Bula do Ésio para o Profissional

Bula do Ésio produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Ésio
Eurofarma Laboratórios S.a. - Profissional

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BULA COMPLETA DO ÉSIO PARA O PROFISSIONAL

Ésio

(esomeprazol sódico)

Bula para profissional da saúde

Pó liofilizado para solução injetável

40mg

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FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:

Embalagens com 10 frascos-ampola contendo 40 mg de esomeprazol.

Uso intravenoso

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO:

Cada frasco-ampola contém:

esomeprazol base *..............................................................................................40 mg

excipientes**.................................................................................... q.s.p. 1frasco mL

* Cada 42,53 mg de esomeprazol sódico equivalem à 40mg de esomeprazol base.

**Excipientes: edetato dissódico e hidróxido de sódio

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Ésio (esomeprazol sódico) é indicado como uma alternativa, quando a terapia oral não é apropriada. A terapia

intravenosa deve constituir apenas uma parte do período de tratamento completo para as seguintes indicações:

• Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

• Prevenção de úlceras gástricas e duodenais em pacientes de risco. São considerados pacientes de risco:

pacientes com idade acima de 60 anos; pacientes com desordens gástricas previamente documentadas; pacientes

em uso concomitante de anticoagulantes e/ou esteróides; pacientes em uso de altas doses de AINEs (anti-

inflamatórios não-esteroidais) ou de múltiplos AINEs.

• Manutenção de curto prazo de hemostasia e prevenção de ressangramento em pacientes com úlceras

hemorrágicas gástricas ou duodenais após terapia endoscópica.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Efeito na secreção ácida gástrica

Após 5 dias da dose oral com 20 mg e 40 mg de esomeprazol, o pH intragástrico maior que 4 foi mantido por um

período médio de 13 e 17 horas, respectivamente, em um período de 24 horas, em pacientes com DRGE

sintomáticos. O efeito é similar independentemente se esomeprazol é administrado por via oral ou intravenosa.

Usando a AUC (área sob a curva) como um parâmetro substituto para a concentração plasmática, foi

demonstrada uma relação entre a inibição da secreção ácida e a exposição, após administração oral de

esomeprazol (Lind T et al. Aliment Pharmacol Ther 2000; 14: 861-7).

Durante administração intravenosa de 80 mg de esomeprazol como infusão em bolus durante 30 minutos,

seguido por infusão intravenosa contínua de 8 mg/h por 23,5 horas, o pH intragástrico foi mantido acima de 4 e 6

por um tempo médio de 21 horas e 11-13 horas, respectivamente, e acima de 24 horas em indivíduos sadios H.

pylori negativos (Sung JJ et al. Ann Intern Med 2009).

Efeitos terapêuticos da inibição ácida

Cicatrização da esofagite de refluxo com 40 mg de esomeprazol ocorre em aproximadamente 78% dos

pacientes, após 4 semanas, e em 93% após 8 semanas de tratamento oral (Richter JE et al. Am J Gastroenterol

2001; 96(3): 656-65).

Em um estudo clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, 764 pacientes com úlceras hemorrágicas

gástricas ou duodenais foram randomizados para receber esomeprazol sódico injetável (n=375) ou placebo

(n=389). Após hemostasia endoscópica, pacientes receberam 80 mg de esomeprazol sódico administrado como

infusão em bolus durante 30 minutos seguido por infusão contínua de 8 mg por hora ou placebo por 72 horas.

Após o período inicial de 72 horas, todos os pacientes receberam esomeprazol 40 mg, por via oral, por 27 dias

para supressão ácida. A ocorrência de ressangramento dentro de 3 dias foi 5,9% no grupo de tratamento

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comparado com 10,3% para o grupo placebo. Aos 7 e 30 dias pós-tratamento, a ocorrência foi de 7,2% vs. 12,9%

e 7,7% vs. 13,6%, respectivamente (Sung JJ et al. Ann Intern Med 2009).

