Bula do Atlansil para o Profissional

Bula do Atlansil produzido pelo laboratorio Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Atlansil
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO ATLANSIL PARA O PROFISSIONAL

ATLANSIL

(cloridrato de amiodarona)

Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.

Comprimido

100 MG e 200 MG

Esta bula sofreu aumento de tamanho para adequação à legislação vigente da ANVISA.

Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.

ATLANSIL®

cloridrato de amiodarona

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 100 mg ou 200 mg: embalagem com 20.

USO ORAL. USO ADULTO.

COMPOSIÇÃO

ATLANSIL 100 mg:

Cada comprimido contém 100 mg de cloridrato de amiodarona.

Excipientes: amido de milho, lactose monoidratada, dióxido de silício, povidona K30, estearato de magnésio.

ATLANSIL 200 mg:

Cada comprimido contém 200 mg de cloridrato de amiodarona.

1. INDICAÇÕES

ATLANSIL é indicado para os seguintes casos:

- distúrbios graves do ritmo cardíaco, inclusive aqueles resistentes a outras terapêuticas;

- taquicardia ventricular sintomática;

- taquicardia supraventricular sintomática;

- alterações do ritmo associadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White.

Devido às propriedades farmacológicas da amiodarona, ATLANSIL está particularmente indicado quando esses

distúrbios do ritmo forem capazes de agravar uma patologia clínica subjacente (insuficiência coronariana,

insuficiência cardíaca).

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A amiodarona tem sido utilizada para suprimir um grande número de arritmias supraventricular e ventricular no

útero, em adultos e crianças incluindo AV nodal, taquicardia juncional, flutter e fibrilação atrial, taquicardia

ventricular e fibrilação ventricular associada com doença arterial coronária e cardiomiopatia hipertrófica.

Em geral a eficácia da amiodarona é igual ou superior aos outros agentes antiarrítmicos e pode ter alcance em

60% a 80% da maioria das taquiarritmias supraventriculares (incluindo aquelas associadas com a síndrome de

Wolff-Parkinson-White) e 40% a 60% para taquiarritmias ventriculares.

Além disso, considerando o uso da amiodarona em ressuscitação cardiopulmonar, segue abaixo os resultados de

eficácia:

A segurança e a eficácia da amiodarona IV em pacientes que tiveram parada cardíaca resistente a desfibrilação

ventricular fora do hospital foram avaliadas em 2 estudos duplo-cegos: o estudo ARREST (uma comparação de

amiodarona ao placebo) e o estudo ALIVE (uma comparação de amiodarona à lidocaína). O principal desfecho

primário de ambos os estudos foi a admissão dos sobreviventes no hospital.

No estudo ARREST, 504 pacientes com parada cardíaca fora do hospital, resultante de fibrilação ventricular ou

taquicardia ventricular sem pulso, resistente a 3 ou mais choques para desfibrilação e epinefrina, foram

randomizados para receber 300 mg de amiodarona diluída em 20mL de solução de glicose 5% rapidamente

injetada na veia periférica (246 pacientes) ou para receber placebo (258 pacientes). Dos 197 pacientes (39%)

que sobreviveram para serem admitidos no hospital, a amiodarona aumentou significativamente as chances de

ressuscitação e internação hospitalar: 44% no grupo recebendo amiodarona contra 34% no grupo recebendo

placebo, respectivamente (p= 0,03). Após ajuste de outros prognósticos de resultado independentes, a proporção

de admissão de sobreviventes ao hospital no grupo da amiodarona quando comparada ao grupo do placebo foi

1,6 (intervalo de confiança 95%, 1,1 a 2,4; p=0,02).

Um número maior de pacientes no grupo recebendo amiodarona do que no grupo recebendo placebo apresentou

hipotensão (59% contra 25%, p=0,04) ou bradicardia (41% contra 25%, p=0,004).

