Bula do Lanvis para o Profissional

Bula do Lanvis produzido pelo laboratorio Aspen Pharma Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Lanvis
Aspen Pharma Indústria Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO LANVIS PARA O PROFISSIONAL

BULA PROFISSIONAL DE

SAÚDE 01/02

Nome do Medicamento: Lanvis

Apresentação: 40 MG COM CT FR VD AMB X 25

Fabricado e Embalado por: Excella GmbH, Alemanha

Lanvis®

comprimidos

Modelo de texto de bula profissional de saúde

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LEIA ESTA BULA ATENTAMENTE ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO

I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

tioguanina

APRESENTAÇÃO

Comprimidos contendo 40 mg de tioguanina, apresentados em frascos com 25 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido de Lanvis®

contém:

tioguanina ............................................................................................................... 40 mg

excipientes (lactose monoidratada, amido, acácia, ácido esteárico e estearato de

magnésio).q.s.p....................................................................................................... 1 comprimido

II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Lanvis®

é indicado para o tratamento de leucemias agudas, especialmente leucemia mieloblástica aguda e

leucemia linfoblástica aguda.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Crianças com leucemia linfoblástica, consecutivamente diagnosticada no Reino Unido e na Irlanda entre

abril de 1997 e junho de 2002, foram distribuídas aleatoriamente para 6-tioguanina (750 pacientes) ou 6-

mercaptopurina (748 pacientes) durante a manutenção provisória e a terapia contínua. Após um

acompanhamento mediano de 6 anos, não houve diferença na sobrevida sem evento ou geral (6-

mercaptopurina 666/748 [90%], 6-tioguanina 656/744 [88%]; p = 0,3) entre os dois grupos de tratamento.1

Os esquemas DAT (daunorrubicina, citarabina, tioguanina) e ADE (daunorrubicina, citarabina, etoposida)

proporcionaram altas taxas de remissão e boa sobrevida em longo prazo, sendo, ambos, regimes

quimioterápicos igualmente eficazes para o tratamento de pacientes com leucemia mieloblástica aguda

(LMA) de até 55 anos de idade. 2

Taxas de resposta de 53% a 80% foram obtidas quando citarabina foi associada a outras substâncias

supressoras medulares, incluindo tioguanina (por exemplo, o esquema DAT (citarabina, daunorrubicina,

tioguanina)). 3

1. VORA, A. et al. Toxicity and efficacy of 6-thioguanine versus 6-mercaptopurine in childhood

lymphoblastic leukaemia: a randomised trial. Lancet, 368: 1339–48, 2006.

2. HANN, IM. et al. Randomized Comparison of DAT Versus ADE as Induction Chemotherapy in Children

and Younger Adults With Acute Myeloid Leukemia. Results of the Medical Research Council’s 10th AML

Trial (MRC AML10). Blood, 89(7): 2311-2318, 1997.

3. Lennon TP & Yee GC: Adult acute leukemia In: DiPiro JT, Talbert RL, Hayes PE, et al (Eds):

Pharmacotherapy: a Pathophysiologic Approach, Elsevier, New York, NY, 1989.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

A tioguanina é um análogo sulfidrílico da guanina e comporta-se como um antimetabólito da purina. É

ativada em seu nucleotídeo, o ácido tioguanílico.

Os metabólitos da tioguanina inibem a síntese de novo de purina e das interconversões do nucleotídeo da

purina. A tioguanina é também incorporada em ácidos nucleicos. A incorporação ao DNA (ácido

desoxirribonucleico) contribui para a citotoxicidade do agente.

A resistência cruzada normalmente existe entre a tioguanina e a mercaptopurina, e não se espera que os

pacientes resistentes a uma respondam à outra.

Propriedades farmacocinéticas

A tioguanina é extensamente metabolizada in vivo. Há duas vias catabólicas principais: a metilação para 2-

amino-6-metiltiopurina (MTG) e a desaminação para 2-hidroxi-6-mercaptopurina, seguidas de oxidação

para o ácido 6-tioúrico.

