Bula do Detimedac para o Profissional

Bula do Detimedac produzido pelo laboratorio Opem Representação Importadora Exportadora e Distribuidora Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Detimedac
Opem Representação Importadora Exportadora e Distribuidora Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO DETIMEDAC PARA O PROFISSIONAL

Dacarbazina

Pó liófilo injetável

200 mg

Opem Representação Importadora Exportadora e

Distribuidora Ltda

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES:

Embalagem com 10 frascos-ampola contendo 200 mg de dacarbazina.

USO INTRAVENOSO

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS DE IDADE

COMPOSIÇÃO:

Cada frasco-ampola de dacarbazina 200 mg contém:

dacarbazina............................................................................. 200 mg

excipientes* q.s.p..................................................................... 1 frasco-ampola

*Excipientes: ácido cítrico, manitol.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

dacarbazina é indicado no tratamento de melanoma maligno metastático. Além disto, dacarbazina é indicado na doença de Hodgkin,

como uma terapia de segunda linha, quando em combinação com outros agentes eficazes.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

•MELANOMA MALIGNO:

A eficácia da dacarbazina no tratamento do melanoma metastático foi avaliada em vários estudos clínicos.

Segundo a revisão de Serrone e cols

1

, a monoterapia com dacarbazina determina uma taxa de resposta objetiva de aproximadamente 20%,

com uma duração de resposta mediana de 5 (cinco) a 6 (seis) meses e taxas de resposta completa de 5%.

No estudo de Middleton e cols.

2

, a dacarbazina na dose inicial de 250 mg/m

/dia durante 5 (cinco) dias a cada 21 (vinte e um) dias foi

administrada a 149 (cento e quarenta e nove) pacientes ≥ 18 (dezoito) anos de idade portadores de melanoma metastático avançado

cirurgicamente irresecável. Os pacientes deveriam ter doença mensurável e performance status (OMS) ≤ 2. Foram excluídos pacientes

que já haviam recebido tratamento prévio para doença metastática (exceto radioterapia local), ou que apresentavam metástases em

sistema nervoso central (SNC). Na população com intenção de tratamento (ITT), o tempo de sobrevida mediano foi de 6,4 meses e o

tempo de sobrevida livre de progressão mediano foi de 1,5 meses. Resposta completa (RC), parcial (RP) e estabilização da doença foram

observadas, respectivamente, em 2,7%, 9,4% e 15,8% dos pacientes tratados. Dentre os pacientes respondedores (RC e RP), o tempo de

sobrevida global mediano foi de 20 (vinte) meses.

Vários estudos avaliaram regimes de quimioterapia, ou bioquimioterapia, contendo dacarbazina. Legha e cols.

3

analisaram a atividade

antitumoral e a toxicidade do regime, contendo cisplatina (20 mg/m

/d por 4 (quatro) dias), vinblastina (1,6 mg/m

/d por 4 (quatro) dias)

e dacarbazina (800 mg/m

IV no dia 1 (um)) em combinação com interferon alfa (5 x 10

6

U/m

/d SC por 5 dias) e interleucina-2 (9 x 10

UI/m

/d IV por infusão contínua, por 4 (quatro) dias), repetidos a intervalos de 21 (vinte e um) dias, em 53 (cinquenta e três) pacientes

portadores de melanoma metastático com lesões mensuráveis, performance status (ECOG) ≤ 2 e sem metástases sintomáticas em SNC. A

resposta foi avaliada após dois ciclos, e os pacientes que responderam continuaram o tratamento até um total de seis ciclos. Onze

pacientes (21%) alcançaram RC e 23 (vinte e três) pacientes (43%) alcançaram RP, totalizando 64% de resposta objetiva global, a qual

teve duração mediana de 6,5 meses. Considerando-se todos os pacientes, o tempo mediano para progressão da doença foi de 5 (cinco)

meses e a sobrevida mediana foi de 11,8 meses.

Eton e cols.

