Bula do Amaglyn produzido pelo laboratorio Laboratório Teuto Brasileiro S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Amaglyn®
Comprimido 1mg, comprimido 2mg e comprimido 4mg
MODELO DE BULA COM INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
glimepirida
APRESENTAÇÕES
Comprimido 1mg
Embalagens contendo 10, 30 e 450 comprimidos.
Comprimido 2mg
Comprimido 4mg
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de 1mg contém:
glimepirida.........................................................................................................................1mg
Excipiente q.s.p...................................................................................................1 comprimido
Excipientes: lactose monoidratada, amidoglicolato de sódio, óxido férrico vermelho,
povidona, estearato de magnésio e água purificada.
Cada comprimido de 2mg contém:
glimepirida.........................................................................................................................2mg
Excipientes: lactose monoidratada, amidoglicolato de sódio, óxido férrico amarelo, lago de
índigo carmim, povidona, estearato de magnésio e água purificada.
Cada comprimido de 4mg contém:
glimepirida.........................................................................................................................4mg
Excipientes: lactose monoidratada, amidoglicolato de sódio, lago de índigo carmim,
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Este medicamento é indicado para o tratamento oral de diabetes mellitus não insulino-
dependente (Tipo 2 ou diabetes do adulto), quando os níveis de glicose não podem ser
adequadamente controlados por meio de dieta alimentar, exercícios físicos e redução de
peso.
Amaglyn®
pode ser associado a outros antidiabéticos orais que não estimulam a secreção de
insulina.
pode ser associado à metformina quando os níveis glicêmicos não podem ser
adequadamente controlados por meio de dieta alimentar, exercícios físicos e uso de
glimepirida ou metformina em monoterapia.
também pode ser utilizado em associação com insulina (vide “Posologia”).
A glimepirida é um agente de primeira geração para o tratamento de pacientes com diabetes
mellitus não insulino-dependentes (DMNID), que não tiveram sucesso de resposta
adequada à dieta e aos exercícios. Assim como a metformina, a glimepirida reduz a glicose
do jejum em cerca de 60mg/dL e a hemoglobina glicosilada em 1,5 a 2,0%. O uso de
glimepirida 1 a 8 mg por dia provocou reduções dose-dependentes nas concentrações da
glicose sanguínea do jejum e pós-prandial. Esses efeitos se mantiveram por mais de 2 anos,
quando a glimepirida era usada em monoterapia (Anon, 1995a; Higgins, 1995a). A
glimepirida pode ser usada em combinação com metformina ou com insulina se um
controle glicêmico adequado não for atingido com a glimepirida em monoterapia (Anon,
1995a).
Monoterapia
A monoterapia com glimepirida proporcionou um controle adequado da glicose sanguínea
em pacientes com diabetes mellitus (DM) tipo 2 precocemente diagnosticados. Em um
estudo aberto, prospectivo, randomizado, 14 homens (entre 32 e 75 anos) com diabetes tipo
2 precocemente diagnosticados (glicose plasmática no jejum-GPJ maior ou igual a
140mg/dL) receberam glimepirida 2 mg uma vez ao dia pela manhã por 24 semanas. A
dosagem era aumentada em 1 mg a cada 2 semanas até um máximo de 8 mg. Voluntários
sadios com idades semelhantes (n=10) sem história familiar de DM serviu como grupo
controle. Uma redução significativa na GPJ reduziu significativamente com o tratamento
com glimepirida (252 ± 13mg/dL para 113 ± 4mg/dL, p < 0,01; controle: 95 ± 2mg/dL). O
tratamento foi bem tolerado (Kabadi & Kabadi, 2004).
Em outro estudo, glimepirida 1 a 8mg ao dia foi mais eficaz do que o placebo para o
controle do diabetes mellitus não insulino-dependente (Schade et al, 1998). Neste estudo
multicêntrico, pararelo, dose-titulado, 249 pacientes foram designados randomicamente ao
tratamento cego com placebo ou glimepirida 1 mg com titulação a 8mg, se necessário. A
dose permaneceu a mesma durante as 14 próximas semanas do estudo. Os níveis médios de
glicose plasmática no jejum (p menos que 0,01) e a hemoglobina glicosilada média (p
menos que 0,001) foi significativamente menor em pacientes recebendo glimepirida versus
placebo. No final do estudo, 69% dos pacientes tratados com glimepirida atingiram uma
hemoglobina glicosilada menor que 7,2%, comparada a 32% dos pacientes tratados com
placebo. Efeitos adversos foram relatados em 11 e 9% dos pacientes tratados com
glimepirida e placebo, respectivamente; tontura, astenia e dor de cabeça ocorreram com a
glimepirida, mas não houve nenhuma ocorrência de hipoglicemia laboratorial relatada.
