Bula do Bambec produzido pelo laboratorio Astrazeneca do Brasil Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
BAMBEC
cloridrato de bambuterol
AstraZeneca do Brasil Ltda.
Solução Oral
1 mg/mL
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BAMBEC
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÃO
Solução oral de 1 mg/mL em frasco contendo 100 mL + copo medida.
VIA ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada 1 mL da solução oral contém 1 mg de cloridrato de bambuterol.
Excipientes: sorbitol, glicerol, benzoato de sódio, ácido cítrico, hidróxido de sódio,
essência de cassis e água purificada.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
BAMBEC é indicado para o tratamento da asma brônquica. BAMBEC é indicado para
bronquite crônica, enfisema e outras pneumopatias nas quais o broncoespasmo é um
fator complicante.
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Estudos em pacientes adultos com asma demonstraram que BAMBEC proporciona um
efeito broncodilatador por 24 horas. (D'ALONZO GE et al. Chest 1995;107(2):406;
PERSSON G et al. Eur Respir J 1995;8(1):34; GUNN SD et al. Eur J Clin Pharmacol
1995;48(1):23; PETRIE GR et al. Respir Med 1993;87(8):581; FUGLEHOLM AM et
al. Eur Respir J 1993;6(10):1474). Além da melhora da função pulmonar, estes estudos
também demonstraram que o bambuterol possui efeitos benéficos no uso de beta-2
agonistas de curta duração, nos sintomas da asma e nos despertares noturnos devidos à
asma. Além disso, quando comparado com outros beta agonistas de longa duração
(LABA) orais bem estabelecidos, como, por exemplo, formulações de liberação
prolongada de salbutamol e terbutalina, foi demonstrado que o bambuterol possui um
nível de eficácia similar com doses únicas diárias (FUGLEHOLM AM et al. Eur Respir
J 1993;6(10):1474; GUNN SD et al. Eur J Clin Pharmacol 1995;48(1):23). O
bambuterol demonstrou eficácia similar quando comparado ao salmeterol, um LABA
inalatório, em pacientes com asma sintomática e que receberam corticosteroides
inalatórios (ICS), indicando que é efetivo quando administrado uma vez à noite,
alternativamente ao salmeterol (CROMPTON GK et al. Am J Respir Crit Care Med
1999;159:824; WALLAERT B et al. Respir Med 1999;93(1):33).
Em crianças com asma, a eficácia de BAMBEC foi investigada em estudos de até três
meses. Nestes estudos, o medicamento foi administrado tanto como uma solução oral,
em crianças de 2 a 5 anos (KUUSELA AL et al. Pediatr Pulmonol 2000;29(3):194), ou
comprimidos (10 ou 20 mg) em crianças entre 6 a 12 anos de idade. Ademais, em um
estudo de segurança clínica com duração de um ano, a função pulmonar foi
determinada como um resultado secundário (ZARKOVIC JP et al. Pediatr Pulmonol
2000;29(6):424-9). BAMBEC demonstrou melhora na função pulmonar, redução dos
sintomas de asma e no uso para alívio, e a sua eficácia clínica foi comparável àquela da
terbutalina oral. De maneira similar aos resultados nos adultos, doses únicas diárias
também se demonstraram apropriadas como regime de dose em crianças.
Em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a eficácia de
BAMBEC foi comparada à terbutalina e placebo (MCDONALD CF et al. J Asthma
1997;34(1):53). Enquanto que os tratamentos ativos, BAMBEC e terbutalina,
melhoraram a função pulmonar, como comprovado pelas medições do Pico de Fluxo
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Expiratório (PEF) quando comparadas ao placebo, a maior dose de BAMBEC, solução
oral 20 mg, foi significativamente melhor que a terbutalina, no que diz respeito ao PEF
matinal, o que está de acordo com os resultados obtidos quando BAMBEC foi
estudado em pacientes com asma sintomática. Ainda mais, BAMBEC e salmeterol
demonstraram eficácia similar em pacientes com DPOC (CAZZOLA M et al. J Clin
Pharmacol 1999; 54:829).
Propriedades Farmacodinâmicas
BAMBEC contém bambuterol, um pró-fármaco da terbutalina, a qual é um agonista
adrenérgico que estimula predominantemente os receptores beta-2. Desta maneira,
promove o relaxamento da musculatura lisa do brônquio, a inibição da liberação de
espasmógenos endógenos, a inibição do edema causado por mediadores endógenos e o
aumento do movimento mucociliar.
Propriedades Farmacocinéticas
Aproximadamente 20% da dose oral de bambuterol é absorvida. A absorção não é
influenciada pela ingestão concomitante com alimentos. Após a absorção, bambuterol é
lentamente metabolizado via hidrólise (colinesterase plasmática) e oxidação, em
terbutalina ativa. Cerca de 1/3 da dose absorvida de bambuterol é metabolizada na
parede intestinal e no fígado, principalmente em metabólitos intermediários.
