Bula do Milgamma para o Profissional

Bula do Milgamma produzido pelo laboratorio Hypermarcas S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Milgamma
Hypermarcas S/a - Profissional

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BULA COMPLETA DO MILGAMMA PARA O PROFISSIONAL

MILGAMMA®

(benfotiamina)

Hypermarcas S.A.

Drágea

150 mg

Milgamma – drágea - Bula para o profissional da saúde 1

I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

benfotiamina

APRESENTAÇÕES

Drágea 150mg: embalagens com 10 ou 30 drágeas.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada drágea contém:

benfotiamina............................................................................................................................150mg

Excipiente q.s.p..................................................................................................................................1 drágea

(celulose microcristalina, talco, povidona, dióxido de silício, gordura hidrogenada, croscarmelosa

sódica, goma laca, sacarose, carbonato de cálcio, dióxido de titânio, goma arábica, amigo, glicerol,

macrogol, polissorbato 80, cera montanglicol)

Milgamma – drágea - Bula para o profissional da saúde 2

II - INFORMAÇOES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

1. INDICAÇÕES

MILGAMMA®

é indicado para o tratamento da polineuropatia diabética e da polineuropatia

alcoólica sintomáticas.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A eficácia da benfotiamina foi avaliada em pacientes diabéticos tipo 1 e tipo 2 com polineuropatia

diabética em um estudo aleatorizado, duplo-cego, controlado por placebo no qual os pacientes

receberam 400mg/dia de benfotiamina ao longo de um período de três semanas. O escore de

neuropatia melhorou significativamente, e o efeito mais pronunciado foi uma diminuição

significativa da queixa de dor nos pacientes tratados com benfotiamina em relação ao placebo.1

Um estudo aberto e aleatorizado de duração de 6 semanas analisou a eficácia terapêutica de

150mg/dia de benfotiamina em diabéticos portadores de polineuropatia diabética avaliada pela

sensação dolorosa, sensação vibratória e pelo valor do limiar de percepção de corrente no nervo

peroneal. Na avaliação de 6 semanas, observou-se melhora significativa na sensação vibratória e no

valor do limiar de percepção de corrente, assim como uma diminuição significativa na sensação

dolorosa.2

A eficácia e a segurança da benfotiamina foram avaliadas em um estudo de vigilância pós-

comercialização, aberto, multicêntrico, de duração de nove semanas onde um total de 1.154

diabéticos tipo 1 (14%) e tipo 2 (86%) portadores de polineuropatia diabética sintomática foram

submetidos ao exame clínico e a um teste de percepção de vibração na entrada no estudo (semana 0),

ao final da 3ª semana, ao final da 6ª semana e ao final da 9ª semana do estudo. A prescrição de

MILGAMMA®

150mg seguiu a situação clínica dos pacientes, por decisão do médico. A dosagem

usual foi: inicial por 3 semanas, 1 comprimido revestido 2 vezes ao dia (= 300mg de benfotiamina),

seguida depois por 50% dos pacientes com 1 comprimido revestido 2 vezes ao dia (= 300mg) e 50%

dos pacientes com 1 comprimido revestido 1 vez ao dia (= 150mg). O número de pacientes com

sensação de queimação nos pés, entorpecimento e/ou parestesia caiu de 97,2% para 33,6% ao final

do estudo. A melhora foi estabelecida principalmente após as 6ª e 9ª semanas do tratamento. O efeito

da benfotiamina foi dose-dependente, pois com 150mg/dia de benfotiamina, a proporção de

pacientes sintomáticos diminuiu de 95,6% no início para 41,3% ao final (-54,3%), enquanto com

300mg/dia de benfotiamina, diminuiu 66,2% (de 97,2% para 31,0%). Não foram reportados eventos

adversos com a utilização da benfotiamina.3

Um estudo duplo-cego, placebo controlado, de fase III também avaliou a eficácia e a segurança da

benfotiamina no tratamento da polineuropatia diabética, no qual 165 pacientes portadores de

polineuropatia diabética simétrica distal foram distribuídos aleatoriamente para um dos três grupos

de tratamento: benfotiamina 600mg/dia, benfotiamina 300mg/dia ou placebo. Cento e trinta e três

pacientes foram considerados na análise por intenção de tratamento (ITT) e 125 na análise da

população per protocolo (PP). Após seis semanas de tratamento, o desfecho primário (Escore de

Sintoma da Neuropatia) diferiu significantemente entre os grupos de tratamento na análise PP. A

melhora foi mais pronunciada na maior dose de benfotiamina e aumentou com a duração do

tratamento. O tratamento foi bem tolerado em todos os grupos.4

A eficácia da benfotiamina no tratamento da polineuropatia alcoólica foi analisada em um estudo

aleatorizado, controlado por placebo, duplo-cego, com duração de 8 semanas no qual a benfotiamina

foi utilizada na dose de 320mg/dia durante as semanas 1 a 4 e 120mg durante as semanas 5 a 8.

Observou-se uma melhora significativa na percepção da vibração, na função motora e no escore

global de neuropatia5

.

