Bula do Bimatoprosta produzido pelo laboratorio Medley Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
bimatoprosta
Medley Indústria Farmacêutica Ltda.
Solução oftálmica estéril
0,3 mg/mL
Medicamento Genérico, Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÃO
Solução oftálmica estéril 0,3 mg/mL: frasco com 3 mL.
USO TÓPICO OCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL (34 gotas) contém:
bimatoprosta......................................................... 0,3 mg (0,0088 mg/gota)
veículo q.s.p...........................................................1 mL
(cloreto de benzalcônio, cloreto de sódio, ácido cítrico, fosfato de sódio dibásico heptaidratado, água para
injetáveis).
Cada 1 mL de bimatoprosta equivale a 34 gotas e 1 gota equivale a 0,0088 mg.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A bimatoprosta é indicada para a redução da pressão intraocular elevada (PIO) em pacientes com
glaucoma de ângulo aberto, glaucoma de ângulo fechado em pacientes submetidos previamente a
iridotomia e hipertensão ocular.
Nos estudos clínicos de pacientes com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular com uma PIO
média basal de 26 mmHg, o efeito redutor da PIO da bimatoprosta uma vez ao dia (à noite) foi de 7 – 8
mmHg. Nos estudos de Fase 3 sobre a bimatoprosta em solução oftálmica a 0,03%, confirmou-se que o
medicamento, administrado uma vez ao dia como monoterapia, se mostrou clinicamente e
estatisticamente superior ao timolol 0,5%, administrado duas vezes ao dia, na redução da pressão
intraocular elevada de pacientes com glaucoma ou hipertensão ocular.1,2,3
De modo global, a eficácia do
esquema posológico de administração única diária se mostrou melhor do que a de duas administrações ao
dia. O esquema posológico de administração única diária, à noite, efetivamente reduz a pressão
intraocular durante todo o período de 24 horas, inclusive em um estudo com duração de 1 ou 2 anos de
tratamento, que também evidenciou que a administração da bimatoprosta é segura e bem tolerada.4
Em 6 meses, estudos clínicos de fase 3 com a solução oftálmica de bimatoprosta 0,03% versus
latanoprosta, demonstrou uma redução da pressão intraocular estatisticamente superior pela manhã
(variando de -7.6 para -8.2 mmHg para bimatoprosta versus - 6.0 para - 7.2 mmHg para latanoprosta).
Além disso, durante o acompanhamento, os valores médios da pressão intraocular foram
significativamente menores com bimatoprosta do que com latanoprosta.5
Em estudo clínico de 12 semanas, a segurança e eficácia de bimatoprosta 0,03% foi comparada com
latanoprosta 0,005%, ambos administrados uma vez à noite, como terapia adjunta com betabloqueadores,
em pacientes com glaucoma ou hipertensão que não foram adequadamente controlados com
betabloqueadores somente. A alteração média em relação à PIO basal foi significativamente maior para os
pacientes tratados com bimatoprosta do que para os tratados com latanoprosta nas consultas do estudo.6
1
Study 192024-008: (12-month report). A multi-center, double-masked, randomized, parallel, three-
month study (with treatment extended to one year) of the safety and efficacy of AGN 192024 0.03%
ophthalmic solution, administered once-daily or twice-daily compared with timolol 0.5% ophthalmic
solution administered twice-daily, in subjects with glaucoma or ocular hypertension. Allergan, 2000.
2
Study 192024-009: (12-month report). A multi-center, double-masked, randomized, parallel, three-
3
Higginbotham EJ, Schuman JS, Goldberg I, Gross RL, VanDenburgh AM, Chen K, Whitcup SM. One-
year, randomized study comparing bimatoprost and timolol in glaucoma and ocular hypertension. Arch
Ophthalmol. 2002; 120:1286-1293.
4
Study 192024-014: A multicenter, double-masked, randomized, parallel, extension study evaluating the
safety and efficacy of bimatoprost 0.03% ophthalmic solution, compared with timolol 0.5% ophthalmic
solution, in patients with glaucoma or ocular hypertension. Allergan, 2003.
