Bula do Fauldacar para o Profissional

Bula do Fauldacar produzido pelo laboratorio Libbs Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Fauldacar
Libbs Farmacêutica Ltda - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO FAULDACAR PARA O PROFISSIONAL

FAULDACAR®

(dacarbazina)

Libbs Farmacêutica Ltda.

Pó liófilo injetável

200 mg

1

F.DACA200_V10-14

dacarbazina

APRESENTAÇÃO

Pó liófilo injetável com 200 mg de dacarbazina. Embalagem contendo 1 frasco-ampola.

USO INTRAVENOSO

USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 2 ANOS DE IDADE)

COMPOSIÇÃO

Cada frasco-ampola contém 200 mg de dacarbazina.

Excipientes: ácido cítrico, hidróxido de sódio e manitol.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Fauldacar®

é indicado no tratamento de melanoma maligno metastático. Além disso, Fauldacar®

é indicado na doença de Hodgkin, como uma terapia

de segunda linha, quando em combinação com outros agentes eficazes.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Melanoma maligno: a eficácia da dacarbazina no tratamento do melanoma metastático foi avaliada em vários estudos clínicos. Segundo a revisão de

Serrone e cols.1

a monoterapia com dacarbazina determina uma taxa de resposta objetiva de aproximadamente 20%, com uma duração de resposta

mediana de cinco a seis meses e taxas de resposta completa de 5%. No estudo de Middleton e cols.2

a dacarbazina em dose inicial de 250 mg/m2

/d

durante cinco dias a cada 21 dias foi administrada a 149 pacientes ≥ 18 anos de idade, portadores de melanoma metastático avançado cirurgicamente

irresecável. Os pacientes deveriam ter doença mensurável e performance status (OMS) ≤ 2. Foram excluídos os pacientes que já haviam recebido

tratamento prévio para doença metastática (exceto radioterapia local), ou que apresentavam metástases no sistema nervoso central (SNC). Na

população com intenção de tratamento (ITT), o tempo de sobrevida mediano foi de 6,4 meses e o tempo de sobrevida livre de progressão mediano foi

de 1,5 meses. Resposta completa (RC), parcial (RP) e estabilização da doença foram observadas, respectivamente, em 2,7%; 9,4% e 15,8% dos

pacientes tratados. Dentre os pacientes respondedores (RC e RP), o tempo de sobrevida global mediano foi de 20 meses. Vários estudos avaliaram

regimes de quimioterapia, ou bioquimioterapia, contendo dacarbazina. Legha e cols.3

analisaram a atividade antitumoral e a toxicidade do regime,

contendo cisplatina (20 mg/m2

/d por quatro dias), vimblastina (1,6 mg/m2

/d por quatro dias) e dacarbazina (800 mg/m2

IV no dia 1) em combinação

com alfainterferona (5 x 106

U/m2

/d SC por cinco dias) e interleucina 2 (9 x 106

/d IV por infusão contínua, por quatro dias), repetidos a intervalos

de 21 dias, em 53 pacientes portadores de melanoma metastático com lesões mensuráveis, performance status (ECOG) ≤ 2 e sem metástases

sintomáticas no SNC. A resposta foi avaliada após dois ciclos, e os pacientes que responderam continuaram o tratamento até um total de seis ciclos.

Onze pacientes (21%) alcançaram RC e 23 pacientes (43%) alcançaram RP, totalizando 64% de resposta objetiva global, a qual teve duração mediana

de 6,5 meses. Considerando-se todos os pacientes, o tempo mediano para progressão da doença foi de cinco meses e a sobrevida mediana foi de 11,8

meses. Eton e cols.4

realizaram um estudo clínico de fase III para comparar os efeitos da quimioterapia com cisplatina, na dose de 20 mg/m2