Pacientes tratados com placebo relataram sintomas de hiperglicemia.
A administração de glimepirida uma vez ao dia foi tão eficaz quanto à administração duas
vezes ao dia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Neste estudo cruzado de 14
semanas (n=161), pacientes foram selecionados randomicamente a receber glimepirida 3mg
duas vezes por semana ou glimepirida 6mg ao dia por 4 semanas. Uma redução
estatisticamente significativa na concentração média de glicose em 24 h (p=0,018)
comparada ao início do estudo ocorreu em pacientes recebendo glimepirida 3mg duas vezes
ao dia; contudo, a diferença foi pequena. Os efeitos adversos foram comparáveis aos do
placebo em ambos os grupos de tratamento (Sonnerberg et al, 1997).
A glimepirida 4 e 8 mg foi mais eficaz do que a glimepirida 1 mg (p < 0,001) ou o placebo
(0,001) na redução dos níveis de glicose pós-prandial e do jejum e da hemoglobina
glicosilada (Goldberg et al, 1996). Hipoglicemia sintomática foi o único efeito adverso que
ocorreu em mais de 5% dos pacientes. Este estudo foi conduzido em pacientes com
diabetes mellitus tipo 2 e com uma duração média da doença de 5 a 7 anos. Todos os
pacientes pararam os tratamentos que não eram apenas a dieta por 3 semanas e então foram
randomizados a placebo ou glimepirida 1, 4 ou 8mg. O período de tratamento foi de 14
semanas. Os resultados confirmam que a dosagem mínima é 1mg e que a resposta é dose-
dependente.
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação
Tanto em pessoas saudáveis quanto em pacientes com diabetes mellitus Tipo 2, a
glimepirida diminui as concentrações sanguíneas da glicose, principalmente pela
estimulação da secreção de insulina pelas células beta do pâncreas. Este efeito está baseado
predominantemente no aumento da resposta das células beta do pâncreas ao estímulo
fisiológico da glicose. Ao mesmo tempo em que promove uma redução equivalente da
glicemia, a administração de baixas doses de glimepirida em animais e voluntários sadios
leva à liberação de menores quantidades de insulina comparativamente a glibenclamida.
Este fato sugere a existência de efeitos extrapancreáticos (sensibilização à insulina e
mimetismo da insulina) da glimepirida.
Adicionalmente, quando comparada às outras sulfonilureias, a glimepirida apresenta menor
efeito sobre o sistema cardiovascular. A glimepirida reduz a agregação plaquetária (dados
de estudos in vitro e em animais) e promove uma redução marcante na formação de placas
ateroscleróticas (dados de estudos em animais).
Secreção de insulina: Como todas as sulfonilureias, a glimepirida regula a secreção de
insulina através da interação com os canais de potássio sensíveis à ATP presentes na
membrana da célula beta. Contrariamente às outras sulfonilureias, a glimepirida liga-se
especificamente à proteína 65 kDa, localizada na membrana da célula beta. Esta interação
da glimepirida com sua proteína ligadora determina a probabilidade do canal de potássio
sensível a ATP permanecer aberto ou fechado.
A glimepirida fecha o canal de potássio, o que induz a despolarização da célula beta e
resulta na abertura do canal de cálcio sensível à voltagem e, consequentemente, no influxo
de cálcio para o interior da célula.
Finalmente, o aumento da concentração intracelular de cálcio ativa a secreção da insulina
por meio da exocitose.
A glimepirida se associa e se dissocia da proteína ligadora muito mais rápida e
frequentemente do que a glibenclamida. Acredita-se que a característica alta taxa de
associação/dissociação da glimepirida à proteína ligadora é responsável pelo seu
pronunciado efeito de sensibilização à glicose e pelo efeito de proteção da célula beta
contra a dessensibilização e exaustão prematura.
-Efeito de sensibilização à insulina: A glimepirida aumenta a ação normal da insulina sobre
a absorção periférica de glicose (dados de estudos em humanos e animais).
-Efeitos de mimetismo da insulina: A glimepirida mimetiza a ação da insulina na absorção
periférica de glicose e produção hepática de glicose.