Referências bibliográficas:

1. Haupt E, Ledermann H, Köpcke W. Benfotiamine in the treatment of diabetic

polyneuropathy--a three-week randomized, controlled pilot study (BEDIP study).

Int J Clin Pharmacol Ther. 2005;43:71-7

2. Winkler G, Pál B, Nagybéganyi E, et al. Effectiveness of different benfotiamine

dosage regimens in the treatment of painful diabetic neuropathy.

Arzneimittelforschung. 1999; 49:220-4.

3. Schmidt J. Wirksamkeit von Benfotiamin bei diabetischer Neuropathie. Der

Kassenarzt. 2002;14/15:40-3.

Milgamma – drágea - Bula para o profissional da saúde 3

4. Stracke H, Gaus W, Achenbach U, et al. Benfotiamine in diabetic polyneuropathy

(BENDIP): Results of a randomised, double blind, placebo-controlled clinical

study. Exp Clin Endocrinol Diabetes. 2008; 116:1-6.

5. Woelk H, Lehrl S, Bitsch R, et al. Benfotiamine in treatment of alcoholic

polyneuropathy: an 8-week randomized controlled study (BAP I Study). Alcohol

Alcohol. 1998; 33:631-8.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Investigações experimentais e clínicas demonstraram que a benfotiamina evita a ativação de importantes

vias metabólicas induzidas por hiperglicemia. A benfotiamina também aumenta a atividade da

transcetolase, uma enzima que promove a ligação entre a via glicolítica e a via da pentose-fosfato e que,

já se demonstrou, apresenta uma atividade subnormal em pacientes diabéticos. Em condições de

hiperglicemia, existe um aumento das concentrações de frutose-6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato,

compostos que fazem parte da via glicolítica e que, em excesso, ativam as principais vias bioquímicas

implicadas na patogênese das complicações vasculares, quais sejam, as vias da hexosamina, da formação

de produtos finais de glicação avançada (AGEs) e da proteína quinase C (PKC). O aumento da atividade

da transcetolase ativada pela benfotiamina desvia a frutose-6-fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato da via

glicolítica para a via da pentose-fosfato, diminuindo a ativação das vias relacionadas ao desenvolvimento

das complicações crônicas do diabetes.

Estudos em animais já demonstraram que a benfotiamina evita lesões em órgãos, induzidas por

hiperglicemia, prevenindo o desenvolvimento de retinopatia diabética1

e de nefropatia dabética2

sendo

considerado, desta forma, um tratamento direcionado para a etiopatogenia das complicações crônicas.

Adicionalmente, a benfotiamina apresenta efeitos benéficos na restauração da angiogênese reparadora e

na inibição da apoptose vascular.

Além disso, deve ser considerado que a deficiência de tiamina (vitamina B1) pode levar a sérios

distúrbios neurológicos (beribéri), na forma de neuropatias com sintomas sensoriais (dor, formigamento,

ou perda da sensação nas mãos e pés), emaciação muscular com perda de função ou paralisia das

extremidades inferiores, potenciais danos cerebrais e óbito. A deficiência de tiamina experimental

produzida por má assimilação de tiamina e/ou pelo tratamento com piritiamina, um antagonista da

tiamina, é um modelo experimental com animais clássico de doenças neurodegenerativas no homem.

Assim, a benfotiamina apresenta especial importância no tratamento de neuropatias.

Referências bibliográficas:

1. Hammes HP, Du X, Edelstein D, et al. Benfotiamine blocks three major pathways of

hyperglycemic damage and prevents experimental diabetic retinopathy. Nat Med.

2003;9:294-9.

2. Babaei-Jadidi R, Karachalias N, Ahmed N, et al. Prevention of incipient diabetic

nephropathy by high-dose thiamine and benfotiamine. Diabetes. 2003;52:2110-20.

Propriedades farmacocinéticas. A benfotiamina é um profármaco da vitamina B1. Após administração

oral, a benfotiamina sofre desfosforilação e forma no intestino a S-benzoiltiamina (SBT) lipossolúvel pela

ação das fosfatases. A SBT é absorvida com maior eficiência que os derivados hidrossolúveis da tiamina

porque a absorção é realizada por difusão passiva da molécula lipossolúvel, ao passo que, no caso da

tiamina, há o envolvimento de um duplo mecanismo de transporte dose-dependente, que consiste em uma

absorção ativa energia-dependente e Na+

-dependente de quantidades abaixo de 2 μmol com cinética de

saturação e difusão passiva quando doses maiores são administradas. Portanto, maiores concentrações

plasmáticas e tissulares de tiamina são obtidas pelo uso da benfotiamina, em comparação com a tiamina

hidrossolúvel, quando são administradas doses comparativamente menores. A dissociação do grupo

benzoíla, através do qual a tiamina origina-se por fechamento do anel, é realizada na mucosa intestinal e

outras barreiras celulares contendo tioesterases. Já durante a passagem através da mucosa, os compostos

com grupos sulfidrila, como a cisteína e a glutationa, podem causar uma rápida redução intracelular de

alitiaminas à tiamina. Dentro das células, a tiamina é então convertida por fosforilação pelas tiamina-

quinases em coenzima ativa difosfato de tiamina (TDP) bem como em monofosfato de tiamina (TMP) e

trifosfato de tiamina (TTP). Concentrações intracelulares substancialmente maiores de tiamina e das

coenzimas ativas são obtidas com a benfotiamina do que com os derivados hidrossolúveis da tiamina

administrados por via oral. A tiamina excedente dos depósitos tissulares e das necessidades coenzimáticas

é rapidamente depurada pelos rins e excretada na urina na forma inalterada, livre ou fosforilada, ou como

metabólitos, inclusive as frações de pirimidina e tiazol.

