Bula do Furp-Lamivudina + Zidovudina para o Profissional

Bula do Furp-Lamivudina + Zidovudina produzido pelo laboratorio Fundação para o Remédio Popular - Furp
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Furp-Lamivudina + Zidovudina
Fundação para o Remédio Popular - Furp - Profissional

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BULA COMPLETA DO FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA PARA O PROFISSIONAL

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA_COM REV_BPROF_REV01

FURP-LAMIVUDINA+ ZIDOVUDINA

Fundação para o Remédio Popular – FURP

Comprimido Revestido

150 mg + 300 mg

BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE

LEIA ESTA BULA ATENTAMENTE ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO.

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA 150 mg + 300 mg Comprimido Revestido

lamivudina + zidovudina

APRESENTAÇÃO

Comprimido revestido

 Frasco com 60 comprimidos de 150 mg de lamivudina + 300 mg de zidovudina.

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 14 KG)

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido contém 150 mg de lamivudina + 300 mg de zidovudina.

Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício coloidal, estearato de

magnésio, opadry white YS-1-7003.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA é indicada para tratamento da infecção por HIV.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A lamivudina + zidovudina reduziu em 50% a quantificação sérica do RNA-HIV de 94% dos pacientes.

Referência: ERON, JJ, et al. Treatment with lamivudine, zidovudine, or both in HIV-positive patients

with 200 to 500 CD4+ cells per cubic millimeter. North American HIV Working Party. N Engl J Med,

333(25): 1662-1669, 1995.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

Mecanismos de ação

A lamivudina e a zidovudina são análogos de nucleosídeos e potentes inibidores seletivos de HIV-1 e

HIV-2.

A lamivudina tem se mostrado altamente sinérgica com a zidovudina na inibição da replicação do HIV

em culturas celulares.

Os dois fármacos são metabolizados sequencialmente pelas quinases intracelulares nas respectivas formas

ativas de 5’-trifosfato (TP). A lamivudina-TP e a zidovudina-TP são substratos e inibidores competitivos

da transcriptase reversa do HIV. Entretanto, sua principal atividade antiviral se dá pela incorporação da

forma monofosfato na cadeia do DNA viral, o que resulta na finalização da cadeia de ácido nucleico e na

interrupção do ciclo de replicação viral. Os trifosfatos de lamivudina e zidovudina mostram atividade

significativamente menor nas polimerases do DNA das células hospedeiras.

In vitro, a lamivudina demonstra baixa citotoxicidade em linfócitos sanguíneos periféricos, em linhas

celulares estabelecidas de linfócitos e de monócitos-macrófagos e em uma variedade de células

progenitoras da medula óssea in vitro. Portanto, a lamivudina tem, in vitro, alto índice terapêutico.

Efeitos farmacodinâmicos

A resistência do HIV-1à lamivudina envolve o desenvolvimento de uma alteração de aminoácidos em

M184V próxima ao sítio de ação da transcriptase reversa (TR) viral. Essa variante aparece tanto in vitro

quanto em pacientes infectados por HIV-1 sob tratamento antirretroviral que contém lamivudina. Os

mutantes M184V exibem suscetibilidade muito reduzida à lamivudina e mostram diminuição da

capacidade de replicação viral in vitro. Estudos in vitro indicam que isolados de vírus resistentes à

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zidovudina podem se tornar sensíveis quando simultaneamente adquirem resistência à lamivudina. A

relevância clínica desses achados, no entanto, ainda não está bem definida.

A resistência cruzada conferida pela TR de M184V é limitada dentro da classe de inibidores de

nucleosídeos dos agentes antirretrovirais. A zidovudina e a estavudina mantêm sua atividade

antirretroviral contra o HIV-1 resistente à lamivudina. O abacavir mantém sua atividade antirretroviral

contra o HIV-1 resistente à lamivudina que contém apenas a mutação M184V. O mutante TR M184V

apresenta redução <4 vezes na suscetibilidade à didanosina e à zalcitabina. A relevância clínica desses

achados é desconhecida.

A resistência aos análogos da timidina (entre eles a zidovudina) está bem caracterizada e é conferida pelo

acúmulo gradual de até seis mutações específicas da transcriptase reversa do HIV nos códons 41, 67, 70,

210, 215 e 219. Os vírus adquirem resistência fenotípica aos análogos da timidina através da combinação

de mutações dos códons 41 e 215 ou pelo acúmulo de pelo menos quatro das seis mutações. Essas

mutações de análogos da timidina por si só não causam alto nível de resistência cruzada a nenhum dos

outros nucleosídeos, permitindo o uso posterior de qualquer dos demais inibidores da transcriptase

reversa aprovados.

Dois padrões de mutação de resistência a múltiplos fármacos, o primeiro caracterizado por mutações da

transcriptase reversa do HIV nos códons 62, 75, 77, 116 e 151 e o segundo, que envolve tipicamente uma

mutação T69S e uma inserção de pares de seis bases na mesma posição, resultam em resistência

fenotípica ao AZT, bem como aos outros inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos.

Qualquer um desses dois padrões de mutação de resistência a múltiplos nucleosídeos limita gravemente

futuras opções terapêuticas.

Em estudos clínicos, a combinação da zidovudina com a lamivudina tem demonstrado redução da carga

viral do HIV-1 e aumento da contagem de células CD4. Dados clínicos indicam que a combinação da

lamivudina com a zidovudina, isoladamente ou em combinação com regimes terapêuticos que contêm

zidovudina, resulta em redução significativa do risco de progressão da doença e de mortalidade.

Separadamente, a terapia com lamivudina e zidovudina tem produzido isolados clínicos de HIV que

demonstram sensibilidade reduzida in vitro ao análogo de nucleosídeo ao qual foram expostos. Além

disso, há evidências clínicas, in vivo, de que a lamivudina, associada à zidovudina, retarda o aparecimento

de resistência à zidovudina em indivíduos que não receberam terapia antirretroviral prévia.