A absorção periférica de glicose ocorre pelo seu transporte para o interior das células
musculares e lipídicas. A glimepirida aumenta diretamente o número de moléculas de
glicose transportadas pela membrana plasmática das células musculares e lipídicas. O
aumento do influxo de glicose leva à ativação da fosfolipase C glicosilfosfatidilinositol-
específica. Como resultado, os níveis celulares de AMPc diminuem, causando redução da
atividade da proteína quinase A, que, por sua vez, estimula o metabolismo da glicose.
A glimepirida inibe a produção hepática de glicose por meio do aumento da concentração
de frutose-2,6-bifosfato, que inibe a gliconeogênese.
-Efeitos sobre a agregação plaquetária e formação de placas ateroscleróticas: A glimepirida
reduz a agregação plaquetária in vitro e in vivo. Este efeito é provavelmente o resultado da
inibição seletiva da ciclooxigenase, que é responsável pela formação de tromboxano A, um
importante fator endógeno de agregação plaquetária.
A glimepirida reduz significativamente a formação das placas ateroscleróticas em animais.
O mecanismo de ação relacionado a este efeito ainda não está elucidado.
-Efeitos cardiovasculares: As sulfonilureias afetam o sistema cardiovascular por meio dos
canais de potássio sensíveis a ATP (ver acima). Comparada às sulfonilureias
convencionais, a glimepirida exerce um efeito significativamente menor no sistema
cardiovascular (dados de estudos em animais). Este fato pode ser explicado pela natureza
específica da interação entre a glimepirida e a proteína ligadora do canal de potássio
sensível a ATP.
Em pessoas saudáveis, a dose oral mínima efetiva é de aproximadamente 0,6 mg. O efeito
da glimepirida é dose-dependente e reprodutível. A resposta fisiológica ao exercício físico
agudo, como por exemplo, a redução da secreção de insulina, continua presente sob o efeito
de glimepirida.
Não existem diferenças significativas relacionadas à administração do fármaco 30 minutos
ou imediatamente antes da refeição. Em pacientes diabéticos, alcança-se um bom controle
metabólico durante 24 horas com a administração de uma única dose. Adicionalmente, em
um estudo clínico, 12 de 16 pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina entre
4 e 79mL/min) alcançaram um bom controle metabólico.
Apesar do metabólito hidroxi da glimepirida causar uma redução pequena, porém
significativa da glicose sérica em pessoas saudáveis, ele é responsável por somente uma
pequena parte do efeito total do fármaco.
Terapia combinada com metformina: Em pacientes que não alcançaram um controle
adequado com a dose máxima tanto de glimepirida quanto de metformina, pode-se iniciar a
terapia concomitante com ambos agentes antidiabéticos. Em dois estudos, verificou-se
melhora no controle metabólico no tratamento combinado em comparação ao tratamento
com o fármaco isolado.
Terapia combinada com insulina: Em pacientes que não alcançaram um controle
metabólico adequado com a dose máxima de glimepirida, pode-se iniciar a terapia
concomitante com insulina. Em dois estudos, a terapia com a associação de insulina e
glimepirida promoveu o mesmo controle metabólico que insulina em monoterapia;
entretanto, foi necessária uma dose média menor de insulina na terapia associada.
Farmacocinética
Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação
A biodisponibilidade absoluta da glimepirida é completa. A ingestão de alimentos não
exerce nenhuma influência relevante na absorção. As concentrações séricas máximas
(Cmáx) são alcançadas aproximadamente 2,5 horas após a administração oral (309ng/mL
durante a administração de doses múltiplas de 4 mg por dia) e existe uma relação linear
entre dose/Cmáx e dose/AUC. A glimepirida apresenta um pequeno volume de distribuição
(aproximadamente 8,8L), que é aproximadamente igual ao volume de distribuição da
albumina; alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas (> 99%) e baixo clearance (aprox.
48 mL/min). A meia-vida sérica média predominante, que é relevante para as concentrações
séricas alcançadas com a administração de dosesmúltiplas, é de cerca de 5 a 8 horas. Após a
administração de doses elevadas, foi observado um leve aumento da meia-vida do fármaco.
Após a administração de dose única de glimepirida radiomarcada, 58% da radioatividade
foi recuperada na urina e 35% nas fezes. Não foi detectado fármaco inalterado na urina.
Foram identificados dois metabólitos, provavelmente resultantes do metabolismo hepático
(a principal enzima é a CYP2C9), tanto na urina quanto nas fezes: um derivado hidroxi e
um derivado carboxi. Após a administração oral de glimepirida, as meias-vidas terminais
destes metabólitos foram de 3 a 6 horas e de 5 a 6 horas, respectivamente.