No estudo ALIVE, 347 pacientes com fibrilação ventricular resistentes a 3 tentativas de desfibrilação por

choque, epinefrina e um posterior choque para desfibrilação ou com recorrência de fibrilação ventricular após

desfibrilação inicialmente bem sucedida foram randomizados para receber amiodarona (5 mg/kg de peso

2

corpóreo estimado, diluídos em 30 mL de solução de glicose a 5%) e lidocaína semelhante ao placebo ou

lidocaína (1,5 mg/kg na concentração de 10 mg/mL) e amiodarona semelhante ao placebo contendo o mesmo

diluente (polissorbato 80). Dos 347 pacientes incluídos no estudo, a amiodarona aumentou significativamente as

chances de ressuscitação para a admissão hospitalar: 22,8% no grupo recebendo amiodarona (41 pacientes dos

180) e 12% no grupo recebendo lidocaína (20 pacientes de 167) [p=0,009]. Após ajuste de outros fatores que

podem influenciar a probabilidade de sobrevivência, a proporção de sobreviventes para admissão hospitalar no

grupo recebendo amiodarona quando comparada ao grupo recebendo lidocaína foi 2,49 (intervalo de confiança

95%, 1,28 a 4,85; p=0,007). Não houve diferenças entre os grupos de tratamento na proporção de pacientes que

precisaram de tratamento para bradicardia com atropina ou tratamento pressor com dopamina ou nas proporções

dos pacientes recebendo lidocaína de maneira aberta no estudo.

A proporção de pacientes nos quais ocorreu assistolia após choque para desfibrilação, após administração da

droga inicial do estudo, foi significativamente maior no grupo recebendo lidocaína (28,9%) do que no grupo

recebendo amiodarona (18,4%), p=0,04.

REFERÊNCIAS

Chaitman BR. Exercise stress testing. In: Braunwald E, editor. Heart disease: a textbook of cardiovascular

medicine. 5th

ed. Philadelphia: WB Saunders; 1997. p.153-176.

Estudo ARREST:

Kudenchuk PJ, Cobb LA, Copass MK, Cummins RO, Doherty AM, Fahrenbruch CE, et al. Amiodarone for

resuscitation after out-of-hospital cardiac arrest due to shock-refractory ventricular fibrillation or tachycardia. N

Engl J Med 1999;341:871-8.

Estudo ALIVE:

Dorian P, Cass D, Schwartz B, Cooper R, Gelaznikas R, Barr A. Amiodarone as compared with lidocaine for

shock-resistant ventricular fibrillation. N Engl J Med. 2002 Mar 21;346(12):884-90.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

A amiodarona é um agente antiarrítmico com as seguintes propriedades:

Propriedade antiarrítmica

- prolongamento da fase 3 do potencial de ação da fibra cardíaca devido principalmente a redução da corrente

de potássio (classe III de Vaughan Williams); este prolongamento não está relacionado com a frequência

cardíaca;

- diminuição do automatismo sinusal levando a bradicardia que não responde à administração de atropina;

- inibição adrenérgica alfa e beta não competitiva;

- retardo da condução sino-atrial, atrial e nodal, mais nítido quando a frequência cardíaca é mais rápida;

- nenhuma alteração na condução intra-ventricular;

- aumento dos períodos refratários e diminuição da excitabilidade miocárdica em nível atrial, nodal e

ventricular;

- diminuição da condução e aumento dos períodos refratários nas vias acessórias atrioventriculares.

Propriedade anti-isquêmica

- diminuição do consumo de oxigênio por diminuição moderada da resistência periférica e redução da

frequência cardíaca;

- propriedades antagonistas não competitivas alfa e beta-adrenérgicas;

- aumento do débito coronário por efeito direto sobre a musculatura lisa das artérias miocárdicas;

- manutenção do débito cardíaco devido a diminuição da pressão aórtica e da resistência periférica.

Propriedades farmacocinéticas

A amiodarona é metabolizada principalmente pelo CYP 3A4, e também pelo CYP 2C8.

A amiodarona e seu metabólito, desetilamiodarona, apresentam in vitro um potencial de inibir os CYP 1A1, CYP

1A2, CYP 2C9, CYP 2C19, CYP 2D6, CYP 3A4, CYP 2A6, CYP 2B6 e 2C8. A amiodarona e a

desetilamiodarona tem também um potencial para inibir alguns transportadores, tais como a glicoproteína-P e o

transportador de cátions orgânicos - OCT2 (um estudo mostra um aumento de 1,1% na concentração de

3

creatinina, um substrato de OCT2). Dados in vivo descrevem interações da amiodarona sobre substratos de CYP

3A4, CYP 2C9, CYP 2D6 e P-gp.

Após injeção, a concentração de amiodarona diminui rapidamente no sangue, enquanto ocorre uma impregnação

dos tecidos. A atividade atinge o máximo em cerca de 15 minutos e se esgota em 4 horas. Caso não haja nova

administração, o fármaco é eliminado progressivamente. A amiodarona se acumula nos tecidos caso haja nova

injeção ou administração oral.

