Bula do Bezafibrato produzido pelo laboratorio Ems S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
bezafibrato
EMS S/A
Comprimido Revestido
200 mg
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
LEIA ATENTAMENTE ESTA BULA ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO
“Medicamento Genérico, Lei n° 9.787, de 1999”.
USO ORAL
USO ADULTO
APRESENTAÇÃO
O bezafibrato é apresentado em embalagens contendo 10, 20, 30, 60 (FRAC), 90 (FRAC), 450
(HOSP) e 500 (HOSP) comprimidos revestidos.
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de bezafibrato contém:
bezafibrato............................................................................................................................200 mg
excipientes* q.s.p.......................................................................................................1 comprimido
* amido pré-gelatinizado, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio,
celulose microcristalina, macrogol, álcool polivinílico, dióxido de titânio, macrogol, talco, água
purificada.
II. INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
- Hiperlipidemias primárias tipos IIa, IIb, III, IV e V da classificação de Fredrickson - quando a
dieta ou alterações no estilo de vida não levaram à resposta adequada.
- Hiperlipidemias secundárias, por exemplo, hipertrigliceridemia grave, quando não houver
melhora suficiente após correção da doença de base, por exemplo, do diabetes mellitus.
Os limites para os distúrbios do metabolismo dos lipídeos foram propostos durante o primeiro
Consenso da Sociedade Européia de Aterosclerose (Nápoles, 1986) e foram elaboradas com o
objetivo de serem utilizados como roteiro diagnóstico e terapêutico.
Assim, valores de colesterol e triglicérides iguais ou superiores a 200 mg/dL em adultos
requerem atenção médica.
1) A administração oral de bezafibrato em doses de 200 mg três vezes ao dia (comprimidos
convencionais) ou 400 miligramas uma vez ao dia (na forma de comprimidos convencionais ou
formulação de libertação sustentada) tem sido eficaz na redução do colesterol sérico total e na
redução de triglicérides em pacientes com hiperlipidemia tipos IIa, IIb e IV. Nesses pacientes,
bezafibrato reduz os níveis de colesterol total em cerca de 10% a 30%. Os níveis de colesterol
LDL são reduzidos em pelo menos 10% nos pacientes com hiperlipidemia tipo IIa ou IIb, mas
em pacientes com hiperlipidemia tipo IV, isto não ocorre ou pode aumentar ligeiramente.
Bezafibrato reduz os níveis de triglicérides em 40% a 50%, com a maior alteração em pacientes
com hipertrigliceridemia (principalmente tipos IIb e IV). Os níveis de colesterol HDL são
aumentados em cerca de 10% a 30%. Bezafibrato mostrou-se útil em pacientes com
insuficiência renal submetidos à hemodiálise, diminuindo os níveis séricos de triglicérides em
30% a 40% e os níveis séricos de colesterol total em até 20% e aumentando o colesterol HDL
em cerca de 10% a 20%. (1-33)
2) Os resultados de um estudo de 5 anos, duplo-cego, placebo controlado mostraram que
bezafibrato pode retardar a progressão da doença aterosclerótica coronariana focal, reduzir o
risco de eventos coronarianos, melhorar o perfil lipídico e diminuir os níveis de fibrinogênio em
jovens de alto risco do sexo masculino, no período pós infarto do miocárdio. Neste estudo,
envolvendo 81 sobreviventes do sexo masculino dislipidêmicos e que tinham apresentado
infarto do miocárdio (menos de 45 anos), os pacientes receberam placebo ou bezafibrato 200
mg três vezes ao dia durante 5 anos. De acordo com a angiografia, as mudanças na média do
diâmetro mínimo da luz (DML) mostraram que houve 0,13mm a menos de progressão da
doença em lesões focais em pacientes que receberam bezafibrato com relação aos doentes
tratados com placebo (p = 0,049). O efeito do tratamento com bezafibrato no DML é
comparável ao que é observado com sinvastatina (0,08mm) e pravastatina (0,06 mm). Pacientes
recebendo bezafibrato tiveram uma incidência significativamente menor de eventos
coronarianos do que os pacientes tratados com placebo (p = 0,02). O sérico em 31%, VLDL
colesterol em 35%, e VLDL-triglicérides em torno de 37%. Bezafibrato aumentou
significativamente (p = 0,02) o HDL-colesterol, mas bezafibrato não teve efeito aparente no
LDL-colesterol. Além disso, o bezafibrato reduziu significativamente (p = 0,001) os níveis
plasmáticos de fibrinogênio em 12% e produziu uma diminuição da apolipoproteína B em 7%
(p = 0,01).(14)
Uma nova análise do subgrupo dos resultados deste estudo indicou que o
bezafibrato retardou a progressão da redução luminal nas artérias coronarianas, apresentando
20% para menos de estenose comparado a 50% do inicio do estudo.(15)
No entanto, bezafibrato
não retarda a progressão do estreitamento de vasos com um valor de estenose maior ou igual a
50%.
