Bula do Bonefós para o Profissional

Bula do Bonefós produzido pelo laboratorio Bayer S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Bonefós
Bayer S.a. - Profissional

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BULA COMPLETA DO BONEFóS PARA O PROFISSIONAL

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Bonefós®

Bayer S.A.

Cápsula

400 mg

2

clodronato dissódico

APRESENTAÇÕES:

Cartucho contendo frasco com 30 cápsulas de 400 mg de clodronato dissódico cada.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO:

Cada cápsula contém clodronato dissódico tetraidratado correspondente a 400 mg de

clodronato dissódico.

Excipientes: talco, estearato de cálcio, dióxido de silício, lactose

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

A via intravenosa destina-se apenas ao tratamento de hipercalcemia devido à doença

maligna.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Desenho e população do estudo

Foram realizados estudos clínicos abertos controlados randomizados utilizando as

formulações orais e/ou intravenosa de clodronato. Estes estudos demonstraram que o

clodronato possui eficácia clínica no tratamento de hipercalcemia maligna e osteólise

induzida por tumor.

Resultados dos estudos

Hipercalcemia: Em uma comparação cruzada duplo-cega com placebo, foi administrado

clodronato por via oral (3.200 mg/dia por quatro semanas) a cinco pacientes com

hipercalcemia devido à metástase óssea de câncer de mama ou renal. Quatro dos cinco

pacientes demonstraram rápida diminuição da concentração sérica de cálcio com o menor

valor sendo alcançado dentro de 7 a 10 dias. A excreção do cálcio urinário diminuiu e foi

observado um aumento na fosfatase alcalina sérica. O paciente remanescente desenvolveu

paraplegia repentina no início da terapia com clodronato seguido por um aumento

acentuado nos níveis séricos de cálcio e excreção do cálcio urinário; o clodronato foi capaz

de reduzir o cálcio sérico e da urina a valores normais.

Em um segundo estudo comparativo cruzado duplo-cego de oito pacientes com

hipercalcemia maligna, a administração de 3.200 mg de clodronato por dia, via oral,

durante quatro semanas foi associada a uma rápida diminuição do valor médio sérico de

cálcio a partir do terceiro dia (122 mg/L vs 105 mg/L de cálcio). Ao final do tratamento

com clodronato, seis dos oito pacientes apresentaram níveis normais de cálcio. Houve uma

diminuição na calciúria de 397 mg/g de creatinina/24 horas a 241 mg/g de creatinina/24

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horas, mas não houve diminuição na hidroxiprolina e os níveis séricos de fósforo e PTH

permaneceram normais.

O efeito do clodronato intravenoso (300 mg i.v. até sete dias) foi estudado em um ensaio

paralelo, duplo-cego controlado com placebo em 36 pacientes com doenças malignas. Foi

observado com clodronato um período de tempo significativamente mais curto para

alcançar níveis séricos normais de cálcio; 15 de 18 pacientes alcançaram níveis normais

versus três dos 14 pacientes tratados com placebo.

Em um ensaio semelhante randomizado controlado com placebo de 27 pacientes

hipercalcêmicos (12 tratados com placebo; 10 com clodronato 12 mg/kg i.v. por 1 dia; e 5

com 4 mg/kg i.v. por 3 dias) houve uma redução significativa nos níveis séricos de cálcio

de 0,70 mM/L após 4 mg/kg no dia 3 quando comparado às medidas basais. Não foram

observadas alterações gerais estatisticamente significativas a partir do pré-tratamento no

dia 3 no grupo placebo e no grupo recebendo 12 mg/kg por 1 dia.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS:

 Propriedades farmacodinâmicas

O clodronato pertence à classe dos bisfosfonatos. É um análogo do pirofosfato natural. Os

bisfosfonatos possuem elevada afinidade por tecidos mineralizados, como o ósseo. “In

vitro”, eles inibem a precipitação do fosfato de cálcio, bloqueiam sua transformação em

hidroxiapatita, retardam a agregação dos cristais de apatita em cristais maiores, assim

como retardam a dissolução destes cristais.

No entanto, o mecanismo de ação mais importante do clodronato é o seu efeito inibitório

sobre a reabsorção óssea osteoclástica. O clodronato inibe a reabsorção óssea induzida de

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várias maneiras. Em ratos em crescimento, verificou-se que a inibição da reabsorção óssea

promovida por doses elevadas de clodronato causou o alongamento das metáfises de ossos

longos.

