Bula do Doralgina para o Profissional

Bula do Doralgina produzido pelo laboratorio Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Doralgina
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.a - Profissional

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BULA COMPLETA DO DORALGINA PARA O PROFISSIONAL

Doralgina®

(dipirona + mucato de isometepteno + cafeína)

Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.

Drágeas

dipirona 300mg + mucato de isometepteno 30mg +

cafeína 30mg

Solução oral (Gotas)

dipirona 300mg/mL + cloridrato de isometepteno

50mg/mL + cafeína 30mg/mL

- Bula para o profissional da saúde 1

I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:

DORALGINA®

DRÁGEAS

dipirona, mucato de isometepteno, cafeína

SOLUÇÃO ORAL - GOTAS

APRESENTAÇÕES

Drágeas de 300mg (dipirona) + 30mg (mucato de isometepteno) + 30mg (cafeína).

Embalagens com 20 ou 100 drágeas

Solução Oral: Gotas de 300mg/ml (dipirona) + 50mg/ml (cloridrato de isometepteno) + 30mg/ml

(cafeína).

Embalagem contendo 1 frasco de 15mL

VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 ANOS - DORALGINA®

USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 1 ANO – DORALGINA®

SOLUÇÃO ORAL

COMPOSIÇÃO

Cada drágea contém:

dipirona...........................................................................................................................300mg

mucato de isometepteno...................................................................................................30mg

cafeína..............................................................................................................................30mg

excipientes q.s.p..........................................................................................................1 drágea

(amido, metabissulfito de sódio, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, povidona, estearato de

magnésio, goma laca, talco, sacarose, goma arábica, gelatina, corante sicovit marrom, carbonato de

cálcio, dióxido de titânio, macrogol, cera de abelha e cera de carnaúba).

Cada mL (30 gotas) da solução oral contém:

cloridrato de isometepteno................................................................................................50mg

cafeína...............................................................................................................................30mg

veículo - q.s.p - ..................................................................................................................1mL

(ciclamato de sódio, edetato de dissódico, matabissulfito de sódio, benzoato de sódio, sorbitol, essência de

menta, sacarina sódica e água).

- Bula para o profissional da saúde 2

II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE:

1. INDICAÇÕES

Como analgésico e antiespasmódico, indicado para o tratamento de diversos tipos de cefaleias ou de dor

abdominal tipo cólica.

2. RESULTADO DE EFICÁCIA

O uso combinado de analgésicos e adjuvantes, como a cafeína e o isometepteno que também possuem

atividades antinociceptivas próprias, vem sendo cada vez mais considerado na terapia da dor,

principalmente porque alguns tipos de dor não são fáceis de aliviar com os analgésicos convencionais.1

A atividade analgésica da dipirona está incontestavelmente comprovada através de vários estudos clínicos

e das evidências proporcionadas pelo intenso uso em várias décadas, e uma revisão do seu uso em

cefaleias primárias agudas permitiu a conclusão que a dipirona é efetiva no tratamento das crises de

cefaleia tensionais e de enxaquecas, sem que se observe uma incidência importante de eventos adversos

sérios nem de agranulocitose.2

O sinergismo da cafeína sobre os efeitos antinociceptivos da dipirona

foram confirmados em um estudo com animais1

e em humanos3

tendo sido observado um início de ação

mais rápido com a associação do que com a dipirona isolada.3

A associação do isometepteno com

analgésicos foi considerada melhor alternativa à ergotamina no tratamento de cefaleias vasculares.4

A eficácia da associação dipirona, isometepteno e cafeína (2 drágeas em dose única) foi avaliada por

Klapetek5

em comparação com a combinação tartarato de ergotamina e cafeína (TEGK) e com placebo

(doses únicas) em dois estudos clínicos duplo-cegos em 172 crises de enxaqueca. A intensidade da dor