Os testes de suscetibilidade in vitro não foram padronizados, e os resultados podem variar de acordo com

fatores metodológicos. A relação entre a suscetibilidade in vitro do HIV à lamivudina e/ou à zidovudina e

a resposta clínica ao tratamento continuam sendo investigadas.

A lamivudina e a zidovudina têm sido amplamente usadas como componentes do tratamento

antirretroviral combinado com outros agentes antirretrovirais da mesma classe (inibidores da transcriptase

reversa análogos de nucleosídeos) ou de classes diferentes (inibidores da protease e inibidores da

transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos).

Múltiplos esquemas de tratamento antirretroviral que contêm lamivudina demonstraram ser eficazes em

pacientes não submetidos a tratamento antirretroviral anterior, bem como naqueles que apresentam vírus

que contêm as mutações M184V.

Propriedades farmacocinéticas

Absorção

A lamivudina e a zidovudina são bem absorvidas pelo trato gastrintestinal. Nos adultos, a

biodisponibilidade após administração oral da lamivudina é de aproximadamente 80% a 85% e a da

zidovudina é de cerca de 60% a 70%.

Um estudo sobre bioequivalência comparou lamivudina + zidovudina, lamivudina em comprimidos de

150 mg e zidovudina em comprimidos de 300 mg em administração conjunta. Também se estudou o

efeito dos alimentos sobre a velocidade e a extensão da absorção. Lamivudina + zidovudina mostrou-se

bioequivalente a lamivudina 150 mg e a zidovudina 300 mg em administração de comprimidos separados

a indivíduos em jejum.

Após a administração de lamivudina + zidovudina, os valores de Cmáx da lamivudina e da zidovudina

(intervalo de confiança de 95%) são de 1,5 (1,3-1,8) μg/mL e de 1,8 (1,5-2,2) μg/mL respectivamente. Os

valores médios de Tmáx são de 0,75 (0,50-2,00) horas e de 0,50 (0,25-2,00) horas respectivamente. Há

similaridade na extensão da absorção (AUC) das duas drogas, assim como na meia-vida estimada após o

uso de lamivudina + zidovudina, entre a administração feita com alimentos e a feita em jejum, apesar de a

velocidade de absorção (Cmáx e Tmáx) estar reduzida quando as drogas são ingeridas em jejum. Com base

nesses dados, concluiu-se que lamivudina + zidovudina pode ser administrada com ou sem alimentos.

Não se espera que a administração dos comprimidos macerados, misturados com líquidos ou com uma

pequena porção de comida pastosa tenha impacto na característica farmacêutica de lamivudina +

zidovudina; portanto, tampouco se espera alteração do efeito clínico. Essa conclusão se baseia nas

características físico-químicas e farmacocinéticas do ingrediente ativo e no comportamento da dissolução

in vitro dos comprimidos de lamivudina + zidovudina em água, assumindo-se que o paciente macere e

transfira 100% do comprimido (ou a metade do comprimido) e o degluta imediatamente.

Distribuição

Estudos feitos com lamivudina e zidovudina em administração intravenosa mostraram que os volumes

aparentes médios de distribuição foram de 1,3 e 1,6 L/kg respectivamente. A lamivudina apresenta

farmacocinética linear na faixa de dose terapêutica e demonstra limitada ligação à principal proteína

plasmática, a albumina (<36% da albumina sérica in vitro). A ligação da zidovudina às proteínas

plasmáticas é de 34% a 38%. Portanto, não se esperam interações medicamentosas por deslocamento do

sítio de ligação com lamivudina + zidovudina.

Os dados demonstram que a lamivudina e a zidovudina penetram no sistema nervoso central (SNC) e

alcançam o fluido cerebroespinhal (CSF). A razão média das concentrações liquóricas/séricas 2 a 4 horas

após a administração oral da lamivudina foi de 0,12; a da zidovudina, de 0,5. A verdadeira extensão da

penetração da lamivudina no SNC e sua relação com a eficácia clínica são desconhecidas.

Metabolismo

O metabolismo da lamivudina é uma via de eliminação de menor importância. Esse fármaco é

predominantemente eliminado por excreção renal como droga inalterada. A probabilidade de interações

medicamentosas metabólicas com a lamivudina é pequena em razão de seu baixo grau de metabolização

hepática (5% a 10%) e de sua reduzida ligação plasmática.

O 5’-glicuronídeo da zidovudina constitui-se no principal metabólito existente no plasma e na urina, é

responsável por aproximadamente 50% a 80% da dose administrada, e sua eliminação se dá por via renal.

A 3’-amino-3’-deoxitimidina (AMT) tem sido identificada como metabólito da zidovudina após

administração intravenosa.

Eliminação

A meia-vida de eliminação observada da lamivudina varia de 5 a 7 horas. O clearance sistêmico médio é

de aproximadamente 0,32 L/h/kg, com clearance predominantemente renal (>70%) através do sistema de

transporte catiônico orgânico.

Em estudos sobre a zidovudina em administração intravenosa, a meia-vida plasmática terminal média foi

de 1,1 hora e o clearance sistêmico médio de 1,6 L/h/kg. O clearance renal da zidovudina é estimado em

0,34 L/h/kg, o que indica filtração glomerular e secreção tubular ativa pelos rins.

Pacientes com insuficiência renal

Estudos com pacientes que apresentam comprometimento renal demonstraram que a eliminação da

lamivudina é afetada por essa disfunção devido ao decréscimo do clearance renal. Uma redução de dose é

necessária para os pacientes que apresentam clearance de creatinina menor que 50 mL/min. A

concentração da zidovudina também parece aumentada nos pacientes com insuficiência renal avançada.

Pacientes com insuficiência hepática

Os dados limitados sobre pacientes com cirrose sugerem que pode ocorrer acúmulo da zidovudina com a

diminuição da glicuronidação. Em casos de insuficiência hepática grave, talvez seja necessário um ajuste

de dose da zidovudina.

Idosos

Não há dados farmacocinéticos disponíveis sobre pacientes com mais de 65 anos de idade.