Referências Bibliográficas
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properties, and therapeutic use in hyperlipidaemia. Drugs 1987g; 33:539.
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bezafibrate in effect on plasma lipoproteins and apolipoproteins in primary
hypercholesterolaemia. Lancet 1988b; 1:611
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12 - Neuman MP, Kurlat MIN, & Neuman J: Elevation of hifh density lipoprotein cholesterol
(cHDL) and reduction of the total cholesterol/cHDL index in the treatment of
hyperlipoproteinaemias IIb and IV with bezafibrate. Curr Med Res Opin 1983; 8:358.
13 - Saku K, Sasaki J, & Arakawa K: Effects of slow-release bezafibrate on serum lipids,
lipoproteins, apolipoproteins, and postheparin lipolytic activities in patients with type IV and
type V hypertriglyceridemia. Clin Therap 1989; 11:331.
14 - de Faire U, Ericssont CG, Gript L, et al: Secondary preventive potential of lipid-lowering
drugs. Eur Heart J 1996; 17(suppl):37
15 - Ericsson CG, Nilsson J, Grip L, et al: Effect of bezafibrate treatment over five years on
coronary plaques causing 20% to 50% diameter narrowing (the bezafibrate coronary
atherosclerosis intervention trial (BECAIS). Am J Cardiol 1997; 80:1125.
Mecanismo de ação
O bezafibrato reduz os lípides sanguíneos elevados (triglicérides e colesterol). O VLDL e o
LDL são reduzidos pelo bezafibrato, enquanto que os níveis de HDL são aumentados. A
atividade das lípases (lípase lipoproteica e lípase lipoproteica hepática) envolvidas no
catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicérides é aumentada pelo bezafibrato.
No ciclo da degradação das lipoproteínas ricas em triglicérides (quilomícrons, VLDL) são
formados precursores de HDL, o que explica seu aumento. A biossíntese do colesterol é
reduzida pelo bezafibrato, a qual se acompanha por estimulação do catabolismo da LDL
mediada pelo receptor.
O Fibrinogênio desempenha papel importante sobre a viscosidade e, portanto, sobre o fluxo
sanguíneo, e parece desempenhar importante papel na gênese de trombos. O bezafibrato
também apresenta efeito sobre os fatores trombogênicos, induzindo redução significativa dos
níveis aumentados de fibrinogênio plasmático (ver item Resultados de eficácia) e promove,
entre outras coisas, redução da viscosidade sanguínea. Também se observou inibição de
agregação plaquetária.
Em pacientes diabéticos, relatou-se redução da concentração de glicose sanguínea por melhora
da tolerância à glicose.
Nesses mesmos pacientes, a concentração de ácidos graxos livres, em jejum e pós-prandial, foi
reduzida pelo bezafibrato.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção e distribuição
O benzafibrato é rápida e quase completamente absorvido a partir da formulação de
comprimidos revestidos de liberação imediata. O pico de concentração plasmática é de
aproximadamente 8 mg/L e é alcançado 1-2 horas após a administração de dose única de 200
mg, em voluntários saudáveis. Cerca de 94 a 96% do bezafibrato liga-se às proteínas
plasmáticas e o volume aparente de distribuição é de aproximadamente 17 L.