4

realizaram um estudo clínico de fase III para comparar os efeitos da quimioterapia com cisplatina, na dose de 20 mg/m

, nos

dias 1- 4 e 22-25, vinblastina na dose de 2 mg/m

nos dias 1-4 e 22-25 e dacarbazina 800 mg/m

nos dias 1 e 22 (CVD), com aqueles da

bioquimioterapia sequencial, que consistia no regime CVD (com vinblastina na dose de 1,5 mg/m

) mais interleucina-2 administrada

como infusão contínua em 24 (vinte e quatro) horas, na dose de 9 MUI/m

, nos dias 5-8, 17-20 e 26-29 e interferon alfa-2b, na dose de 5

MU/m

SC, nos dias 5-9, 17-21 e 26-30. Cada curso de tratamento consistia de dois ciclos de 21 (vinte e um) dias de quimioterapia dados

em um período de 6 (seis) semanas. Os pacientes foram avaliados a cada 6 (seis) semanas e aqueles com evidência de redução tumoral

repetiam o tratamento. Dentre os 190 (cento e noventa) pacientes incluídos, 91 (noventa e um) foram avaliáveis para o regime de

bioquimioterapia e 92 (noventa e dois) para o regime de quimioterapia. As taxas de resposta foram de 48% para a bioquimioterapia e

25% para a quimioterapia (p=0,001), enquanto o tempo para progressão mediano foi de 4,9 e 2,4 meses, e a sobrevida mediana foi de

11,9 e 9,2 meses, respectivamente. Naqueles pacientes que apresentaram RC ou RP ao tratamento, a sobrevida mediana foi de 18,7 meses

no grupo que recebeu bioquimioterapia e 15,4 meses no grupo que recebeu quimioterapia.

Atkins e cols.

5

randomizaram 395 (trezentos e noventa e cinco) pacientes portadores de melanoma metastático progressivo com doença

mensurável e com performance status (ECOG) < 2 para receber o regime CVD (cisplatina 20 mg/m

/d nos dias 1-4; vinblastina 1,2

mg/m

/d nos dias 1-4; dacarbazina 800 mg/m

no dia 1; n=195) isoladamente, ou em combinação com interleucina-2 (9 MUI/m

nos dias

1-4) e interferon alfa-2b (5 MU/m

nos dias 1-5, 8, 10 e 12; n=200) a cada 21 (vinte e um) dias por um máximo de quatro ciclos. A

resposta tumoral foi avaliada após os ciclos 2 (dois) e 4 (quatro) e, a seguir, a cada 3 (três) meses. A taxa de resposta foi de 19,5% no

grupo que recebeu bioquimioterapia, e 13,8% no grupo CVD (p =0,140). A sobrevida livre de progressão mediana foi significativamente

mais longa com o regime de bioquimioterapia que com o regime CVD (4,8 versus 2,9 meses; p = 0,015), embora isso não tenha se

traduzido em vantagem na sobrevida global mediana (9,0 versus 8,7 meses), ou na porcentagem de pacientes vivos após 1 (um) ano (41%

versus 36,9%).

• DOENÇA DE HODGKIN:

A eficácia da dacarbazina, como parte do regime ABVD, foi avaliada em vários estudos clínicos, no tratamento da Doença de Hodgkin.

Duggan e cols

compararam o regime que alterna os esquemas MOPP (mecloretamina, vincristina, procarbazina e prednisona) e ABV

(MOPP/ABV) com o regime ABVD (doxorrubicina 25 mg/m

, bleomicina 10 mg/m

, vinblastina 6 mg/m

e dacarbazina 375 mg/m

nos

dias 1 e 15) isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin avançada. Um total de 856 (oitocentos e cinquenta e seis) pacientes com

doença histologicamente confirmada nos estádios III2A, IIIB, ou IV, ou que haviam experimentado recidiva após radioterapia foram

randomizados para uma das duas modalidades de tratamento. As taxas de remissão completa (76% versus 80%), sobrevida livre de

falência em 5 (cinco) anos (63% versus 66%) e sobrevida global em 5 (cinco) anos (82% versus 81%) foram semelhantes entre os grupos

ABVD e MOPP/ABV, respectivamente. Uma vez que o regime MOPP/ABV foi associado com maior incidência de toxicidade aguda

pulmonar e hematológica (efeitos adversos de outras drogas antineoplásicas), síndrome mielodisplásica e leucemia, os autores concluíram

que o regime ABVD deveria ser considerado o regime padrão no tratamento da doença de Hodgkin avançada.