Crianças

Nas crianças com idade superior a 5 ou 6 meses, o perfil farmacocinético da zidovudina é semelhante ao

observado em adultos. A droga é bem absorvida no intestino, e em todos os regimes posológicos

estudados, em adultos e crianças, a biodisponibilidade foi de 60% a 74%, com média de 65%. Os níveis

de Cssmáx foram de 4,45 μM (1,19 μg/mL) após uma dose de 120 mg de zidovudina (em solução) por m2

da área de superfície corporal e de 7,7 μM (2,06 μg/mL) com 180 mg/m2

da área de superfície corporal.

Doses de 180 mg/m2

(quatro vezes por dia) administradas em crianças originaram exposição sistêmica

semelhante (AUC de 24 horas de 40,0 h μM ou 10,7 h μg/mL) à observada com doses de 200 mg (seis

vezes por dia) administradas em adultos (40,7 h μM ou 10,9 h μg/mL).

Avaliou-se, em seis crianças de 2 a 13 anos de idade portadoras do HIV, a farmacocinética plasmática da

zidovudina enquanto os pacientes recebiam 120 mg/m2

desse fármaco (três vezes por dia), novamente

avaliada após a troca de dosagem para 180 mg/m2

(duas vezes por dia). A exposição sistêmica (AUC

diária e Cmáx) no plasma com o regime de duas vezes por dia foi equivalente à obtida com a mesma dose

diária total dividida em três partes.

De modo geral, a farmacocinética da lamivudina nos pacientes pediátricos é semelhante à dos adultos. No

entanto, a biodisponibilidade absoluta (de aproximadamente 55% a 65%) se reduziu nos pacientes com

menos de 12 anos. Além disso, os valores da depuração sistêmica foram superiores nos pacientes

pediátricos mais novos e diminuíram com a idade, aproximando-se dos valores dos adultos por volta dos

12 anos. Devido a essas diferenças, a dose recomendada de lamivudina para crianças (com idade superior

a 3 meses e peso inferior a 30 kg) é de 4 mg/kg duas vezes por dia. Essa dose deve atingir AUC0-12 média

da ordem de 3.800 a 5.300 ng.h/mL. Dados recentes indicam que a exposição em crianças com menos de

6 anos pode reduzir-se cerca de 30% em comparação às outras faixas etárias. Dados adicionais relativos a

esse assunto são aguardados. Até o momento os dados disponíveis não sugerem que a lamivudina seja

menos eficaz para essa faixa etária.

Gravidez

A farmacocinética da lamivudina e da zidovudina em gestantes foi semelhante a não-gestantes. Devido à

passagem da lamivudina pela placenta, em humanos, a concentração sérica de lamivudina em recém-

nascidos foi semelhante à concentração sérica da mãe e do cordão umbilical na ocasião do parto. A

zidovudina foi medida no plasma e gerou resultados similares aos observados com a lamivudina.

4. CONTRAINDICAÇÕES

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA comprimidos é contraindicada para pacientes com

hipersensibilidade previamente demonstrada à lamivudina, à zidovudina ou a qualquer outro componente

da fórmula.

A zidovudina é contraindicada para pacientes com baixa contagem de neutrófilos (<750 células/mm3

) ou

baixos níveis de hemoglobina (<7,5 g/dL ou 4,65 mmol/L); portanto, FURP-LAMIVUDINA +

ZIDOVUDINA é contraindicada para esses pacientes (ver o item Advertências e Precauções).

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA comprimidos é também contraindicada para crianças com peso

inferior a 14 kg. Esse grupo de pacientes deve tomar a lamivudina e a zidovudina como formulações

separadas de acordo com as indicações do médico.

Este medicamento é contraindicado para uso por crianças com peso inferior a 14 kg.

Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com baixa contagem de neutrófilos (0,75

x 109

/L) ou baixos níveis de hemoglobina (<7,5 g/dL ou 4,65 mmol/L).

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

As precauções e advertências sobre o uso de lamivudina e zidovudina são apresentadas nesta seção. Não

existe nenhuma precaução nem advertência adicional relativa à combinação dos dois medicamentos em

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA. Recomenda-se administrar preparações isoladas de lamivudina

e zidovudina nos casos em que são necessários ajustes de doses. Nessas circunstâncias, o médico deve

usar como referência a prescrição individual desses medicamentos.

Os pacientes devem ser alertados sobre o perigo da automedicação (ver o item Interações

Medicamentosas).

É também necessário avisar os pacientes de que o uso de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA não

reduz o risco de transmissão do HIV através da relação sexual ou do sangue e seus derivados. Portanto,

deve-se continuar a tomar as precauções apropriadas.

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA, assim como outras terapias antirretrovirais, não representa a

cura da infecção pelo HIV; portanto, os pacientes podem ainda apresentar os sintomas associados a essa

condição, entre eles o aparecimento de infecções oportunistas. Assim, os pacientes devem continuar sob a

observação clínica de médicos experientes no tratamento da infecção pelo HIV.

Efeitos colaterais hematológicos

Pode-se esperar a ocorrência de anemia, neutropenia e leucopenia (geralmente secundária à neutropenia)

nos pacientes que usam zidovudina. Tais efeitos ocorreram com maior frequência com doses mais altas de

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zidovudina (de 1.200 a 1.500 mg/dia) em pacientes com doença avançada causada por HIV e em

indivíduos com baixa reserva medular óssea antes do tratamento. Portanto, deve-se monitorar

cuidadosamente os parâmetros hematológicos dos pacientes sob tratamento com FURP-LAMIVUDINA +

ZIDOVUDINA (ver o item Contraindicações).

Esses efeitos hematológicos, de modo geral, só são observados de quatro a seis semanas após o início do

tratamento. Para pacientes com doença sintomática avançada causada por HIV, comumente se

recomenda, nos primeiros três meses de tratamento, a realização de exames laboratoriais pelo menos a

cada duas semanas e, a partir daí, no mínimo mensalmente. Nos indivíduos com infecção por HIV em

fase inicial, os efeitos colaterais hematológicos são infrequentes. Dependendo da condição geral do

paciente, os exames laboratoriais podem ser realizados com menor frequência, a cada três meses, por

exemplo.

