Bula do Bio-Manguinhos Alfataliglicerase produzido pelo laboratorio Fundação Oswaldo Cruz
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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BIO-MANGUINHOS ALFATALIGLICERASE
(alfataliglicerase)
INSTITUTO DE TECNOLOGIA EM IMUNOBIOLÓGICOS
BIO-MANGUINHOS / FIOCRUZ
PÓ LIOFILIZADO INJETÁVEL
200 UNIDADES
BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE
Bio-Manguinhos Alfataliglicerase
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome genérico: alfataliglicerase
APRESENTAÇÕES
Cartucho com 1 frasco-ampola contendo 200 unidades de pó para solução para infusão.
Peso líquido: 244 mg
INFUSÃO INTRAVENOSA
USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS DE IDADE
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola contém 200 unidades de alfataliglicerase.
Após a reconstituição, a solução contém 40 unidades de alfataliglicerase por mL (200 unidades/ 5 mL).
Excipientes: manitol, polissorbato 80, citrato de sódio (como tribásico diidratado) e ácido cítrico anidro.
a = Uma unidade (U) enzimática é definida como sendo a quantidade da enzima que catalisa a
hidrólise de um micromol do substrato sintético para-nitrofenol- β-D-glucopiranosida (pNP-GIc)
por minuto a 37°C.
b = A alfataliglicerase é uma forma recombinante da glucocerebrosidase humana expressa em
suspensão de células de planta de cenoura transformada, que naturalmente produz estruturas
de manose terminais para macrófagos alvo.
Excipientes com efeito conhecido: um frasco-ampola contém 0,3 mmol de sódio.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Alfataliglicerase é indicado para a terapia de reposição enzimática a longo prazo em pacientes adultos com
diagnóstico confirmado de doença de Gaucher Tipo I. As manifestações da doença de Gaucher podem incluir
uma ou mais das seguintes: esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, trombocitopenia, doença óssea.
Estudos Clínicos
Estudo em pacientes sem tratamento prévio com terapia de reposição enzimática1
A eficácia de alfataliglicerase foi avaliada em um estudo conduzido com 31 pacientes, com 18 anos ou mais
com doença de Gaucher. Um estudo pivotal, multicêntrico, duplo-cego, randomizado de fase III de 30 ou 60
unidades/kg foi conduzido em pacientes com doença de Gaucher que nunca receberam terapia de reposição
enzimática.
As infusões intravenosas foram administradas a cada duas semanas por 9 meses (38 semanas). Trinta e um
(31) pacientes tratados com 30 unidades/kg (n = 15) ou 60 unidades/kg (n=16) foram avaliados quanto à
eficácia. Quinze pacientes eram do sexo masculino. A média de idade foi 36,1 anos, variando de 19 a 74 anos.
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Ambos os grupos de dose demonstraram uma redução estatisticamente significativa no volume do baço na
visita do mês 6 e na visita do mês 9 comparado com a linha basal (30 unidades/kg, 22,21%; 60 unidades/ kg,
29,94%; ambos p<0,0001) e (30 unidades/kg,26,91%; 60 unidades/kg, 38,01%; ambos
p<0,0001),respectivamente. Efeitos similares foram observados no aumento da hemoglobina, redução no
volume do fígado e aumento na contagem de plaquetas, conforme apresentado na Tabela 1 abaixo.
Tabela 1. Resumo das Alterações dos Parâmetros no Endpoint a partir do Basal até o Mês 9 e a
Comparação entre os Grupos de Dose no Estudo Pivotal
Dose de
alfataliglicerase
Comparação
entre os
grupos de
dose
30 U/kg 60 U/kg 30 vs 60 U/kg
Alteração
novolume
dobaço %
Média(DP) -26,91
(7,79)
-38,01
(9,38)
NA
Valor p <0,0001 <0,0001 0,060
Alteração na
hemoglobina
mg/dL
Média (DP) 1,6
(1,4)
2,2
Valor p 0,0010 <0,0001 0,719
Alteração no
volume do
fígado %
Média (DP) -10,48
(11,27)
-11,11
(6,68)
Valor p 0,0041 <0,0001 0,349
contagem de
plaquetas / mm3
Média (DP) 11,427
(20,214)
41,494
(47,063)
Valor p 0,0460^ 0,0031 0,042
DP: desvio padrão; NA: não aplicável
^ Não significante: nível alfa pré-especificado foi de 0,025
O comprometimento ósseo foi avaliado antes do tratamento e aos 9 meses para os pacientes sem tratamento
prévio, usando a técnica da imagem do deslocamento químico quantitativo. A melhora foi observada em todos
os pacientes e 3/5 dos pacientes com baixas medições na fase basal, notou-se que o risco de complicações
ósseas melhorou para níveis que se correlacionam com risco reduzido. 1,2
Vinte e seis pacientes sem tratamento prévio continuaram a ser tratados com alfataliglicerase em uma
extensão deste estudo de uma maneira cega durante um período total de tratamento de 24 meses e mostraram
uma melhoria contínua na eficácia. Para os respectivos grupos de 30 e 60 unidade/kg, a média ± SD do
volume do baço diminuiu 40,5 ± 9,6% e 54,9 ± 12,8%, a hemoglobina aumentou 1,3 ± 1,7 g/dL e 2,4 ± 2,3
g/dL, o volume do fígado diminui de 20,6 ± 6,9% e 17,5 ± 13,3%, e a contagem de plaquetas aumentou
28,433 ± 15,350/mm3
e 72,029 ± 68,157/mm3
.