Straus e cols

7

tiveram como objetivo determinar se a combinação de quimioterapia e radioterapia (terapia combinada) era superior à

quimioterapia isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin nos estádios IA, IB, IIA, IIB e IIIA sem massa tumoral. Os pacientes

foram randomizados para receber seis ciclos do regime ABVD a cada 28 (vinte e oito) dias isoladamente ou seguido de radioterapia

(3600 cGy). Dos 69 (sessenta e nove) pacientes avaliáveis em cada grupo, 94% alcançaram remissão completa. Em 60 (sessenta) meses, a

duração da remissão completa e sobrevida global no grupo de terapia combinada versus ABVD isoladamente foram 91% versus 87% e

97% versus 90%, respectivamente, não se evidenciando diferenças estatisticamente significativas entre as duas modalidades de

tratamento.

Bonadonna e cols

8

compararam o tratamento com quatro ciclos do regime ABVD seguido por irradiação nodal subtotal, ou por

radioterapia da área envolvida em 136 (cento e trinta e seis) pacientes, com doença de Hodgkin nos estádios IA, IB e IIA. Remissão

completa foi alcançada em 100% e 97% dos pacientes, e as taxas de sobrevida global foram de 96% e 94%, respectivamente. Os autores

concluíram que o regime ABVD seguido por radioterapia da área envolvida pode ser considerado uma modalidade de tratamento efetiva

e segura na Doença de Hodgkin inicial.

Engert e cols

9

compararam a terapia combinada (dois ciclos de ABVD seguidos por radioterapia estendida) com a radioterapia estendida

isoladamente em 650 (seiscentos e cinquenta) pacientes com Doença de Hodgkin recém-diagnosticada nos estádios IA a IIB. Após um

período de observação mediano de 87 (oitenta e sete) meses, não houve diferenças entre os dois grupos de tratamento, na taxa de RC

(95% e 94%, respectivamente) e na sobrevida global (92% e 94%, respectivamente); porém, houve mais recidivas nos pacientes tratados

apenas com radioterapia (22%) em relação aos que receberam terapia combinada (3%), o que demonstrou que esta última é mais eficaz

que a radioterapia isolada.

Os resultados do tratamento para Linfoma de Hodgkin em pediatria com esquemas quimioterápicos que incluem a dacarbazina tem se

mostrado animadores.

Weiner et al

10

conduziram um estudo randomizado empregando 8 ciclos de MOPP (mostarda nitrogenada, vincristina, procarbazina e

prednisona) e ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina), associado ou não a radioterapia em baixas doses, em 183

crianças e adolescentes com estadio IIB, IIIA2, IIIB e IV. A remissão completa foi obtida em 90% dos casos após o término dos oito

ciclos de quimioterapia. A sobrevida livre de eventos e a sobrevida global estimadas em 5 anos foi de 79% e 92%, respectivamente. A

sobrevida livre de eventos em 5 anos para o grupo que recebeu apenas quimioterapia foi de 79%, enquanto para aqueles que receberam

também radioterapia foi de 80%, sugerindo que, com o advento da quimioterapia MOPP-ABVD, a radioterapia em baixas doses não

melhora a SLE e a SG nesses pacientes.

Estudo retrospectivo brasileiro avaliou 69 crianças entre 2 e 18 anos (mediada de 11 anos) com doença de Hodgkin. Até 1996, a terapia

utilizada era adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina / vincristina, procarbazina, prednisona e adriamicina (ABVD/OPPA).

Após 1996, a terapia utilizada foi ABVD. A sobrevida global com resposta completa foi de 94,2%, a SLE foi de 87% e a duração

mediana de seguimento de 82 meses (12-332 meses)

11.

A tabela abaixo compila os resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas utilizando

dacarbazina

12

.

Tabela: Resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas utilizando dacarbazina

Quimioterapia

Stanford

Radioterapia Estadio No.

Pacientes

Sobrevida

livre de

eventos

livre de doença

MOPP/3ABVD

Sim I-IV 57 96% - 93%

St. Jude

4-5 COP(P)/3-

4 ABVD

Sim II-IV 85 - 93% 93%

Pediatric Oncology Group

MOPP/4ABVD

Sim IIB, IIIA2,

IIIB-IV

80 80% - 87%

62 77% - 91%

Children’s Cancer Group

6 ABVD Sim III-IV 54 87% - 90%

12 ABVD Sim III-IV 64 87% - 89%

SFOP MDH-

82

4 ABVD Sim I-IIA 79 - 90% 92%

MOPP/2ABVD

Sim I-IIA 67 - 87%

Sim I-II 31 - 89%

Sim III 40 - 82%

Sim IV 21 - 62%

Adaptado de Hudson MM, Onciu M e Donaldson SD. Hodgkin Disease. Pizzo PA, Poplack DG, (edis.).