, nos dias

1-4 e 22-25, vimblastina na dose de 2 mg/m2

nos dias 1-4 e 22-25 e dacarbazina 800 mg/m2

nos dias 1 e 22 (CVD), com aqueles da bioquimioterapia

sequencial, que consistia no regime CVD (com vimblastina na dose de 1,5 mg/m2

) mais interleucina 2 administrada como infusão contínua em 24

horas, na dose de 9 MUI/m2

, nos dias 5-8, 17-20 e 26-29 e alfainterferon 2b, na dose de 5 MU/m2

SC, nos dias 5-9, 17-21 e 26-30. Cada curso de

tratamento consistia de dois ciclos de 21 dias de quimioterapia dados em um período de seis semanas. Os pacientes foram avaliados a cada seis

semanas e aqueles com evidência de redução tumoral repetiam o tratamento. Dentre os 190 pacientes incluídos, 91 foram avaliáveis para o regime de

bioquimioterapia e 92 para o regime de quimioterapia. As taxas de resposta foram de 48% para a bioquimioterapia e 25% para a quimioterapia

(p=0,001), enquanto o tempo para progressão mediano foi de 4,9 e 2,4 meses, e a sobrevida mediana foi de 11,9 e 9,2 meses, respectivamente.

Naqueles pacientes que apresentaram RC ou RP ao tratamento, a sobrevida mediana foi de 18,7 meses no grupo que recebeu bioquimioterapia e 15,4

meses no grupo que recebeu quimioterapia. Atkins e cols.5

randomizaram 395 pacientes portadores de melanoma metastático progressivo com doença

mensurável e com performance status (ECOG) < 2 para receber o regime CVD (cisplatina 20 mg/ m2

/d nos dias 1-4; vimblastina 1,2 mg/ m2

/d nos

dias 1-4; dacarbazina 800 mg/m2

no dia 1; n=195) isoladamente, ou em combinação com interleucina 2 (9 MUI/ m2

nos dias 1-4) e alfainterferona 2b

(5 MU/ m2

nos dias 1-5, 8, 10 e 12; n=200) a cada 21 dias por um máximo de quatro ciclos. A resposta tumoral foi avaliada após os ciclos 2 e 4 e, a

seguir, a cada três meses. A taxa de resposta foi de 19,5% no grupo que recebeu bioquimioterapia, e 13,8% no grupo CVD (p =0,140). A sobrevida

livre de progressão mediana foi significativamente mais longa com o regime de bioquimioterapia que com o regime CVD (4,8 versus 2,9 meses; p =

0,015), embora isso não tenha se traduzido em vantagem na sobrevida global mediana (9,0 versus 8,7 meses), ou na porcentagem de pacientes vivos

um ano (41% versus 36,9%).

Doença de Hodgkin: a eficácia da dacarbazina, como parte do regime ABVD, foi avaliada em vários estudos clínicos, no tratamento da Doença de

Hodgkin. Duggan e cols.6

compararam o regime que alterna os esquemas MOPP (mecloretamina, vincristina, procarbazina e prednisona) e ABV

(MOPP/ABV) com o regime ABVD (doxorrubicina 25 mg/m2

, bleomicina 10 mg/m2

, vimblastina 6 mg/m2

e dacarbazina 375 mg/m2

nos dias 1 e 15)

isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin avançada. Um total de 856 pacientes com doença histologicamente confirmada nos estádios

III2A, IIIB, ou IV, ou que haviam experimentado recidiva após radioterapia foram randomizados para uma das duas modalidades de tratamento. As

taxas de remissão completa (76% versus 80%), sobrevida livre de falência em cinco anos (63% versus 66%) e sobrevida global em cinco anos (82%

versus 81%) foram semelhantes entre os grupos ABVD e MOPP/ABV, respectivamente. Uma vez que o regime MOPP/ABV foi associado com maior

incidência de toxicidade aguda pulmonar e hematológica (efeitos adversos de outros fármacos antineoplásicos), síndrome mielodisplásica e leucemia,

os autores concluíram que o regime ABVD deveria ser considerado como regime padrão no tratamento da doença de Hodgkin avançada. Straus e

cols.7

tiveram como objetivo determinar se a combinação de quimioterapia e radioterapia (terapia combinada) era superior à quimioterapia

isoladamente em portadores de Doença de Hodgkin nos estádios IA, IB, IIA, IIB e IIIA sem massa tumoral. Os pacientes foram randomizados para

receber seis ciclos do regime ABVD a cada 28 dias isoladamente ou seguido de radioterapia (3600 cGy). Dos 69 pacientes avaliáveis em cada grupo,