Cerca de 10% da dose administrada de bambuterol é convertida em terbutalina, em
adultos. As crianças têm uma depuração reduzida de terbutalina, mas elas também
formam menos terbutalina do que os adultos. Desta maneira, crianças com idades entre
6-12 anos devem receber a mesma dose de adultos, ao passo que crianças menores (2-5
anos) geralmente precisam de doses menores.
A concentração plasmática máxima (Cmax) do metabólito ativo terbutalina é alcançada
em aproximadamente 2-6 horas. A duração do efeito é de no mínimo 24 horas. O
estado de equilíbrio é alcançado após 4-5 dias de tratamento. A meia-vida plasmática
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do bambuterol, após administração oral, é de cerca de 13 horas. A meia-vida
plasmática do metabólito ativo terbutalina é de cerca de 21 horas.
O bambuterol e seus metabólitos, incluindo a terbutalina, são excretados
principalmente pelos rins.
Dados de segurança pré-clínica
A toxicidade aguda do bambuterol foi avaliada em estudos com ratos e camundongos e
classificada como moderada. Estudos de toxicidade com doses repetidas (1-12 meses),
em cães, revelaram hiperemia, taquicardia e lesões do miocárdio, observações
compatíveis com os efeitos conhecidos dos beta-agonistas.
Em um estudo de carcinogenicidade de 24 meses, em ratos, foi observado um discreto
aumento da incidência de adenomas foliculares de tireoide, com uma dose de
bambuterol que era 500 vezes maior do que a dose diária de humanos. Em doses cerca
de 150 vezes maiores do que a dose clínica, este efeito não foi observado. O
mecanismo de desenvolvimento dos adenomas de tireoide em ratos é considerado como
sendo um resultado da secreção aumentada de hormônio estimulante da tireoide,
induzida pela depuração aumentada de tiroxina. Tais efeitos foram previamente
relatados para alguns medicamentos disponíveis no mercado atualmente.
BAMBEC é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade ao cloridrato de
bambuterol, à terbutalina ou a qualquer componente da fórmula.
Como a terbutalina é excretada principalmente pelos rins, a dose de BAMBEC deve
ser reduzida à metade em pacientes com insuficiência renal (taxa de filtração
glomerular ≤ 50 mL/min).
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Em pacientes com cirrose hepática e provavelmente em pacientes com outras causas de
insuficiência hepática grave, a dose diária deve ser individualizada, levando-se em
conta a possibilidade de o paciente possuir dificuldades em metabolizar bambuterol
para terbutalina. Portanto, do ponto de vista prático, é preferível usar diretamente o
metabólito ativo, terbutalina, nesses pacientes.
Como para todos os agonistas beta-2, cuidado deve ser observado em pacientes com
tireotoxicose e hipertiroidismo sem controle adequado.
Efeitos cardiovasculares podem ser observados com o uso de fármacos
simpatomiméticos, incluindo BAMBEC. Existem algumas evidências de dados pós-
comercialização e literaturas publicadas de raros relatos de isquemia do miocárdio
associado com o uso de agonistas beta-2. Pacientes com doença cardíaca subjacente
grave (por exemplo, doença cardíaca isquêmica, arritmia ou insuficiência cardíaca
grave), que estão recebendo BAMBEC, devem ser orientados a procurar por um
médico se ocorrer dor no peito ou outros sintomas de doenças cardíacas. Deve-se
avaliar com cuidado sintomas como dispnéia e dor no peito, uma vez que eles podem
ser tanto de origem respiratória como cardíaca.
Embora BAMBEC não seja indicado para o tratamento de parto prematuro, deve-se
notar que bambuterol é metabolizado para terbutalina e que a terbutalina não deve ser
utilizada como agente tocolítico em pacientes com doença cardíaca isquêmica pré-
existente ou naqueles pacientes com fatores de risco significativos para doença cardíaca
isquêmica.
Devido ao efeito inotrópico dos agonistas beta-2, BAMBEC deve ser usado com
critério em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica.
Devido aos efeitos hiperglicêmicos dos agonistas beta-2, recomenda-se realizar testes
adicionais de glicemia em pacientes diabéticos que estão iniciando o tratamento com
BAMBEC.
Hipocalemia potencialmente grave pode resultar de terapia agonista beta-2.
Recomenda-se cuidado especial na asma aguda grave, porque o risco associado pode
ser aumentado pela hipóxia. O efeito hipocalêmico pode ser potencializado por
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tratamentos concomitantes (ver item 6. Interações Medicamentosas). Recomenda-se
que os níveis séricos de potássio sejam monitorados nestas situações.
Pacientes com asma persistente, que necessitam de terapia de manutenção com
agonistas beta-2, também devem receber terapia ideal com um anti-inflamatório
corticosteroide. Estes pacientes devem ser orientados a continuar com a terapia com
anti-inflamatórios após a introdução da terapia com BAMBEC, mesmo depois dos
sintomas diminuírem. Se os sintomas persistirem ou se for necessário aumentar a dose
com agonista beta-2, uma reavaliação da terapia deve ser considerada, pois pode ter
ocorrido uma piora na condição subjacente.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: o uso de
BAMBEC não afeta a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Embora não tenham sido observados efeitos teratogênicos em animais após
administração de bambuterol, recomenda-se cuidado durante o primeiro trimestre da
gravidez.