A comparação entre a administração diária de dose única e dose-múltipla não revelou
diferenças significativas em relação aos parâmetros farmacocinéticos e a variabilidade
intraindividual foi muito baixa. Não foi observado acúmulo relevante do fármaco.
Os parâmetros farmacocinéticos obtidos em 5 pacientes não-diabéticos após cirurgia do
ducto biliar foram semelhantes àqueles obtidos em pessoas saudáveis.
Populações especiais
-Sexo
A farmacocinética é semelhante entre homens e mulheres.
-Idosos
A farmacocinética é semelhante entre pacientes jovens e idosos (acima de 65 anos).
- Pacientes pediátricos
Um estudo que avaliou a farmacocinética, segurança e a tolerabilidade de 1mg de
glimepirida em dose única em 30 pacientes pediátricos (de 10 a 17 anos) com diabetes tipo
2 mostrou AUC média (0-final), Cmax e T ½ similar aos observados previamente em
adultos.
-Insuficiência Renal
Em um estudo fase aberta, dose única, conduzido em 15 pacientes com insuficiência renal,
glimepirida (3mg) foi administrada em 3 grupos de pacientes com diferentes níveis de
clearance de creatinina médio (CLcr); (Grupo I, CLcr = 77,7mL/min, n = 5), (Grupo II,
CLcr = 27,4mL/min, n = 3) e (Grupo III, CLcr = 9,4mL/min, n = 7). A glimepirida
demonstrou ser bem tolerada em todos os 3 grupos. Em pacientes com clearance de
creatinina baixo, foi observada tendência de aumento do clearance da glimepirida e de
redução da concentração sérica média da mesma, devido provavelmente à eliminação mais
rápida do fármaco, causada pela diminuição da sua ligação às proteínas plasmáticas. A
eliminação renal dos dois metabólitos foi prejudicada. Resultados de um estudo de titulação
multidose conduzido em 16 pacientes diabéticos Tipo 2 com insuficiência renal, utilizando
doses variando de 1 a 8mg diariamente por 3 meses, foram consistentes com resultados
observados após uma dose única. Todos os pacientes com um CLcr menor que 22mL/min
tiveram controle adequado de seus níveis de glicose com um regime posológico de apenas 1
mg por dia. Em geral, não existem riscos adicionais de acúmulo do fármaco em tais
pacientes.
Não é conhecido se a glimepirida é dialisável.
Dados de segurança pré-clínica
Toxicidade crônica
Em estudos de toxicidade crônica e subcrônica conduzidos em ratos, camundongos e cães
observou-se declínio da glicose sérica, assim como desgranulação das células beta do
pâncreas; estes efeitos demonstraram ser, a princípio, reversíveis e relacionados aos sinais
do efeito farmacodinâmico do medicamento. Em um estudo de toxicidade crônica
conduzido em cães, dois dos animais que receberam a maior dose (320mg/kg de peso
corpóreo) desenvolveram catarata. Estudos in vitro com cristalinos bovinos e investigações
realizadas em ratos não demonstraram nenhum potencial cataratogênico ou co-
cataratogênico.
Carcinogenicidade
Estudos prolongados em ratos não revelaram nenhum potencial carcinogênico. Em
camundongos, foi observado aumento da incidência de hiperplasia e adenoma de células da
ilhota; estas observações foram relacionadas como resultantes da estimulação crônica das
células beta. A glimepirida não demonstrou nenhum efeito mutagênico ou genotóxico.
Toxicologia reprodutiva
A administração em ratos não demonstrou nenhum efeito sobre a fertilidade, o curso da
gravidez ou o parto. Os fetos que nasceram através de cesariana apresentaram um leve
retardo no crescimento. Foram observadas deformações no úmero, fêmur e articulação do
quadril e do ombro em fetos que nasceram por meio de parto normal, de ratas que
receberam altas doses do medicamento. A administração oral de glimepirida na fase
avançada da gravidez e/ou durante a lactação aumentou o número de óbitos fetais e
produziu as mesmas deformações de membros citadas anteriormente.
A glimepirida não apresentou nenhum efeito reconhecível sobre a audição,
desenvolvimento físico, comportamento funcional, aprendizagem, memória e fertilidade da
prole.
Em animais, a glimepirida é excretada no leite.
A glimepirida é ingerida pelos lactentes através do leite materno; a administração de altas
doses de glimepirida em ratas que estavam amamentando causou hipoglicemia em ratos
jovens lactentes.
Foram observadas malformações fetais (por exemplo: malformações oculares, fissuras e
anormalidades ósseas) em ratos e coelhos; foi observado aumento do número de abortos e
óbitos intrauterinos somente em coelhos.
