonatal (ratos; não se avaliou outra espécie).

Todas as doses associadas a efeitos teratogênicos, embriotóxicos ou fetotóxicos em

animais produziram toxicidade materna e eram muitas vezes superiores à dose máxima

recomendada aos humanos (veja item “Advertências e Precauções”).

4. CONTRAINDICAÇÕES

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Adalat® retard não deve ser utilizado em casos de choque cardiovascular e

hipersensibilidade ao nifedipino ou a qualquer dos excipientes. O nifedipino é

contraindicado na gravidez antes da 20ª semana de gestação e durante a

amamentação (veja item “Advertências e Precauções”). O nifedipino não deve ser

usado em associação com a rifampicina, pois, devido à indução enzimática, o

nifedipino pode não atingir níveis plasmáticos eficazes (veja item “Interações

medicamentosas”).

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Pacientes com níveis de pressão arterial muito baixos (hipotensão grave com

pressão sistólica inferior a 90 mmHg), insuficiência cardíaca manifesta ou com

estenose aórtica grave necessitam de cuidados adicionais.

Não há dados de estudos adequadamente controlados sobre a segurança e eficácia

deste medicamento em mulheres grávidas (veja itens “Gravidez” e “Lactação”).

Constatou-se nos estudos em animais uma série de efeitos tóxicos para o embrião, a

placenta e o feto (veja item “Características farmacológicas subitem Dados pré-

clínicos de segurança”) após administração do medicamento durante e após o

período organogenético.

De acordo com os dados clínicos, não se identificou nenhum risco pré-natal

específico, embora haja relatos de aumento de asfixia perinatal e partos por

cesárea, assim como prematuros e retardo do crescimento intrauterino. Não está

claro se estes relatos são devidos à hipertensão subjacente, ao seu tratamento ou a

um efeito específico do medicamento.

As informações disponíveis são insuficientes para descartar possíveis efeitos

adversos do medicamento ao feto e ao recém-nascido. Por isso, todo uso após a 20ª

semana de gestação exige uma avaliação individual muito cuidadosa do risco-

benefício e somente deve ser considerado se nenhuma das outras opções de

tratamento for indicada ou se elas foram ineficazes.

Deve-se monitorar cuidadosamente a pressão arterial, inclusive ao se administrar o

nifedipino com sulfato de magnésio por via intravenosa, pela possibilidade de uma

queda excessiva da pressão arterial, que poderá ser prejudicial à mãe e ao feto.

Deve-se efetuar monitoramento cuidadoso em pacientes com disfunção hepática e,

em casos graves, pode ser necessário reduzir a dose.

O nifedipino é metabolizado pelo sistema citocromo P450 3A4. Os fármacos que

inibem ou induzem esse sistema enzimático podem modificar a primeira passagem

ou a depuração de nifedipino (veja item “Interações medicamentosas”).

Os fármacos que inibem o sistema citocromo P450 3A4 e podem aumentar as

concentrações plasmáticas de nifedipino são, por exemplo:

- antibióticos macrolídeos (p.ex. eritromicina),

- inibidores da protease anti-HIV (p.ex. ritonavir),

- antimicóticos azólicos (p.ex. cetoconazol),

- antidepressivos nefazodona e fluoxetina,

- quinupristina/dalfopristina,

- ácido valproico,

- cimetidina.

Na coadministração com algum desses fármacos deve-se monitorar a pressão

arterial e, se necessário, considerar a redução da dose de nifedipino.

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Como este medicamento contém lactose em sua formulação, os pacientes com

problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase

Lapp ou má absorção de glicose e galactose não devem tomar este medicamento.

Para verificar o uso em Populações Especiais vide item “Posologia e Modo de

usar”.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas Reações à

droga, que variam em intensidade de indivíduo para indivíduo, podem reduzir a

capacidade de dirigir veículos ou de operar máquinas. Isso pode ocorrer sobretudo

no início do tratamento, na mudança de medicação ou sob ingestão alcoólica

simultânea.