Outros efeitos relacionados com a inibição ácida

Durante o tratamento com substâncias antissecretoras, a gastrina sérica aumenta em resposta à diminuição da

secreção ácida. A cromogranina A (CgA) também aumenta devido à diminuição da acidez gástrica. O nível

aumentado de CgA pode interferir em investigações de tumores neuroendócrinos. Relatos na literatura indicam

que o tratamento com inibidor de bomba de prótons (IBP) deve ser interrompido de 5 a 14 dias antes das

medidas de CgA. As medidas devem ser repetidas se os níveis não forem normalizados neste período.

Um número aumentado de células enterocromafins, possivelmente relacionado com o aumento dos níveis séricos

de gastrina, foi observado em crianças e adultos durante tratamento a longo prazo com esomeprazol

administrado por via oral. Os achados não são considerados de relevância clínica.

Foi relatado que durante o tratamento oral prolongado com fármacos antissecretores, cistos glândulares gástricos

ocorreram em uma frequência relativamente elevada. Essas alterações são uma consequência fisiológica da

inibição pronunciada da secreção ácida, são benignas e parecem ser reversíveis (Maton P et al. Gastroenterology

2000; 118(4): A19 Abs337; Genta RM et al.Gastroenterology 2000; 118(4): A16 Abs326).

Com a acidez gástrica reduzida, qualquer que seja a maneira de ocorrência, incluindo por tratamento com

inibidores da bomba de prótons, há aumento da contagem gástrica de bactérias normalmente presentes no trato

gastrointestinal. Tratamento com inibidores da bomba de prótons pode levar a um leve aumento do risco de

infecções gastrointestinais, como Salmonella e Campylobacter (Dial S et al. CMAJ 2004; 171(1):33-8; Dial S et

al. JAMA 2005; 294 (23): 2989-95). Em pacientes hospitalizados, possivelmente o mesmo também ocorra em

relação ao Clostridium difficile.

Estudos clínicos comparativos

Em cinco estudos cruzados, o perfil do pH intragástrico em 24 horas foi avaliado em 24 pacientes com DRGE

sintomáticos após administração oral de esomeprazol 40 mg, lansoprazol 30 mg, omeprazol 20 mg, pantoprazol

40 mg e rabeprazol 20 mg uma vez ao dia. No quinto dia, o pH intragástrico foi mantido acima de 4,0 por uma

média de 15,3 horas com esomeprazol, 13,3 horas com rabeprazol, 12,9 horas com omeprazol, 12,7 horas com

lansoprazol e 11,2 horas com pantoprazol (p ≤ 0,001 para as diferenças entre esomeprazol e todos os outros

comparadores). O esomeprazol também levou a um aumento significativo na porcentagem de pacientes com pH

intragástrico maior que 4,0 por mais de 12 horas comparado com outros inibidores da bomba de prótons (p <

0,05) (Miner P Jr et al. Am J Gastroenterol 2003; 98: 2616-20).

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

O esomeprazol é o isômero-S do omeprazol e reduz a secreção ácida gástrica através de um mecanismo de ação

específico e direcionado. É um inibidor específico da bomba de prótons na célula parietal. O isômero-S e o

isômero-R de omeprazol possuem atividades farmacodinâmicas semelhantes.

- Local e mecanismo de ação

O esomeprazol é uma base fraca, sendo concentrado e convertido para a forma ativa no meio altamente ácido dos

canalículos secretores da célula parietal, onde inibe a enzima H+

K+

A depuração plasmática total é cerca de 17 L/h após uma dose única e cerca de 9 L/h após administração

repetida. A meia-vida de eliminação plasmática é cerca de 1,3 horas após doses repetidas uma vez ao dia. A área

sob a curva de concentração plasmática vs. tempo (AUC), aumenta com a administração repetida de

-ATPase, a bomba de prótons, inibindo as

secreções ácidas basal e estimulada.

Propriedades Farmacocinéticas

- Distribuição

O volume aparente de distribuição no estado de equilíbrio em indivíduos sadios é de aproximadamente 0,22 L/kg

de peso corpóreo. O esomeprazol tem uma taxa de ligação às proteínas plasmáticas de 97%.