5
Study 192024-019: A Multi-Center, Investigator-Masked, Randomized, Parallel Study of the Efficacy
and Safety of AGN 192024 0.03% Ophthalmic Solution (QD) Compared with Latanoprost 0.005%
Ophthalmic Solution (QD) in Patients with Glaucoma or Ocular Hypertension for 3 Months of Treatment
(With Treatment Extended to Month 6). Allergan, 2003.
6
Study 192024-501: A twelve-week, multi-center, investigator-masked, randomized, parallel comparison
of the safety and efficacy of AGN 192024 0.03% ophthalmic solution administered once-daily or twice-
daily with latanoprost 0.005% ophthalmic solution, adjunctively with topical beta-blockers, in subjects
with glaucoma or ocular hypertension. Allergan, 1999.
Farmacodinâmica
Este medicamento é um agente antiglaucomatoso, cujo princípio ativo é a bimatoprosta, prostamida que é
um análogo sintético da prostaglandina F2α (PGF2α) com potente atividade hipotensora ocular. Sua
seletividade imita os efeitos da prostamida F2α, substância que existe naturalmente. Ela é sintetizada a
partir de uma anandamida por uma via envolvendo a COX-2, mas não a COX-1, sugerindo uma nova via
que leva à síntese de amidas lipídicas endógenas que reduzem a pressão intraocular (PIO). A
bimatoprosta difere das prostaglandinas, pois não estimula os receptores prostanoides, não é mitogênica,
não contrai o útero humano e é eletroquimicamente neutra. A bimatoprosta reduz a PIO em humanos
porque aumenta o fluxo de saída através das malhas trabeculares e aumenta o fluxo de saída uveo
escleral.
Farmacocinética
Absorção: após instilação, a bimatoprosta é absorvida através da córnea e esclera humana, atingindo
concentrações plasmáticas de pico em 10 minutos e passa a apresentar concentrações abaixo do limite de
detecção (0,025 ng/mL) em 1,5 horas após a administração. Os valores da Cmáx média e a AUC0-24horas
foram semelhantes nos dias 7 e 14 em aproximadamente 0,08 ng/mL e 0,09 ng/mL, respectivamente,
indicando que o estado de equilíbrio foi atingido durante a primeira semana de aplicação ocular. A
substância não sofre acúmulo sistêmico significativo no decorrer do tempo.
Distribuição: a bimatoprosta se distribui aos tecidos orgânicos atingindo um volume de distribuição no
estado de equilíbrio de 0,67 L/kg. No sangue humano a bimatoprosta permanece principalmente no
plasma. Aproximadamente 12% da bimatoprosta permanece livre.
Metabolismo: a bimatoprosta sofre glucoronidação, hidroxilação, n-desetilação e então desamidação para
formar uma variedade de metabólitos, que não são farmacologicamente ativos.
Eliminação: sua excreção é principalmente urinária. Após uma dose intravenosa de bimatoprosta marcada
radioativamente (3,12 mcg/kg) a seis voluntários sadios, a concentração sanguínea máxima da droga
inalterada foi de 12,2 ng/mL e diminuiu rapidamente com uma meia-vida de eliminação de
aproximadamente 45 minutos. A depuração total no sangue foi de 1,5 L/h/kg. Até 67% da dose
administrada foi excretada pela urina enquanto 25% da dose foi recuperada nas fezes. A redução da
pressão intraocular se inicia aproximadamente 4 horas após a primeira administração com efeito máximo
atingido dentro de aproximadamente 8 a 12 horas. A duração do efeito se mantém por pelo menos 24
horas.
Os estudos de carcinogenicidade e mutagenicidade mostraram que a bimatoprosta não é mutagênica nem
clastogênica no teste de Ames, e nos testes micronucleares e testes de linfoma de camundongos.
Este medicamento é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade a bimatoprosta ou qualquer um
dos componentes da fórmula do produto.
Advertências
Este medicamento é de uso exclusivamente tópico ocular.