Lanvis®

comprimidos

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Estudos com a tioguanina radioativa mostram que os níveis sanguíneos de pico de radioatividade total são

alcançados, aproximadamente, entre 8 e 10 horas após administração oral, e declinam vagarosamente em

seguida. Estudos posteriores, utilizando HPLC, demonstraram que a 6-tioguanina é a maior tiopurina

presente, pelo menos nas primeiras oito horas após administração intravenosa. Concentrações plasmáticas

de 61-118 µmol/mL são obtidas após administração intravenosa de 1 a 1,2 g de 6-tioguanina/m2

de

superfície corporal. Os níveis plasmáticos decaem biexponencialmente, com meia-vida inicial e terminal de

três e de cinco a nove horas, respectivamente.

Após administração oral de 100 mg/m2

, os níveis de pico, conforme se mediu por HPLC, ocorreram entre

duas e quatro horas, e caíram na faixa de 0,03-0,94 micromolar (0,03-0,94 µmol/mL). Os níveis são

reduzidos pela ingestão concomitante de alimentos, assim como por vômitos.

Tendo em vista sua ação sobre o DNA celular, a tioguanina é potencialmente mutagênica e carcinogênica.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Lanvis®

é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da

fórmula.

Tendo em vista a gravidade das indicações, não há contraindicações absolutas.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Lanvis®

é um agente citotóxico ativo para uso apenas sob supervisão de médicos experientes na

administração desses agentes.

A imunização com vacinas contendo microrganismos vivos tem o potencial de causar infecções em

pacientes imunodeficientes. Assim, não é recomendada a imunização com vacinas elaboradas com

microrganismos vivos.

Efeitos hepáticos

não é recomendado para terapia de manutenção ou tratamentos contínuos similares de longa

duração, devido ao alto risco de toxicidade hepática associado a danos vasculares endoteliais. (ver Posologia

e Reações adversas).

A toxicidade hepática tem sido observada num percentual elevado de crianças recebendo tioguanina como

parte da terapia de manutenção para leucemia linfoblástica aguda e em outras condições associadas a seu

uso contínuo. Essa toxicidade é particularmente prevalente em homens. A toxicidade hepática normalmente

se apresenta como uma síndrome clínica da doença veno-oclusiva hepática (hiperbilirrubinemia,

hepatomegalia dolorosa, ganho de peso devido à retenção de fluidos e ascite) ou com sinais de hipertensão

portal (esplenomegalia, trombocitopenia e varizes esofagianas). Características histopatológicas associadas

com essa toxicidade incluem esclerose hepatoportal, hiperplasia nodular regenerativa, peliose hepática e

fibrose periportal.

A terapia com tioguanina deve ser descontinuada em pacientes com evidência de toxicidade hepática, já que

a reversão de seus sinais e sintomas tem sido relatada com a suspensão do uso do medicamento.

Pacientes devem ser cuidadosamente monitorados durante a terapia, incluindo contagem de células

sanguíneas e testes de função hepática semanais. Sinais precoces de toxicidade hepática podem ser

associados à hipertensão portal, tais como trombocitopenia desproporcional à neutropenia e esplenomegalia.

A elevação de enzimas hepáticas também tem sido relatada em associação com a toxicidade hepática, mas

nem sempre ocorre.

Efeitos hematológicos

O tratamento com Lanvis®

causa supressão da medula óssea, que conduz à leucopenia e à trombocitopenia

(ver Efeitos hepáticos). Anemia tem sido reportada menos frequentemente.

A supressão da medula óssea é prontamente reversível se Lanvis®

for suspenso precocemente.

