Bula do Niar para o Profissional

Bula do Niar produzido pelo laboratorio Abbott Laboratórios do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Niar
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO NIAR PARA O PROFISSIONAL

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Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Rua Michigan 735, Brooklin

São Paulo - SP

CEP: 04566-905

Tel: 55 11 5536 7000

Fax: 55 11 5536 7126

NIAR®

cloridrato de seleginina

ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.

Comprimidos

5 mg

Rua Michigan 735, Brooklin

Abbott Laboratórios do Brasil Ltda

MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE

I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

NIAR

cloridrato de selegilina

APRESENTAÇÕES:

(cloridrato de selegilina) comprimido 5 mg: embalagem com 30 ou 60 comprimidos (Lista

nº N352).

USO ADULTO

VIA ORAL

Composição:

Cada comprimido contém:

cloridrato de selegilina ................... 5 mg

Excipientes: amido de milho, lactose monoidratada, celulose microcristalina, povidona, talco,

estearato de magnésio e amidoglicolato de sódio.

II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

NIAR®

é indicado para o tratamento da Doença de Parkinson em combinação com levodopa ou

levodopa e carbidopa.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Shoulson (1992) discutiu a eficácia da selegilina na progressão da incapacidade na Doença de

Parkinson recente e chegou à seguinte conclusão: a selegilina (10 mg/dia) retarda o início da

incapacidade associada à Doença de Parkinson recente ou não tratada. Permanece incerto se esse

benefício foi derivado dos mecanismos que são sintomáticos (dopaminérgicos), protetores

(antineurotóxicos) ou ambos. (EBADI et al., 2002).

Um estudo clínico controlado por placebo, duplo-cego e de braços paralelos foi conduzido com

selegilina como tratamento inicial de pacientes com Doença de Parkinson sem prévia exposição ao

tratamento. A incapacidade foi menos frequente no grupo tratado com selegilina do que no grupo

controle (placebo). Segundo este estudo, o atraso da necessidade do início do tratamento com

levodopa é antes uma consequência de seus efeitos sintomáticos do que um possível retardo na

progressão da doença. (MAGYAR et al., 2004).

Um grande estudo intitulado DATATOP incluiu 800 pacientes que foram randomizados para

receber ou selegilina, tocoferol (vitamina E), ou a combinação destes dois fármacos ou placebo. O

estudo demonstrou claramente que a progressão dos sintomas da Doença de Parkinson foi

sensivelmente amenizada e que a necessidade de começar a terapia com levodopa pode ser

significativamente retardada com selegilina. (HEINONEN e MYLLYLÄ, 1998).

Birkmayer e colaboradores relataram um estudo retrospectivo aberto no qual pacientes com Doença

de Parkinson que receberam selegilina mais levodopa tiveram menos incapacidade e tiveram sua

expectativa de vida aumentada comparada com pacientes tratados somente com levodopa.

(OLANOW et al., 1998).

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Um estudo multicêntrico conduzido na França investigou se a incapacidade de pacientes com

Doença de Parkinson sem exposição prévia ao tratamento com selegilina poderia obter melhora

durante os três primeiros meses de monoterapia com selegilina 10 mg/dia. O estudo duplo-cego,

randomizado, controlado por placebo foi conduzido com 93 pacientes distribuídos em treze centros.

A selegilina foi considerada significativamente melhor do que o placebo em ambos os escores de

avaliação motora e de depressão. (KOLLER, 1996).

Referências Bibliográficas:

- HEINONEN, E. H.; MYLLYLÄ, V. Safety of selegiline (Deprenyl) in the treatment of

Parkinson’s disease. Drug Safety. 1998; 19(1):11-22..

- KOLLER, W. C. Selegiline monotherapy in the treatment of Parkinson’s disease.

Neurology. 1996; 47(6 Suppl 3):S196-9.

- MAGYAR, K. et al. Pharmacological aspects of (-)-Deprenyl. Current Medicinal

Chemistry. 2004; 11(15):2017-2031.

- OLANOW, C.W.; MYTILINEOU, C.; TATTON, W. Current status of selegiline as a

neuroprotective agent in Parkinson’s disease. Movement disorders. 1998; 13 Suppl. 1:55-

58.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

O cloridrato de selegilina apresenta as seguintes ações:

1-Ação antiMAO (Monoaminoxidase) potente e seletiva sobre a MAO-B, demonstrada “in vitro” e

“in vivo”, através da inibição de oxidação da benzilamina, da feniletilamina e da dopamina em

concentrações que não influenciam significativamente o metabolismo da serotonina.