A meia-vida da amiodarona é longa, incluindo variabilidade interpaciente considerável (20 a 100 dias). Durante

os primeiros dias de tratamento com ATLANSIL o produto se acumula em quase todos os tecidos,

particularmente no tecido adiposo. A eliminação ocorre após alguns dias e a concentração plasmática no estado

de equilíbrio é atingida entre o período de um a alguns meses dependendo de cada paciente.

Essas características justificam o emprego de doses de ataque, que visam criar rapidamente a impregnação

tissular necessária à atividade terapêutica.

A iodina é parcialmente removida da molécula e é encontrada na urina como ioduro; isto corresponde a 6 mg/24

horas quando uma dose de 200 mg de amiodarona é administrada diariamente. A parte remanescente da

molécula, portanto incluindo a maior parte de iodina, é eliminada nas fezes após excreção hepática. A

amiodarona é eliminada essencialmente por via biliar.

O clearance plasmático da amiodarona é baixo e a excreção renal insignificante o que permite o emprego de

ATLANSIL nas posologias habituais nos pacientes com insuficiência renal.

Após a interrupção do tratamento a eliminação continua durante muitos meses. A persistência de uma atividade

residual durante 10 dias a um mês deve ser levada em conta durante a condução do tratamento.

Dados de segurança pré-clínica

Em um estudo de carcinogenicidade de 2 anos em ratos, a amiodarona causou um aumento de tumores

foliculares de tireoide (adenoma e/ou carcinoma) em ambos os sexos com exposição clinicamente relevantes.

Como os sinais de mutagenicidade são negativos, é proposto um mecanismo epigênico em vez de genotóxico

para este tipo de indução de tumor.

No camundongo, os carcinomas não foram observados, mas foi observada uma hiperplasia folicular da tiroide,

dose-dependente.

Estes efeitos sobre a tiroide em ratos e camundongos são muito provavelmente devido a efeitos da amiodarona

na síntese e/ou liberação de hormônios da glândula tiroide. A relevância destes achados é considerada baixa.

4. CONTRAINDICAÇÕES

ATLANSIL é contraindicado nos seguintes casos:

- bradicardia sinusal, bloqueio sino-atrial e doença do nó sinusal (risco de parada sinusal), distúrbios severos de

condução atrioventricular, a menos que o paciente esteja com um marcapasso implantado;

- distúrbios de condução bi ou tri-fasciculares, a menos que o paciente tenha um marcapasso implantado ou

esteja em uma unidade assistencial especial e amiodarona seja administrada mediante monitoramento;

- hipotensão arterial severa, colapso circulatório;

- a administração intravenosa é contraindicada em caso de hipotensão, insuficiência respiratória severa,

miocardiopatia ou insuficiência cardíaca (possível agravamento);

- associação com medicamentos que possam induzir torsade de pointes (vide Interações Medicamentosas);

- doença tireoidiana;

- hipersensibilidade ao iodo, à amiodarona ou a quaisquer componentes da fórmula;

- gestação, exceto em circunstâncias excepcionais (vide Gravidez);

- lactação (vide Lactação).

Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Todas estas contraindicações listadas não se aplicam quando a amiodarona é utilizada na sala de emergência em

casos de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Advertências

4

A injeção intravenosa é geralmente desaconselhada devido aos riscos hemodinâmicos (hipotensão severa,

colapso circulatório). Sempre que possível, utilize o medicamento por infusão intravenosa.

A injeção intravenosa deve ser realizada somente em emergência quando falharem as alternativas terapêuticas, e

somente em uma unidade de terapia intensiva sob monitoramento contínuo (ECG, pressão sanguínea).

A dosagem recomendada é de aproximadamente 5 mg/kg de peso corpóreo. Exceto nos casos de fibrilação

ventricular resistente à ressuscitação cardiopulmonar por choque, a amiodarona deve ser administrada por um

período mínimo de 3 minutos. A injeção intravenosa não deve ser repetida antes de 15 minutos após a primeira,

mesmo que tenha sido somente uma ampola (possível colapso irreversível).

Não misturar outras preparações na mesma seringa. Não injetar outras preparações na mesma linha de infusão.

Caso seja necessário continuar o tratamento com amiodarona, deve-se seguir com a administração por infusão

intravenosa (vide Posologia e Modo de Usar).