Em ratas ovariectomizadas, a reabsorção óssea é inibida após administração subcutânea de

baixas doses como, por exemplo, 3 mg/kg, uma vez por semana. Doses farmacológicas do

clodronato previnem a redução da resistência óssea. A eficácia farmacológica do

clodronato foi demonstrada em diferentes estudos pré-clínicos com modelos experimentais

de osteoporose, inclusive por deficiência estrogênica. O clodronato demonstrou inibir a

reabsorção óssea em uma relação dose-dependente sem causar efeitos deletérios sobre a

mineralização ou sobre outros aspectos da qualidade óssea. O clodronato também inibe a

reabsorção óssea presente na osteodistrofia renal experimental.

A habilidade do clodronato em inibir a reabsorção óssea em humanos foi estabelecida por

meio de estudos histológicos, cinéticos e bioquímicos. No entanto, os mecanismos exatos

da inibição da reabsorção óssea são parcialmente desconhecidos. O clodronato suprime a

atividade dos osteoclastos, reduzindo a concentração do cálcio plasmático e a excreção

urinária do cálcio e da hidroxiprolina. Em mulheres na pré e pós-menopausa, o clodronato

previne a perda óssea no quadril e na espinha lombar, decorrentes do câncer de mama. Não

foi observado qualquer efeito sobre a mineralização óssea normal de indivíduos tratados

com clodronato isoladamente em doses capazes de promover a inibição da reabsorção

óssea. Em pacientes portadores de câncer de mama e mieloma múltiplo foi observada

diminuição do risco de fraturas.

 Propriedades farmacocinéticas

Absorção

Como ocorre com outros bisfosfonatos, a absorção gastrointestinal do clodronato é baixa,

aproximadamente 2%. Sua absorção é rápida e o pico da concentração sérica é atingido 30

minutos após uma única administração oral. Devido à elevada afinidade do clodronato pelo

cálcio e outros cátions bivalentes, sua absorção é bastante reduzida quando administrado

concomitantemente com alimentos ou medicamentos que contenham tais íons. Em um

estudo comparativo, no qual a administração de clodronato 2 horas antes do café da manhã

foi utilizada como referência, um intervalo entre a administração e o café da manhã de 0,5

h ou 1,0 h antes do café da manhã, reduziu a biodisponibilidade do clodronato, porém a

diferença não foi estatisticamente significante (biodisponibilidade relativa de 69% e 91%,

respectivamente). Além disso, há uma grande variação inter e intra-individual na absorção

gastrointestinal do clodronato. Apesar da grande variação intra-individual na absorção do

clodronato, a exposição ao mesmo permanece constante durante tratamentos prolongados.

Distribuição e eliminação

A ligação do clodronato à proteína plasmática é baixa e o volume de distribuição é de 20 a

50 L. A eliminação plasmática do clodronato é caracterizada por duas fases distintas: a fase

de distribuição com meia-vida de aproximadamente 2 horas e a fase de eliminação, a qual é

muito lenta devido à forte ligação do clodronato ao tecido ósseo. O clodronato é eliminado

principalmente por via renal. Cerca de 80% do clodronato absorvido aparece na urina após

alguns dias de sua administração. A fração ligada aos ossos, correspondente a cerca de

20% da quantidade absorvida, é excretada mais lentamente e a depuração renal

corresponde a cerca de 75% da depuração plasmática.

5

Características dos pacientes

Uma vez que o clodronato atua sobre os ossos, não há uma relação clara entre sua

concentração plasmática ou sanguínea com a atividade terapêutica ou reações adversas.

Com exceção da insuficiência renal, a qual diminui a depuração renal do clodronato, o

perfil farmacocinético do clodronato não é afetado por qualquer fator conhecido

relacionado à idade, metabolismo de medicamentos ou outras condições patológicas.

 Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade aguda

Estudos com doses únicas em camundongos e ratos forneceram os seguintes valores de

DL50:

Administração oral Administração intravenosa

> 3.600 mg/kg (camundongo)

2.200 mg/kg (rato)

160 mg/kg (camundongo)

120 mg/kg (rato)

Em camundongos e ratos, os sinais clínicos de toxicidade aguda consistem em diminuição

da atividade motora, convulsões, inconsciência e dispneia. Em mini-porcos, uma dose

intravenosa de 240 mg/kg foi tóxica após duas ou três infusões.