Não se sabe se o bambuterol ou seus metabólitos intermediários passam para o leite
materno. A terbutalina passa para o leite materno, entretanto, nas doses terapêuticas é
improvável uma influência na criança.
Foi relatada hipoglicemia transitória em recém-nascidos prematuros cujas mães foram
tratadas com agonistas beta-2.
Agonistas beta-2 orais de liberação lenta devem ser utilizados com precaução no final
da gravidez devido ao efeito tocolítico.
Como para qualquer outro medicamento, o bambuterol somente deve ser usado durante
a gravidez ou lactação se, a critério médico, os benefícios potenciais superarem os
possíveis riscos.
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Este medicamento contém sorbitol (150 mg/mL), portanto, deve ser usado com
cautela e a critério médico em pacientes portadores de diabetes.
O bambuterol prolonga o efeito miorrelaxante do suxametônio (succinilcolina). Esse
efeito é devido à inibição parcial pelo bambuterol da colinesterase plasmática, enzima
que inativa o suxametônio. A inibição é dose-dependente e totalmente reversível após a
interrupção do tratamento com bambuterol. Esta interação também deve ser
considerada para os outros relaxantes musculares que são metabolizados pela
colinesterase plasmática.
Os betabloqueadores (incluindo colírios), especialmente os não-seletivos, podem inibir
parcial ou totalmente os efeitos dos beta-agonistas.
O metabolismo do bambuterol pode ser teoricamente interrompido por quinidina em
doses terapêuticas.
A hipocalemia pode ser resultante de terapia agonista beta-2 e pode ser potencializada
pelo tratamento concomitante com derivados xantínicos, esteroides e diuréticos (ver
item 5. Advertências e Precauções).
BAMBEC deve ser conservado em temperatura ambiente (15ºC a 30°C).
BAMBEC tem validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
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Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
BAMBEC apresenta-se como uma solução incolor a levemente amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
BAMBEC deve ser usado como terapia de manutenção da asma e outras pneumopatias
onde o broncoespasmo é um fator complicante.
BAMBEC deve ser administrado, por via oral, uma vez ao dia, preferencialmente,
próximo ao horário de se deitar. A dose deve ser individualizada.
BAMBEC é acompanhado de um copo medida, que deve ser utilizado para medir a
quantidade a ser administrada.
Adultos e idosos: a dose inicial recomendada é de 10 mg (10 mL). Dependendo do
efeito clínico, a dose pode ser aumentada para 20 mg (20 mL) após 1 a 2 semanas. Em
pacientes que previamente toleraram bem a administração oral de agonistas beta-2, a
dose inicial recomendada é de 20 mg (20 mL).
Em pacientes com insuficiência renal (taxa de filtração glomerular ≤ 50 mL/min) a
dose inicial recomendada é de 5 mg (5 mL), podendo ser aumentada para 10 mg (10
mL) após 1 a 2 semanas de tratamento, dependendo do efeito clínico.
Crianças de 2 a 5 anos: a dose normal recomendada é de 10 mg (10 mL) e, devido às
diferenças na farmacocinética, a dose de 5 mg (5 mL) é recomendada em crianças
orientais.
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Crianças de 6 a 12 anos: a dose inicial recomendada é 10 mg (10 mL). A dose pode
ser aumentada para 20 mg (20 mL) após 1 a 2 semanas, dependendo do efeito clínico.
Devido às diferenças na farmacocinética, doses acima de 10 mg (10 mL) não são
recomendadas em crianças orientais.
A dose máxima diária recomendada de BAMBEC é de 20 mg (20mL).
A maioria das reações adversas são características das aminas simpatomiméticas. A
intensidade das reações adversas é dose-dependente. Geralmente tem-se desenvolvido
tolerância a estes efeitos dentro de 1 a 2 semanas de tratamento.
Frequência Reações adversas
Reação muito comum
(≥ 1/10)
Distúrbios do sistema
nervoso central:
Distúrbios psiquiátricos:
Tremor e cefaléia
Distúrbios
comportamentais, como
inquietação
Reação comum
(≥ 1/100 e < 1/10)
Distúrbios cardíacos:
Distúrbios dos sistemas
músculo-esquelético e
conectivo:
Palpitações
Cãibras
Distúrbios do sono
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Reação incomum
(≥ 1/1000 e < 1/100)
Alterações
agitação
Taquicardia e arritmias
cardíacas (por exemplo,
fibrilação atrial, taquicardia
supraventricular e
extrassístoles)
Reação rara
(≥ 1/10000 e < 1/1000),
frequência desconhecida*
gastrointestinais:
Distúrbios na pele e tecidos
subcutâneos:
Isquemia do miocárdio
Náusea
hiperatividade
Urticária e exantema
*Relatados espontaneamente em dados pós-comercialização e, portanto, freqüência
considerada como desconhecida.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.
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