Distúrbios cardíacos (vide Reações Adversas)

Foi reportado o aparecimento de novas arritmias ou a piora de arritmias tratadas, algumas vezes de forma fatal. É

importante, porém difícil, diferenciar uma falta de efeito do medicamento de um efeito pró-arrítmico associado

ou não a uma piora da condição cardíaca. Os efeitos pró-arrítmicos são mais raramente reportados com

amiodarona do que com outros agentes antiarrítmicos, e geralmente ocorrem no contexto de fatores que

prolongam o intervalo QT, tais como interações medicamentosas e/ou distúrbios eletrolíticos (vide Interações

Medicamentosas e Reações Adversas). Apesar do prolongamento do intervalo QT, a amiodarona exibe baixa

atividade torsadogênica.

Distúrbios pulmonares (vide Reações Adversas)

O aparecimento de dispneia ou tosse não produtiva pode estar relacionado à toxicidade pulmonar tal como

pneumonite intersticial. Casos muito raros de pneumonite intersticial têm sido relatados com o uso intravenoso

de amiodarona. Deve-se realizar raio-X de tórax, quando há suspeita de pneumonite em pacientes que

desenvolveram dispneia de esforço, isolada ou associada com piora do estado geral (fadiga, perda de peso,

febre). A terapia com amiodarona deve ser reavaliada visto que a pneumonite intersticial é geralmente reversível

após a retirada precoce de amiodarona (sinais clínicos geralmente regridem dentro de 3 a 4 semanas, seguido por

lenta melhora da função pulmonar e radiológica dentro de alguns meses), e deve ser considerado um tratamento

com corticosteroides.

Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas, às vezes fatais, geralmente no

período imediato após uma cirurgia (síndrome de angústia respiratória do adulto); isto pode estar relacionado

com altas concentrações de oxigênio (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas).

Distúrbios hepáticos (vide Reações Adversas)

Um monitoramento cuidadoso dos testes de função hepática (transaminases) é recomendável assim que o uso da

amiodarona for iniciado e regularmente durante o tratamento. Podem ocorrer distúrbios hepáticos agudos

(incluindo insuficiência hepatocelular severa ou insuficiência hepática, algumas vezes fatal) e crônicos, com o

uso de amiodarona nas formas oral e intravenosa e nas primeiras 24 horas da administração por via IV. Portanto,

a dose de amiodarona deve ser reduzida ou o tratamento descontinuado se o aumento de transaminases exceder

três vezes o valor normal.

Os sinais clínicos e biológicos de insuficiência hepática crônica decorrente do uso oral de amiodarona podem ser

mínimos (hepatomegalia, aumento das transaminases em até 5 vezes os valores normais) e reversíveis após a

suspensão do tratamento, contudo foram relatados casos fatais.

Reações bolhosas severas

Reações cutâneas com risco de morte ou até mesmo fatais, Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e necrólise

epidérmica tóxica (NET) (vide Reações Adversas).

Se sinais ou sintomas de SSJ, NET (ex.: rash cutâneo progressivo frequentemente com bolha ou lesão na

mucosa) aparecerem, o tratamento com amiodarona deve ser descontinuado imediatamente.

Precauções

A amiodarona injetável só deverá ser utilizada em meio hospitalar especializado sob monitoração contínua

(ECG, pressão sanguínea).

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Para evitar reações no local da injeção, ATLANSIL injetável deve, sempre que possível, ser administrado

através de uma via venosa central (vide Reações Adversas).

Deve-se ter cautela nos casos de hipotensão, insuficiência respiratória severa, e insuficiência cardíaca severa ou

descompensada.

Anestesia (vide Interações Medicamentosas e Reações Adversas)

Antes da cirurgia, o anestesista deve ser informado sobre o tratamento com amiodarona.

Gravidez e lactação

A amiodarona é contraindicada durante a gravidez em virtude de seus efeitos na glândula tireoide do feto, a

menos que os benefícios superem os riscos ao feto.

A amiodarona é excretada no leite materno em quantidades significativas e por isso, é contraindicada em

lactantes.

Populações especiais

Pacientes idosos: em pacientes idosos, a redução da frequência cardíaca pode ser mais pronunciada com o uso

da amiodarona.

Crianças: a segurança e eficácia da amiodarona em pacientes pediátricos não foram estabelecidas, portanto a

sua utilização não é recomendada.