(ID), avaliada por uma escala de quatro pontos (3=muito forte; 0=ausente), apresentou redução no

período de avaliação de duas horas com o uso das medicações ativas (associação entre dipirona,

isometepteno e cafeína – ID0=1,86→ID120=0,78; TEGK - ID0=1,93→ID120=0,87; NS). A ação analgésica

foi mais consistente e constante durante todo o período de avaliação com a associação entre dipirona,

isometepteno e cafeína do que com o comparador ou com o placebo. Esse mesmo autor complementou o

primeiro estudo em mais 40 pacientes confirmando um efeito analgésico da associação maior em relação

ao tempo, quando comparado com o placebo.6

Um estudo randomizado comparou a eficácia da associação entre dipirona, isometepteno e cafeína com a

da combinação di-hidroergotamina, cafeína, butalbital e aminofenazona e a do placebo em pacientes com

enxaquecas e cefaleias. Os resultados mostraram eficácia similar com o uso das medicações ativas e

superioridade significante em relação ao placebo.7

A eficácia, a tolerabilidade e a consistência da associação entre dipirona, isometepteno e cafeína na

terapia de crises de cefaleia primária leve a moderada foram comparadas com as do paracetamol e as do

placebo em um estudo, duplo-cego, randomizado e duplo-cruzado.8

Foram avaliadas 243 crises em 81

pacientes, havendo redução da dor em 72,5% com a associação entre dipirona, isometepteno e cafeína

(duas drágeas), 54,5% com o paracetamol (1000mg) e 49,2% com o placebo. A redução média da

intensidade da dor foi maior com a associação entre dipirona, isometepteno e cafeína do que com o

placebo e com o paracetamol (P<0,001; aos 90 min/120 min). Menos pacientes necessitaram medicação

de resgate com o uso da associação entre dipirona, isometepteno e cafeína (18,4%) do que com o

paracetamol (37,7%; P=0,008) e o placebo (43,8%; P=0,0007). Não ocorreram eventos adversos graves.

Referências bibliográficas:

1. Diaz-Reval MI et al. Cir Ciruj 2008; 76:241-6.

2. Ramacciotti AS, Soares BG, Atallah AN. Cochrane Database Syst Rev 2007;18(2):CD004842.

3. Carvalho DS, Rabello GD, Figueiró JAB. RBM – Rev Bras Med 2007;64(6):273-8.

4. Johnson DE. Clin Med 1970;77:33-36.

5. Klapetek J. Med Welt 1973;24(18):745-7.

6. Klapetek J. Acta Universitatis Palackiananae Olomucensis 1974;74:249-57.

7. Forti F, Tannous P. Folha Med 1981;82(1):61-2.

8. Carvalho DS. Migrâneas e cefaléias 2009;12(2):78; T055.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Doralgina®

contém como princípios ativos dipirona, mucato de isometepteno e cafeína. A dipirona, um

eficaz analgésico não-opioide, é uma pró-droga que possui, ainda, atividade antipirética e antitérmica

intensamente investigada. É amplamente utilizado na clínica, tanto em uso isolado como combinado a

outros medicamentos. O isometepteno é um simpaticomimético de ação indireta com atividade

vasoconstritora, que apresenta ação analgésica própria e potencializadora de analgésicos. A cafeína é um

derivado xantínico que possui discreta ação sobre o sistema nervoso central e apresenta efeito

- Bula para o profissional da saúde 3

vasoconstritor sobre as artérias cranianas, diminuindo o fluxo sanguíneo e a tensão do oxigênio no

cérebro, podendo contribuir diretamente para o alívio de vários tipos de cefaleias, especialmente das

enxaquecas, além de aumentar a potência dos analgésicos.

Propriedades farmacodinâmicas

A dipirona ou metamizol,é um agente analgésico e antitérmico sintético extraído do alcatrão (anilina),

pertencente ao grupo das pirazolonas. É uma pró-droga que após administração oral é rapidamente

metabolizada, principalmente nos metabólitos ativos MAA (4-metilaminoantipirina) e 4-AA (4-amino-

antipirina). Seu mecanismo de ação é multifatorial, incluindo ações sobre sistema nervoso periférico

(prostaglandinas E1 e E2 e óxido nítrico) e central (por seu sinergismo peptidérgico [k], serotoninérgico

[5HT1] e antagonismo glutaminérgico [NMDA]), como também em diferentes níveis de processamento

da informação dolorosa. O efeito antinociceptivo periférico ocorre tanto por ativação dos canais de K+

sensíveis ao ATP e por inibição da ativação da adenilciclase por substâncias hiperalgésicas como por

bloqueio direto do influxo de cálcio no nociceptor. A ação analgésica central é exercida pelos metabólitos

ativos 4-MAA e 4-AA que são capazes de inibir as cicloxigenases (COX -1,2 e 3) e atuar em vários níveis

sinergicamente com o sistema peptidérgico (endorfina e encefalinas) e serotonina, além de atuar sobre

áreas talâmicas. Sua potência como inibidor da síntese de prostaglandinas é similar à do ácido

acetilsalicílico. A dipirona parece atuar, ainda, sobre os centros hipotalâmicos reguladores da temperatura

para a redução da febre.