Metabolismo e eliminação
A eliminação é rápida, com excreção quase exclusivamente renal. Noventa e cinco por cento do
fármaco marcado com 14
C é recuperado na urina e 3% nas fezes em 48h. Cinquenta por cento da
dose administrada é recuperada na urina como fármaco inalterado e 20% na forma de
glicuronideos. A depuração renal varia de 3,4 a 6,0 L/h. A meia-vida de eliminação do
bezafibrato é de 1-2 horas.
A eliminação do bezafibrato é reduzida em pacientes com comprometimento renal, sendo
necessário ajuste de dose para evitar acúmulo da droga e efeitos tóxicos. Existe correlação entre
o clearance de creatinina e a meia vida de eliminação do bezafibrato; com o clearance reduzido
há aumento da meia-vida plasmática. Em idosos, a eliminação pode ser retardada nos casos de
comprometimento da função hepática. O bezafibrato não é dialisável.
- Doenças hepáticas (com exceção de infiltração gordurosa no fígado, frequente em casos de
hipertrigliceridemia);
- Afecções da vesícula biliar, com ou sem colelitíase (porque não é possível excluir um
envolvimento hepático);
- Pacientes com disfunção renal grave com níveis séricos de creatinina > 6 mg/100 mL ou
clearance de creatinina < 15 mL/min ou pacientes sumetidos à diálise;
- Em terapia combinada com inibidores de HMG CoA redutase para pacientes com fatores
predisponentes para miopatia, como função renal comprometida, infecção grave, trauma,
cirurgia, distúrbios eletrolíticos, entre outros;
- Hipersensibilidade conhecida ao bezafibrato, a qualquer componente do produto ou a outros
fibratos;
- Reação fotoalérgica ou fototóxica conhecida a fibratos;
- Mulheres grávidas e lactantes.
Categoria de Risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou
do cirurgião-dentista.
O bezafibrato é contraindicado na gravidez e lactação devido à falta de experiência
adequada com o uso deste medicamento.
- Em pacientes com valores de colesterol e/ou triglicérides elevados, o risco de doença coronária
deve ser avaliado levando-se em conta a história familiar, valores de HDL-colesterol <35mg/dL,
níveis aumentados de fibrinogênio, tabagismo, pressão arterial, diabetes mellitus, sexo
masculino, sobrepeso, atividade física insuficiente.
- Modificações dos hábitos alimentares e outras medidas que possam melhorar o distúrbio
lipídico, como atividade física, redução de peso e tratamento adequado de outros distúrbios
metabólicos concomitantes são fundamentais.
- A resposta do paciente à terapia deve ser monitorada a intervalos regulares e se uma resposta
adequada não for obtida em 3 a 4 meses, o tratamento deverá ser suspenso.
- Como os estrógenos podem levar a aumento das taxas lipídicas, a prescrição do bezafibrato a
pacientes hiperlipêmicas em uso de estrógenos ou contraceptivos contendo estrógenos deve ser
feita analisando-se cada caso individualmente.
- Em caso de hipoalbuminemia, como na síndrome nefrótica, e em pacientes com função renal
reduzida, a dose de bezafibrato deve ser reduzida e a função renal monitorada.
- Fraqueza muscular, mialgia e cãibras, frequentemente acompanhadas por aumento na
creatinoquinase (CK), podem ocorrer. Casos isolados de comprometimento muscular grave
(rabdomiólise) têm sido observados. Na maioria dos casos, esta síndrome é decorrente de
superdosagem ou uso inapropriado do bezafibrato, principalmente na presença de
comprometimento renal.
- Devido ao risco de rabdomiólise, o bezafibrato só deve ser administrado em conjunto com
inibidores da GMG-CoA redutase em casos excepcionais e quando estritamente indicado.
Pacientes recebendo essa combinação devem ser cuidadosamente orientados sobre os sintomas
de miopatia e devidamente monitorados. A terapia combinada deve ser descontinuada
imediatamente ao primeiro sinal de miopatia.
- O bezafibrato altera a composição da bile. Casos isolados de cálculo biliar têm sido relatados.
Não está claro se a ocorrência de cálculos biliares é maior devido ao tratamento prolongado com
bezafibrato, como observado com outros medicamentos com mecanismo de ação semelhante, ou
se cálculos pré-existentes aumentariam de tamanho durante a terapia com bezafibrato.