Tolerância sistêmica

Estudos de toxicidade em doses repetidas com duração de duas semanas a 12 meses foram

realizados em ratos e mini-porcos. Poucas mortes foram reportadas nestes estudos. A

administração intravenosa foi letal para ratos em doses diárias de 140 mg/kg e 160 mg/kg

após um a sete dias. Em mini-porcos, a dose diária de 80 mg/kg após 7 a 13 dias causou

vômito e fraqueza generalizada antes da morte. Em doses orais diárias de 100 a 480 mg/kg

em ratos e 800 mg/kg em mini-porcos, não foi notada mortalidade relacionada à substância

em teste.

Em estudos de toxicidade, o efeito do clodronato foi observado nos seguintes órgãos

(alterações observadas entre parênteses): ossos (esclerose relacionada ao efeito

farmacológico do clodronato); trato gastrointestinal (irritação), sangue (linfopenia, efeito

na homeostase); rins (túbulos dilatados, proteinúria) e fígado (elevação das transaminases

séricas).

Toxicidade reprodutiva

Em estudos com animais, o clodronato não causou danos ao feto, mas altas doses

diminuíram a fertilidade em machos. Após um mês de administração subcutânea a ratos

neonatos, foram encontradas alterações esqueléticas semelhantes à osteopetrose,

relacionadas aos efeitos farmacológicos do clodronato.

Potencial genotóxico e tumorigenicidade

O clodronato não demonstrou potencial genotóxico. Nenhum efeito carcinogênico tem sido

observado em estudos com ratos e camundongos.

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4. CONTRAINDICAÇÕES

Bonefós (clodronato dissódico) é contraindicado para pacientes que apresentem

hipersensibilidade ao clodronato dissódico ou a qualquer um dos demais

componentes do produto e no tratamento concomitante com outros bisfosfonatos.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Deve ser mantida hidratação adequada durante o tratamento com clodronato,

principalmente quando administrado por infusão intravenosa e em pacientes com

hipercalcemia ou insuficiência renal.

Em pacientes com insuficiência renal, Bonefós

(clodronato dissódico) deve ser

administrado com precauções adicionais (veja o item “Posologia e Modo de Usar”

para ajustar a dose em pacientes com insuficiência renal).

Foi relatada osteonecrose de mandíbula, geralmente associada com extração de dente

e/ou infecção local (incluindo osteomielite), em pacientes com câncer com esquema de

tratamento incluindo bisfosfonatos intravenoso e oral. Muitos destes pacientes

estavam recebendo também quimioterapia e corticosteroides.

Tratamento odontológico preventivo deve ser considerado antes do tratamento com

bisfosfonatos nos pacientes com fatores de risco concomitantes (por exemplo, câncer,

quimioterapia, radioterapia, corticosteroides, pouca higiene dental) e os

procedimentos dentários invasivos devem ser evitados enquanto os pacientes

estiverem sendo tratados com bisfosfonatos.

Fraturas subtrocantéricas atípicas e diafisárias femorais foram relatadas em terapia

com bisfosfonatos, principalmente em pacientes em tratamento de longo prazo para

osteoporose. Até o momento, essas fraturas não foram relatadas com Bonefós

(clodronato dissódico). Essas fraturas transversas ou oblíquas curtas podem ocorrer

em qualquer parte ao longo do fêmur desde logo abaixo do trocânter menor até um

pouco acima do alargamento supracondilar. Essas fraturas ocorrem

espontaneamente ou após trauma mínimo e alguns pacientes sentem dores na coxa ou

na virilha, frequentemente associada com imagem característica de fraturas por

stress, semanas a meses antes de apresentar-se com fratura femoral completa.

Frequentemente as fraturas são bilaterais; portanto o fêmur contralateral deve ser

examinado em pacientes tratados com bisfosfonatos que tenham sofrido uma fratura

de diáfise do fêmur. Também tem sido relatada má cicatrização dessas fraturas.

A descontinuação da terapia com bisfosfanatos em pacientes com suspeita de fratura

atípica do fêmur deve ser considerada dependendo da avaliação do paciente, baseado

em uma avaliação individual risco/benefício.