Alguns indivíduos com deficiência hereditária da enzima tiopurinametiltransferase (TPMT) podem ser mais

sensíveis ao efeito mielossupressor da tioguanina e propensos a rapidamente desenvolver depressão da

medula óssea após o início do tratamento com Lanvis®

. Esse problema pode ser exacerbado pela

coadministração com drogas que inibem a TPMT, como a olsalazina, mesalazina ou sulfasalazina. Alguns

laboratórios oferecem exames para detectar a deficiência de TPMT. Entretanto, esses testes não

demonstraram identificar todos os pacientes com risco de toxicidade grave. Consequentemente, a contagem

sanguínea diária ainda se faz necessária.

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Durante a indução da remissão, em leucemia mielógena, o paciente pode, frequentemente, ter que

sobreviver a um período de relativa aplasia da medula óssea. Por isso, é importante que haja disponibilidade

de suporte hematológico adequado.

Pacientes em processo de quimioterapia mielosupressiva são particularmente suscetíveis a uma variedade de

infecções.

Durante a indução de remissão, particularmente quando está ocorrendo rápida lise celular, precauções

adequadas devem ser tomadas para evitar hiperuricemia e/ou hiperuricosúria e o risco de nefropatia por

ácido úrico.

Controle

Durante a indução da remissão, devem ser feitas contagens sanguíneas frequentes.

As contagens de leucócitos e de plaquetas continuam a cair após a suspensão do tratamento. Dessa forma,

ao primeiro sinal de uma queda acentuada nessas contagens, o tratamento deve ser temporariamente

descontinuado.

Síndrome de Lesch-Nyhan:

Como a enzima hipoxantina-guanina-fosforribosil-transferase é a responsável pela conversão da tioguanina

em seu metabólito ativo, é possível que pacientes com deficiência dessa enzima, assim como os portadores

da Síndrome de Lesch-Nyhan, demonstrem resistência à droga. Foi demonstrada resistência à azatioprina

(que possui um metabólito ativo da tioguanina) em duas crianças com síndrome de Lesch-Nyhan.

Efeitos na habilidade de dirigir veículos e operar máquinas

Não existem dados quanto ao efeito de Lanvis®

sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas. O

efeito prejudicial nessas atividades não pode ser previsto a partir de farmacologia.

Gravidez e lactação

, assim como outros agentes citotóxicos, é potencialmente teratogênico.

Têm ocorrido casos isolados de homens que, tendo recebido combinações de agentes citotóxicos, incluindo

, deram origem a filhos com anormalidades congênitas.

O uso de Lanvis®

deve ser, sempre que possível, evitado na gestação, especialmente durante o primeiro

trimestre. Em qualquer caso individual, o risco potencial ao feto deve ser considerado em comparação ao

benefício esperado para a mãe.

Como qualquer terapia citotóxica, o paciente e seu parceiro devem ser alertados quanto às precauções

contraceptivas adequadas durante o tratamento com Lanvis®

.

Não há relatos da presença de Lanvis®

ou de seus metabólitos no leite materno. Contudo, as mães que

estejam em tratamento com Lanvis®

não devem amamentar.

Categoria D de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe

imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Mutagenicidade

Uma vez que Lanvis®

atua no DNA, o medicamento é potencialmente mutagênico e carcinogênico.

Medicamentos imunossupressores podem ativar focos primários de tuberculose. Os médicos que

acompanham pacientes sob imunossupressão devem estar alertas quanto à possibilidade de

surgimento de doença ativa, tomando, assim, todos os cuidados para o diagnóstico precoce e

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Não se recomenda a imunização com vacinas contendo microrganismos vivos em indivíduos

imunodeficientes (ver Advertências e precauções).

O uso concomitante de alopurinol para inibir a formação de ácido úrico não requer a redução da dose de

Lanvis®

, como é necessária com mercaptopurina e azatioprina (ver Advertências e precauções).

Como há evidência in vitro de que derivados do aminossalicilato (como olsalazina, mesalazina ou

sulfassalazina) inibem a enzima TPMT, essas drogas devem ser administradas com precaução em pacientes

sob tratamento com Lanvis®

.