Principles and practice of pediatric oncology. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers; 2010 acesso on line.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

•FARMACODINÂMICA

Embora o mecanismo de ação exato da dacarbazina seja desconhecido, existem três hipóteses prováveis:

1 - inibição da síntese de DNA pela ação como um análogo de purina;

2 - ação como um agente alquilante;

3 - interação com grupos SH.

• FARMACOCINÉTICA

Após administração intravenosa de dacarbazina, o volume de distribuição excede o conteúdo total de água corpórea, o que sugere a

localização em alguns tecidos corpóreos, provavelmente o fígado. A curva de desaparecimento no plasma é bifásica, com uma meia vida

inicial de 19 (dezenove) minutos e uma meia-vida terminal de 5 (cinco) horas. Em um paciente com disfunções hepática e renal, as

meias-vidas foram aumentadas para 55 (cinquenta e cinco) minutos e 7,2 horas, respectivamente.

A excreção cumulativa média de dacarbazina inalterada na urina é 40% da dose injetada em 6 (seis) horas. A dacarbazina está mais

sujeita à secreção tubular renal do que à filtração glomerular. Em concentrações terapêuticas, a dacarbazina não se liga apreciavelmente

às proteínas plasmáticas. No homem, a dacarbazina é amplamente degradada. Além da dacarbazina inalterada, 5-aminoimidazol-4-

carboxamida (AIC) é o maior metabólito da dacarbazina excretado na urina.

4. CONTRAINDICAÇÕES

O uso deste medicamento é contraindicado em caso de hipersensibilidade conhecida à dacarbazina e/ou aos demais componentes da

formulação.

Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em

caso de suspeita de gravidez.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

A depressão hematopoiética é a toxicidade mais comum com dacarbazina e envolve primariamente os leucócitos e plaquetas, embora

anemia possa ocorrer algumas vezes. Leucopenia e trombocitopenia podem ser suficientemente graves, para causar a morte. Uma

depressão da medula óssea requer cuidadosa monitorização das contagens de leucócitos, eritrócitos e plaquetas.

A toxicidade hematopoiética pode justificar uma suspensão temporária, ou interrupção da terapia com dacarbazina. Toxicidade hepática

acompanhada por trombose da veia hepática e necrose hepatocelular, resultando em morte foi relatada. A incidência de tais reações foi

baixa, aproximadamente 0,01% dos pacientes tratados. Esta toxicidade foi observada principalmente quando a dacarbazina foi

administrada concomitantemente com outras medicações antineoplásicas; entretanto, foi também relatada em alguns pacientes tratados

somente com dacarbazina. Pode ocorrer anafilaxia após administração de dacarbazina Hospitalização não é sempre necessária; porém,

exames laboratoriais adequados devem estar disponíveis. O extravasamento subcutâneo da medicação durante a administração I.V. pode

resultar em dano ao tecido e dor de forte intensidade. Dor local, sensação de ardência e irritação no local de injeção podem ser aliviados

por aplicação local de compressa quente.

A carcinogenicidade da dacarbazina foi estudada em ratos e camundongos. Lesões endocárdicas proliferativas, incluindo fibrocarcinomas

e sarcomas, foram induzidas pela dacarbazina em ratos. Em camundongos, a administração de dacarbazina resultou na ocorrência de

angiosarcomas do baço.

É recomendado que dacarbazina seja administrado sob supervisão de um médico qualificado com experiência, no uso de agentes

quimioterápicos. No tratamento de cada paciente, o médico deve estudar cuidadosamente a possibilidade de atingir o benefício

terapêutico contra o risco de toxicidade.