Todas as descobertas de toxicologia reprodutiva estão provavelmente relacionadas aos
efeitos farmacodinâmicos de doses excessivas e não são específicas à substância.
Este medicamento é contraindicado a pacientes:
-que apresentam hipersensibilidade à glimepirida ou a outras sulfonilureias, outras
sulfonamidas ou aos demais componentes da formulação.
-durante a gravidez e lactação.
Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas sem orientação médica.
Não há experiência suficiente na utilização de glimepirida em pacientes com insuficiência
hepática grave e em pacientes sob diálise. Em pacientes com insuficiência da função
hepática é indicada a substituição pela insulina, ao menos para se obter um controle
metabólico adequado.
A glimepirida não deve ser administrada para o tratamento de diabetes mellitus insulino-
dependente (Tipo 1, ou seja, para o tratamento de diabéticos com história de cetoacidose),
de cetoacidose diabética ou de pacientes em pré-coma ou coma diabético. Essa condição
deve ser tratada com insulina.
Em situações excepcionais de estresse (como trauma, cirurgia, infecções febris) pode
ocorrer uma desregulação do nível sanguíneo de glicose, fazendo-se necessário substituir
temporariamente o hipoglicemiante oral por insulina, a fim de se manter um controle
metabólico adequado.
Durante as primeiras semanas de tratamento, o risco da ocorrência de hipoglicemia pode
estar aumentado e necessita de monitorização cuidadosa. Fatores que favorecem a
hipoglicemia incluem:
-Indisposição (mais comum em pacientes idosos) ou incapacidade do paciente para
cooperar;
-Desnutrição, refeições irregulares ou refeições suprimidas;
-Desequilíbrio entre o esforço físico e ingestão de carboidratos;
-Alterações na dieta;
-Consumo de álcool, principalmente quando combinado com supressão de refeições;
-Função renal comprometida;
-Alteração severa da função hepática;
-Superdose com glimepirida;
-Algumas alterações descompensadas do sistema endócrino que afetam o metabolismo dos
carboidratos ou a
contrarregulação da hipoglicemia (como, por exemplo, em certas alterações da função da
tireoide ou na insuficiência corticoadrenal ou pituitária anterior);
-Administração concomitante de outros medicamentos (vide “Interações
Medicamentosas”);
-Tratamento com glimepirida na ausência de qualquer indicação.
Caso tais fatores de risco para hipoglicemia estejam presentes, pode ser necessário um
ajuste da posologia de glimepirida ou de toda a terapia. Isto também se aplica sempre que
ocorrer outra doença durante o tratamento ou de alterações no estilo de vida do paciente.
Estes sintomas de hipoglicemia que refletem a contrarregulação adrenérgica do organismo
(vide Reações Adversas) podem ser mais leves ou ausentes quando a hipoglicemia se
desenvolve de forma gradual, em idosos, e quando existe uma neuropatia autonômica ou
quando o paciente está recebendo tratamento concomitante com beta-bloqueadores,
clonidina, reserpina, guanetidina ou outros fármacos simpatolíticos.
A hipoglicemia pode ser, quase sempre, prontamente controlada pela administração
imediata de carboidratos (glicose ou açúcar).
Sabe-se pelo uso de outras sulfonilureias que, apesar do sucesso inicial de medidas de
controle, pode ocorrer hipoglicemia novamente. Portanto, os pacientes devem ser mantidos
sob observação rigorosa.
Hipoglicemia severa requer tratamento imediato e acompanhamento médico e, em algumas
circunstâncias, cuidados hospitalares.
O tratamento de pacientes com deficiência de G6PD com sulfonilureia pode levar à anemia
hemolítica.
Considerando que a glimepirida pertence à classe das sulfonilureias, deve-se ter cautela na
prescrição para tais pacientes e deve-se considerar a prescrição de medicamentos não
pertencentes à classe das sulfonilureias.
Gravidez e lactação
A glimepirida não deve ser administrada durante a gravidez, devido ao risco de dano à
criança, portanto a paciente deve substituir seu tratamento por insulina. As pacientes que
estiverem planejando engravidar devem informar o médico. Recomenda-se, para estas
pacientes, a substituição do tratamento por insulina.