Além disso, talvez sejam necessários ajustes das doses de zidovudina caso ocorra mielossupressão ou

anemia grave durante o tratamento com FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA em pacientes com

comprometimento preexistente da medula óssea (como hemoglobina <9 g/dL ou contagem de neutrófilos

1,0 x 109

/L). Como não é possível o ajuste das doses de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA deve-

se usar preparações isoladas de zidovudina e de lamivudina (ver o item Contraindicações).

Pancreatite

Foram raros os casos de pancreatite em pacientes tratados com lamivudina e zidovudina. Não está claro se

tais casos decorreram do uso desses medicamentos ou de doença subjacente por ação do HIV. Entretanto,

é preciso considerar a pancreatite toda vez que o paciente desenvolver dor abdominal, náuseas e vômitos

ou apresentar marcadores bioquímicos elevados. O tratamento com FURP-LAMIVUDINA +

ZIDOVUDINA deve ser interrompido até a exclusão do diagnóstico de pancreatite.

Acidose láctica/hepatomegalia grave com esteatose

Houve relatos de acidose láctica e hepatomegalia grave com esteatose (inclusive com casos fatais) no

tratamento da infecção pelo HIV devido ao uso de análogos de nucleosídeos, isoladamente ou em

combinação, entre eles a lamivudina e a zidovudina. A maioria ocorreu em mulheres. Os sinais clínicos

indicativos de desenvolvimento de acidose láctica são fraqueza generalizada, anorexia e perda repentina

de peso sem causa aparente, além de sintomas gastrintestinais e respiratórios (dispneia e taquipneia).

Deve-se ter muito cuidado ao administrar FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA a qualquer paciente,

particularmente àqueles que apresentam fatores conhecidos de risco de doenças hepáticas. O tratamento

com FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA deve ser suspenso se o paciente apresentar sintomas

clínicos ou laboratoriais sugestivos de acidose láctica ou de hepatotoxicidade (que incluem hepatomegalia

e esteatose mesmo na ausência de elevações significativas das transaminases).

Redistribuição de gordura

Observaram-se, separadamente ou em conjunto, casos de redistribuição e de acúmulo de gordura corporal

– que abrangem obesidade central, alargamento dorsocervical (pescoço de Giba), emagrecimento

periférico, emagrecimento da face, aumento das mamas e níveis elevados de lipídeos séricos e de glicose

sanguínea – em alguns pacientes sob terapia combinada com antirretrovirais (ver o item Reações

Adversas).

Embora os fármacos pertencentes à classe dos inibidores da protease e à dos inibidores da transcriptase

reversa análogos de nucleosídeos (ITRN) tenham sido associados a um ou mais desses eventos adversos

específicos ligados a uma síndrome comumente chamada de lipodistrófica, dados indicam a existência de

diferenças de risco relativas a cada fármaco, individualmente, das duas classes terapêuticas.

Além disso, a síndrome lipodistrófica tem etiologia multifatorial: o estágio da infecção por HIV, a idade

avançada e a duração do tratamento antirretroviral, por exemplo, desempenham funções importantes,

possivelmente sinérgicas. As consequências no longo prazo ainda são desconhecidas.

Os exames clínicos devem incluir avaliações de sinais físicos de redistribuição de gordura. É preciso

considerar a quantificação de lipídeos séricos e de glicose sanguínea, tratando-se os distúrbios lipídicos de

forma clínica apropriada.

Síndrome de reconstituição imune

Podem surgir, nos pacientes infectados por HIV com deficiência imune grave na ocasião do início do

tratamento antirretroviral (TAR), reações inflamatórias a infecções oportunistas assintomáticas ou

residuais, causando problemas médicos sérios ou o agravamento dos sintomas. Essas reações foram

tipicamente observadas nas primeiras semanas (ou meses) após o início do TAR. Exemplos relevantes

disso são retinite por citomegalovírus, infecções micobacterianas generalizadas e/ou focais e pneumonia

por Pneumocystis jiroveci (P. carinii). Quaisquer sintomas inflamatórios precisam ser avaliados

imediatamente, iniciando-se tratamento quando necessário. Distúrbios autoimunes (como doença de

Graves, polimiosite e síndrome de Guillain-Barre) também foram relatados por ocorrerem na

reconstituição imune. Contudo, o tempo de início é variável, e podem ocorrer vários meses após o início

do tratamento e, algumas vezes, podem ter uma apresentação atípica.

Pacientes coinfectados pelo vírus da hepatite B

Estudos clínicos e o uso comercial da lamivudina mostram que alguns pacientes com hepatite crônica

pelo vírus B (VHB) podem desenvolver evidência clínica ou laboratorial de hepatite recorrente quando da

interrupção do uso desse fármaco. Isso pode trazer consequências ainda mais graves para aqueles que

apresentam doença hepática descompensada. Se houver interrupção do uso de FURP-LAMIVUDINA +

ZIDOVUDINA nos casos de pacientes coinfectados pelo VHB, deve-se levar em consideração a

monitoração periódica dos testes de função hepática e dos marcadores da replicação do VHB.

Pacientes coinfectados pelo vírus da hepatite C

Relatou-se a exacerbação da anemia pelo uso da ribavirina quando a zidovudina faz parte do regime de

tratamento do HIV, embora o mecanismo exato ainda não tenha sido esclarecido. Dessa forma, não se

aconselha a coadministração de ribavirina e zidovudina, devendo-se considerar a substituição da

zidovudina em um regime de combinação com TAR caso este já esteja estabelecido. Isso é

particularmente importante no caso de pacientes com histórico de anemia induzida pela zidovudina.

Atenção: o uso incorreto causa resistência do HIV e falha no tratamento.