94% alcançaram remissão completa. Em 60 meses, a duração da remissão completa e sobrevida global no grupo de terapia combinada versus ABVD

isoladamente foram 91% versus 87% e 97% versus 90%, respectivamente, não se evidenciando diferenças estatisticamente significativas entre as duas

modalidades de tratamento. Bonadonna e cols.8

compararam o tratamento com quatro ciclos do regime ABVD seguido por irradiação nodal subtotal,

ou por radioterapia da área envolvida em 136 pacientes, com doença de Hodgkin nos estádios IA, IB e IIA. Remissão completa foi alcançada em

100% e 97% dos pacientes, e as taxas de sobrevida global foram de 96% e 94%, respectivamente. Os autores concluíram que o regime ABVD seguido

por radioterapia da área envolvida pode ser considerado uma modalidade de tratamento efetiva e segura na Doença de Hodgkin inicial. Engert e cols.9

compararam a terapia combinada (dois ciclos de ABVD seguidos por radioterapia estendida) com a radioterapia estendida isoladamente em 650

pacientes com Doença de Hodgkin recém diagnosticada nos estádios IA a IIB. Após um período de observação mediano de 87 meses, não houve

diferenças entre os dois grupos de tratamento, na taxa de RC (95% e 94%, respectivamente) e na sobrevida global (92% e 94%, respectivamente);

porém, houve mais recidivas nos pacientes tratados apenas com radioterapia (22%) em relação aos que receberam terapia combinada (3%), o que

2

F.DACA_V.11-14

demonstrou que esta última é mais eficaz que a radioterapia isolada. Os resultados do tratamento para Linfoma de Hodgkin em pediatria com

esquemas quimioterápicos que incluem a dacarbazina tem se mostrado animadores.

Weiner e cols.10

conduziram um estudo randomizado empregando oito ciclos de MOPP (mostarda nitrogenada, vincristina, procarbazina e

prednisona) e ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina), associado ou não a radioterapia em baixas doses, em 183 crianças e

adolescentes com estádio IIB, IIIA2, IIIB e IV. A remissão completa foi obtida em 90% dos casos após o término dos oito ciclos de quimioterapia. A

sobrevida livre de eventos e a sobrevida global estimadas em cinco anos foram de 79% e 92%, respectivamente. A sobrevida livre de eventos em

cinco anos para o grupo que recebeu apenas quimioterapia foi de 79%, enquanto que para aqueles que receberam também radioterapia foi de 80%,

sugerindo que, com o advento da quimioterapia MOPP-ABVD, a radioterapia em baixas doses não melhora a SLE e a SG nesses pacientes. Um

estudo retrospectivo brasileiro avaliou 69 crianças entre 2-18 anos (média de 11 anos) com doença de Hodgkin. Até 1996, a terapia utilizada era

adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina/vincristina, procarbazina, prednisona e adriamicina (ABVD/OPPA). Após 1996, a terapia

utilizada foi ABVD. A sobrevida global com resposta completa foi de 94,2%, a SLE foi de 87% e a duração mediana de seguimento de 82 meses (12-

332 meses)11

. A tabela abaixo compila os resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas utilizando

dacarbazina12

.