Durante o tratamento com bisfosfonatos, os pacientes devem ser alertados a

comunicar qualquer dor no quadril, coxa ou virilha e os pacientes com tais sintomas

devem ser avaliados para uma fratura de fêmur incompleta.

 Gravidez e lactação

Embora o clodronato atravesse a barreira placentária em animais, não se sabe se ele

passa para o feto em humanos. Também não se sabe se causa danos ao feto ou se afeta

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a reprodução em humanos. Portanto, o clodronato não deve ser utilizado por

gestantes, a menos que as vantagens terapêuticas superem claramente quaisquer

riscos. Não se sabe se o clodronato é excretado com o leite materno. Uma vez que

muitos medicamentos são excretados com o leite materno e devido ao potencial do

clodronato para reações adversas clinicamente significativas em lactentes, não é

recomendado amamentar durante o tratamento com clodronato.

Categoria D: “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de

gravidez.”

 Efeitos na habilidade de dirigir ou operar máquinas

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

O uso concomitante de clodronato com outros bisfosfonatos é contraindicado.

Existem relatos de que o uso concomitante de clodronato e analgésicos anti-

inflamatórios não-esteroidais (AINEs), mais frequentemente o diclofenaco, está

associado à disfunção renal.

Deve-se ter cautela no uso concomitante de clodronato com aminoglicosídeos, devido

ao aumento do risco de hipocalcemia.

Existem relatos de que o uso concomitante de clodronato com fosfato de estramustina

aumenta a concentração sérica deste último em até 80%.

O clodronato forma complexos pouco solúveis com cátions bivalentes e, desta

maneira, não deve ser administrado intravenosamente com soluções contendo cátions

bivalentes (por exemplo, solução de Ringer).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO:

O medicamento Bonefós®

(clodronato dissódico) cápsulas deve ser mantido em

temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) e protegido da umidade.

O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir de sua data de fabricação.

“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”

“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua

embalagem original.”

As cápsulas de Bonefós®

(clodronato dissódico) são gelatinosas duras de cor amarelo

claro.

“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”

“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

O clodronato é eliminado principalmente pela via renal. Portanto, deve ser mantida

hidratação adequada durante o tratamento com Bonefós (clodronato dissódico).

 Via: infusão intravenosa (apenas para tratamentos de curta duração)

Deve-se manter hidratação adequada do paciente, assim como monitorar a função renal e

os níveis séricos de cálcio, antes e durante o período de tratamento.

O período para que um nível sérico de cálcio clinicamente aceitável seja mantido após

infusão de clodronato varia consideravelmente de paciente para paciente. Se necessário, a

infusão pode ser repetida para controlar o nível sérico de cálcio ou, como alternativa, pode-

se instituir o tratamento com clodronato por via oral, se for apropriado.

A estabilidade físico-química do produto diluído foi comprovada por até 24 horas, quando

armazenado entre 15°C e 25°C. No entanto, do ponto de vista microbiológico, a solução

diluída deve ser imediatamente utilizada. Caso a solução diluída não seja administrada

imediatamente, deve-se assegurar o armazenamento adequado em temperatura de 2°C a

8ºC, por período não superior a 24 horas, e que a preparação da diluição tenha sido feita de

modo a evitar qualquer contaminação microbiológica.

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Não foi estudada compatibilidade de Bonefós (clodronato dissódico) injetável com outros

medicamentos administrados na mesma infusão ou outras soluções para injeção. Portanto,

a solução injetável concentrada somente deve ser diluída e administrada como

recomendado abaixo.

- Pacientes com função renal normal:

Tratamento de hipercalcemia devido à doença maligna

Recomenda-se a dose diária de 300 mg (1 ampola de 5 mL) por dia, a qual deve ser diluída

em 500 mL de solução salina (cloreto de sódio 9 mg/mL) ou de solução de glicose 5% (50

mg/mL). A solução preparada deve ser administrada por infusão durante pelo menos 2

horas, em dias consecutivos, até obter-se calcemia normal, o que ocorre habitualmente no

intervalo de cinco dias. De modo geral, o tratamento não deve ser prolongado por mais de

sete dias. Alternativamente, a dose de 1.500 mg de clodronato pode ser administrada em

dose única, diluída em 500 mL, como descrito acima e por infusão durante 4 horas.