Carcinogênese e mutagênese

Em estudos de longo prazo sobre carcinogenicidade oral em ratos e camundongos, a lamivudina não

mostrou nenhum potencial carcinogênico.

Em estudos de longo prazo sobre carcinogenicidade oral em ratos e camundongos que receberam

zidovudina, observou-se o surgimento tardio de tumores epiteliais vaginais. Não se detectou nenhum

outro tumor relacionado ao uso da zidovudina em nenhum dos sexos e em nenhuma das espécies. Um

estudo subsequente sobre carcinogenicidade intravaginal confirmou a hipótese de que os tumores vaginais

resultaram da exposição local prolongada do epitélio vaginal das fêmeas roedoras a elevadas

concentrações de zidovudina não metabolizada na urina. O valor preditivo para os seres humanos dos

estudos sobre carcinogenicidade feitos com roedores é incerto. Assim, o significado clínico desses

achados é pouco claro.

Além disso, realizaram-se dois estudos sobre carcinogenicidade transplacentária em camundongos. Em

um deles, feito pelo National Cancer Institute dos Estados Unidos, a zidovudina foi administrada, nas

doses máximas toleradas, a fêmeas de camundongo prenhes entre os dias 12 e 18 da gestação. Um ano

após o parto, houve aumento da incidência de tumores de pulmão, fígado e trato reprodutivo da prole

exposta ao maior nível de dose (420 mg/kg/peso corporal no final da gestação).

No segundo estudo, os camundongos receberam zidovudina em doses de até 40 mg/kg por 24 meses, e a

exposição teve início antes do nascimento, no décimo dia de gestação. Os achados relacionados ao

tratamento se limitaram a tumores epiteliais vaginais de surgimento tardio, que mostraram incidência e

momento de início similares aos do estudo padrão sobre carcinogenicidade oral. Assim, o segundo estudo

não forneceu evidências de que a zidovudina agiria como carcinógeno transplacentário.

Concluiu-se que os dados sobre carcinogenicidade transplacentária do primeiro estudo indicam risco

hipotético, enquanto a redução do risco de transfecção materna do HIV para o feto não infectado devido

ao uso da zidovudina na gravidez é bem comprovada.

A lamivudina e a zidovudina não são mutagênicas em testes bacterianos, mas, como muitos análogos de

nucleosídeos, mostram atividade in vitro em testes com mamíferos, como no de linfoma em

camundongos. A lamivudina não demonstrou nenhuma atividade genotóxica em estudos in vivo com

doses que produziram concentrações plasmáticas até 40 ou 50 vezes superiores às concentrações

plasmáticas clínicas. Como a atividade mutagênica da lamivudina in vitro não pôde ser confirmada em

testes in vivo, concluiu-se que seu uso não representa risco de genotoxicidade para pacientes submetidos a

tratamento.

A zidovudina mostrou efeitos clastogênicos, com doses repetidas, em um teste oral feito com

micronúcleos de camundongos. Observou-se que os linfócitos do sangue periférico de pacientes com

AIDS que receberam tratamento com zidovudina continham maior número de quebras cromossômicas.

Um estudo piloto demonstrou que a zidovudina se incorpora ao DNA nuclear dos leucócitos de adultos,

inclusive de mulheres grávidas que receberam esse fármaco no tratamento da infecção pelo HIV-1 ou na

prevenção da transmissão viral de mãe para filho. A zidovudina também se incorporou ao DNA dos

leucócitos do sangue do cordão umbilical de bebês cujas mães foram tratadas com esse fármaco. As

implicações clínicas desses achados são desconhecidas.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e de operar máquinas

Até o momento não há estudos sobre o efeito da lamivudina ou da zidovudina na capacidade de dirigir

veículos e de operar máquinas. Além disso, não é possível prever efeitos negativos sobre essas atividades

com base na farmacologia das substâncias ativas. No entanto, o estado clínico do paciente e o perfil dos

efeitos adversos da lamivudina e da zidovudina devem ser considerados na análise da capacidade do

paciente de dirigir veículos e de operar máquinas.

Gravidez e lactação

A segurança do uso da lamivudina na gestação de seres humanos ainda não foi estabelecida. Já a

administração da zidovudina a mulheres grávidas, além do tratamento subsequente do recém-nascido, tem

demonstrado redução da taxa de transmissão do HIV da mãe para o feto. Entretanto, não existe nenhum

dado semelhante sobre a lamivudina. Tanto esta quanto a zidovudina têm a capacidade de atravessar a

barreira placentária. Embora estudos sobre reprodução animal não sejam preditivos da resposta humana, a

administração de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA não é recomendável nos primeiros três meses

de gravidez, a menos que o benefício para a mãe supere o possível risco para o feto.

Com base nos achados de carcinogenicidade e mutagenicidade da zidovudina em estudos com animais,

não se pode excluir o risco de carcinogenicidade para os seres humanos. A importância desses achados

para bebês infectados e não infectados expostos à zidovudina é desconhecida. Contudo, as mulheres

grávidas que fazem uso de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA devem ser informadas a respeito

deles.

Observaram-se, em bebês e crianças expostos a ITRN durante a gestação ou no parto, pequenos aumentos

temporários dos níveis sanguíneos de lactato sérico, que podem ser causados por disfunção mitocondrial.

A relevância clínica desses aumentos é desconhecida. Além disso, houve relatos muito raros de retardo do

desenvolvimento, crises convulsivas e outros distúrbios neurológicos. Entretanto, não se pode estabelecer

relação causal entre esses eventos e a exposição a ITRN na gravidez ou no parto. Esses achados não

afetam as atuais recomendações de uso da terapia antirretroviral em mulheres grávidas como prevenção

da transmissão vertical do HIV.

Alguns especialistas recomendam que as mulheres infectadas pelo HIV não amamentem seus filhos para

evitar a transmissão do vírus. Em situações em que o uso de fórmulas infantis não é viável e o aleitamento

materno durante o tratamento antirretroviral for considerado, devem ser seguidos os guias locais para

amamentação e tratamento.