Tabela: Resultados do tratamento do linfoma de Hodgkin em pacientes pediátricos com esquemas utilizando dacarbazina

Quimioterapia Radioterapia Estadio Nº pacientes

Sobrevida livre

de eventos

de doença

Sobrevida

Stanford

3 MOPP/3ABVD Sim I-IV 57 96% - 93%

St. Jude

4-5 COP(P)/3-4ABVD

Sim II-IV 85 - 93% 93%

Pediatric Oncology Group

4MOPP/4ABVD

Sim

IIB-IIA2, IIB-IV

80

62

80%

77%

-

87%

91%

Children’s Cancer Group

6ABVD

12ABVD

III-IV

54

64

90%

89%

SFOP MDH-82

4ABVD

2MOPP/2ABVD

3MOPP/3ABVD

I-IIA

I-II

III

IV

79

67

31

40

21

82%

62%

92%

Adaptado de Hudson MM, Onciu M e Donaldson SD. Hodgkin Disease. Pizzo PA, Poplack DG, (edis.). Principles and practice of pediatric

oncology. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers; 2010 acesso on line.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

A dacarbazina é um agente antineoplásico, descrita quimicamente como 5-(3,3-dimetil-1-triazeno)-imidazol-4-carboxamida (DTIC). Embora o

mecanismo de ação exato da dacarbazina seja desconhecido, existem três hipóteses prováveis: (1) inibição da síntese de DNA pela ação como um

análogo de purina; (2) ação como um agente alquilante; (3) interação com grupos SH.

Farmacocinética

Após administração intravenosa de dacarbazina, o volume de distribuição excede o conteúdo total de água corpórea, o que sugere a localização em

alguns tecidos corpóreos, provavelmente o fígado. A curva de desaparecimento no plasma é bifásica, com uma meia vida inicial de 19 minutos e uma

meia-vida terminal de cinco horas. Em um paciente com disfunções hepática e renal, as meias-vidas foram aumentadas para 55 minutos e 7,2 horas,

respectivamente.

A excreção cumulativa média de dacarbazina inalterada na urina é 40% da dose injetada em seis horas. A dacarbazina está mais sujeita à secreção

tubular renal do que à filtração glomerular. Em concentrações terapêuticas, a dacarbazina não se liga apreciavelmente às proteínas plasmáticas. No

homem, a dacarbazina é amplamente degradada. Além da dacarbazina inalterada, 5-aminoimidazol-4-carboxamida (AIC) é o maior metabólito da

dacarbazina excretado na urina.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Fauldacar®

está contraindicado em caso de hipersensibilidade conhecida à dacarbazina e/ou aos demais componentes da formulação.

Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de

suspeita de gravidez.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Cuidados de administração: Fauldacar®

deve ser administrado exclusivamente por via intravenosa, preferencialmente com os pacientes

hospitalizados, para que possam ser cuidadosamente observados durante a terapia.

A depressão hematopoiética é a toxicidade mais comum com dacarbazina e envolve primariamente os leucócitos e plaquetas, embora anemia possa

ocorrer algumas vezes. Leucopenia e trombocitopenia podem ser suficientemente graves, para causar a morte. Uma depressão da medula óssea requer

cuidadosa monitorização das contagens de leucócitos, eritrócitos e plaquetas.

A toxicidade hematopoiética pode justificar uma suspensão temporária ou interrupção da terapia com dacarbazina. Toxicidade hepática acompanhada

por trombose da veia hepática e necrose hepatocelular, resultando em morte foi relatada. A incidência de tais reações foi baixa, aproximadamente

0,01% dos pacientes tratados. Esta toxicidade foi observada principalmente quando a dacarbazina foi administrada concomitantemente, com outros

fármacos antineoplásicos; entretanto, foi também relatada em alguns pacientes tratados somente com dacarbazina. Pode ocorrer anafilaxia após

administração de Fauldacar®

.

Hospitalização não é sempre necessária; porém, exames laboratoriais adequados devem estar disponíveis. O extravasamento subcutâneo ou

perivascular da medicação durante a administração IV pode resultar em dano ao tecido e dor de forte intensidade. Dor local, sensação de ardência e

irritação no local de injeção podem ser aliviados por aplicação local de compressa quente.