- Metabolismo e excreção

O esomeprazol é totalmente metabolizado pelo sistema citocromo P450 (CYP). A parte principal de seu

metabolismo é dependente da CYP2C19 polimórfica, responsável pela formação de metabólitos hidróxi e

desmetila de esomeprazol. A parte restante é dependente de outra isoforma específica, CYP3A4, responsável

pela formação de sulfona esomeprazol, o metabólito principal no plasma.

Os parâmetros abaixo refletem principalmente a farmacocinética dos metabolizadores extensivos, ou seja,

indivíduos com enzima CYP2C19 funcional.

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esomeprazol. Esse aumento é dose-dependente e resulta em uma relação dose/AUC não linear após

administração repetida. Essa dependência em relação ao tempo e à dose é devido a uma redução da depuração

sistêmica, provavelmente causada por uma inibição da enzima CYP2C19 pelo esomeprazol e/ou seu metabólito

sulfona. O esomeprazol é totalmente eliminado do plasma entre as doses, sem tendência de acúmulo durante a

administração uma vez ao dia.

Os principais metabólitos de esomeprazol não têm efeito sobre a secreção ácida gástrica.

Aproximadamente 80% de uma dose oral de esomeprazol é excretada como metabólitos na urina e o restante

pelas fezes. Menos de 1% do fármaco inalterado é encontrado na urina.

Dosagem 20mg 40mg

30 minutos infusão 30 minutos infusão 30 minutos injeção

AUC

(µmol/L)

C tmax

½

(h)

Dose

única

3,40 3,32 0,79 6,17 5,47 0,86 7,10 11,87 0,88

repetida

5,11 3,86 1,05 10,96 7,00 1,18 12,58 13,55 1,23

- Populações especiais de pacientes

Deficiência da enzima CYP2C19: aproximadamente 3% da população não têm a enzima CYP2C19 funcional e

são chamados de metabolizadores fracos. Nesses indivíduos, o metabolismo de esomeprazol é provavelmente

catalisado principalmente pela CYP3A4. Após administração repetida de uma vez ao dia de 40 mg de

esomeprazol, a média da AUC de concentração plasmática vs. tempo foi aproximadamente 100% mais elevada

nos metabolizadores fracos do que nos indivíduos que têm uma enzima CYP2C19 funcional (metabolizadores

extensivos). A média do pico das concentrações plasmáticas apresentou um aumento de cerca de 60%. Foram

observadas diferenças similares com a administração intravenosa de esomeprazol.

Estas descobertas não têm implicações na posologia de esomeprazol.

Idade e sexo: o metabolismo de esomeprazol não é significativamente alterado em idosos (71-80 anos de idade).

Após administração oral de uma dose única de 40 mg de esomeprazol, a média da AUC de concentração

plasmática vs. tempo, é aproximadamente 30% maior em mulheres do que em homens.

Não é observada diferença entre os sexos após administração única diária repetida. Foram observadas diferenças

similares com a administração intravenosa de esomeprazol. Estas descobertas não têm implicações na posologia

de esomeprazol.

Insuficiência renal: não foram realizados estudos em pacientes com função renal reduzida.

Considerando que o rim é responsável pela excreção dos metabólitos de esomeprazol, mas não pela eliminação

do composto inalterado, não é esperado que o metabolismo de esomeprazol seja alterado em pacientes com

insuficiência renal.

Insuficiência hepática: o metabolismo de esomeprazol em pacientes com insuficiência hepática de leve à

moderada pode ser prejudicado. A taxa metabólica é reduzida nos pacientes com insuficiência hepática grave

resultando em uma duplicação da AUC de concentração plasmática vs. tempo de esomeprazol. Portanto, não se

deve exceder um máximo de 20 mg em pacientes portadores da DRGE com insuficiência hepática grave. Para

pacientes com úlceras hemorrágicas e insuficiência hepática grave, após uma dose inicial em bolus de 80 mg,

uma dose máxima de infusão intravenosa contínua de 4 mg/h pode ser suficiente. O esomeprazol ou seus

metabólitos principais não mostram qualquer tendência de acúmulo com a dosagem de uma vez ao dia.