2- Um efeito importante é aquele sobre a dopamina, em relação às aplicações terapêuticas da

substância. Foi demonstrado em animais e no ser humano que o cloridrato de selegilina aumenta os

níveis cerebrais de dopamina, seja através da inibição do metabolismo, seja pela inibição da

recaptação (“re-uptake”) da dopamina. Portanto, o cloridrato de selegilina apresenta uma ação

ativadora dos neurônios dopaminérgicos da substância nigra estriada, resultando um complemento

com relação à levodopa, que, estimulando os receptores pós-sinápticos e os autoreceptores

dopaminérgicos pré-sinápticos, inibe a atividade dos neurônios dopaminérgicos.

3- O cloridrato de selegilina corrige a atividade excessiva da MAO-B e dessa forma a diminuição

da dopamina. Esta diminuição é ocasionada, seja pela destruição dos neurônios, onde a dopamina é

sintetizada, seja pela proliferação substitutiva das células da glia, que ocasionam um aumento da

atividade da MAO-B.

4- Diferentemente dos IMAO clássicos, reduz a liberação de noradrenalina ao nível do tecido

cerebral. Além disso, inibe a captação “uptake” de noradrenalina marcada com isótopo radioativo,

em locais do tecido.

5- O efeito estimulante do cloridrato de selegilina em ratos é uma confirmação definitiva da

estimulação (agonismo) dopaminérgica.

6- Nas fases iniciais da doença (parkinsonismo primeira fase), o uso do cloridrato de selegilina, na

forma de monoterapia, pode ser eficaz do ponto de vista clínico na melhoria da invalidez dos

pacientes e sobre a diminuição da progressão da doença, retardando de maneira significativa a

necessidade do uso da levodopa, segundo alguns estudos.

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7- O tratamento com cloridrato de selegilina em associação com a levodopa está particularmente

indicado nos pacientes que, durante o tratamento com doses elevadas de levodopa, apresentem

fenômenos de flutuações (“on off”), discinesias e acinesias. O sal possibilita reduzir em média 30%

das doses de levodopa necessárias para controle da sintomatologia. Assim sendo, colabora para que

não apareça a eventual síndrome do tratamento prolongado com a levodopa (“long-term levodopa

syndrome”).

Propriedades farmacocinéticas

A selegilina é prontamente absorvida pelo trato gastrintestinal e as concentrações plasmáticas de

pico ocorrem em 30 minutos, após doses orais. Embora sujeita a grande variação interindividual, a

biodisponibilidade é cerca de 10% e é aumentada quando administrada com alimentos. A selegilina

é rapidamente distribuída pelo organismo e atravessa a barreira hematoencefálica. Ela sofre

metabolismo de primeira passagem no fígado para produzir pelo menos 5 metabólitos, incluindo a

desmetilselegilina, metilanfetamina e anfetamina. As concentrações plasmáticas de metabólitos da

selegilina são muito reduzidas após doses do preparado liofilizado oral, a maioria dos quais sofre

absorção através da mucosa bucal. O uso tópico também evita o metabolismo de primeira passagem

e aproximadamente 25-30% do teor declarado fica disponível sistemicamente. A selegilina é

excretada como metabólitos, principalmente pela urina e aproximadamente 15% aparecem nas

fezes. No estado estacionário o tempo de meia-vida de eliminação é de aproximadamente 10 horas.

O tempo médio para início de ação é de aproximadamente 1 hora, podendo ocorrer variações

individuais.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Absolutas: Hipersensibilidade individual demonstrada ao produto.

Relativas: A selegilina não deverá ser administrada em pacientes com:

- Movimentos involuntários anormais, na fase “on”;

- Psicose grave ou demência profunda;

- Úlcera péptica ativa;

- Outras doenças extrapiramidais, tais como: tremor essencial (hereditário), discinesia tardia e

coreia Huntington;

- Gravidez e amamentação.

Categoria “C” de risco na gravidez - Não foram realizados estudos em animais e nem em

mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos

disponíveis realizados em mulheres grávidas.

Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos de idade.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do

cirurgião-dentista.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Não utilizar o produto no tremor essencial e coreia de Huntington, que são síndromes não

relacionadas à falta de dopamina.

Não se indica o cloridrato de selegilina em associação a produtos inibidores não seletivos da

monoaminoxidase (IMAO).

Durante o tratamento aconselha-se efetuar controles periódicos da função hepática.