3

F.DACA_V.11-14

A carcinogenicidade da dacarbazina foi estudada em ratos e camundongos. Lesões endocárdicas proliferativas, incluindo fibrocarcinomas e sarcomas,

foram induzidas pela dacarbazina em ratos. Em camundongos, a administração de dacarbazina resultou na ocorrência de angiosarcomas do baço.

É recomendado que Fauldacar®

seja administrado sob supervisão de um médico qualificado com experiência, no uso de agentes quimioterápicos. No

tratamento de cada paciente, o médico deve estudar cuidadosamente a possibilidade de atingir o benefício terapêutico contra o risco de toxicidade.

A dacarbazina demonstrou ser teratogênica em ratos quando administrada, em doses 20 vezes a dose diária humana no 12º dia de gestação. A

dacarbazina quando administrada em doses 10 vezes superiores a humana em ratos machos (2 vezes por semana por 9 semanas) não afetou a libido;

contudo, as fêmeas acasaladas tiveram maior incidência de reabsorção que os controles. Em coelhos, doses diárias de dacarbazina 7 vezes a dose

diária humana administrada nos 6º - 15º dias de gestação resultaram em anormalidade no esqueleto do feto. Não existiram estudos adequados e bem

controlados em mulheres grávidas.

A dacarbazina somente deve ser usada durante a gravidez se o benefício justificar o risco potencial para o feto. Se o medicamento for usado durante a

gravidez ou se a paciente engravidar durante o tratamento com a dacarbazina, esta deve ser alertada sobre os potenciais efeitos nocivos para o feto.

Não se sabe se este fármaco é excretado no leite humano. Devido a vários medicamentos serem excretados no leite humano e ao potencial para

tumorigenicidade demonstrada pela dacarbazina em estudos em animais, deve ser tomada uma decisão entre continuar a amamentação, ou

descontinuação do fármaco, levando-se em conta a importância da medicação para a mãe.

Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: D. O fármaco demonstrou evidências positivas de risco fetal humano; no entanto, os benefícios

potenciais para a mulher podem, eventualmente, justificar o risco, como por exemplo, em casos de doenças graves, ou que ameaçam a vida, e para as

quais não existam outros fármacos mais seguros. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas: a dacarbazina pode influenciar na habilidade de dirigir ou operar máquinas

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Existem relatos de que a dacarbazina, bem como outros antineoplásicos, podem afetar o comportamento de vários fármacos, incluindo: digoxina,

anticoagulantes orais, fenitoína, suxametônio, diminuição de resposta a vacinas. A dacarbazina reduz os efeitos da levodopa. Por meio de efeito

sinérgico, a dacarbazina aumenta o risco de depressão da medula óssea, quando administrada concomitantemente com paclitaxel, teniposídeo,

topotecana e vinorelbina. Recomenda-se cautela quando dacarbazina for administrada com algum desses medicamentos. A dacarbazina é

metabolizada pelo citocromo P450 (CYP1A1, CYP1A2 e CYP2E1), o que deve ser levado em consideração se outros fármacos metabolizados por

essas enzimas hepáticas forem coadministradas. Também deve ser evitado o consumo de Erva de São João durante o tratamento com dacarbazina

(pode causar fotossensibilidade).

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Este medicamento deve ser conservado em sua embalagem original, sob refrigeração (entre 2°C e 8°C), protegido da luz.

Após reconstituição em água para injeção, a solução mantém sua estabilidade química por 72 horas, quando mantida sob refrigeração (entre 2°C e

8°C) e protegida da luz. Quando a solução reconstituída for posteriormente diluída em solução fisiológica 0,9% ou em solução glicosada 5%, sua

estabilidade química mantém-se até 24 horas, quando conservada sob refrigeração e protegida da luz.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Fauldacar®

se apresenta como um pó ou pastilha de coloração branca a levemente amarelada. Após reconstituição, a solução é límpida, incolor a

levemente amarelada e isenta de partículas visíveis.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

A dacarbazina não deve ser administrada por via oral, subcutânea, ou intramuscular, pois pode causar lesões e dor intensa nos locais de aplicação.