Dados de segurança pré-clínica

Os estudos pré-clínicos não revelaram risco particular para os humanos com base nos estudos convencionais de

toxicidade de dose única e dose repetida, toxicidade embrio-fetal e mutagenicidade. Como nos estudos de

administração oral, a administração intravenosa repetida de esomeprazol em animais resultou em poucos efeitos,

classificados principalmente como leves. Entretanto, doses intravenosas muito altas causaram uma resposta

tóxica aguda que consistiu em sinais no sistema nervoso central que foram ocasionais, não específicos e de curta

duração. Este efeito pareceu ser mais associado com a concentração máxima (Cmax) do que com a AUC de

esomeprazol. A comparação dos valores de Cmax obtidos em humanos que receberam 40 mg de esomeprazol em

uma injeção de 3 minutos de duração, com concentrações plasmáticas que foram agudamente tóxicas em

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animais, mostraram uma ampla margem de segurança (no mínimo 6 vezes para o total e 20 vezes para a fração

livre no plasma).

A Cmax após 30 minutos de infusão de 80 mg esomeprazol em homens foi muito similar ao verificado após 40

mg administrado durante 30 minutos. Margens de segurança similares entre os níveis de Cmax em animais e no

homem foram observadas (no mínimo 5,5 vezes para o total e 18 vezes para concentrações plasmáticas não

ligantes).

A comparação da exposição de esomeprazol obtida durante infusão intravenosa contínua de 8 mg/h por até 3 dias

em homens e em infusão contínua de altas doses intravenosas em cães por até 1 mês, também demonstrou boa

margem de segurança: 4,6 vezes para o total e 15 vezes para concentrações plasmáticas não ligantes no estado

de equilíbrio (Css) e 36 vezes para o total e 120 vezes para os valores AUC não ligantes após o período de

infusão completo.

Estudos de carcinogenicidade oral em ratos com a mistura racêmica apresentaram hiperplasia de células

enterocromafins gástricas e carcinoides. Esses efeitos gástricos são o resultado da hipergastrinemia pronunciada

e constante, secundária à produção reduzida do ácido gástrico e, são observados após tratamento prolongado com

inibidores da secreção gástrica em ratos.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Hipersensibilidade conhecida ao esomeprazol, benzimidazóis substituídos ou a qualquer outro componente da

fórmula.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Na presença de qualquer sintoma de alarme (ex.: perda de peso não intencional significativa, vômito recorrente,

disfagia, hematêmese ou melena) e quando há suspeita ou presença de úlcera gástrica, a malignidade deve ser

excluída, pois o tratamento com Ésio (esomeprazol sódico) pode aliviar os sintomas e retardar o diagnóstico.

Não é recomendada a administração concomitante de esomeprazol com fármacos como o atazanavir e o

nelfinavir.

Resultados de estudos em indivíduos saudáveis mostraram uma interação farmacocinética farmacodinâmica

entre o clopidogrel (300 mg, dose de ataque/75 mg, dose de manutenção diária) e esomeprazol (40 mg via oral,

diariamente), resultando em diminuição da exposição ao metabolito ativo do clopidogrel em média de 40% e,

resultando em uma redução da inibição máxima (ADP induzida) de agregação de plaquetas, em média de 14%.

Com base nesses dados, o uso concomitante de esomeprazol e clopidogrel deve ser evitado (vide item Interações

Medicamentosas - Efeitos de esomeprazol na farmacocinética de outros fármacos).

Para informações referentes a ajuste de dose para pacientes com insuficiência hepática grave, ver item

“Posologia e Modo de usar”.

Alguns estudos observacionais publicados sugerem que a terapia com inibidores da bomba de prótons (IBP)

pode estar associada a um pequeno aumento do risco de fraturas relacionadas à osteoporose. No entanto, em

outros estudos observacionais semelhantes, nenhum aumento do risco foi evidenciado.

Em estudo clínicos controlados, randomizados, duplo-cego da AstraZeneca com omeprazol e esomeprazol

(incluindo dois estudos abertos de longo prazo superiores a 12 anos) não houve indício que os IBPs estejam

associados com fraturas relacionadas à osteoporose.