Realizar seguimento periódico do paciente a fim de ajustar a posologia da levodopa de forma

gradativa, de acordo com a evolução clínica do paciente. Não deve ser administrado à noite, pois

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pode produzir insônia. Deve ser usado com cautela em nefropatas e hepatopatas pelo provável

efeito acumulativo.

Uso durante a gravidez e lactação:

Embora o produto seja indicado para uma doença que atinge pessoas, em geral, acima dos 50 anos,

o produto não deverá ser utilizado em mulheres grávidas ou na lactação, pois a segurança da

selegilina não foi estabelecida nessas situações. Porém, caso se faça necessário, os médicos deverão

avaliar cuidadosamente a possibilidade de administrar o produto durante a gravidez, com base na

relação risco-benefício.

Não se sabe se este medicamento é eliminado através do leite materno, portanto, deve se ter cautela

ao administrá-lo durante a amamentação.

Este medicamento é contraindicado para uso durante a gravidez e aleitamento.

Uso pediátrico:

A segurança em crianças não foi avaliada e, portanto, não é recomendado.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas:

Não há indícios de efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas com a

utilização de NIAR®

.

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A selegilina potencializa os efeitos adversos da levodopa. A dose de levodopa deve ser reduzida 2 a

3 dias após o início da administração de selegilina. Interage com meperidina e outros opiáceos,

levando a complicações severas.

Doses altas de selegilina (20 mg) interagem com a tiramina, presente em alguns alimentos,

podendo causar crise hipertensiva súbita e severa.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar o medicamento em temperatura ambiente (15° a 30°C), proteger da luz e umidade.

O prazo de validade de NIAR®

é de 24 meses, a contar da data de fabricação (vide embalagem

externa).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

Os comprimidos de NIAR®

são brancos, com faces biconvexas, sendo a face inferior lisa e a

superior com sulco.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

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8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Em associação com a levodopa ou com as associações da levodopa + inibidores da descarboxilase:

posologia inicial de ½ ou 1 comprimido ao dia (a cada 24 horas), pela manhã ou em duas

administrações diárias (de 12 em 12 horas).

Nos pacientes que apresentam discinesias, acinesias e fenômenos de flutuações (“on-off”): a dose

de manutenção, geralmente, é de dois comprimidos, que podem ser administrados uma vez ao dia

(2 comprimidos a cada 24 horas), pela manhã, ou administrados duas vezes ao dia (1 comprimido

de 12 em 12 horas).

Para aqueles pacientes que recebem doses máximas de levodopa e inibidor periférico sem obter

benefícios terapêuticos satisfatórios, agregar selegilina diretamente ao tratamento usual do paciente

com o mesmo esquema anterior.

Caso haja excessivos efeitos adversos da L-Dopa, reduzir esta à medida que se chega à dose ótima

de selegilina. Doses maiores que 10 mg/dia não são mais eficazes e podem levar a reações

hipertensivas mediadas pela tiramina.

O limite máximo diário recomendado é de 10 mg ao dia, ou seja, 2 comprimidos de NIAR®

de 5 mg.

Em geral não são necessarios cuidados especiais para interrupção do tratamento.

Pacientes são beneficiados pela terapia de manutenção com selegilina, com duração média de 25

dias, conforme demonstrado em um estudo controlado.

Caso haja reações adversas em demasia relacionadas à levodopa, reduzir a dose de levodopa à

medida em que se estabelece a dose ótima de selegilina.

A segurança do uso deste medicamento não foi avaliada em crianças, portanto não é recomendado

seu uso nesta população.

9. REAÇÕES ADVERSAS

O cloridrato de selegilina é, em geral, bem tolerado. A selegilina aumenta os efeitos colaterais dose

dependentes da levodopa, ou L-Dopa + carbidopa, que desaparecem após a diminuição da dose.

Quando houver sido determinada a dose ideal da levodopa, os efeitos colaterais do tratamento em

associação são, geralmente, inferiores àqueles da levodopa usada isoladamente.

A selegilina pode causar aumento das enzimas hepáticas.

Os eventos adversos da selegilina em monoterapia, até hoje assinalados, são: insônia, vertigens ou

tonturas, cefaleias, náuseas e outras alterações gastrintestinais, hipotensão ortostática, agitação,

bradicinesia, coreias, delírios, hipertensão, síncope.

Aumento dos movimentos involuntários, arritmia, episódios novos ou recidivantes de angina,

edema dos membros inferiores, queda de cabelos, perda de peso e nervosismo, ansiedade,

obstipação, letargia, distonia, sudorese, sangramento gastrintestinal, asma.

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Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.html, ou para a Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.