O isometepteno é um espasmolítico simpaticomimético de ação indireta com atividade vasoconstritora. A

vasoconstrição é mediada tanto por mecanismos indiretos (uma ação tiramina-símile) como diretos, que

envolvem principalmente um agonismo com os adrenoceptores αA e α2C, enquanto que os

adrenoceptores α1 parecem ter ação limitada. A ação vasoconstritora sobre os vasos sanguíneos cranianos

é especialmente útil no tratamento das enxaquecas. A ação simpaticomimética efetua-se somente sobre a

musculatura lisa, sendo raríssimos, portanto, os efeitos cardíacos e sobre o sistema nervoso central.

A cafeína possui discreta ação sobre o sistema nervoso central estimulando os processos cerebrais,

inclusive a capacidade de concentração e raciocínio. Paralelamente, apresenta uma ação vasoconstritora

sobre as artérias cranianas. Postula-se que possui, ainda, atividade analgésica pelo bloqueio das ações

periféricas pró-nociceptivas da adenosina, ativação da via central de noradenosina e estimulação do

sistema nervoso central com ações subsequentes sobre a percepção da dor. A cafeína ativa, também, os

neurônios noradrenérgicos e parece afetar a liberação de dopamina local. Em alguns tipos de cefaleia e

estados dolorosos a cafeína produz efeito analgésico. A cafeína aumenta a atividade antinociceptiva dos

analgésicos e dos anti-inflamatórios não-esteroides por mecanismos farmacodinâmicos.

Propriedades farmacocinéticas

A dipirona é rapidamente absorvida após administração oral e é hidrolisada no suco gástrico para o

metabólito ativo 4-metilaminoantipirina (4-MAA), mais potente do que a dipirona; o 4-MAA é

metabolizado no fígado em um segundo metabólito ativo, o 4-aminoantipirina (4-AA) e em outros

metabólitos. Níveis plasmáticos são obtidos rapidamente, pois 58% do fármaco se fixam às proteínas

plasmáticas, mas nenhum metabólito se liga extensivamente às proteínas do plasma. Foram detectados os

metabólitos da dipirona no líquido cerebrospinal. A excreção é predominantemente renal; a meia-vida de

eliminação do 4-MAA é de 2-3 horas e a do 4-AA, de 4-5 horas. Os efeitos analgésicos correlacionam-se

com as concentrações dos metabólitos ativos (4-MAA e 4-AA) e alcançam seu máximo em 40-60

minutos após a ingestão, sendo efetivos por 6-8 horas. Os metabólitos da dipirona se distribuem no leite

materno.

O isometepteno pertence à série de aminas alifáticas dos agentes adrenérgicos. É bem absorvida depois da

administração oral, sendo completamente metabolizada preferentemente por oxidação do grupo

dimetilalil em dois isômeros (trans e cis) que são excretados totalmente em até 35 horas. O perfil de

excreção urinária mostra um pico máximo às 5 horas, com a maior parte excretada em menos de 24 horas.

Um metabólito secundário pode ser convertido em haptaminol.

A cafeína, uma metilxantina estruturalmente relacionada à teofilina, é bem absorvida após a

administração oral. A capacidade total de ligação proteica é de 36%. Após a administração oral se

distribui amplamente nos tecidos e, devido à sua lipofilia e ligação proteica limitada, rapidamente

atravessa a barreira hematoencefálica distribuindo-se no fluido cerebrospinal de forma semelhante ao

plasma. Em adultos, o volume de distribuição é de 35 a 40L (0,53 a 0,56L/kg); em pacientes com cirrose

em média 0,38L/kg (0,19 a 0,49L/kg). O metabolismo é essencialmente hepático, ocorrendo os

metabólitos ativos paraxantina, teobromina e teofilina. A excreção no leite materno é considerada segura,

sendo compatível com o aleitamento. A cafeína e seu metabólito teofilina são eliminados na urina. Em

adultos, aproximadamente 1% da dose de cafeína é excretada de forma inalterada na urina; a meia-vida de

eliminação é de 4 a 5 horas.