A solução injetável de amiodarona contém álcool benzílico. Existem relatos de uma síndrome respiratória (“

gasping syndrome” ) fatal em neonatos (crianças com menos de 1 mês de vida) após a administração de soluções

que contêm este conservante. Os sintomas incluem desenvolvimento súbito de dificuldade respiratória,

hipotensão, bradicardia e colapso cardiovascular.

Alterações na capacidade de dirigir e operar máquinas

De acordo com os dados de segurança da amiodarona, não existem evidências de que a amiodarona prejudique a

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Interações Farmacodinâmicas

• Medicamentos que induzem torsade de pointes ou prolongamento do QT

- Medicamentos que induzem torsade de pointes

As associações com medicamentos que podem induzir torsade de pointes são contraindicadas (vide

Contraindicações):

• Medicamentos antiarrítmicos tais como: da Classe Ia, sotalol, bepridil;

• Medicamentos não antiarrítmicos tais como: vincamina, alguns agentes neurolépticos, cisaprida,

eritromicina IV, pentamidina (quando administradas por via parenteral), uma vez que existe um

aumento no risco de ocorrer torsade de pointes potencialmente letal.

- Medicamentos que causam prolongamento QT

A administração concomitante de amiodarona com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT deve

estar baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios potenciais para cada paciente, pois o risco de

torsade de pointes pode aumentar (vide Advertências) e os pacientes devem ser monitorados quanto ao

prolongamento do intervalo QT.

Fluoroquinolonas devem ser evitadas por pacientes recebendo amiodarona.

• Medicamentos que reduzem a frequência cardíaca ou que causam distúrbios de automatismo ou

condução

As associações com estes medicamentos não são recomendadas.

- Betabloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio que reduzem a frequência cardíaca (verapamil,

diltiazem), uma vez que podem ocorrer distúrbios de automatismo (bradicardia excessiva) e de condução;

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• Medicamentos que podem induzir hipocalemia:

As associações com os seguintes medicamentos não são recomendadas.

- Laxativos estimulantes podem levar a hipocalemia e consequentemente, aumento do risco de torsade de

pointes. Por isso, devem ser utilizados outros tipos de laxantes;

Deve-se ter cautela quando os seguintes medicamentos são utilizados em associação com ATLANSIL:

- Alguns diuréticos indutores de hipocalemia, isolados ou combinados;

- Corticosteroides sistêmicos (gluco-, mineralo-), tetracosactida;

- Anfotericina B (IV);

Deve-se prevenir o início de hipocalemia (e corrigir a hipocalemia); o intervalo QT deve ser monitorado e, em

caso de torsade de pointes, não administrar antiarrítmicos (instituir marcapasso ventricular; pode ser

administrado magnésio IV).

• Anestesia geral (vide Precauções e Reações adversas):

Foram relatadas complicações potencialmente severas em pacientes submetidos à anestesia geral: bradicardia

(irresponsiva à atropina), hipotensão, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco.

Foram observados casos muito raros de complicações respiratórias severas (síndrome de angústia respiratória

aguda do adulto), às vezes fatais, geralmente no período pós-cirúrgico imediato. Isto pode estar relacionado com

uma possível interação com altas concentrações de oxigênio.

Efeito de ATLANSIL sobre outros produtos

A amiodarona e/ou seu metabólito, a desetilamiodarona, inibem os CYP1A1, CYP1A2, CYP3A4, CYP2C9,

CYP2D6 e a glicoproteína P e podem aumentar a exposição de seus substratos.

Devido à longa meia-vida da amiodarona, as interações podem ser observadas por vários meses após a

descontinuação da amiodarona.

• Substratos P-gp

A amiodarona é um inibidor da P-gp. A administração concomitante com substratos da P-gp deverá resultar em

aumento de suas exposições.

- Digitálicos

Pode ocorrer perturbação no automatismo (bradicardia excessiva) e na condução atrioventricular (ação

sinérgica). Além disso, um aumento na concentração plasmática da digoxina é possível devido à redução do

clearance de digoxina.

Devem ser monitorados os níveis de digoxina plasmática e ECG. Os pacientes devem ser observados quanto aos

sinais clínicos de toxicidade digitálica. Pode ser necessário ajuste posológico do digitálico.

- Dabigatrana

Deve-se ter cautela quando a amiodarona é administrada com dabigatrana devido ao risco de sangramento. Se

necessário, ajustar a dose de dabigatrana de acordo com as informações de sua bula.