Foi relatado aumento da pigmentação da íris após a administração de solução de bimatoprosta. Pacientes
devem ser alertados sobre o potencial de aumento da pigmentação da íris e de que essas alterações podem
ser permanentes. A alteração de pigmentação é devido ao aumento da melanina contida nos melanócitos
maior do que o aumento do número de melanócitos. Os efeitos em longo prazo do aumento da
pigmentação não são conhecidos.
A alteração da cor da íris após administração oftálmica de bimatoprosta pode não ser observada por
vários meses a anos. Nem os nevos nem sardas da íris parecem ser afetados pelo tratamento.
Também foi relatado uma alteração da pigmentação de tecidos, aumento gradativo do crescimento dos
cílios em comprimento e espessura, escurecimento da pele ao redor dos olhos e da cor dos olhos com a
utilização da solução oftálmica de bimatoprosta. Quando bimatoprosta 0,03% (colírio multidose) foi
aplicado diretamente nos olhos para tratamento da pressão intraocular elevada, a alteração de
pigmentação mais reportada foi nos tecidos periorbitares (pálpebra), cílios e íris. Esta pigmentação nos
tecidos periorbitares foi relatada como sendo reversível em alguns pacientes.
Existe o potencial para crescimento de pelos nas áreas onde a solução de bimatoprosta entra em contato
repetidamente com a superfície da pele. Portanto, é importante aplicar este medicamento conforme
instruído para evitar que a solução escorra pela face ou outras áreas.
A bimatoprosta não foi estudada em pacientes em condições oculares inflamatórias, neovasculares,
glaucoma de ângulo fechado, glaucoma congênito ou glaucoma de ângulo estreito.
Precauções
Antes de iniciar o tratamento, os pacientes devem ser informados sobre a possibilidade de crescimento
dos cílios, pois esta reação foi observada durante o tratamento com análogos da prostaglandina, incluindo
bimatoprosta solução oftálmica. Houve relatos de ceratite bacteriana associada com o uso de recipientes
de doses múltiplas de produtos oftálmicos de uso tópico. Esses recipientes foram contaminados
inadvertidamente pelos pacientes, que na maioria dos casos, apresentavam doença corneana concomitante
ou ruptura da superfície epitelial ocular.
Este medicamento deve ser utilizado com cautela em pacientes com inflamação intraocular aguda (como
por exemplo, uveíte), pois a inflamação pode ser agravada.
A presença de edema macular, incluindo edema macular cistoide, foi relatada durante o tratamento com
bimatoprosta 0,03% solução oftálmica. Portanto, bimatoprosta a 0,03% deve ser utilizada com cautela em
pacientes afácicos, em pacientes pseudoafácicos com cápsula posterior do cristalino lacerada, ou em
pacientes com fatores de risco conhecidos para edema macular (por exemplo, cirurgia intraocular, oclusão
de veia da retina, doença inflamatória ocular e retinopatia diabética).
Gravidez e Lactação
Não foram realizados estudos controlados em gestantes. Considerando que os estudos sobre toxicidade
reprodutiva em animais nem sempre são indicativos de resposta humana, este medicamento apenas deve
ser utilizado em gestantes se os potenciais benefícios para a mãe justificarem os potenciais riscos para o
feto.
Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não se dispõe de dados a respeito da excreção da bimatoprosta no leite humano, mas como os estudos em
animais mostraram que a substância é excretada pelo leite, recomenda-se cautela na administração do
medicamento durante a lactação.
Pacientes pediátricos
O uso em pacientes pediátricos não foi avaliado e, portanto o uso deste medicamento não é recomendado
em crianças e adolescentes.
Pacientes idosos
Não foram observadas diferenças de eficácia e segurança entre pacientes idosos e de outras faixas etárias.
Pacientes que utilizam lentes de contato
Este medicamento não deve ser aplicado durante o uso de lentes de contato gelatinosas ou hidrofílicas,
pois o cloreto de benzalcônio presente na fórmula pode ser absorvido pelas lentes. Por este motivo, os
pacientes devem ser instruídos a retirar as lentes antes da aplicação do colírio e aguardar pelo menos 15
minutos para recolocá-las após a administração do medicamento.