- Pacientes com insuficiência renal:

Recomenda-se que a dose de clodronato seja reduzida conforme a tabela abaixo:

Grau de

Insuficiência renal

Depuração de creatinina, mL/min

Redução da dosagem

%

50 – 80 25

12 – 50 25 – 50

< 12 50

Recomenda-se realizar infusão de 300 mg de clodronato antes da hemodiálise e que a dose

seja reduzida a 50% nos dias sem diálise, o limite do tratamento é de cinco dias. Deve-se

considerar que a diálise peritoneal remove muito pouco do clodronato em circulação.

 Crianças

A segurança e a eficácia não foram estabelecidas no tratamento de pacientes pediátricos.

 Idosos

Não existem recomendações especiais para idosos. Estudos clínicos incluíram pacientes

com idade superior a 65 anos e nenhuma reação adversa específica desta faixa etária foi

relatada.

9. REAÇÕES ADVERSAS

A reação mais comumente relatada é diarreia, que geralmente é leve e ocorre mais

frequentemente com doses mais elevadas.

Em um estudo clínico randomizado, controlado com placebo, que investigou a

prevenção de metástases esqueléticas em câncer de mama primário operável, 1.079

pacientes foram avaliados com relação à segurança, e diarreia sem gravidade foi o

único evento adverso significativamente mais comum no grupo do clodronato (1.600

mg/dia por dois anos) comparado com o grupo do placebo. Em um estudo

9

randomizado controlado com placebo com 5.592 pacientes com idade de 75 anos ou

mais, recebendo 800 mg de clodronato por dia por três anos para a prevenção de

fraturas devido à osteoporose, somente diarreia, náusea e vômito foram aumentados

quando comparados com o placebo.

Estas reações adversas podem ocorrer tanto com o tratamento oral quanto

intravenoso, entretanto a frequência das reações pode diferir.

Classificação por sistema

corpóreo

Comum

≥ 1/100 a < 1/10

Rara

≥ 1/10.000 a < 1/1.000

Distúrbios nutricionais e

do metabolismo

Hipocalcemia

assintomática

Hipocalcemia sintomática

Aumento do hormônio da

paratireoide sérico

associado com redução do

cálcio sérico

Aumento da fosfatase

alcalina sérica*

Distúrbios

gastrointestinais

Diarreia**

Náusea**

Vômito**

Distúrbios hepatobiliares Aumento das

transaminases usualmente

dentro do intervalo

normal

Aumento das

transaminases excedendo

duas vezes o intervalo

normal sem associação

com função hepática

anormal

Distúrbios da pele e dos

tecidos subcutâneos

Reações de

hipersensibilidade

manifestadas como

reações na pele

* em pacientes com doença metastática, pode também ser devido à doença hepática e

óssea.

** normalmente leve

 Experiência pós-comercialização

- Distúrbios oculares:

Têm sido reportadas uveítes com uso de Bonefós (clodronato dissódico) durante a

experiência pós-comercialização. As reações listadas a seguir têm sido relatadas com

outros bisfosfonatos: conjuntivite, episclerite e esclerite.

Conjuntivite somente foi reportada com Bonefós (clodronato dissódico) em um

paciente tratado concomitantemente com outro bisfosfonato. Até o momento,

10

episclerite e esclerite não têm sido relatadas com Bonefós (clodronato dissódico)

(reações adversas da classe bisfosfonatos).

- Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais:

Diminuição da função respiratória nos pacientes asmáticos sensíveis ao ácido

acetilsalicílico (Aspirina®). Reações de hipersensibilidade que se manifestam como

distúrbios respiratórios.

- Distúrbios renais e urinários:

Diminuição da função renal (aumento da creatinina sérica e proteinúria), lesões

renais graves especialmente após infusão intravenosa rápida de doses elevadas de

clodronato (para instruções sobre dosagem, veja item “Posologia e Modo de Usar”).

Foram relatados casos isolados de insuficiência renal, com resultados fatais em casos

raros, especialmente com uso concomitante de anti-inflamatórios não-esteroidais

(AINEs), mais frequentemente o diclofenaco.