MODO DE USAR

Todos os procedimentos para manuseio, dispensação e descarte adequado de fármacos e medicamentos antineoplásicos devem ser

considerados: todo o procedimento de manuseio e dispensação devem ser realizados por equipe altamente treinada. Qualquer quantidade não

utilizada deve ser descartada para incineração. Qualquer manipulação deve ser realizada em capela de fluxo laminar, mediante material de proteção

adequado como luvas, óculos de proteção, máscaras e vestimenta apropriada, para evitar exposição em caso de quebra do frasco ou outra condição

acidental. Evitar contato acidental da preparação citotóxica com os olhos, pele ou mucosa. Em caso de contato acidental com a pele, lavar bem a área

com água abundante e sabão. No contato com mucosas ou olhos, lavar cuidadosamente com água corrente abundantemente. Evitar a exposição por

inalação. Qualquer preparação citotóxica não deve ser manipulada por funcionárias grávidas ou que possam estar grávidas. Todos os dispositivos

utilizados na reconstituição (seringas, agulhas, etc.) devem ser adequada e cuidadosamente descartados. Em caso de derramamento acidental, o acesso

ao local deve ser restrito. O líquido derramado deve ser absorvido mediante toalhas absorventes próprias e a área contaminada limpa com água, sabão

e desinfetante adequado. O material utilizado deve ser descartado em contêineres e/ou sacos plásticos duplos, próprios para o descarte. O rótulo deve

conter os seguintes dizeres: LIXO TÓXICO PARA INCINERAÇÃO. A incineração deve ser a 1100°C.

Instruções para reconstituição: Fauldacar®

deve ser dissolvido adequadamente antes de ser aplicado através de infusão intravenosa. Reconstituído

pela adição de 59,6 mL de água estéril para injeção, em condições assépticas. A solução resultante terá a concentração de 10 mg/mL de dacarbazina,

com pH entre 3-4. A dose calculada da solução deve ser retirada com uma seringa e administrada somente por via intravenosa. A injeção intravenosa

de Fauldacar®

deve ter duração de aproximadamente um minuto. A solução reconstituída pode ser diluída posteriormente com 200 a 500 mL de

solução glicosada a 5% ou solução fisiológica a 0,9% e administrada por via intravenosa por um período de 30 a 60 minutos. Infusões rápidas podem

causar irritação venosa. A concentração infundida da solução de dacarbazina não pode ser maior que 10 mg/mL.

Incompatibilidades: a solução de dacarbazina é quimicamente incompatível com heparina, hidrocortisona e L-cisteína.

Preparação para administração: como regra geral, antes de sua administração, as medicações para uso parenteral devem ser inspecionadas

visualmente quanto à presença de partículas em suspensão e quanto à descoloração, sempre que a solução e o recipiente permitirem. Pode se utilizar

seringas com ajuste “Luer-Lock” e de diâmetro interno largo, a fim de minimizar a pressão e a eventual formação de aerossol. A formação de aerossol

pode ser diminuída pela utilização de agulha com respiro durante a preparação.

Estabilidade e condições de armazenamento: após reconstituição de Fauldacar®

em água para injeção, a solução mantém sua estabilidade química

por 72 horas, quando mantida sob refrigeração (entre 2°C - 8°C) e protegida da luz. Quando a solução reconstituída for posteriormente diluída em

solução fisiológica 0,9% ou em solução glicosada 5%, sua estabilidade química mantém-se até 24 horas, quando conservada sob refrigeração e

protegida da luz.

Fauldacar®

não contém qualquer agente conservante. Por isso, para evitar a possibilidade de contaminação microbiológica, recomenda-se que as

soluções reconstituídas sejam utilizadas o mais rapidamente possível, após a sua preparação. Qualquer resíduo deve ser descartado.