Gravidez

O nifedipino é contraindicado antes da 20ª semana de gravidez (veja item

“Contraindicações”). Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres

grávidas. Sua administração em animais foi associada a efeitos embriotóxicos,

fetotóxicos e teratogênicos (veja item “Características farmacológicas subitem

Dados pré-clínicos de segurança”).

Categoria C - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Fertilização in vitro

Em casos isolados de fertilização in vitro, o uso de antagonistas do cálcio como o

nifedipino foi associado a alterações bioquímicas reversíveis do núcleo do

espermatozoide, que podem resultar em disfunção espermática. Nos homens que,

repetidamente, não têm sucesso em gerar uma criança por fertilização in vitro, e

quando não há outras causas que justifiquem o insucesso, o nifedipino deve ser

considerado como possível causa da falha.

Lactação

O nifedipino é eliminado no leite materno. Como não há experiência dos seus

efeitos sobre o lactente, a amamentação deverá ser suspensa se o tratamento com o

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Fármacos que alteram o nifedipino

O nifedipino é metabolizado por meio do sistema citocromo P450 3A4, localizado

tanto na mucosa intestinal quanto no fígado. Fármacos conhecidos por inibir ou

induzir esse sistema enzimático podem, portanto, alterar o efeito de primeira

passagem (após a administração oral) ou a depuração do nifedipino (veja item

“Advertências e Precauções”).

Deve-se considerar a extensão e a duração das interações quando se administrar

nifedipino junto com os seguintes fármacos:

rifampicina

A rifampicina induz acentuadamente o sistema citocromo P450 3A4. Quando

administrado simultaneamente com rifampicina, a biodisponibilidade do

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nifedipino é reduzida e, portanto, sua eficácia diminui. O uso de nifedipino em

associação com a rifampicina é, portanto, contraindicado (veja item

“Contraindicações”).

Na coadministração de alguns dos seguintes inibidores leves a moderados do

sistema citocromo P450 3A4 deve-se monitorar a pressão arterial e, se necessário,

considerar a redução da dose de nifedipino (veja item “Posologia e Modo de usar”)

Antibióticos macrolídeos (p. ex. eritromicina)

Não há estudos de interação entre o nifedipino e os antibióticos macrolídeos. Sabe-

se que alguns antibióticos macrolídeos inibem o metabolismo de outros fármacos

mediados pelo citocromo P450 3A4. Portanto não se pode excluir a possibilidade de

aumento das concentrações plasmáticas de nifedipino ao se associar ambos os

fármacos (veja item “Advertências e Precauções”).

Apesar da semelhança estrutural com o grupo dos antibióticos macrolídeos, a

azitromicina não inibe o CYP 3A4.

Inibidores da protease anti-HIV (p. ex. ritonavir)

Ainda não há estudo clínico sobre a possível interação farmacológica entre o

nifedipino e alguns inibidores da protease anti-HIV. Sabe-se que os fármacos deste

grupo inibem o sistema citocromo P450 3A4. Além disso, comprovou-se que esses

fármacos inibem in vitro o metabolismo do nifedipino, mediado por CYP 3A4. Se

forem administrados junto com nifedipino, não se pode excluir um aumento

significativo das concentrações plasmáticas deste devido à redução do metabolismo

de primeira passagem e à redução na eliminação (veja item “Advertências e

Precauções”).

Antimicóticos azólicos (p. ex. cetoconazol)

Ainda não há estudos formais de interação sobre a possível interação

farmacológica entre nifedipino e alguns antimicóticos azólicos. Sabe-se que esse

grupo de fármacos inibe o sistema citocromo P450 3A4. Se administrados por via

oral junto com nifedipino, não se pode excluir um aumento substancial na

biodisponibilidade sistêmica deste último, por diminuição do metabolismo de

primeira passagem (veja item “Advertências e Precauções”).

fluoxetina

Ainda não há estudos clínicos sobre a possível interação farmacológica entre

nifedipino e fluoxetina. Sabe-se que a fluoxetina inibe in vitro o metabolismo de

nifedipino mediado pelo citocromo P450 3A4. Portanto não se pode excluir um

aumento das concentrações plasmáticas de nifedipino na coadministração de

ambos os fármacos (veja item “Advertências e Precauções”).