- Bula para o profissional da saúde 4

4. CONTRAINDICAÇÕES
5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Doralgina®

não deve ser tomada concomitante a bebidas alcoólicas, pois pode ocorrer potencialização dos

efeitos do álcool pela presença da dipirona.

Em pacientes recebendo concomitante tratamento com ciclosporina, os níveis de ciclosporina no plasma

podem ser reduzidos, sendo recomendadas dosagens da concentração plasmática de ciclosporina a

intervalos regulares.

- Bula para o profissional da saúde 5

Pode ocorrer hipotermia grave quando Doralgina®

for associada à clorpromazina.

Podem ocorrer reações hipertensivas graves com o uso concomitante com inibidores da

monoaminoxidase (IMAOs).

A cafeína pode reduzir a ação sedativa dos ansiolíticos (benzodiazepínicos).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO

Doralgina® drágeas - Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30º C). Proteger da luz e umidade.

Doralgina® solução oral - Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30º C). Proteger da luz.

Número de lote, data de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

As drágeas de Doralgina

®

são circulares, semiabauladas e de coloração marrom.

A solução oral de Doralgina®

é um líquido límpido, de coloração amarelada, com sabor de menta.

Antes de usar, observar o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

0729987/13-7

SIMILAR - Inclusão

Inicial de Texto de Bula

- RDC 60/12

31/8/2013 NA Versão inicial

9. REAÇÕES ADVERSAS

As principais reações adversas a Doralgina®

são as reações cutâneas. As reações mais graves são choque

anafilático e discrasias sanguíneas, que raramente ocorrem com o uso da medicação. As frequências de

ocorrência das reações são apresentadas abaixo:

Reação comum (> 1/100 e < 1/10): reações cutâneas (exantema)

Reação rara (< 1/10.000): choque anafilático, discrasias sanguíneas (tais como: agranulocitose,

leucopenia, trombocito-penia), aumento da frequência cardíaca e irritabilidade. Apesar de serem

ocorrências raras, o choque anafilático e as discrasias sanguíneas podem envolver ameaça à vida e podem

ocorrer mesmo se a dipirona tiver sido administrada previamente, sem qualquer efeito adverso.

Doralgina®

- Bula para o profissional da saúde 6

Os sintomas de agranulocitose são: febre alta, sensação de frio, garganta inflamada, dificuldade em

engolir, lesões inflamatórias na boca, nariz e garganta, assim como nas regiões genital e anal. Imediata

interrupção da medicação é a indicação para a completa recuperação. Portanto, se uma inesperada piora

for observada, se a febre não ceder ou se reincidir, ou se lesões dolorosas ocorrerem nas mucosas,

principalmente da boca, nariz ou garganta, o tratamento deve ser imediatamente interrompido.

A trombocitopenia pode levar à tendência de sangramentos, podendo ocorrer pequenas hemorragias na

pele e mucosas. Já o aumento da frequência cardíaca e a irritabilidade são sintomas breves e podem ser

evitados com a redução da dose.

Reações de frequência desconhecida: hipotermia e reações de hipersensibilidade afetando a pele

(exantema), a conjuntiva e as mucosas da cavidade naso-faríngea. Também podem ocorrer efeitos

colaterais simpaticotônicos como náusea, rubor, suor ou dor de cabeça. Esses sintomas desaparecem em

geral com a redução de dose.

Reações em grupos especiais de pacientes (frequência desconhecida): em alguns pacientes, especialmente

aqueles com história de doença renal, ou em casos de superdose, insuficiência renal transitória, como

oligúria e anúria acompanhadas de proteinúria e inflamação do tecido renal (nefrite intersticial) podem ser

observadas.

Crises de asma podem ser observadas em pacientes predispostos.

Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificação em Vigilância Sanitária

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.