Embora uma relação causal entre o omeprazol/esomeprazol e fraturas relacionadas à osteoporose não tenha sido

estabelecida, aconselha-se que os pacientes de risco para o desenvolvimento da osteoporose ou fraturas

relacionadas à osteoporose tenham um acompanhamento clínico adequado, de acordo com as diretrizes clínicas

atuais para estas condições.

Efeitos na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: não se espera que Ésio (esomeprazol sódico)

afete a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas.

Uso durante a gravidez e a lactação

Categoria de risco na gravidez: B.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Dados clínicos limitados estão disponíveis em gestantes expostas ao esomeprazol. Estudos em animais com

esomeprazol não indicam efeitos nocivos diretos ou indiretos com relação ao desenvolvimento embrionário/fetal.

Estudos em animais com a mistura racêmica não indicam efeitos nocivos diretos ou indiretos com relação à

gravidez, parto ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se tomar cuidado na prescrição para mulheres grávidas.

Não se sabe se o esomeprazol é excretado no leite humano. Não foi realizado estudo em lactantes. Portanto, Ésio

(esomeprazol sódico) não deve ser usado durante a lactação.

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6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Efeitos de esomeprazol na farmacocinética de outros fármacos

Como ocorre com outros inibidores da bomba de prótons, a supressão da acidez intragástrica durante o

tratamento com esomeprazol sódico pode elevar ou reduzir a absorção das substâncias cuja absorção é

dependente do pH. Assim como outros fármacos que reduzem a acidez intragástrica, a absorção de drogas como

cetoconazol, itraconazol e erlotinibe pode diminuir enquanto que a absorção de drogas como digoxina pode

aumentar durante o tratamento com esomeprazol. O tratamento concomitante com omeprazol (20 mg/dia) e

digoxina em indivíduos sadios aumenta a biodisponibilidade de digoxina em 10% (e em até 30% para cada 2

entre 10 pacientes).

O esomeprazol inibe sua principal enzima de metabolização, a CYP2C19. A administração oral concomitante de

30 mg de esomeprazol resultou em uma redução de 45% na depuração de diazepam, um substrato da CYP2C19.

É improvável que essa interação tenha relevância clínica. A administração oral concomitante de 40 mg de

esomeprazol resultou em um aumento de 13% nos níveis plasmáticos de fenitoína em pacientes epiléticos.

Ajuste de dose não foi necessário neste estudo. A administração oral concomitante de 40 mg de esomeprazol a

pacientes tratados com varfarina mostrou que, apesar de uma discreta elevação na concentração plasmática do

isômero menos potente da varfarina, o isômeroR, os tempos de coagulação estavam dentro da faixa aceitável.

Contudo, no uso pós-comercialização foram relatados casos clinicamente significativos de elevação do INR

durante o tratamento concomitante com a varfarina. Monitoramento cuidadoso é recomendado quando o

tratamento com a varfarina ou outros derivados cumarínicos for iniciado ou finalizado.

Resultados de estudos em indivíduos saudáveis mostraram uma interação farmacocinética /farmacodinâmica

entre o clopidogrel (300 mg, dose de ataque/75 mg, dose de manutenção diária) e esomeprazol (40 mg via oral,

diariamente), resultando em diminuição da exposição ao metabolito ativo do clopidogrel em média de 40% e,

resultando em uma redução da inibição máxima de agregação de plaquetas (ADP induzida) em média de 14%.

No entanto, a importância da extensão clínica desta interação é incerta. Um estudo prospectivo, randomizado

(mas incompleto), em mais de 3760 pacientes, comparando placebo com omeprazol 20 mg em pacientes tratados

com clopidogrel e AAS (ácido acetilsalicílico) e outros não-randomizados, análises post-hoc de dados de grandes

estudos randomizados e prospectivos, de resultados clínicos (em mais de 47000 pacientes) não apresentaram

qualquer evidência de um aumento no risco para o resultado cardiovascular adverso quando clopidogrel e IBPs,

incluindo esomeprazol, foram administrados concomitantemente.