Em um estudo, após administração oral repetida de lamivudina 150 mg duas vezes ao dia (em

combinação a 300 mg de zidovudina duas vezes ao dia) ou 300 mg de lamivudina duas vezes ao dia, esta

foi eliminada no leite materno humano (0,5 a 8,2 microgramas/mL) em concentrações semelhantes às

encontradas no soro. Enquanto, após administração de dose única de 200 mg de zidovudina em mulheres

infectadas por HIV, a concentração média de zidovudina foi semelhante às encontradas no leite materno e

soro. Em outros estudos, após a administração oral repetida de 150 mg de lamivudina (em combinação a

300 mg de zidovudina ou em uma associação em dose fixa) e 300 mg de zidovudina duas vezes ao dia

(como agente único ou em uma associação em dose fixa), a proporção soro: leite materno variou entre 0,4

e 3,2 para zidovudina, e 0,6 e 3,3 para lamivudina. A concentração média de lamivudina no soro infantil

variou entre 18 e 28 ng/mL e não foi detectável em um dos estudos (ensaio de sensibilidade 7 ng/mL).

Em outro estudo, a concentração média de zidovudina no soro infantil foi de 24 ng/mL. Não foram

avaliados os níveis intracelulares de trifosfato de lamivudina e trifosfato de zidovudina (metabólitos

ativos da lamivudina e zidovudina, respectivamente) em crianças pós-amamentação. Portanto, a

relevância clínica da concentração sérica dos compostos mensurados nas mães é desconhecida.

Fertilidade

Não existem dados que indiquem que a lamivudina e a zidovudina afetam a fertilidade das mulheres. Nos

homens, a zidovudina não demonstrou afetar a contagem, a morfologia nem a motilidade dos

espermatozoides.

Categoria C de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas, ou que estejam amamentando, sem

orientação do médico ou cirurgião-dentista.

Pacientes idosos

Não há nenhum dado específico disponível sobre esses pacientes. Entretanto, recomendam-se cuidados

especiais para essa faixa etária em virtude das alterações relacionadas à idade, como diminuição da

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Considerando-se que FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA contém lamivudina e zidovudina,

qualquer interação identificada desses agentes, individualmente, pode ocorrer com seu uso.

As interações listadas abaixo não devem ser consideradas excessivas, e sim representativas das classes de

drogas com relação às quais são necessários alguns cuidados.

Interações relevantes com a lamivudina:

A probabilidade de interações metabólicas com a lamivudina é baixa não apenas por seu limitado

metabolismo e sua ligação à proteína plasmática como também por ser eliminada principalmente pelos

rins de forma inalterada.

A lamivudina é predominantemente eliminada por secreção catiônica orgânica ativa. Deve-se considerar a

possibilidade de interações com outros medicamentos administrados em concomitância, particularmente

quando o principal meio de eliminação for a secreção renal ativa via sistema de transporte catiônico

orgânico, como ocorre com a trimetoprima. Outras substâncias ativas (como a ranitidina e a cimetidina)

são eliminadas apenas parcialmente por esse mecanismo e não parecem interagir com a lamivudina.

É improvável que as substâncias ativas excretadas predominantemente pela via aniônica orgânica ativa ou

por filtração glomerular produzam interações clínicas significativas com a lamivudina.

trimetoprima: a administração de trimetoprima/sulfametoxazol (160 mg/800 mg) causa aumento de 40%

da exposição à lamivudina por causa do componente trimetoprima. Entretanto, a menos que o paciente

tenha comprometimento renal, não é necessário nenhum ajuste de dose da lamivudina (ver o item

Posologia e Modo de Usar). Esse fármaco não tem efeito sobre a farmacocinética da trimetoprima nem do

sulfametoxazol. Não se estudou o efeito da coadministração da lamivudina com doses maiores de

trimetoprima/sulfametoxazol, usados no tratamento da pneumonia por Pneumocystis jiroveci (P. carinii) e

da toxoplasmose.

zalcitabina: a lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular da zalcitabina quando os dois

medicamentos são usados concomitantemente. Portanto, não é recomendável usar FURP-LAMIVUDINA

+ ZIDOVUDINA em combinação com zalcitabina.

entricitabina: a lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular da entricitabina quando os dois

produtos são administrados concomitantemente. Além disso, o mecanismo de resistência viral tanto para a

lamivudina quanto para entricitabina é mediado através de mutação no mesmo gene da transcriptase

reversa viral (M184V) e, consequentemente, a eficácia terapêutica desta combinação pode ser limitada.

Assim, não é recomendado o uso de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA em combinação com

entricitabina ou combinações contendo doses fixas de entricitabina.

Interações relevantes com a zidovudina:

A zidovudina é principalmente eliminada por conjugação hepática com um metabólito glicuronidato

inativo. As substâncias ativas eliminadas principalmente por esse metabolismo, em especial por

glicuronidação, costumam ter potencial para inibir o metabolismo da zidovudina.

atovaquona: a zidovudina não parece afetar a farmacocinética da atovaquona. Entretanto, dados sobre

farmacocinética mostraram que a atovaquona parece reduzir a taxa de metabolismo da zidovudina ao seu

metabólito glicuronídeo (em jejum a AUC da zidovudina aumentou 33% e a Cmáx do glicuronídeo

reduziu-se 19%). Observou-se, com doses diárias de 500 ou 600 mg de zidovudina, que seria improvável

um curso de tratamento de três semanas concomitante com o uso da atovaquona para que a PCP aguda

resultasse no aumento da incidência de reações adversas atribuídas às concentrações plasmáticas maiores

da zidovudina. Deve-se ter a cautela de monitorar pacientes sob tratamento prolongado com atovaquona.