Pacientes que fazem uso de mais de um medicamento oftálmico
Este medicamento pode ser utilizado concomitantemente com outros medicamentos tópicos oftálmicos
para reduzir a pressão intraocular. Se a bimatoprosta for utilizada concomitantemente com outros
medicamentos de aplicação tópica ocular, o produto deve ser administrado com intervalos de pelo menos
5 minutos entre as aplicações.
Pacientes com insuficiência renal ou hepática
A bimatoprosta não foi estudada em pacientes com mau funcionamento dos rins ou do fígado e, portanto,
deve ser utilizado com cautela nesses pacientes.
Interferência na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
A aplicação do colírio, em geral, não causa alterações da visão. Caso ocorra leve borramento de visão
logo após a aplicação, recomenda-se aguardar até que a visão retorne ao normal antes de dirigir veículos
Considerando que as concentrações circulantes sistêmicas da bimatoprosta são extremamente baixas após
múltiplas instilações oculares (menos de 0,2 ng/mL), e, que há várias vias enzimáticas envolvidas na
biotransformação da bimatoprosta 0,03 mg/mL, não são previstas interações medicamentosas em
humanos. Não são conhecidas incompatibilidades.
Não são previstas interações entre este e outros medicamentos. A bimatoprosta pode ser administrada
concomitantemente com outros agentes betabloqueadores sem evidências de interação.
O uso concomitante da bimatoprosta e outros agentes antiglaucomatosos que não sejam betabloqueadores
tópicos não foram avaliados durante a terapia.
Em estudos em pacientes com glaucoma ou hipertensão ocular, existe um potencial de redução do efeito
da diminuição da pressão intraocular quando bimatoprosta é utilizado com outros análogos da
prostaglandina.
Este medicamento deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C).
Prazo de validade: 24 meses após a data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, válido por 102 dias se conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC).
Características do medicamento
Este medicamento se apresenta na forma de solução límpida e incolor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A dose usual é de 1 gota aplicada no(s) olho(s) afetado(s), uma vez ao dia (de preferência à noite). A dose
não deve exceder a uma dose única diária, pois foi demonstrado que a administração mais frequente pode
diminuir o efeito do medicamento sobre a pressão intraocular elevada. Para evitar contaminação, não
encostar a ponta do frasco nos olhos, nos dedos e nem em outra superfície qualquer.
Reação muito comum (> 1/10): hiperemia conjuntival, hiperemia dos olhos, crescimento dos cílios e
prurido nos olhos.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): secura ocular, ardor ocular, sensação de corpo estranho nos olhos, dor
ocular, distúrbios visuais, visão borrada, escurecimento da pálpebra, alteração da cor dos cílios, irritação
ocular, secreção ocular, eritema palpebral, ceratite puntacta, blefarite, fotofobia, conjuntivite alérgica,
aumento do lacrimejamento, aumento da pigmentação da íris, astenopia, prurido palpebral,
hiperpigmentação da pele e edema conjuntival.
Reação incomum (> 1/1000 e < 1/100): irite e hirsutismo.
Outras reações adversas relatadas após a comercialização de bimatoprosta solução oftálmica foram:
aprofudamento do sulco palpebral (enoftamilte), eritema (periorbital), edema palpebral, edema macular,
crescimento anormal de pelos, náusea, tontura, dor de cabeça, hipertensão, asma, exacerbação da asma e
dispneia.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Não há informações de casos de superdoses em humanos. Em estudos com doses sistêmicas de
bimatoprosta, em ratos e camundongos, de até 100mg/Kg/dia não produziram qualquer toxicidade.
Esta dose expressa em mg/m2
é, pelo menos, 70 vezes superior a uma dose acidental de um frasco deste
medicamento (na concentração de 0,03%) para uma criança de 10Kg.
Se uma superdose ocorrer com bimatoprosta solução oftálmica, o tratamento deve ser sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.