Os resultados de uma série de estudos observacionais são inconsistentes em relação ao aumento do risco ou

nenhum risco aumentado de eventos cardiovasculares tromboembólicos quando o clopidogrel é coadministrado

com um IBP.

Em um estudo com indivíduos sadios, quando clopidogrel foi coadministrado a uma combinação de dose fixa de

esomeprazol (20 mg) + AAS (81 mg) comparado ao clopidogrel isolado, houve uma diminuição de quase 40%

na exposição ao metabólito ativo de clopidogrel. No entanto, os níveis máximos de inibição de agregação

plaquetária (ADP induzida) nesses indivíduos eram os mesmos, tanto no grupo de clopidogrel, como naquele de

clopidogrel + combinação (esomeprazol + AAS), provavelmente devido à administração concomitante de doses

baixas de AAS.

O esomeprazol e o omeprazol atuam como inibidores da CYP2C19. O omeprazol, administrado em doses de 40

mg a indivíduos sadios em um estudo cruzado, aumentou Cmax e AUC de cilostazol em 18% e 26%,

respectivamente e, de um de seus metabólitos ativos em 29% e 69%, respectivamente.

Em indivíduos sadios, a administração oral concomitante de 40 mg de esomeprazol resultou em um aumento de

32% na AUC de concentração plasmática vs. tempo e um prolongamento de 31% da meia-vida de eliminação

(t1/2), mas sem elevação significativa nos níveis do pico plasmático de cisaprida. O discreto prolongamento do

intervalo QTc observado após a administração isolada de cisaprida não se intensificou quando a cisaprida foi

administrada em associação com esomeprazol.

A administração concomitante de esomeprazol tem sido relacionada ao aumento do nível sérico de tacrolimo.

Quando coadministrado aos inibidores da bomba de prótons, houve relatos de aumento nos níveis de metotrexato

em alguns pacientes. Em caso de administração de altas doses de metotrexato, a suspensão temporária de

esomeprazol deve ser considerada.

A interação de omeprazol com alguns fármacos antirretrovirais tem sido relatada. A importância clínica e os

mecanismos dessas interações relatadas não são sempre conhecidos. O aumento do pH gástrico durante o

tratamento com omeprazol pode alterar a absorção do fármaco antirretroviral.

Outros possíveis mecanismos de interação são via CYP2C19. Para alguns fármacos antirretrovirais, como

atazanavir e nelfinavir, níveis séricos reduzidos foram relatados quando coadministrados ao omeprazol e

administração concomitante não é recomendada. Para outros fármacos antirretrovirais, como saquinavir, níveis

séricos elevados foram relatados. Existem também alguns fármacos antirretrovirais para os quais níveis séricos

inalterados foram relatados quando administrados com omeprazol. Devido aos efeitos farmacodinâmicos

similares e às propriedades farmacocinéticas de omeprazol e esomeprazol, não é recomendada administração

concomitante ao esomeprazol e fármacos antirretrovirais, como atazanavir e nelfinavir.

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Foi demonstrado que esomeprazol não apresenta efeitos clinicamente relevantes na farmacocinética de

amoxicilina ou quinidina.

Estudos que avaliaram a administração concomitante de esomeprazol e naproxeno (AINE não seletivo) ou

rofecoxibe (AINE COX-2 seletivo), não identificaram interação clinicamente relevante.

Efeitos de outros fármacos na farmacocinética de esomeprazol

O esomeprazol é metabolizado pela CYP2C19 e CYP3A4. A administração oral concomitante de esomeprazol e

um inibidor da CYP3A4, claritromicina (500 mg duas vezes ao dia), resultou em uma duplicação da exposição

(AUC) do esomeprazol. A administração concomitante de esomeprazol e um inibidor combinado da CYP2C19 e

CYP3A4, como o voriconazol, pode resultar em um aumento maior que o dobro da exposição ao esomeprazol.

Entretanto, o ajuste da dose de Ésio (esomeprazol sódico) não é necessário em qualquer uma destas situações.