• Substratos do CYP 2C9

A amiodarona aumenta as concentrações de substratos da CYP 2C9 tais como varfarina ou fenitoína através da

inibição do citocromo P450 2C9.

- Varfarina

A combinação de varfarina com amiodarona pode exacerbar o efeito do anticoagulante oral, elevando o risco de

sangramento. É necessário monitorar os níveis de protrombina (INR) regularmente e ajustar as doses orais do

anticoagulante durante e após o tratamento com amiodarona.

- Fenitoína:

A combinação de fenitoína com amiodarona pode resultar em superdose de fenitoína, resultando em sinais

neurológicos. Deve ser empregada monitoração clínica e a dose de fenitoína deve ser reduzida logo que surgirem

sinais de superdose. Devem ser determinados os níveis de fenitoína plasmática.

• Substratos do CYP 2D6

- Flecainida:

A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas da flecainida, pela inibição do citocromo CYP2D6.

Portanto, a dose de flecainida deve ser ajustada.

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• Substratos do CYP P450 3A4:

Quando tais substâncias são administradas concomitantemente com amiodarona, um inibidor do CYP3A4, pode

ocorrer um aumento de suas concentrações no plasma, o que poderá acarretar num possível aumento de sua

toxicidade.

- Ciclosporina: a combinação com amiodarona pode aumentar os níveis plasmáticos de ciclosporina. A dose

deve ser ajustada.

- Fentanila: a combinação com amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos da fentanila e aumentar

o risco de toxicidade.

- Estatinas: o risco de toxicidade muscular (ex.: rabdomiólise) é aumentado pela administração concomitante

de amiodarona e estatinas metabolizadas pelo CYP3A4, tais como sinvastatina, atorvastatina e lovastatina.

Recomenda-se o uso de estatinas não metabolizadas pelo CYP3A4 quando administradas com amiodarona.

- Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína, tacrolimus, sildenafila, midazolam,

triazolam, diidroergotamina, ergotamina e colchicina.

Efeito de outros produtos sobre ATLANSIL

Os inibidores do CYP 3A4 e do CYP 2C8 podem ter um potencial para inibir o metabolismo da amiodarona e

aumentar a sua exposição.

Recomenda-se evitar inibidores do CYP 3A4 (por exemplo, suco de toranja e determinados medicamentos)

durante o tratamento com amiodarona.

Alimentos: evitar o consumo de suco de toranja.

Interferência em exames laboratoriais: não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de

ATLANSIL em exames laboratoriais.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

ATLANSIL injetável deve ser conservado em temperatura abaixo de 25ºC e protegido da luz.

Depois de aberto, ATLANSIL injetável deve ser mantido dentro da embalagem original. O produto deve ser

protegido da luz e de locais quentes (temperatura entre 30-40ºC).

Prazo de validade: 18 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas e organolépticas

ATLANSIL injetável é um líquido límpido, amarelo palha, praticamente livre de partículas em suspensão.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Devido às características farmacêuticas, não se deve utilizar concentrações inferiores a 600 mg/L. Utilizar

exclusivamente solução de glicose 5% para diluição. Não misturar qualquer outro produto no líquido de infusão.

Incompatibilidades: na presença de amiodarona, equipamentos que contenham plasticizante (massa modelada

acrescentada ao material plástico para obter as características necessárias) tais como DEHP (di-2-etilhexil

ftalato) podem liberar o plasticizante dentro da solução de infusão. Com objetivo de minimizar a exposição do

paciente ao DEHP, a diluição final de amiodarona para infusão deve ser preferencialmente administrada através

de sistemas que não contenham DEHP.

- Infusão intravenosa

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A dose de ataque usual é de 5 mg/kg em 250 mL de solução de glicose a 5%, administrados por um período de

20 minutos a 2 horas. Isto pode ser repetido de 2 a 3 vezes por um período de 24 horas. A velocidade de infusão

deve ser ajustada à evolução clínica.

O efeito terapêutico aparece dentro dos primeiros minutos e então decresce progressivamente, por este motivo

uma infusão contínua deve ser instituída.

Dose de manutenção: 10 a 20 mg/kg/dia (geralmente 600 a 800 mg/24 h, até 1200 mg/24 h) em 250 mL de

solução de glicose a 5% durante alguns dias. O tratamento de manutenção por via oral deve ser iniciado no

primeiro dia da infusão.