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7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Cuidados de armazenamento

O medicamento deve ser mantido em sua embalagem original, em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C) e

protegido da luz e da umidade. O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação impressa na

embalagem do produto.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Aspectos físicos / Características organolépticas

Comprimido branco a quase branco, redondo, biconvexo, com um sulco. Traz a inscrição “T40” gravada em

um dos lados, e tem o outro lado liso.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Modo de uso

Uso oral.

Tanto a dose exata quanto a duração do tratamento com Lanvis®

dependerão da natureza e da dosagem dos

demais agentes citotóxicos administrados concomitantemente.

Lanvis®

demonstra absorção variável após administração oral, e os níveis plasmáticos da tioguanina podem

ser reduzidos após êmese ou ingestão de alimentos.

pode ser usado em qualquer estágio anterior à terapia de manutenção, em ciclos de curta duração,

por exemplo, indução, consolidação e intensificação. Entretanto, não é recomendado o uso em terapia de

manutenção ou tratamentos similares de longa duração contínuos, devido ao alto risco de toxicidade

hepática (ver Advertências e precauções e Reações adversas).

Posologia

Adultos

A dose usual é de 60 a 200 mg/m2

de superfície corporal por dia.

Crianças

Para crianças são indicadas doses similares àquelas usadas em adultos, com correção apropriada à área da

superfície corporal.

Paciente idosos

Não há recomendações específicas de dosagem para pacientes idosos (ver Pacientes com insuficiência renal

e/ou hepática).

tem sido utilizado nos idosos, em vários regimes de quimioterapia combinada para o tratamento da

leucemia aguda, em dosagens equivalentes àquelas utilizadas em pacientes jovens.

Pacientes com insuficiência renal e/ou hepática

Deve-se considerar a redução da dose em pacientes com função hepática e/ou renal comprometida.

A dose deve ser cuidadosamente ajustada às necessidades individuais dos pacientes. Lanvis®

tem sido

usado em vários esquemas de quimioterapia combinada para leucemia aguda, tanto em doses diárias únicas

quanto fracionadas. A literatura pertinente deve ser consultada para verificação de pormenores.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Não existem relatos clínicos recentes que possam ser usados como suporte para determinar a frequência das

reações adversas. Lanvis®

é usualmente uma das drogas de quimioterapia combinada e, consequentemente,

não é possível atribuir reações adversas inequívocas para esta droga isoladamente.

Lanvis®

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Reações muito comuns (>1/10): supressão da medula óssea (ver Advertências e precauções); toxicidade

hepática associada a dano vascular endotelial, quando a tioguanina é usada em terapia de manutenção ou de

longa duração continuada, o que não é recomendado (ver Posologia e Advertências e precauções).

A toxicidade hepática normalmente aparece como uma síndrome clínica da doença veno-oclusiva hepática

(hiperbilirrubinemia, hepatomegalia dolorosa, ganho de peso devido à retenção de fluidos e ascite) ou com

sinais de hipertensão portal (esplenomegalia, trombocitopenia e varizes esofagianas). Elevação das

transaminases hepáticas, fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase e icterícia podem também ocorrer.

Características histopatológicas associadas com essa toxicidade incluem esclerose hepatoportal, hiperplasia

nodular regenerativa, peliose hepática e fibrose periportal.

Reações comuns (>1/100 e <1/10): estomatite e intolerância gastrintestinal; toxicidade hepática durante

ciclo terapêutico de curta duração, aparecendo como uma doença veno-oclusiva. A reversão dos sintomas e

sinais dessa toxicidade tem sido relatada com a descontinuação da terapia, seja ela de curta ou de longa

duração.

Reações raras (>1/10.000 e <1.000): necrose e perfurações intestinais; necrose hepática centrolobular tem

sido relatada em alguns casos, incluindo pacientes recebendo quimioterapia combinada, contraceptivos

orais, altas doses de tioguanina e álcool.

Em caso de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou à Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.