- Como a colelitíase não pode ser excluída como possível reação adversa ao bezafibrato,
procedimentos diagnósticos apropriados devem ser empregados se sinais e sintomas
relacionados à colelitíase ocorrerem (ver item “Reações adversas”).
Não foram relatados efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas.
Quando o bezafibrato é utilizado em associação com outros medicamentos, as seguintes
interações podem ocorrer:
- Potencialização da ação de anticoagulantes do tipo cumarínicos. Por esta razão, ao se iniciar a
terapia com o bezafibrato a dose do anticoagulante deve ser reduzida em 30% a 50%, ajustada
de acordo com os resultados dos testes de coagulação.
- A ação das sulfoniluréias e da insulina podem ser potencializadas pelo bezafibrato. Isso pode
ser explicado pela melhor utilização da glicose, com redução simultânea das necessidades de
insulina.
- Em casos isolados, comprometimento pronunciado, porém reversível, da função renal
(acompanhado por aumento nos níveis séricos de creatinina) tem sido relatado em pacientes
transplantados recebendo terapia imunossupressora e o bezafibrato, concomitantemente. A
função renal deve ser monitorada nesses pacientes e caso ocorram alterações significativas nos
parâmetros laboratoriais, o bezafibrato deve ser, se necessário descontinuado.
- Quando houver administração concomitante de sequestrantes de ácidos biliares (por exemplo,
colestiramina) com o bezafibrato, deve haver um intervalo mínimo de duas horas entre a
utilização dos medicamentos, pois a absorção do bezafibrato será prejudicada.
- Inibidores da MAO (com potencial hepatotóxico) não devem ser administrados
concomitantemente com o bezafibrato.
O bezafibrato deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegido da
luz e umidade.
O bezafibrato possui prazo validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
O bezafibrato 200 mg é um comprimido revestido, na cor branca, circular e biconvexo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e
você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O bezafibrato deve ser administrado por via oral.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
A dose padrão do bezafibrato é 1 comprimido revestido de 200 mg, 3 vezes ao dia, junto ou
após as refeições. Obtida a resposta terapêutica, a dose poderá ser reduzida para 1 comprimido
revestido 2 vezes ao dia. No caso de pacientes com sensibilidade gástrica, a dose poderá ser
aumentada progressivamente até o nível de manutenção.
A dose em pacientes com comprometimento da função renal deve ser ajustada de acordo com os
níveis de creatinina sérica ou clearance de creatinina, conforme quadro abaixo.
Creatinina sérica Clearance de creatinina bezafibrato 200 mg
Até 1,5 mg/100 mL >60 mL/min 1 comprimido 3 vezes ao dia
1,6 – 2,5 mg/100 mL 60 – 40 mL/min 1 comprimido 2 vezes ao dia
2,6 – 6 mg/100 mL 40 – 15 mL/min 1 comprimido a cada 1 ou 2
dias
Acima 6 mg/100 mL <15 mL/min Contraindicado
- Reação comum (> 1% e < 10%)
Sistema metabólico e nutricional: redução do apetite.
- Reação incomum (> 0,1% e < 1%)
Sistema gastrointestinal/hepatobiliar: distensão abdominal, náuseas, colestase;
Sistema imune: reações de hipersensibilidade;
Pele e anexos: prurido, urticária, reação de fotossensibilidade, alopecia;
Sistema renal: insuficiência renal aguda;
Sistema reprodutor: disfunção erétil;
Sistema muscular: fraqueza muscular, mialgia, cãibras;
Sistema nervoso: cefaleia e tontura;
Exames laboratoriais: aumento da creatinina fosfoquinase (CPK), aumento de creatinina sérica,
aumento de fosfatase alcalina sérica.
- Reação muito rara (< 0,01%):
Sistema hepatobiliar: colelitiase (ver item "Advertências e Precauções");
Sistema hematológico: trombocitopenia e pancitopenia;
Pele e anexos: eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica,
púrpura trombocitopenica;
Sistema muscular: rabdomiólise;
Exames laboratoriais: redução da hemoglobina e dos leucócitos, aumento da gama
glutamiltransferase, aumento das transaminases, aumento de plaquetas.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária
- NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.