A fim de evitar uma possível ingestão pelo leite materno e possível dano à criança,
glimepirida não deve ser utilizado por mulheres lactantes. Se necessário, a paciente deve
substituir o tratamento com glimepirida por insulina, ou interromper a amamentação.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Pode ocorrer diminuição do estado de alerta do paciente devido à hipoglicemia ou
hiperglicemia, especialmente no início ou após alterações no tratamento, ou quando
glimepirida não for ingerida regularmente, afetando, por exemplo, a habilidade em conduzir
Com base na experiência do uso de glimepirida e no que se conhece das outras
sulfonilureias, as seguintes interações devem ser consideradas:
-medicamento-medicamento:
A glimepirida é metabolizada pelo citocromo P450 2C9 (CYP2C9). Deve-se levar em
consideração tal fato, quando a glimepirida for concomitantemente administrada a
indutores (como a rifampicina) ou inibidores (como o fluconazol) do CYP2C9.
Potencialização do efeito hipoglicemiante e, portanto, em alguns casos, pode ocorrer
hipoglicemia quando um dos seguintes fármacos é administrado:
Insulina ou outro antidiabético oral; inibidores da ECA; esteroides anabolizantes e
hormônios sexuais masculinos; cloranfenicol; derivados cumarínicos; ciclofosfamidas;
disopiramida; fenfluramina; feniramidol; fibratos; fluoxetina; guanetidina; ifosfamida;
inibidores da MAO; miconazol; fluconazol; ácido para-aminosalicílico; pentoxifilina (uso
parenteral em doses elevadas); fenilbutazona; azapropazona; oxifembutazona; probenecida;
quinolonas; salicilatos; sulfimpirazona; claritomicina; antibióticos sulfonamídicos;
tetraciclinas; tritoqualina; trofosfamida.
Redução do efeito hipoglicemiante e, portanto, ocorrência de hiperglicemia quando um dos
seguintes fármacos é administrado, por exemplo:
acetazolamida; barbitúricos; corticoesteroides; diazóxido; diuréticos; epinefrina
(adrenalina) e outros agentes simpatomiméticos; glucagon; laxantes (após uso prolongado),
ácido nicotínico (em doses elevadas), estrogênios e progestagênios; fenotiazínicos;
fenitoína; rifampicina; hormônios da tireoide.
Antagonistas de receptores H2, beta-bloqueadores, clonidina e reserpina podem induzir
tanto a potencialização quanto a diminuição do efeito hipoglicemiante da glimepirida.
Sob influência de fármacos simpatolíticos, como beta-bloqueadores, clonidina, guanetidina
e reserpina, os sinais da contrarregulação adrenérgica para hipoglicemia podem estar
reduzidos ou ausentes.
O uso de glimepirida pode potencializar ou diminuir os efeitos dos derivados cumarínicos.
Sequestrador de ácidos biliares: o colesevelam se liga à glimepirida e reduz sua absorção no
trato gastrintestinal.
Nenhuma interação foi observada quando a glimepirida foi tomada, pelo menos, 4 horas
antes do colesevelam.
Portanto, a glimepirida deve ser administrada, pelo menos, 4 horas antes do colesevelam.
-medicamento-substância química, com destaque para o álcool:
Tanto a ingestão crônica como a aguda de álcool podem potencializar ou diminuir a ação
hipoglicemiante de glimepirida de maneira imprevisível.
CONSERVAR EM TEMPERATURA AMBIENTE (15 A 30ºC). PROTEGER DA LUZ E
UMIDADE.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da data de sua fabricação
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas e organolépticas
Amaglyn®
1mg: Comprimidos avermelhados.
2mg: Comprimidos esverdeados.
4mg: Comprimidos azulados.
Os comprimidos de Amaglyn®
não apresentam características organolépticas marcantes que
permitam sua diferenciação em relação a outros comprimidos.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos devem ser tomados com líquido, por via oral. Eles devem ser engolidos
sem mastigar e com quantidade suficiente de água (aproximadamente ½ copo).
Em princípio, a dose de glimepirida é regida pelo nível desejável de glicose no sangue. A
dose de Amaglyn®
deve ser a menor possível que seja suficiente para atingir o controle
metabólico desejado.
Durante o tratamento com Amaglyn®
, os níveis de glicose no sangue e na urina devem ser
medidos regularmente. Além disso, recomenda-se que sejam realizadas determinações
regulares da hemoglobina glicada.
Equívocos, como o esquecimento de uma dose, nunca devem ser corrigidos pela
administração de uma dose maior.
Medidas para lidar com tais enganos (principalmente esquecer uma dose ou pular uma
refeição) ou situações em que a dose não pode ser administrada no horário prescrito, devem
ser discutidas e acordadas previamente entre o médico e paciente.