POSOLOGIA

Melanoma maligno

A dosagem recomendada é de 2 a 4,5 mg/kg/d, IV por dez dias. O tratamento pode ser repetido em intervalos de quatro semanas. Uma dosagem

4

F.DACA_V.11-14

recomendada alternativa é de 250 mg/m2

/d, IV por cinco dias. O tratamento pode ser repetido a cada três semanas.

Doença de Hodgkin

Uso adulto: a dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento da doença de Hodgkin é 150 mg/m2

por cinco dias, em combinação com outros

fármacos eficazes. O tratamento pode ser repetido a cada quatro semanas. Uma dosagem recomendada alternativa é 375 mg/m2

, em combinação com

outras doses eficazes, nos dias 1 e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada quatro semanas, contado a partir do dia 1 de

tratamento.

Uso pediátrico (acima de dois anos de idade): a dosagem recomendada de dacarbazina no tratamento de Hodgkin é de 375 mg/m2

, em combinação

com outras doses eficazes, nos dias 1 e 15 do curso de tratamento. O tratamento deve ser repetido a cada quatro semanas, contado a partir do dia 1 de

Uso em pacientes idosos: Fauldacar®

pode ser usado por pacientes acima de 65 anos de idade desde que sejam observadas as precauções comuns ao

medicamento.

Uso em pacientes com insuficiência renal ou hepática leves: não é necessário ajuste de dose. Em pacientes com insuficiência renal e hepática

combinadas, a eliminação da dacarbazina é prolongada, no entanto, não há reduções de doses validadas.

9. REAÇÕES ADVERSAS

As reações adversas mais frequentemente observadas são sintomas de anorexia, náusea e vômito. Mais de 90% dos pacientes são afetados com as

doses iniciais. Os vômitos persistem por uma a doze horas e são atenuados pela administração de fenobarbital e/ou proclorperazina. Raramente, em

casos de náusea, ou vômito, houve necessidade de interrupção da terapia. É muito rara a incidência de diarreia. O paciente é orientado a restringir a

ingestão de alimentos por quatro a seis horas antes do tratamento. A rápida tolerância a esses sintomas sugere que um mecanismo do SNC pode estar

envolvido e, geralmente estes sintomas diminuem após o primeiro, ou segundo dia. Alguns pacientes experimentam sintomas semelhantes à gripe,

com febre a 39°C, mialgias e mal estar.

Estes sintomas geralmente ocorrem após administração de uma dose única elevada; podem persistir por vários dias e podem ocorrer em tratamentos

sucessivos. Foram observados alopecia, rubor facial e parestesia facial. Poucos casos foram relatados de anormalidades nos testes de função renal

(achado anormal de exame químico do sangue, não especificado); ou hepática em seres humanos; após a administração da dacarbazina. A

fotossensibilidade é rara. Entretanto, estas anormalidades foram constatadas mais frequentemente nos estudos, em animais. Foram observadas com

menos frequência eritemas e exantema urticariforme após administração da dacarbazina.

Reação muito comum (≥ 10%): anorexia, náuseas, vômitos.

Reação comum (≥ 1% e < 10%): anemia, leucopenia, trombocitopenia.

Reação incomum (≥ 0,1% e < 1%): sintomas semelhantes à gripe (febre com calafrios, mialgia); alopecia; hiperpigmentação; fotossensibilidade.

Reação rara (≥ 0,01% e < 0,1%): irritação no local da aplicação; eritema, exantema, urticária; reações anafiláticas; insuficiência renal; elevação das

enzimas hepáticas; necrose hepática devido à doença venooclusiva do fígado; diarreia; rubor facial; pancitopenia (hipoplasia medular);

agranulocitose; cefaleia; diminuição da acuidade visual; letargia; convulsões; parestesia cutânea facial.

Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em

www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.