10 Modos de Morrer por Causa do Sedentarismo

10 Modos de Morrer por Causa do Sedentarismo

Levantar da poltrona e sair correndo, pode salvar nossa vida. A medicina contemporânea aponta quais são os riscos da falta de exercício. Um deles: permanecer modorrando na poltrona é ainda pior para a saúde que o vício do cigarro. Mas sentar e relaxar depois de uma série de exercícios físicos é perfeitamente legítimo e necessário.


Na poltrona ou na cadeira do escritório, passamos cerca de 9,3 horas ao dia (sem contar o tempo que passamos dormindo na cama). Na prática, permanecemos inativos cerca de 36 anos da nossa existência, uma condição que não combina com nosso corpo de caçadores-coletadores. Aqui segue uma lista de 10 problemas causados por essa condição, e alguns conselhos sobre como reduzir-los.


1 - Arruína a postura. Não apenas passamos o dia inteiro sentados. Nós também o fazemos do modo errado: torcicolo, dores nas costas e nos ombros indicam isso claramente. Permanecer semi-deitados sobre a escrivaninha não causa apenas mal-estar muscular. Pode levar à cifose (a clássica “corcunda”), lordose (o afundamento da coluna vertebral no nível das lombares ou das cervicais), causar hérnias do disco e outros problemas da espinha dorsal. Se você desempenha um trabalho sedentário, tenha a certeza de poder se apoiar no schienale, de manter as costas relaxadas, os pés bem plantados no chão, os flancos o mais atrás possível e os joelhos na altura dos quadris.


2 - Atrofia os músculos. Até mesmo o atleta mais bem treinado, ao permanecer muito tempo sentado, arrisca perder massa e elasticidade muscular. As fáscias musculares utilizadas para se manter a postura ereta (como as abdominais, glúteos, músculos pélvicos e dorsais) enfraquecem, encurtam e perdem a tonicidade. As gorduras que deveriam ser utilizadas para produzir energia se transformam em tecido adiposo. E recomeçar a se mover depois de tantas horas de inatividade pode representar uma tarefa hercúlea. Um estudo americano realizado com 167 mil pessoas revelou que permanecer sentado mais de 3 horas por dia reduz de dois anos o tempo de vida da pessoa, não importa qual seja a atividade física praticada. Levantar-se com frequência, subir e descer escadas ou ir para o trabalho a pé ou – para quem pode – optar por escrivaninhas para serem usadas em pé pode ajudar a prevenir o problema.


3 - Debilita os ossos. Para não perder densidade e permanecer fortes, os ossos têm necessidade de carregar peso (eis porque, na ausência de gravidade, os astronautas devem lutar contra a osteoporose). Transcorrer demasiado tempo sentados reduz a carga de trabalho necessária aos ossos para que permaneçam sadios. Uma caminhada ao dia – talvez na hora do almoço – pode ajudar a reduzir o risco de debilitação óssea.


4 - Desacelera o metabolismo. Basta uma hora sentados em frente à televisão para fazer baixar a lipase, uma importante enzima que age sobre os triglicérides transformando o colesterol ruim em colesterol bom, até o índice de 90%. Com o trabalho do metabolismo reduzido aos termos mínimos, se não se abaixa também a carga de calorias ingeridas a pessoa ganha peso, e vai na direção de um maior risco de desenvolver diabetes e moléstias cardiovasculares. Estima-se que apenas por estar em pé (sem nenhum outro esforço físico) por 3 horas ao dia, aconteça uma queima de 144 calorias. E ainda, largar-se na poltrona depois de um jantar abundante pode criar problemas digestivos e noites de sono mais agitadas do que de costume.


5 - Insulina inutilizada. Demasiadas horas sentados podem levar a formas de insulina-resistência, ou seja a uma baixa resposta celular à ação da insulina produzida pelo pâncreas (o qual, sem se dar conta de que não estamos exercendo alguma atividade física, continua a produzir esse hormônio). Uma reduzida sensibilidade à insulina pode levar ao surgimento de diabetes de tipo 2, sobretudo – dizem os estudos – nas mulheres. Não apenas, o sedentarismo leva a um excesso de proteína C – reativa, associada a estados inflamatórios e ao risco de se desenvolver alguns tipos de câncer.


6 - Problemas cardíacos. Permanecer mais de 4 horas ao dia sentado na poltrona vendo televisão está ligado a um risco 125% mais alto de contrair doenças cardiovasculares com relação às probabilidades de eventos cardíacos dos telespectadores “moderados” (2 horas ou menos ao dia). O sedentarismo está associado a níveis mais baixos de HDL no sangue: o HDL, o assim chamado “colesterol bom”, é fundamental para limpar as artérias do colesterol ruim.

7 - Problemas de circulação. Demasiadas horas passadas sentado na cadeira aumentam o risco de acúmulo de líquidos nas extremidades inferiores (edema). A má circulação pode causar veias varicosas, tromboflebites (a inflamação das veias superficiais), além de um maior risco de produzir coágulos no sangue.


8 - Apneias noturnas. A retenção de líquidos no organismo e os problemas de circulação (que, como vimos, estão ligados ao excessivo sedentarismo) contribuem para aumentar o risco de síndromes de apneias noturnas, a interrupção (de poucos segundos a alguns minutos) da respiração durante o sono. Os fluídos que durante o dia, graças à gravidade, se acumulam nas extremidades, à noite estão livres para fluir e podem contribuir para a obstrução das vias aéreas.


9 - Falta de criatividade. O cérebro não está imune à cascata de consequências negativas do sedentarismo. Com um metabolismo reduzido e mais lento, uma circulação anômala eros equilíbrios hormonais desarranjados, você poderá sentir tonturas, ensonado, de péssimo humor e privado de iniciativa. Estudos demonstram que os espaços de trabalho nos quais é possível trabalhar estando em pé possuem empregados mais concentrados, otimistas e positivos, todas elas características que favorecem a criatividade e o sentido de iniciativa. Experimente: se você se sentir frouxo, transforme a pausa para o café numa vigorosa caminhada ao ar livre: provavelmente você vai receber aquela ideia que está buscando há tempos.


10 - Aumenta o risco da invalidez. Tudo que foi dito até agora vale para todos, mas vale ainda mais para os que passaram dos 60 anos e que passam sentados até 9 horas do seu dia. Nessa fixa etária o sedentarismo está coligado a um risco particularmente alto de desenvolver dificuldades no exercício daquelas atividades consideradas normais e corriqueiras, tais como vestir-se, alimentar-se, gerir a higiene pessoal, caminhar, subir escadas. Com o passar do tempo à nossa disposição, mais vale dedicar-se às atividades ao ar livre preferidas. Isso irá trazer grandes benefícios ao estado físico e ao humor.

Fonte: Luis Pellegrini