Milgamma – drágea - Bula para o profissional da saúde 4

4. CONTRAINDICAÇÕES

MILGAMMA®

é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a quaisquer

componentes da fórmula.

Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos de idade.

Gravidez - Categoria de Risco B: Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas

também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais

revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do

cirurgião-dentista.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Produto de uso exclusivo em adultos. O uso em crianças representa risco à saúde.

Atenção diabéticos: contém açúcar.

No entanto, a quantidade de sacarose presente nas drágeas de MILGAMMA®

não eleva a

glicemia de maneira clinicamente relevante. Cada drágea de MILGAMMA®

150mg contém 0,071

grama de açúcar. Considerando que 1 grama de açúcar eleva a glicemia em aproximadamente

0,003g/Dl1

, a ingestão da dose máxima de benfotiamina (3 drágeas de 150mg) resulta em um

consumo de açúcar que não eleva a glicemia de maneira clinicamente relevante.

Referências bibliográficas:

1. Gabriely I, Shamoon H. Hypoglycemia in diabetes: common, often unrecognized.

Cleve Clin J Med. 2004; 71(4):335-42.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, lactantes, por crianças e

jovens com idade inferior a 18 anos sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Gravidez - Categoria de Risco B: Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas

também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais

revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas.

Uso durante a Gravidez e Lactação. Não existe nenhuma experiência disponível sobre o uso da

benfotiamina na gravidez e durante a lactação. Embora efeitos danosos não tenham sido constatados,

ainda assim MILGAMMA®

não deve ser usado durante a gravidez e lactação. Na gravidez e lactação, a

administração diária recomendada de vitamina B1 é de 1,4 a 1,6mg. Esta dose poderá ser maior somente

se a paciente apresentar uma deficiência comprovada de vitamina B1, porque até o momento não foi

documentada a segurança da administração de uma dose maior que a recomendada.

A vitamina B1 passa para o leite materno.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do

cirurgião-dentista.

Uso Pediátrico. A segurança e a eficácia em crianças e adolescentes de até 18 anos de idade, ainda não

foram estabelecidas.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Até o momento, não houve relato de interações medicamentosas ou de interações com alimentos com

MILGAMMA®

.

Interações medicamento-exame laboratorial

Nos estudos clínicos realizados com MILGAMMA®

, não foram observadas alterações nos exames

laboratoriais avaliados (glicemia, hemoglobina glicada, enzimas hepáticas, ureia, creatinina, hemograma,

sódio, potássio, proteínas plasmáticas, proteinúria).

Interações medicamento-medicamento

A tiamina é desativada pelo 5-fluorouracil uma vez que o 5-fluorouracil inibe competitivamente a

fosforilação da tiamina a tiamina pirofosfato.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC).

Prazo de validade de 24 meses após a data de sua fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

MILGAMMA®

apresenta-se como drágeas redondas, biconvexas, de cor branca e com superfície

lisa em ambas as faces.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Milgamma – drágea - Bula para o profissional da saúde 5

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

USO ORAL

Adultos. Exceto se prescrito em outra dose, o início do tratamento deve ser feito com 300mg a 450mg de

benfotiamina, dependendo da gravidade da polineuropatia, durante pelo menos 4 a 8 semanas: 1 drágea de

MILGAMMA®

150mg, 2 vezes ao dia (de 12 em 12 horas) a 3 vezes ao dia (de 8 em 8 horas).

Após este período inicial, o tratamento de manutenção deve ser baseado na resposta terapêutica.

Exceto se prescrito em outra dose, recomenda-se 150mg de benfotiamina ao dia (1 drágea de

150mg, uma vez ao dia).

As drágeas devem ser tomadas com água, independentemente das refeições.

Idosos. Não há necessidade de ajuste de dose em pacientes idosos.

Pacientes com insuficiência renal/hepática. Não há necessidade de ajuste de dose em pacientes

com insuficiência renal/hepática.

A duração da administração é determinada pela resposta terapêutica.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Os efeitos adversos de MILGAMMA®

são apresentados em ordem decrescente de gravidade:

Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

transtornos do sistema imunológico como, reações alérgicas, erupções cutâneas, urticária, reações

alérgicas graves (reações anafiláticas).

Reações cuja incidência ainda não está determinada: transtornos gastrintestinais, como náuseas e

outras queixas gastrintestinais. Uma reação causal com benfotiamina ainda não foi suficientemente

elucidada e pode ser dose-dependente.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado

eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer

eventos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema

de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual

ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.