Fármacos indutores da CYP2C19, CYP3A4 ou ambas [tais como rifampicina e Hypericum perforatum (Erva de

São João)] podem levar à redução dos níveis séricos de esomeprazol, devido ao aumento do metabolismo do

esomeprazol.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Ésio (esomeprazol sódico) pó para reconstituição deve ser conservado em temperatura ambiente (15°C a 30°C).

Proteger da luz.

O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.

Após reconstituição com solução de cloreto de sódio 0,9%, o produto se mantém estável por até 36 horas se

armazenado sob-refrigeração (temperatura entre 2ºC e 8ºC) e por até 24 horas se armazenado em temperatura

ambiente (15ºC a 30ºC).

A solução reconstituída poderá ser diluída com solução de cloreto de sódio 0,9%, e poderá ser armazenada por

até 24 horas em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC).

O produto deve ser reconstituído somente com cloreto de sódio 0,9% para uso intravenoso de acordo com as

instruções do item “Posologia e Modo de Usar”. A solução reconstituída não deve ser misturada ou

coadministrada na mesma infusão com qualquer outro fármaco.

Caso a solução reconstituída do frasco não seja completamente utilizada em uma única dose, deve-se descartar

todo o restante não usado da solução reconstituída.

Características do produto: pó branco ou levemente amarelado, isento de partículas estranhas.

Após reconstituição com solução de cloreto de sódio 0,9%, apresenta-se como solução incolor a levemente

amarelada isenta de partículas estranhas.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Modo de Usar

• Injeção

A solução para injeção (8 mg/mL) é preparada adicionando-se no frasco-ampola 5 mL de cloreto de sódio 0,9%

para uso intravenoso.

- Dose de 40 mg: 5 mL da solução reconstituída (8 mg/mL) deve ser administrada como uma injeção intravenosa

por um período de no mínimo 3 minutos.

- Dose de 20 mg: 2,5 mL ou metade da solução reconstituída (8 mg/mL) deve ser administrada como uma

injeção intravenosa por um período de aproximadamente 3 minutos.

• Infusão

A solução para infusão é preparada dissolvendo-se o conteúdo de um frasco-ampola em até 100 mL de cloreto de

sódio 0,9% para uso intravenoso.

- Dose de 40 mg: a solução reconstituída deve ser administrada como uma infusão intravenosa por um período

de 10 a 30 minutos.

- Dose de 20 mg: metade da solução reconstituída deve ser administrada como uma infusão intravenosa por um

período de 10 a 30 minutos.

A solução reconstituída não deve ser misturada ou co-administrada na mesma infusão com qualquer outro

medicamento.

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O equipamento intravenoso deve ser sempre lavado com solução de cloreto de sódio 0,9% antes e depois da

administração de Ésio (esomeprazol sódico).

Posologia

- Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

Os pacientes que não podem fazer uso do medicamento pela via oral, podem ser tratados por via intravenosa com

esomeprazol 20 a 40 mg uma vez ao dia. Os pacientes com esofagite de refluxo devem ser tratados com 40 mg

uma vez ao dia. Para prevenir a recidiva da esofagite de refluxo, recomenda-se a dose de 20 mg uma vez ao dia.

De modo geral, o tratamento intravenoso é de curta duração e a mudança para terapia oral deve ser realizada a

critério médico.

Não foram demonstradas a segurança e eficácia de Ésio (esomeprazol sódico) para o tratamento da DRGE em

pacientes com história de esofagite erosiva por mais de 10 dias.

- Prevenção de úlceras gástricas e duodenais em pacientes de risco

Para a prevenção de úlceras gástricas e duodenais em pacientes de risco, a dose recomendada é de 20 mg uma

vez ao dia.

- Manutenção da hemostasia e prevenção de ressangramento de úlceras gástricas ou duodenais

Administração de 80 mg por infusão em bolus durante 30 minutos, seguido por uma infusão intravenosa

contínua de 8 mg/h administrada durante 3 dias.

O período do tratamento parenteral deve ser seguido por terapia de supressão ácida com esomeprazol 40

mg, por via oral, uma vez ao dia por 4 semanas.

Crianças: Ésio (esomeprazol sódico) não deve ser usado em crianças, pois não há dados disponíveis do uso em

crianças.