nefazodona

nifedipino e nefazodona. Sabe-se que a nefazodona inibe o metabolismo de outros

fármacos mediado pelo citocromo P450 3A4. Portanto não se pode excluir um

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quinupristina/dalfopristina

A administração simultânea de quinupristina/dalfopristina e nifedipino pode

aumentar as concentrações plasmáticas de nifedipino (veja item “Advertências e

ácido valproico

Não há estudos formais sobre a possível interação entre nifedipino e ácido

valproico. Sabe-se que o ácido valproico aumenta, por inibição enzimática, as

concentrações plasmáticas de um bloqueador de canal de cálcio de estrutura

semelhante, o nimodipino; portanto não se pode excluir um aumento das

concentrações plasmáticas de nifedipino e, em consequência, de sua eficácia (veja

item “Advertências e Precauções”).

cimetidina

A cimetidina inibe o citocromo P450 3A4, elevando as concentrações plasmáticas

de nifedipino, e pode potencializar seu efeito anti-hipertensivo (veja item

Outros estudos

cisaprida

A administração simultânea de cisaprida e nifedipino pode aumentar as

concentrações plasmáticas de nifedipino.

Fármacos antiepilépticos indutores do sistema citocromo P450 3A4, como

fenitoína, carbamazepina e fenobarbital

A fenitoína induz o sistema citocromo P450 3A4. A coadministração com fenitoína

diminui a biodisponibilidade de nifedipino e reduz sua eficácia. Ao administrar

simultaneamente ambos os fármacos, deve-se monitorar a resposta clínica ao

nifedipino e, se necessário, considerar o aumento de sua dose. Se a dose de

nifedipino for aumentada durante a coadministração de ambos os fármacos, ela

deverá ser reduzida ao se suspender o tratamento com a fenitoína.

Não há estudos formais sobre a possível interação entre nifedipino e

carbamazepina ou fenobarbital. Esses dois últimos reduzem por indução

enzimática as concentrações plasmáticas de um bloqueador de canal de cálcio de

estrutura similar, o nimodipino, portanto não se pode descartar uma queda nas

concentrações plasmáticas de nifedipino e, em consequência, de sua eficácia.

Efeitos de nifedipino sobre outros fármacos

Fármacos anti-hipertensivos

O nifedipino pode acentuar o efeito redutor da pressão arterial de outros anti-

hipertensivos administrados concomitantemente, como:

- diuréticos,

- beta-bloqueadores,

- inibidores da ECA,

- antagonistas do receptor de angiotensina (AT-1),

- outros antagonistas de cálcio,

- bloqueadores alfa-adrenérgicos,

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- inibidores da PDE5,

- alfa-metildopa.

Ao se administrar nifedipino simultaneamente com beta-bloqueadores, o paciente

deverá ser monitorado cuidadosamente, pois em casos isolados observou-se um

agravamento da insuficiência cardíaca.

digoxina

A administração simultânea de nifedipino e digoxina pode reduzir a depuração

desta última e aumentar suas concentrações plasmáticas. Portanto, deve-se

monitorar com cautela os sintomas de intoxicação por digoxina e, se necessário,

diminuir a dose do glicosídeo, levando-se em consideração a concentração

plasmática da digoxina.

quinidina

Ao se administrar simultaneamente nifedipino e quinidina, as concentrações

plasmáticas desta diminuem. Quando se suspende o nifedipino, observa-se em

alguns pacientes um aumento significativo das concentrações plasmáticas de

quinidina. Por esse motivo, sempre que se adicionar ou suspender o nifedipino,

recomenda-se monitorar as concentrações plasmáticas de quinidina e, se

necessário, ajustar sua dose. Alguns autores relatam um aumento das

concentrações plasmáticas de nifedipino após a coadministração de ambos os

medicamentos, enquanto outros não observaram nenhuma modificação na

farmacocinética de nifedipino.

Portanto, deve-se monitorar cuidadosamente a pressão arterial ao adicionar

quinidina ao tratamento com nifedipino. Se necessário, deve-se reduzir a dose de

nifedipino.

tacrolimo

Sabe-se que o tacrolimo é metabolizado por meio do sistema citocromo P450 3A4.