- Distúrbios musculoesqueléticos e dos tecidos conectivos:

Foram relatados casos isolados de osteonecrose de mandíbula, principalmente em

pacientes que foram tratados previamente com aminobisfosfonatos como zoledronato

e pamidronato (veja item “Advertências e Precauções”). Dor intensa no osso, nas

articulações e∕ou nos músculos foram reportados em pacientes recebendo Bonefós®

(clodronato dissódico). No entanto, esses casos têm sido incomuns e, em estudos

controlados com placebo, nenhuma diferença foi notada entre pacientes tratados com

placebo e Bonefós® (clodronato dissódico). O aparecimento dos sintomas varia de dias

a muitos meses após o início do tratamento com Bonefós® (clodronato dissódico).

Durante a experiência pós-comercialização, as seguintes reações adversas foram

reportadas com outros bisfosfonatos: fraturas subtrocantéricas atípicas e diafisárias

femorais. Até o momento, essas reações não foram reportadas com Bonefós

(clodronato dissódico) (veja o item “Advertências e Precauções”).

Foi utilizado o termo MedDRA mais apropriado para descrever uma determinada

reação e seus sinônimos e condições relacionadas. Os termos das reações adversas no

item “Reações Adversas” são baseados no MedDRA versão 8.1.

“Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância

Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.”

10. SUPERDOSE

Foram relatados aumentos da creatinina sérica e disfunção renal com doses intravenosas

elevadas de clodronato.

O tratamento da superdose deve ser sintomático. Hidratação adequada deve ser assegurada

e a função renal e o cálcio sérico devem ser monitorados.

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“Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais

orientações.”

MS – 1.7056.0037

Farm. Resp.: Dra. Dirce Eiko Mimura

CRF - SP nº 16532

Fabricado por:

EVER Pharma Jena GmbH

Jena – Alemanha

Importado por:

Bayer S.A.

Rua Domingos Jorge, 1.100

04779-900 – Socorro - São Paulo - SP

C.N.P.J. n.º 18.459.628/0001-15

www.bayerhealthcare.com.br

SAC 0800 7021241

sac@bayer.com

Venda sob prescrição médica

VE0214-CCDS9

1

Histórico de Alteração da Bula

Dados da submissão eletrônica Dados da petição/notificação que altera bula Dados das alterações de bulas

Data do

expediente

No.

Assunto Data do

Assunto Data de

aprovação

Itens de bula Versões

(VP/VPS)

Apresentações

relacionadas

27/06/2014 0509436/14-4

Inclusão

Inicial de

Texto de

Bula – RDC

60/12

Não

aplicável

Não aplicável VP/VPS

Solução

injetável

60mg/mL

04/12/2014 Não aplicável

Notificação

de Texto de

“Como devo usar

este medicamento?”

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

 Propriedades farmacodinâmicas

O clodronato pertence à classe dos bisfosfonatos. É um análogo do pirofosfato natural. Os

bisfosfonatos possuem elevada afinidade por tecidos mineralizados, como o ósseo. “In

vitro”, eles inibem a precipitação do fosfato de cálcio, bloqueiam sua transformação em

hidroxiapatita, retardam a agregação dos cristais de apatita em cristais maiores, assim

como retardam a dissolução destes cristais.

No entanto, o mecanismo de ação mais importante do clodronato é o seu efeito inibitório

sobre a reabsorção óssea osteoclástica. O clodronato inibe a reabsorção óssea induzida de

várias maneiras. Em ratos em crescimento verificou-se que a inibição da reabsorção óssea

promovida por doses elevadas de clodronato causou o alongamento das metáfises de ossos

longos.

Em ratas ovariectomizadas, a reabsorção óssea é inibida após administração subcutânea de

baixas doses como, por exemplo, 3 mg/kg, uma vez por semana. Doses farmacológicas do

clodronato previnem a redução da resistência óssea. A eficácia farmacológica do

clodronato foi demonstrada em diferentes estudos pré-clínicos com modelos experimentais

de osteoporose, inclusive por deficiência estrogênica. O clodronato demonstrou inibir a

reabsorção óssea em uma relação dose-dependente sem causar efeitos deletérios sobre a

mineralização ou sobre outros aspectos da qualidade óssea. O clodronato também inibe a

reabsorção óssea presente na osteodistrofia renal experimental.