A dacarbazina demonstrou ser teratogênica em ratos quando administrada, em doses 20 (vinte) vezes a dose diária humana no 12º dia de

gestação. A dacarbazina quando administrada em doses 10 (dez) vezes superiores a humana em ratos machos (2 (duas) vezes por semana

por 9 (nove) semanas) não afetou a libido; contudo, as fêmeas acasaladas tiveram maior incidência de reabsorção que os controles. Em

coelhos, doses diárias de dacarbazina 7 (sete) vezes a dose diária humana administrada nos 6º - 15º dias de gestação resultaram em

anormalidade no esqueleto do feto. Não existiram estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. A dacarbazina somente

deve ser usada durante a gravidez se o benefício justificar o risco potencial para o feto. Não se sabe se este fármaco é excretado no leite

humano. Devido a vários medicamentos serem excretados no leite humano e ao potencial para tumorigenicidade demonstrada pela

dacarbazina em estudos em animais, deve ser tomada uma decisão entre continuar a amamentação, ou descontinuação do fármaco,

levando-se em conta a importância da medicação para a mãe.

USO NA GRAVIDEZ

Categoria de risco D: O fármaco demonstrou evidências positivas de risco fetal humano; no entanto, os benefícios potenciais para a

mulher podem, eventualmente, justificar o risco, como por exemplo, em casos de doenças graves, ou que ameaçam a vida, e para as quais

não existam outros fármacos mais seguros.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em

caso de suspeita de gravidez.

EFEITOS SOB A CAPACIDADE DE DIRIGIR OU OPERAR MÁQUINAS

A dacarbazina pode influenciar a habilidade de dirigir ou operar máquinas devido a seus efeitos sobre o sistema nervoso central e por seu

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Existem relatos de que a dacarbazina, bem como outros antineoplásicos, podem afetar o comportamento de vários fármacos, incluindo:

digoxina, anticoagulantes orais, fenitoína, suxametônio, diminuição de resposta a vacinas. A dacarbazina reduz os efeitos da levodopa.

Por meio de efeito sinérgico, a dacarbazina aumenta o risco de depressão da medula óssea, quando administrada concomitantemente com

paclitaxel, teniposídeo, topotecana e vinorelbina. Recomenda-se cautela quando dacarbazina for administrada com algum desses

medicamentos. A dacarbazina é metabolizada pelo citocromo P450 (CYP1A1, CYP1A2 e CYP2E1), o que deve ser levado em

consideração se outros fármacos metabolizados por essas enzimas hepáticas forem coadministrados. Também deve ser evitado o consumo

de erva de São João durante o tratamento com dacarbazina (pode causar fotossensibilidade).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar o produto em temperatura entre 15ºC e 25ºC, protegido da luz e umidade.

Observar o prazo de validade no rótulo, que é de 36 meses após a data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Após preparo (reconstituição), o produto deve ser utilizado imediatamente.

Após aberto, descartar qualquer quantidade remanescente no frasco.

Características físicas: pó branco ou amarelo claro.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no

aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

O frasco-ampola de 200 mg deve ser reconstituído com 19,7 mL de água para injeção USP (volume final de 20 mL). A solução resultante

apresenta pH de 3 a 4 e contém dacarbazina na concentração de 10 mg/mL. A dose calculada da solução é retirada com uma seringa e

administrada somente por via intravenosa. A solução reconstituída pode ser diluída posteriormente, com 200 a 500 mL de soro glicosado

a 5% ou soro fisiológico 0,9% e administrada como uma infusão IV, durante um período de 30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos. Infusões

rápidas podem causar irritação venosa. A concentração da solução de dacarbazina infundida não pode ser maior do que 10 mg/mL.

Procedimento para o manuseio adequado e utilização de fármacos antineoplásicos devem ser considerados. A solução de dacarbazina é

quimicamente incompatível com heparina, hidrocortisona e L-cisteína.

A dacarbazina não deve ser administrada por via oral, subcutânea, ou intramuscular, pois pode causar lesões e dor intensa nos locais de

aplicação.

A reconstituição e o manuseio da dacarbazina devem ser feitos por pessoal especializado na manipulação de fármacos antineoplásicos,

que deverão usar vestimenta apropriada, como aventais, gorros, máscaras e luvas descartáveis. Deverá ser designada uma área para

reconstituição (preferivelmente sob um sistema de fluxo laminar vertical) e a superfície de trabalho deverá ser protegida com papel

absorvente descartável. Todos os itens utilizados para reconstituição, administração ou limpeza deverão ser classificados de alto risco,

devendo ser colocados em sacolas fechadas e incinerados. Funcionárias grávidas deverão ser excluídas da manipulação com este fármaco.

Se houver contato do produto com a pele, lavar imediatamente com água e sabão. Se houver contato com membranas mucosas, lavar a

região com água.