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA_COM REV_BPROF_REV01

claritromicina: os comprimidos de claritromicina reduzem a absorção da zidovudina. Isso pode ser

evitado administrando-se os medicamentos com pelo menos 2 horas de intervalo.

lamivudina: a coadministração da zidovudina e da lamivudina resulta no aumento de 13% da exposição à

zidovudina e de 28% dos níveis plasmáticos máximos. No entanto, a exposição global (AUC) não se

altera significativamente. Esse aumento não é considerado significativo para a segurança do paciente;

portanto, não é necessário nenhum ajuste de dose. A zidovudina não tem efeito sobre a farmacocinética

da lamivudina.

fenitoína: os níveis plasmáticos da fenitoína se revelaram baixos em alguns pacientes sob tratamento com

a zidovudina. No caso de um paciente, porém, esse nível foi elevado. Tais observações sugerem que as

concentrações da fenitoína devem ser cuidadosamente monitoradas nos indivíduos que recebem FURP-

LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA e fenitoína.

probenecida: dados limitados sugerem que a probenecida aumenta a meia-vida e a AUC de concentração

plasmática da zidovudina pela diminuição da glicuronidação. A excreção renal do glicuronídeo (e

possivelmente da própria zidovudina) se reduz na presença da probenecida.

rifampicina: dados limitados sugerem que a coadministração da zidovudina e da rifampicina diminui a

AUC da zidovudina em 48% ± 34%. Contudo, o significado clínico desse achado é desconhecido.

estavudina: a zidovudina pode inibir a fosforilação intracelular da estavudina quando as duas drogas são

usadas concomitantemente. A estavudina, portanto, não deve ser utilizada em combinação com FURP-

LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA.

Diversas: outras drogas, que abrangem (mas não se limitam) aspirina, codeína, morfina, metadona,

indometacina, cetoprofeno, naproxeno, oxazepam, lorazepam, cimetidina, clofibrato, dapsona e

isoprinosina, podem alterar o metabolismo da zidovudina porque inibem de forma competitiva a

glicuronidação ou inibem diretamente o metabolismo microssômico hepático. Deve-se tomar cuidados

especiais em relação à possibilidade de haver interações medicamentosas com FURP-LAMIVUDINA +

ZIDOVUDINA antes de utilizar tais drogas, particularmente em tratamentos crônicos.

O tratamento concomitante, em especial o agudo, com drogas potencialmente nefrotóxicas ou

mielossupressoras (como pentamidina sistêmica, dapsona, pirimetamina, trimetoprima/sulfametoxazol,

anfotericina, flucitosina, ganciclovir, interferona, vincristina, vimblastina e doxorrubicina) também pode

aumentar o risco de reações adversas à zidovudina. Caso seja necessário o tratamento concomitante de

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA com qualquer dessas drogas, deve-se tomar cuidados extras na

monitoração da função renal e dos parâmetros hematológicos. Se for preciso, deve-se reduzir a dose de

um ou mais medicamentos.

Como alguns dos pacientes tratados com FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA talvez continuem a

apresentar infecções oportunistas, deve-se considerar o uso concomitante de terapia antimicrobiana

profilática. Essa profilaxia pode incluir trimetoprima/sulfametoxazol, pentamidina aerolisada,

pirimetamina e aciclovir. Alguns dados limitados obtidos de estudos clínicos não indicam aumento

significativo do risco de reações adversas à zidovudina devido ao uso desses medicamentos.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Cuidados de armazenamento

Conserve este medicamento em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegido da luz e umidade.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Aspecto físico/Características organolépticas

Comprimido revestido circular, branco, sulcado e sem odor ou sabor.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

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Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Modo de usar

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA pode ser administrada com ou sem alimentos.

Para garantir a administração da dose completa, deve-se deglutir o comprimido preferencialmente sem

amassá-lo. Se tiver dificuldade de engolir os comprimidos, o paciente pode macerá-los e misturá-los com

líquidos ou uma pequena porção de comida semissólida (pastosa), ingerindo-os imediatamente (ver, em

Características Farmacológicas, o item Propriedades Farmacocinéticas).

Posologia

O tratamento com FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA deve ser iniciado e monitorado por um

médico com experiência na terapia da infecção por HIV.

Adultos e adolescentes com pelo menos 30 kg

A dose recomendada de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA é de um comprimido duas vezes ao

dia.

Crianças com 21 a 30 kg

A dose recomendada de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA é a metade de um comprimido sulcado

pela manhã e um comprimido inteiro no final da tarde.

Crianças com 14 a 21 kg

duas vezes ao dia.

Crianças com menos de 14 kg

Para crianças com peso inferior a 14 kg, a lamivudina e a zidovudina devem ser administradas como

formulações separadas de acordo com as indicações do médico.

Se houver indicação clínica de redução da dose de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA ou se um

dos componentes do produto (lamivudina ou zidovudina) necessitar de redução ou interrupção

recomendam-se preparações isoladas de lamivudina e de zidovudina em cápsulas e/ou solução oral

(disponível no mercado).

Disfunção renal

São necessários ajustes de dose da lamivudina para pacientes com clearance de creatinina <50 mL/min

(ver, em Características Farmacológicas, o item Propriedades Farmacocinéticas). Portanto, recomenda-se

a administração de preparações isoladas de lamivudina e zidovudina para esses pacientes.

Disfunção hepática

Podem ser necessários ajustes de dose da zidovudina para pacientes com comprometimento hepático (ver,

em Características Farmacológicas, o item Propriedades Farmacocinéticas). Portanto, recomenda-se a

administração de preparações isoladas de lamivudina e zidovudina para pacientes com disfunção hepática

grave.

Ajustes de dose para pacientes com reações adversas hematológicas

Podem ser necessários ajustes de dose da zidovudina se o nível de hemoglobina cair a menos de 9 g/dL

(5,59 mmol/L) ou se a contagem de neutrófilos ficar abaixo de 1,0 x 109

/L (ver os itens Contraindicações

e Advertências e Precauções). Considerando-se que não é possível ajustar as doses de FURP-

LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA, deve-se administrar preparações isoladas de zidovudina e lamivudina.