Os dados recém-publicados indicam que às vezes é necessário reduzir a dose de

tacrolimo quando é administrado junto com nifedipino. Ao coadministrar ambos

os fármacos, deve-se monitorar as concentrações plasmáticas de tacrolimo e, se

preciso, considerar a redução de sua dose.

Interações fármaco-alimentos

Suco de toronja (grapefruit): inibe o citocromo P450 3A4. A ingestão concomitante

de suco de toronja e nifedipino resulta em concentrações plasmáticas elevadas e

prolonga a ação do nifedipino devido à redução no metabolismo de primeira

passagem ou redução da depuração. Como consequência, o efeito hipotensor pode

aumentar. Após a ingestão regular de suco de toronja, esse efeito pode permanecer

por até três dias após a última ingestão. Portanto, evitar a ingestão de toronja/suco

de toronja durante o tratamento com nifedipino (veja item “Posologia e Modo de

usar”).

Outras Formas de Interação

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O nifedipino pode causar um falso aumento dos valores de ácido vanililmandélico

urinário determinados espectrofotometricamente. Contudo, as determinações

feitas por HPLC não são afetadas.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

A substância ativa de Adalat® retard é altamente sensível à luz. Por esse motivo, os

comprimidos não devem ser partidos para não perderem a proteção contra luz conferida

pelo revestimento. Os comprimidos devem ser protegidos da umidade e da luz, e só

deverão ser retirados da embalagem imediatamente antes da sua administração.

Conservar em temperatura ambiente, entre 15°C e 30ºC.

Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação.

“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”

“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua

embalagem original.”

Características organolépticas

Adalat® retard é um comprimido de liberação modificada, redondo a convexo de cor

rosa acinzentado que não tem cheiro característico.

“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”

“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

O comprimido de Adalat® retard deve ser deglutido inteiro via oral, com um pouco de

líquido, independentemente das refeições. Evitar suco de toronja (ou grapefruit) (veja

item “Interações fármaco-alimentos”).

Sempre que possível, o tratamento deve ser individualizado de acordo com a gravidade

da doença e a resposta do paciente.

Dependendo do quadro clínico em cada caso, a dose deve ser introduzida gradualmente.

Adalat® retard 10 mg é particularmente adequado para titulação da dose, sobretudo para

pacientes hipertensos com doença cerebrovascular grave e para pacientes que, por seu

baixo peso corpóreo ou por múltiplas terapias com fármacos anti-hipertensivos, sejam

mais propensos a apresentar reação adversa ao nifedipino. Além disso, pacientes com

reações adversas decorrentes do tratamento com nifedipino, que demandem ajuste de

dose, devem ser estabilizados individualmente com Adalat® retard 10 mg.

Salvo prescrição médica em contrário, recomendam-se a adultos as seguintes doses:

1. Doença arterial coronária:

Angina do peito crônica estável (angina de esforço)

1 comprimido de Adalat® retard 10 mg, 2 x por dia (2 x 10 mg/dia)

1 comprimido de Adalat® retard 20 mg, 2 x por dia (2 x 20 mg/dia)

Se não houver resultado terapêutico adequado após 14 dias de tratamento com Adalat®

retard deve-se mudar para a formulação de liberação imediata de Adalat® cápsulas.

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Caso necessário, a dose pode ser aumentada até o máximo de 60 mg por dia.

2. Hipertensão:

O intervalo recomendado entre as administrações de Adalat® retard é de 12 h e não deve

ser inferior a 4 h.

Na coadministração com inibidores ou indutores de CYP 3A4 pode caber a

recomendação de adaptar a dose de nifedipino ou de não usá-lo (veja item “Interações

medicamentosas”).

Duração do tratamento

O médico determinará a duração do tratamento.

Em decorrência de sua pronunciada ação anti-isquêmica e anti-hipertensiva, Adalat®

retard deve ser retirado gradualmente, particularmente quando forem empregadas doses

mais elevadas.