POSOLOGIA

• MELANOMA MALIGNO:

A dosagem recomendada é de 2 a 4,5 mg/Kg/dia IV por 10 dias. O tratamento pode ser repetido em intervalos de 4 (quatro) semanas.

Uma dosagem recomendada alternativa é de 250 mg/m

2

dia IV por 5 (cinco) dias. O tratamento pode ser repetido a cada 3 (três) semanas.

• DOENÇA DE HODGKIN:

A dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da Doença de Hodgkin é 150 mg/m

por 5 (cinco) dias, em combinação com

outros fármacos eficazes. O tratamento pode ser repetido a cada 4 (quatro) semanas. Uma dosagem recomendada alternativa é de 375

mg/m

, em combinação com outras doses eficazes, nos dias 1e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada 4

(quatro) semanas, contando a partir do dia 1 de tratamento.

POPULAÇÕES ESPECIAIS:

Em pacientes com insuficiência renal ou hepática leves, não é necessário ajuste de dose. Em pacientes com insuficiência renal e hepática

combinadas, a eliminação da dacarbazina é prolongada; no entanto, não há reduções de doses validadas.

USO EM PACIENTES IDOSOS:

dacarbazina pode ser usada por pessoas acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade desde que sejam observadas as precauções comuns

ao produto.

USO PEDIÁTRICO (ACIMA DE 2 (DOIS) ANOS DE IDADE):

A dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da Doença de Hodgkin na população pediátrica é de 375 mg/m

, em combinação

com outras doses eficazes, nos dias 1e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada 4 (quatro) semanas, contando a

partir do dia 1 de tratamento.

9. REAÇÕES ADVERSAS:

As reações tóxicas mais frequentemente observadas são sintomas de anorexia, náusea e vômito. Mais de 90% dos pacientes são afetados

com as doses iniciais. Os vômitos persistem por 1 (um) – 12 (doze) horas e são atenuados com fenobarbital e/ou proclorperazina.

Raramente, em casos de náusea, ou vômito, houve necessidade de descontinuação da terapia. É muito rara a ocorrência de casos de

diarreia. Propõe-se a restrição ao paciente da ingestão de alimentos por 4 (quatro) – 6 (seis) horas, antes do tratamento. A rápida

tolerância a esses sintomas sugere que um mecanismo do SNC possa estar envolvido, e geralmente estes sintomas diminuem após o

primeiro, ou segundo dia. Alguns pacientes experimentam sintomas semelhantes à gripe, com febre a 39°C, mialgias e mal-estar. Estes

sintomas geralmente ocorrem após administração de uma dose única elevada; podem persistir por vários dias e podem acontecer com

tratamentos sucessivos. Alopécia, rubor facial e parestesia facial foram observados. Foram relatados poucos casos de anormalidades nos

testes de função renal (achado anormal de exame químico do sangue, não especificado), ou hepática em seres humanos, após a

administração de dacarbazina. Raramente, podem ocorrer reações de fotossensibilidade. Entretanto, estas anormalidades foram

constatadas mais frequentemente nos estudos em animais. Eritemas e exantema urticariforme foram observados com menor frequência,

após administração de dacarbazina.

Os efeitos adversos da dacarbazina são apresentados em ordem de gravidade decrescente na tabela abaixo:

FREQUÊNCIA DAS REAÇÕES ADVERSAS

Muito comuns

> 1/10 (> 10%)

Anorexia

Náuseas e vômitos

Comuns (frequentes)

> 1/100 e < 1/10 (> 1% e < 10%)

Anemia, leucopenia, trombocitopenia

Incomuns (infrequentes)

> 1/1.000 e < 1/100 (> 0,1% e < 1%)

Sintomas semelhantes a gripe (Febre com calafrios; Mialgia)

Alopecia

Hiperpigmentação

Fotosensibilidade

Raras

> 1/10.000 e < 1.000 (> 0,01% e < 0,1%)

Irritação no local da aplicação

Eritema, exantema, urticária

Reações anafiláticas

Insuficiência renal

Elevação das enzimas hepáticas

Necrose hepática devido à doença venooclusiva do fígado

Diarreia

Rubor facial

Pancitopenia (Hipoplasia medular)

Agranulocitose

Cefaleia

Diminuição da acuidade visual

Letargia

Convulsões

Parestesia cutânea facial

Muito raras

< 1/10.000 (< 0,01%)

-

Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.