- Administração em bolus IV (vide Advertências)

Dose de 5mg/kg, a duração da injeção jamais deverá ser inferior a 3 minutos. A preparação não deve ser

misturada com outra preparação na mesma seringa.

No caso específico de fibrilação ventricular resistente a ressuscitação cardiopulmonar por choque, a primeira

dose de amiodarona 300 mg (ou 5 mg/kg) diluída em 20 mL de solução de glicose a 5% é administrada por

injeção IV em bolus. Uma dose adicional de 150 mg (ou 2,5 mg/kg) IV pode ser considerada se a fibrilação

ventricular persistir.

Risco de uso por via de administração não recomendada

Não há estudos dos efeitos de ATLANSIL administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e

para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via intravenosa.

Conduta necessária caso haja esquecimento de administração

Caso o paciente esqueça de administrar uma dose, ele deverá administrá-la assim que possível. No entanto, se

estiver próximo do horário da dose seguinte, esperar por este horário, respeitando sempre o intervalo

determinado pela posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.

9. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS

As seguintes definições de frequência são usadas: muito comum (≥10%), comum (≥ 1 < 10%), incomum (≥ 0,1 <

1%), raro (≥ 0,01 < 0,1%), muito raro (<0,01%) e frequência desconhecida (não pode ser estimada pelos dados

disponíveis).

Reação Adversa Frequência

Distúrbios sanguíneos e do sistema linfático

Anemia hemolítica, anemia aplástica e trombocitopenia Muito raro

Neutropenia, agranulocitose Desconhecida

Distúrbios cardíacos

Bradicardia geralmente moderada e dose dependente Comum

Aparecimento ou piora da arritmia, seguida, às vezes, por parada cardíaca (vide item

5.Advertências e item 6.Interações Medicamentosas)

Incomum

Alterações da condução (bloqueio sinoatrial e atrio-ventricular de vários graus) (vide item

5.Advertências)

Bradicardia acentuada ou parada sinusal em pacientes com disfunção do nódulo sinusal e/ou em

pacientes idosos

Muito raro

Torsade de pointes (vide item 5.Advertências e item 6.Interações medicamentosas) Desconhecida

Distúrbios endócrinos

Hipotireoidismo Comum

Hipertireoidismo, algumas vezes fatal Comum

Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH) Muito raro

Distúrbios oftálmicos

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Microdepósitos na córnea, geralmente limitados à área subpupilar. Eles podem ser associados

com a percepção de halos coloridos, sob luz intensa ou de visão turva. Os microdepósitos na

córnea consistem em depósitos de complexos lipídicos e são reversíveis algum tempo após a

suspensão do tratamento

Muito comum

Neuropatia ótica/ neurite, que pode progredir para a cegueira (vide item 5.Advertências). Muito raro

Distúrbios gastrintestinais

Distúrbios gastrintestinais benignos (náuseas, vômitos, disgeusia) podem ocorrer em

decorrência da dose de ataque e desaparecem com a redução da dose

Pancreatite/pancreatite aguda, boca seca, constipação Desconhecida

Distúrbios gerais

Granuloma, incluindo granuloma de medula óssea. Desconhecida

Distúrbios hepato-biliares

Aumento isolado das transaminases séricas, que são normalmente moderadas (1,5 a 3 vezes o

valor normal) no início da terapia. Os níveis podem retornar ao normal com redução da dose ou

mesmo espontaneamente

Distúrbios hepáticos agudos com aumento das transaminases séricas e/ou icterícia, incluindo

insuficiência hepática, que às vezes pode ser fatal

Comum

Doença hepática crônica (pseudo hepatite alcoólica, cirrose), às vezes fatal Muito raro

Distúrbios do sistema imunológico

Edema angioneurótico (Edema de Quincke), reações anafiláticas/anafilactoides incluindo

choque.