A dose inicial usual: 1mg de Amaglyn®
diariamente. Se necessário, esta dose diária poderá
ser aumentada.
Recomenda-se que tal aumento se faça de acordo com o controle do nível de glicose no
sangue e de forma gradual, em intervalos de 1 a 2 semanas, de acordo com as seguintes
etapas: 1mg, 2mg, 3mg, 4mg, 6mg.
A dose inicial usual para pacientes com diabetes bem controlado: 1 a 4mg de
Amaglyn®
ao dia. Doses diárias superiores a 6mg (até 8mg) somente são eficazes para uma
minoria de pacientes; portanto doses superiores não devem ser utilizadas.
A distribuição e horário das doses são determinados pelo médico, levando-se em
consideração o estilo de vida atual do paciente.
Normalmente, uma única dose diária de glimepirida é suficiente. Recomenda-se administrar
imediatamente antes da primeira refeição substancial ou da primeira refeição principal. É
muito importante alimentar-se bem após a administração da medicação.
Ajuste secundário da dose: a sensibilidade à insulina aumenta à medida que melhora o
controle do diabetes; portanto, as necessidades de glimepirida podem diminuir durante o
tratamento. Para evitar hipoglicemia, deve-se considerar oportuna uma redução temporária
na dose ou interrupção da terapia com glimepirida.
Um ajuste de dose deverá ser considerado caso ocorram mudanças no peso ou no estilo de
vida do paciente, ou ainda na ocorrência de outros fatores que aumentem a susceptibilidade
para hipo ou hiperglicemia (vide “Advertências e Precauções”).
Duração do tratamento
O tratamento com glimepirida é de longa duração, dependente da resposta e evolução do
paciente e da conduta e decisão do médico responsável.
Substituição de outros antidiabéticos orais por glimepirida
Não há uma exata relação entre a dose de glimepirida e a de outros agentes
hipoglicemiantes orais. Quando for substituir a administração destes agentes por
glimepirida, a dose diária inicial deve ser de 1mg; isto é aplicável mesmo quando se parte
de doses máximas de outro agente hipoglicemiante oral. Todo aumento na dose de
glimepirida deve ser realizado seguindo-se as diretrizes indicadas no item Posologia.
Deve-se ter em conta a potência e a duração da ação do agente hipoglicemiante empregado
previamente. Pode ser necessário interromper o tratamento para evitar efeitos aditivos que
aumentariam o risco de hipoglicemia.
Em alguns casos de pacientes com diabetes Tipo 2 anteriormente controlados com insulina,
uma substituição por glimepirida pode ser indicada. A substituição geralmente deve ser
feita no hospital.
Uso em associação com metformina
Nos pacientes que não obtiveram um controle adequado com a dose máxima diária de
glimepirida ou metformina, pode-se iniciar o tratamento concomitante com ambos agentes
antidiabéticos orais. Se a terapia estabelecida tanto com glimepirida quanto com
metformina progredir em um mesmo nível de dose, o tratamento adicional com glimepirida
ou metformina deve ser iniciado com uma dose baixa, a qual deve ser quantificada
dependendo do nível de controle metabólico desejado, até a dose máxima diária. O
tratamento com a associação deve ser iniciado sob supervisão médica cuidadosa.
Uso em associação com insulina
Nos pacientes que não obtiveram um controle adequado com a dose diária máxima de
glimepirida, pode-se iniciar o tratamento concomitante com insulina. Deve-se manter a
mesma dose de glimepirida e iniciar o tratamento com insulina em dose baixa, aumentando
esta dose gradualmente até se alcançar o nível desejado de controle metabólico. O
Não há estudos dos efeitos de glimepirida administrado por vias não recomendadas.
Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve
ser somente por via oral.
Populações especiais
Insuficiência renal: existe informação limitada disponível quanto ao uso de glimepirida na
insuficiência renal.
Pacientes com insuficiência da função renal podem ser mais sensíveis aos efeitos
hipoglicemiantes de glimepirida (vide “Farmacocinética”).
População Pediátrica: os dados são insuficientes para recomendar a utilização de
glimepirida.
Este medicamento não deve ser mastigado.
-Distúrbios do metabolismo e nutrição
Como resultado da ação de redução da glicose sanguínea da glimepirida, pode ocorrer
hipoglicemia, que, com base no que se conhece das outras sulfonilureias, pode ser
prolongada.