A habilidade do clodronato em inibir a reabsorção óssea em humanos foi estabelecida por

meio de estudos histológicos, cinéticos e bioquímicos. No entanto, os mecanismos exatos

da inibição da reabsorção óssea são parcialmente desconhecidos. O clodronato suprime a

atividade dos osteoclastos, reduzindo a concentração do cálcio plasmático e a excreção

urinária do cálcio e da hidroxiprolina. Em mulheres na pré e pós-menopausa, o clodronato

previne a perda óssea no quadril e na espinha lombar, decorrentes do câncer de mama. Não

foi observado qualquer efeito sobre a mineralização óssea normal de indivíduos tratados

com clodronato isoladamente e em doses capazes de promover a inibição da reabsorção

óssea. Em pacientes portadores de câncer de mama e mieloma múltiplo foi observada

diminuição do risco de fraturas.

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 Propriedades farmacocinéticas

Absorção

Como ocorre com outros bisfosfonatos, a absorção gastrointestinal do clodronato é baixa,

aproximadamente 2%. Sua absorção é rápida e o pico da concentração sérica é atingido 30

minutos após uma única administração oral. Devido à elevada afinidade do clodronato pelo

cálcio e outros cátions bivalentes, sua absorção é bastante reduzida quando administrado

concomitantemente com alimentos ou medicamentos que contenham tais íons. Em um

estudo comparativo, no qual a administração de clodronato 2 horas antes do café da manhã

foi utilizada como referência, um intervalo entre a administração e o café da manhã de 0,5

h ou 1,0 h antes do café da manhã, reduziu a biodisponibilidade do clodronato, porém a

diferença não foi estatisticamente significante (biodisponibilidade relativa de 69% e 91%,

respectivamente). Além disso, há uma grande variação inter e intra-individual na absorção

gastrointestinal do clodronato. Apesar da grande variação intra-individual na absorção do

clodronato, a exposição ao mesmo permanece constante durante tratamentos prolongados.

Distribuição e eliminação

A ligação do clodronato à proteína plasmática é baixa e o volume de distribuição é de 20 a

50 L. A eliminação plasmática do clodronato é caracterizada por duas fases distintas: a fase

de distribuição com meia-vida de aproximadamente 2 horas e a fase de eliminação, a qual é

muito lenta devido à forte ligação do clodronato ao tecido ósseo. O clodronato é eliminado

principalmente por via renal. Cerca de 80% do clodronato absorvido aparece na urina após

alguns dias de sua administração. A fração ligada aos ossos, correspondente a cerca de

20% da quantidade absorvida, é excretada mais lentamente e a depuração renal

corresponde a cerca de 75% da depuração plasmática.

Características dos pacientes

Uma vez que o clodronato atua sobre os ossos, não há uma relação clara entre sua

concentração plasmática ou sanguínea com a atividade terapêutica ou reações adversas.

Com exceção da insuficiência renal, a qual diminui a depuração renal do clodronato, o

perfil farmacocinético do clodronato não é afetado por qualquer fator conhecido

relacionado à idade, metabolismo de medicamentos ou outras condições patológicas.

 Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade aguda

Estudos com doses únicas em camundongos e ratos forneceram os seguintes valores de

DL50:

Administração oral Administração intravenosa

> 3.600 mg/kg (camundongo)

2.200 mg/kg (rato)

160 mg/kg (camundongo)

120 mg/kg (rato)

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Em camundongos e ratos, os sinais clínicos de toxicidade aguda consistem em diminuição

da atividade motora, convulsões, inconsciência e dispneia. Em mini-porcos, uma dose

intravenosa de 240 mg/kg foi tóxica após duas ou três infusões.

Tolerância sistêmica

Estudos de toxicidade em doses repetidas com duração de duas semanas a 12 meses foram

realizados em ratos e mini-porcos. Poucas mortes foram reportadas nestes estudos. A

administração intravenosa foi letal para ratos em doses diárias de 140 mg/kg e 160 mg/kg

após 1 a 7 dias. Em mini-porcos, a dose diária de 80 mg/kg após 7 a 13 dias causou vômito

e fraqueza generalizada antes da morte. Em doses orais diárias de 100 a 480 mg/kg em

ratos e 800 mg/kg em mini-porcos, não foi notada mortalidade relacionada à substância em

teste.