Desconhecida

Investigação

Aumento do nível sérico de creatinina Muito raro

Distúrbios do metabolismo e nutrição

Diminuição do apetite Desconhecida

Distúrbios do sistema nervoso

Tremor extra-piramidal, pesadelos e distúrbios do sono Comum

Neuropatia periférica sensorimotor e/ou miopatia são geralmente reversíveis com a

descontinuação do tratamento

Ataxia cerebelar, hipertensão intracraniana benigna (pseudo tumor cerebral), cefaleia Muito raro

Parkinsonismo, parosmia Desconhecida

Distúrbios psiquiátricos

Estado confusional/delírio, alucinação Desconhecida

Distúrbios do sistema reprodutivo

Epididimites, disfunção erétil Muito raro

Diminuição da libido Desconhecida

Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino

Toxicidade pulmonar (pneumonite alveolar/ intersticial ou fibrose, pleurite, bronquiolite

obliterante com pneumonia em organização) às vezes fatal (vide item 5.Advertências)

Hemorragia pulmonar Desconhecida

Broncoespasmo em pacientes com insuficiência respiratória severa, especialmente em pacientes

asmáticos. Síndrome de angústia respiratória do adulto, algumas vezes fatal, geralmente no

período pós cirúrgico imediato (possível interação com elevadas concentrações de oxigênio)

(vide item 5.Advertência e item 6.Interações Medicamentosas)

Distúrbios da pele e tecidos subcutâneos

Fotossensibilidade Muito comum

Pigmentação grisácea ou azulada da pele no caso de utilização prolongada ou de altas doses

diárias. Com a interrupção do tratamento essa pigmentação desaparece lentamente

Eritema durante o uso de radioterapia, “rash” cutâneos, normalmente inespecíficos, dermatite

esfoliativa, alopecia

Eczema, urticária, reações cutâneas severas às vezes fatal incluindo necrólise epidérmica

tóxica/síndrome de Stevens-Johnson, dermatite bolhosa e reação medicamentosa com

eosinofilia e sintomas sistêmicos

Distúrbios vasculares

Vasculite Muito raro

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

9

10. SUPERDOSE

Sintomas

Não há dados disponíveis sobre superdose de amiodarona intravenosa. Após superdose oral de amiodarona,

foram relatados alguns casos de bradicardia sinusal, bloqueio cardíaco, taquicardia ventricular, torsade de

pointes, insuficiência circulatória e disfunção hepática.

Tratamento

O tratamento deve ser sintomático. A amiodarona e seus metabólitos não são removidos por diálise.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

DIZERES LEGAIS

10

VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA

MS 1.1300.1068

Farm. Resp.: Silvia Regina Brollo

CRF-SP nº 9.815

Registrado por:

Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.

Av. Mj. Sylvio de M. Padilha, 5200 – São Paulo – SP

CNPJ 02.685.377/0001-57

Fabricado por:

Rua Conde Domingos Papaiz, 413 – Suzano – SP

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Indústria Brasileira

®

Marca Registrada

IB310315

Esta bula foi aprovada pela Anvisa em 30/04/2015.

Anexo B

Histórico de Alteração para a Bula

Dados da submissão eletrônica Dados da petição/notificação que altera bula Dados das alterações de bulas

Data do

expediente

No.

Assunto Data do

Assunto Data da

aprovação

Itens de

bula

Vers

ões

(VP/

VPS)

Apresentaçõe

s relacionadas

26/03/2014 0224517/14-5 (10458)-

MEDICAMENT

O NOVO –

InclusãoInicial

deTextode

Bula–RDC

60/12

de Textode

26/03/2014 DIZERES

LEGAIS

VP e

VPS

150 MG SOL

INJ CX 50 AMP

VD INC X 3 ML

25/09/2014 0799400/14-1 (10451)-

Notificação de

Alteração de

Texto debula

– RDC60/12

–RDC60/12

25/09/2014 4.O QUE

DEVO

SABER

ANTES DE

USARESTE

MEDICAM

ENTO?

8.QUAIS

OSMALES

QUEESTE

ENTO

PODEME

CAUSAR?

3.

CARACTER

ÍSTICAS

FARMACO

LÓGICAS

5.

ADVERTÊN

CIAS E

PRECAUÇ

ÕES

9.

REAÇÕES

ADVERSAS

A

ENTOS

27/10/2014 0974935/14-

7

(10451)-

16/10/2014 0939320/14-0 (10210)–

Redução do

prazo de

validadecom

manutenção

doscuidados

de

conservação

16/10/2014 7.

CUIDADO

S DE

ARMAZEN

AMENTO

DO

MEDICA

MENTO

VPS 150 MG SOL

VD AMB X 3

ML

08/01/2014 0013226/15-

8

08/01/2014 8.QUAIS

Texto de bula

30/04/2015 (10451)-

30/04/2015 5.

ÕES/ 4.O

QUEDEVO

/ 8.QUAIS

VPS/

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.