Insuficiência renal: não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal. Devido à experiência

limitada em pacientes com insuficiência renal grave, esses pacientes devem ser tratados com precaução.

Insuficiência hepática:

- Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE): não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência

hepática de leve a moderada. Para pacientes com insuficiência hepática grave, uma dose máxima diária de 20

mg de Ésio (esomeprazol sódico) não deve ser excedida.

- Úlceras hemorrágicas: não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência hepática de leve a

moderada. Para pacientes com insuficiência hepática grave e úlcera hemorrágica, seguindo uma dose inicial em

bolus de 80 mg de Ésio (esomeprazol sódico), uma dose de 4 mg/h por infusão intravenosa contínua deve ser

suficiente para manter o controle ácido adequado.

Idosos: não é necessário ajuste de dose para idosos.

9. REAÇÕES ADVERSAS

As seguintes definições de frequência são utilizadas: muito comum (≥ 1/10), comum (≥ 1/100 e < 1/10),

incomum (≥ 1/1000 e < 1/100), rara (≥ 1/10000 e < 1/1000) e muito rara (< 1/10000).

As seguintes reações adversas ao fármaco foram identificadas ou suspeitas no programa dos estudos clínicos

para Ésio (esomeprazol sódico) e/ou no uso pós-comercialização. Nenhuma foi considerada como dose

relacionada.

Distúrbios do sistema linfático e sangue

Rara: leucopenia e trombocitopenia.

Muito rara: agranulocitose e pancitopenia.

Distúrbios do sistema imune

Rara: reações de hipersensibilidade, por exemplo, angioedema e reação/choque anafilático.

Distúrbios do metabolismo e nutrição

Incomum: edema periférico.

Rara: hiponatremia.

Muito rara: hipomagnesemia; hipomagnesemia grave pode resultar em hipocalcemia. A hipomagnesemia

também pode causar hipocalemia.

Distúrbios psiquiátricos

Incomum: insônia.

Rara: agitação, confusão e depressão.

Ésio_po liof inj_V1_VPS VERSÃO 01 da RDC 47 - Esta versão não altera nenhuma anterior

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Muito rara: agressividade e alucinação.

Distúrbios do sistema nervoso

Comum: cefaleia.

Incomum: tontura, parestesia e sonolência.

Rara: distúrbios do paladar.

Distúrbios visuais

Rara: visão turva.

Distúrbios do labirinto e audição

Incomum: vertigem.

Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino

Rara: broncoespasmo.

Distúrbios gastrointestinais

Comum: dor abdominal, diarreia, flatulência, náusea/vômito, constipação.

Incomum: boca seca.

Rara: estomatite e candidíase gastrointestinal.

Muito rara: colite microscópica.

Distúrbios hepatobiliares

Incomum: aumento das enzimas hepáticas.

Rara: hepatite com ou sem icterícia.

Muito rara: insuficiência hepática e encefalopatia hepática.

Distúrbios da pele e tecido subcutâneo

Comum: reações no local de administração*

Incomum: dermatite, prurido, urticária e rash.

Rara: alopecia e fotossensibilidade.

Muito rara: eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica.

Distúrbios músculo-esquelético, do tecido conectivo e ossos

Rara: artralgia e mialgia.

Muito rara: fraqueza muscular.

Distúrbios renais e urinários

Muito rara: nefrite intersticial.

Distúrbios do sistema reprodutivo e mamas

Muito rara: ginecomastia.

Distúrbios gerais e do local de administração

Rara: mal-estar, hiperidrose e febre.

* Reações no local de administração foram observadas, principalmente, em estudos com exposição de altas doses

durante 3 dias (72 horas). No programa pré-clínico para esomeprazol por via intravenosa, não houve evidência

de vaso-irritação, mas foi notada uma leve reação inflamatória do tecido no local da injeção após injeção

subcutânea (paravenosa). Os achados pré-clínicos pouco indicaram sobre a correlação da irritação clínica do

tecido e a concentração do medicamento.

Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país e, embora as

pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente,

podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos

pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.