Em estudos de toxicidade, o efeito do clodronato foi observado nos seguintes órgãos

(alterações observadas entre parênteses): ossos (esclerose relacionada ao efeito

farmacológico do clodronato); trato gastrointestinal (irritação), sangue (linfopenia, efeito

na homeostase); rins (túbulos dilatados, proteinúria) e fígado (elevação das transaminases

séricas).

Toxicidade reprodutiva

Em estudos com animais, o clodronato não causou danos ao feto, mas altas doses

diminuíram a fertilidade em machos. Após um mês de administração subcutânea a ratos

neonatos, foram encontradas alterações esqueléticas semelhantes à osteopetrose,

relacionadas aos efeitos farmacológicos do clodronato.

Potencial genotóxico e tumorigenicidade

O clodronato não demonstrou potencial genotóxico. Nenhum efeito carcinogênico tem sido

observado em estudos com ratos e camundongos.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES:

Deve ser mantida hidratação adequada durante o tratamento com clodronato,

principalmente quando administrado por infusão intravenosa e em pacientes com

hipercalcemia ou insuficiência renal.

Em pacientes com insuficiência renal, Bonefós (clodronato dissódico) deve ser

administrado com precauções adicionais (veja o item “Posologia e Modo de Usar”

para ajustar a dose em pacientes com insuficiência renal).

A administração intravenosa de clodronato em doses muito mais elevadas que as

recomendadas, especialmente se administrada rapidamente, pode causar danos renais

graves.

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Foi relatada osteonecrose de mandíbula, geralmente associada com extração de dente

e/ou infecção local (incluindo osteomielite), em pacientes com câncer com esquema de

tratamento incluindo bisfosfonatos intravenoso e oral. Muitos destes pacientes

estavam recebendo também quimioterapia e corticosteroides.

Tratamento odontológico preventivo deve ser considerado antes do tratamento com

bisfosfonatos nos pacientes com fatores de risco concomitantes (por exemplo, câncer,

quimioterapia, radioterapia, corticosteroides, pouca higiene dental) e os

procedimentos dentários invasivos devem ser evitados enquanto os pacientes

estiverem sendo tratados com bisfosfonatos.

Fraturas subtrocantéricas atípicas e diafisárias femorais foram relatadas em terapia

com bisfosfonatos, principalmente em pacientes em tratamento de longo prazo para

osteoporose. Até o momento, essas fraturas não foram relatadas com Bonefós

(clodronato dissódico). Essas fraturas transversas ou oblíquas curtas podem ocorrer

em qualquer parte ao longo do fêmur, desde logo abaixo do trocânter menor até um

pouco acima do alargamento supracondilar. Essas fraturas ocorrem

espontaneamente ou após trauma mínimo e alguns pacientes sentem dores na coxa ou

na virilha, frequentemente associada com imagem característica de fraturas por

estresse, semanas a meses antes de apresentar-se com fratura femoral completa.

Frequentemente as fraturas são bilaterais; portanto o fêmur contralateral deve ser

examinado em pacientes tratados com bisfosfonatos que tenham sofrido uma fratura

de diáfise do fêmur. Também tem sido relatada má cicatrização dessas fraturas.

A descontinuação da terapia com bisfosfanatos em pacientes com suspeita de fratura

atípica do fêmur deve ser considerada dependendo da avaliação do paciente, baseado

em uma avaliação individual risco/benefício.

Durante o tratamento com bisfosfonatos, os pacientes devem ser alertados a

comunicar qualquer dor no quadril, coxa ou virilha, e os pacientes com tais sintomas

devem ser avaliados para uma fratura de fêmur incompleta.

 Gravidez e lactação

Embora o clodronato atravesse a barreira placentária em animais, não se sabe se ele

passa para o feto em humanos. Também não se sabe se causa danos ao feto ou se afeta

a reprodução em humanos. Portanto, o clodronato não deve ser utilizado por

gestantes, a menos que as vantagens terapêuticas superem claramente quaisquer

riscos. Não se sabe se o clodronato é excretado com o leite materno. Uma vez que

muitos medicamentos são excretados com o leite materno e devido ao potencial do

clodronato para reações adversas clinicamente significativas em lactentes, não é

recomendado amamentar durante o tratamento com clodronato.

Categoria D: “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem

orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de

gravidez.”

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 Efeitos na habilidade de dirigir ou operar máquinas

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.