Possíveis sintomas de hipoglicemia incluem cefaleia, excesso de apetite, náusea, vômitos,
fadiga, insônia, alteração do sono, inquietação, agressividade, prejuízo da concentração,
alteração das reações e do estado de alerta, depressão, confusão, alterações na fala, afasia,
alterações visuais, tremor, paresias, alterações sensoriais, tontura, sensação de abandono,
perda do autocontrole, delírio, convulsões, sonolência e perda da consciência, podendo
evoluir para coma, dificuldade de respiração e bradicardia.
Adicionalmente, sinais de contrarregulação adrenérgica podem estar presentes, tais como
sudorese, pele úmida e fria, ansiedade, taquicardia, hipertensão, palpitação, angina do peito
e arritmias cardíacas.
O quadro clínico de um ataque hipoglicêmico severo pode assemelhar-se a um acidente
vascular cerebral.
Os sintomas de hipoglicemia quase sempre regridem quando esta é corrigida.
-Distúrbios oculares
Especialmente no início do tratamento, pode ocorrer alteração visual temporária devido às
modificações dos níveis glicêmicos. A causa é uma alteração temporária da turgidez e o
aumento do índice de refração do cristalino, que é dependente do nível glicêmico.
-Distúrbios gastrintestinais
Ocasionalmente, podem ocorrer sintomas gastrintestinais como náusea, vômito, sensação
de pressão ou plenitude gástrica, dor abdominal e diarreia.
Em casos isolados, pode-se observar hepatite, aumento dos níveis de enzimas hepáticas
e/ou colestase e icterícia que podem progredir para insuficiência hepática com risco de
vida, mas que regridem com a suspensão do tratamento.
-Distúrbios do sangue e sistema linfático
Ocorre raramente trombocitopenia e, em casos isolados, leucopenia, anemia hemolítica,
eritrocitopenia, granulocitopenia, agranulocitose ou pancitopenia. Foram relatados em
experiência pós-comercialização, casos de trombocitopenia severa com contagem de
plaquetas menor que 10.000/µL e púrpura trombocitopênica.
-Outras reações adversas
Ocasionalmente, podem ocorrer reações alérgicas ou pseudoalérgicas como, por exemplo,
prurido, urticária ou erupções. Tais reações leves podem tornar-se graves, acompanhadas
por dispneia e hipotensão arterial, algumas vezes evoluindo até choque.
Em casos isolados, pode ocorrer redução da concentração sérica de sódio e vasculite
alérgica ou hipersensibilidade cutânea à luz.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária-NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm,
ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Sinais e sintomas: a superdose aguda, assim como o tratamento a longo prazo com doses
muito elevadas de glimepirida, pode causar hipoglicemia severa com risco de vida.
Tratamento: o médico responsável deve ser informado tão logo a superdose de glimepirida
seja descoberta. O paciente deve ingerir açúcar de imediato, se possível na forma de
glicose, a não ser que um médico já esteja conduzindo o tratamento da superdose.
A monitorização cuidadosa é essencial até que o médico comprove que o paciente
realmente está fora de perigo.
Deve-se lembrar que pode ocorrer recidiva da hipoglicemia após melhora do quadro inicial.
A hospitalização pode ser necessária em algumas ocasiões, mesmo como medida
preventiva. Em particular, superdoses significativas e reações severas com sinais tais como
perda da consciência ou outras alterações neurológicas graves, são emergências médicas
requerendo tratamento imediato e hospitalização.
Se, por exemplo, o paciente estiver inconsciente é indicada a administração de uma injeção
intravenosa de solução concentrada de glicose (para adultos, iniciar com dose de 40mL de
solução a 20%). Alternativamente, em adultos, pode-se considerar a administração de
glucagon em doses de 0,5 a 1mg por via intravenosa, subcutânea ou intramuscular.
Em particular, no tratamento da hipoglicemia causada pela ingestão acidental de
glimepirida por crianças e adolescentes, a dose de glicose a ser administrada deve ser
cuidadosamente ajustada, devido à possibilidade de ocorrer hiperglicemia perigosa,
devendo ser controlada pela monitorização rigorosa da glicemia.
Pacientes que tenham ingerido quantidades de glimepirida que representam ameaça à vida,
requerem medidas de desintoxicação (por exemplo, lavagem gástrica e carvão medicinal).
Após a reposição aguda de glicose ter sido completada, é geralmente necessária a
administração de infusão intravenosa de glicose em baixas concentrações para se evitar a
ocorrência de casos reincidentes de hipoglicemia. O nível sanguíneo de glicose do paciente
deve ser monitorizado cuidadosamente por pelo menos 24 horas. Em casos severos com
curso prolongado, a hipoglicemia ou o risco de recaída pode persistir durante vários dias.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.