Pacientes idosos

Não há nenhum dado específico disponível. Entretanto, recomendam-se cuidados especiais para essa

faixa etária em razão das alterações relacionadas à idade, como diminuição da função renal e mudanças

dos parâmetros hematológicos.

Profilaxia pós-exposição

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA_COM REV_BPROF_REV01

Diretrizes reconhecidas internacionalmente recomendam que, após exposição acidental a sangue

infectado por HIV (perfuração por agulha, por exemplo), deve-se administrar imediatamente (em 1 ou 2

horas) uma combinação de zidovudina e lamivudina. Em casos de maior risco de infecção, deve-se

acrescentar a esse tratamento um inibidor da protease. Recomenda-se que a profilaxia antirretroviral

continue por quatro semanas. Não se realizou nenhum estudo clínico sobre profilaxia pós-exposição não

acidental, e são limitados os dados que possam corroborar essa conduta. Apesar da pronta instituição de

tratamento com agentes antirretrovirais, pode ocorrer soroconversão.

Este medicamento não deve ser aberto ou mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Houve relatos de eventos adversos durante tratamento de doença causada por HIV com lamivudina e

zidovudina (separadamente ou em combinação). Não está claro se muitos desses eventos se relacionam à

lamivudina, à zidovudina ou à grande quantidade de fármacos utilizados no controle da infecção por HIV

ou ainda se são decorrentes do processo patológico subjacente. Como FURP-LAMIVUDINA +

ZIDOVUDINA contém zidovudina e lamivudina, pode-se esperar as reações adversas listadas abaixo, de

diferentes tipos e níveis de gravidade, associadas a cada composto. Não existe evidência de toxicidade

adicional após a administração concomitante dos dois fármacos.

As reações adversas estão classificadas de acordo com a frequência, segundo a qual uma reação pode ser:

muito comum (>1/10), comum (>1/100 e <1/10), incomum (>1/1.000 e <1/100), rara (>1/10.000 e

<1/1.000) e muito rara (<1/10.000).

lamivudina

Reações comuns (>1/100 e <1/10)

- hiperlactatemia, cefaleia

- náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia

- rash, alopecia

- artralgia, distúrbios musculares

- fadiga, mal-estar generalizado, febre

Reações incomuns (>1/1.000 e <1/100)

- neutropenia

- anemia

- trombocitopenia

- aumentos transitórios das enzimas hepáticas (AST, ALT)

Reações raras (>1/10.000 e <1/1.000)

- acidose láctica (ver o item Advertências e Precauções).

- redistribuição da gordura corporal (ver o item Advertências e Precauções); a incidência desse evento

depende de múltiplos fatores, entre eles a combinação particular das drogas antirretrovirais.

- pancreatite (embora a relação causal com o tratamento seja incerta) e aumento da amilase sérica.

- rabdomiólise

Reações muito raras (<1/10.000)

- aplasia das células vermelhas

- parestesia

- neuropatia periférica (houve relatos, mas a relação causal com o tratamento é incerta)

zidovudina

Reações muito comuns (>1/10): cefaleia, náusea

- anemia (que pode requerer transfusão), neutropenia e leucopenia, que podem ocorrer mais

frequentemente quando se usam altas dosagens (1.200-1.500 mg/dia) administradas a pacientes com

infecção avançada por HIV (especialmente se há baixa reserva de medula óssea antes do tratamento)

FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA_COM REV_BPROF_REV01

e, particularmente, a pacientes com contagem de células CD4 abaixo de 100 células/mm3

; talvez seja

necessária a redução da dose ou a interrupção do tratamento (ver o item Advertências e Precauções).

A incidência de neutropenia também aumentou entre os pacientes cujas contagens de neutrófilos

(além dos níveis de hemoglobina e de vitamina B12 sérica) se mostraram reduzidas no início do

tratamento com a zidovudina.

- hiperlactatemia

- vertigem

- vômito, dor abdominal e diarreia

- aumento dos níveis de enzimas hepáticas e de bilirrubina

- mialgia

- indisposição

- trombocitopenia e pancitopenia com hipoplasia medular

- dispneia

- flatulência

- rash cutâneo e prurido

- miopatia

- febre, dor generalizada e astenia

- aplasia isolada de células vermelhas

- acidose láctica (ver o item Advertências e Precauções), anorexia

- redistribuição/acúmulo de gordura corporal (ver o item Advertências e Precauções); a incidência desse

evento depende de múltiplos fatores, entre eles a combinação particular das drogas antirretrovirais.

- ansiedade e depressão

- insônia, parestesia, sonolência, perda da acuidade mental, convulsões

- cardiomiopatia

- tosse

- pigmentação da mucosa oral, alteração do paladar e dispepsia; pancreatite

- distúrbios hepáticos (como hepatomegalia grave com esteatose)

- pigmentação da pele e das unhas, urticária e sudorese

- frequência urinária

- ginecomastia

- calafrios, dor torácica e síndrome similar à gripe

Reação muito rara (<1/10.000): anemia aplástica

Em caso de eventos adversos, notifique o Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

A experiência com superdosagem de FURP-LAMIVUDINA + ZIDOVUDINA é limitada. Não se

identificou nenhum sintoma nem sinal específico, após a superdosagem aguda de zidovudina ou

lamivudina, além dos já listados como efeitos adversos. Não ocorreu nenhuma fatalidade e todos os

pacientes se recuperaram.

Caso ocorra superdosagem, o paciente deve ser monitorado para verificação de evidência de toxicidade

(ver o item Reações Adversas). Quando necessário, deve-se aplicar tratamento padrão de suporte. Como a

lamivudina é dialisável, pode-se utilizar hemodiálise contínua no tratamento de superdosagem, embora

essa forma de terapia não tenha sido estudada. A hemodiálise e a diálise peritoneal parecem ter efeito

limitado na eliminação da zidovudina, porém aumentam a eliminação do metabólito glicuronídeo.

Para maiores detalhes, os médicos devem consultar as informações individuais sobre prescrição da

lamivudina e da zidovudina.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001 se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.