Informações adicionais para populações especiais

- Crianças e adolescentes

A segurança e eficácia de Adalat® retard não foram estabelecidas em crianças abaixo de

18 anos.

- Idosos

A farmacocinética de Adalat® retard é alterada em pacientes idosos. Assim, é necessária

uma menor dose de manutenção quando comparado a pacientes mais jovens.

- Pacientes com disfunção hepática

Deve-se efetuar monitoramento cuidadoso em pacientes com disfunção hepática e, em

casos graves, pode ser necessário reduzir a dose.

- Pacientes com disfunção renal

Baseando-se em dados farmacocinéticos não há necessidade de ajuste de doses em

pacientes com problemas no rim (veja item “Propriedades farmacocinéticas”).

“Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.”

9. REAÇÕES ADVERSAS

Seguem abaixo as reações adversas ao fármaco, relatadas nos estudos clínicos de

nifedipino controlados por placebo, classificadas por categoria de frequência de

CIOMS III (base de dados de pesquisa clínica: nifedipino n = 2.661; placebo n =

1.486; dados de 22/02/2006 e estudo ACTION: nifedipino n = 3.825; placebo n =

3.840).

As reações adversas “comuns” foram observadas com frequência inferior a 3%,

com exceção de edema (9,9%) e cefaleia (3,9%).

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As frequências das reações adversas relatadas com medicamentos contendo

nifedipino estão resumidas na tabela a seguir. Dentro de cada grupo de frequência,

as reações adversas estão apresentadas por ordem decrescente de gravidade. As

frequências foram definidas como: comuns (≥1/100 a < 1/10), incomuns (≥ 1/1.000

a < 1/100) e raras (≥ 1/10.000 a < 1/1.000). As reações adversas identificadas

somente durante as avaliações pós-comercialização em andamento, e para as quais

a frequência não pode ser estimada, estão listadas como “desconhecida”.

Classificação por

Sistema

Corpóreo

(MedDRA)

Reação comum Reação

incomum

Reação rara Reação com

frequência

desconhecida

Distúrbio no

sistema

sanguíneo e

linfático

Agranulocitose

Leucopenia

Distúrbio do

imunológico

Reação alérgica

Edema alérgico

/ angioedema

(incluindo

edema de

laringe*)

Prurido

Urticária

Exantema

Reação anafilática /

anafilactoide

Distúrbios

psiquiátricos

Reações de

ansiedade

Distúrbios do

sono

Distúrbios de

metabolismo e

nutrição

Hiperglicemia

sistema nervoso

Cefaleia Vertigem

Enxaqueca

Tontura

Tremor

Parestesia /

disestesia

Hipoestesia

Sonolência

oculares

Alterações

visuais

Dor nos olhos

cardíacos

Taquicardia

Palpitação

Dor no peito

(Angina pectoris)

vasculares

Edema

Vasodilatação

Hipotensão

Síncope

Distúrbios,

respiratórios,

torácicos e

mediastínicos

Epistaxe

Congestão

nasal

Dispneia

gastrintestinais

Constipação Dor abdominal

e gastrintestinal

Náusea

Dispepsia

Hiperplasia

gengival

Vômito

Doença do Refluxo

Gastroesofágico

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Flatulência

Secura bucal

hepatobiliares

Aumento

transitório de

enzimas

hepáticas

Icterícia

Lesões da pele e

do tecido

subcutâneo

Eritema Necrólise

epidérmica tóxica

Reação alérgica por

fotossensibilidade

Púrpura palpável

músculo-

esquelético e do

tecido conjuntivo

Cãibras

musculares

Tumefação

articular

Artralgia

Mialgia

Distúrbios renais

e urinários

Poliúria

Disúria

reprodutivo e

das mamas

Disfunção erétil

Distúrbios gerais

e no local da

administração

Sensação de mal

estar

Dor

inespecífica

Calafrios

* pode resultar em complicação potencialmente fatal.

Nos pacientes em diálise, com hipertensão maligna e hipovolemia, pode ocorrer

queda significativa da pressão arterial decorrente da vasodilatação.

“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância

Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.”

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.