Estudo em pacientes que mudaram a partir do tratamento com imiglucerase para o tratamento com
alfataliglicerase3
Um estudo multicêntrico, aberto, de braço único em pacientes adultos da doença de Gaucher clinicamente
estáveis com imiglucerase e passaram a utilizar a alfataliglicerase com a dose igual à dose anterior de
imiglucerase. Vinte e seis pacientes adultos foram incluídos e 25 completaram 9 meses de tratamento com as
infusões de alfataliglicerase, a cada duas semanas.
As doses variaram entre 11 a 60 unidades/ kg com uma média de 29,2 unidades/kg. A faixa etária era de 18 a
66 anos e 14 pacientes eram homens e 12 eram mulheres. Os volumes dos órgãos mantiveram-se estáveis. A
mediana do volume do baço foi de 814,2 mL na fase basal e 697,3 mL após 9 meses e as respectivas medianas
dos volumes do fígado foram 1816,5 e 1800,6 mL.
Parâmetros hematológicos foram também estáveis. A mediana da hemoglobina foi de 13,6 g/dL na fase basal
e após 9 meses, e as medianas das contagens de plaquetas foram de 163.167 e 159.000/mm3 na fase basal e
após 9 meses, respectivamente. Pacientes pediátricos foram incluídos no estudo de troca de imiglucerase para
alfataliglicerase, porém ainda não concluíram o protocolo do estudo e, portanto, estes dados ainda não estão
disponíveis.
Doença de Gaucher Neuronopática1
Pacientes com sintomas neurológicos graves foram excluídos dos estudos clínicos.
População Pediátrica1
Embora a segurança e a eficácia de alfataliglicerase ainda não estejam estabelecidas em pacientes pediátricos,
alfataliglicerase tem sido administrado em crianças de 2 a 18 anos nos estudos clínicos. Estudos realizados até
o momento não demonstraram diferenças com relação à eficácia da terapia ou com os tipos e frequências dos
eventos adversos em pacientes adultos.
População Geriátrica1
Até o momento, os dados disponíveis nesta população são limitados.
Referências:
1. Taliglucerase alfa powder for solution for infusion. 2.7.2 Summary of Clinical Pharmacology
Studies; Clinical Study Report (CSR) P-01-2005, MBR06-102 Report for CSR P-01-2005, and CSR
PB-06- 001. Pfizer Inc. April 2012.
2. Clinical Overview, Taliglucerase Alfa CDS updates, for Initial NDS, April 2013.
3. PB-06-002-Data Listing 03 Demographics, TABLE 2.3.1 - HEMOGLOBIN (g/dL) (All Adults) and
TABLE 2.4.1 - PLATELET COUNTS (/mm^3) (All Adults).
Propriedades Farmacodinâmicas
A alfataliglicerase é uma forma recombinante ativa da enzima lisossomal humana, β‑glucocerebrosidase,
expressada em um sistema bioreator descartável de células da raiz da planta de cenoura geneticamente
modificadas. A β‑glucocerebrosidase (β-D-glucosil-N-acilsfingosina glucohidrolase, E.C. 3.2.1.45) é uma
enzima da glicoproteína lisossomal que catalisa a hidrólise do glicolipídio glucocerebrosídeo a glicose e
ceramida.
A doença de Gaucher é causada por mutações pontuais no gene da glucocerebrosidase humana (hGCD), as
quais resultam em uma enzima endógena menos ativa resultando no acúmulo de glucosilceramida nos
lisossomos dos macrófagos.
A doença de Gaucher apresenta sintomas sistêmicos (viscerais e hematológicos) e neuronopáticos. A doença
é, portanto, classificada em doença de Gaucher não-neuronopática e neuronopática (NNGD e NGD,
respectivamente), de acordo com a ausência (NNGD) ou presença (NGD) de sintomas neurológicos
complexos. O último grupo é também subdividido em doença neuronopática “aguda” ou “crônica”.
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A NGD aguda inclui pacientes com início precoce (com menos de 1 ano de idade) com sintomas neurológicos
progressivos graves e complexos que levam ao óbito precoce. Todos os pacientes que apresentam doença
neuronopática, mas que não são classificados com “NGD aguda” são classificados como pacientes com
“NGD crônica”.
As células de armazenamento características, chamadas de células Gaucher, são encontradas no fígado, no
baço e na medula óssea. Os sintomas clínicos sistêmicos associados incluem hepatoesplenomegalia grave,
assim como anemia, trombocitopenia e deterioração esquelética na forma de osteonecrose, fraturas
patológicas associadas com osteopenia, falha no remodelamento e crises ósseas. A alfataliglicerase é uma
proteína glicosilada com cadeias de oligossacarídeos nos locais de glicosilação apresentando açúcar manose
terminal que são necessários para a interação altamente específica com o receptor Man/GlcNAc presentes nos
macrófagos especializados chamados de célula de Gaucher. A captura da alfataliglicerase por suas células
alvo (macrófagos) foi demonstrada como sendo especificamente mediada por receptores de manose in vitro
em estudos não clínicos, tanto em células de camundongos quanto em células humanas. Uma vez dentro do
macrófago, a enzima demonstrou ser ativa e hidrolisou seu substrato natural.
Propriedades Farmacocinéticas
Em indivíduos saudáveis, após uma dose única por infusão intravenosa durante 90 minutos, a alfataliglicerase
é rapidamente eliminada com uma média de meia-vida de eliminação de 8 e 17 min. para a dose de 30 e 60
unidades/kg, respectivamente. A AUCt média é de 3.608 ng.h/mL para 30 unidades/kg e 13.47 ng.h/mL para
60 unidades/kg, e o aumento na AUCt parece ser mais do que proporcional à dose. A depuração média é de
3,2 mL/min/kg para a dose de 30 unidades/kg e 1,9 mL/min/kg à dose de 60 unidades/kg com a constante
média observada declarando um volume de distribuição (Vss) de 68-71 mL/kg. Nenhuma diferença entre
pacientes de ambos os sexos foi observada na exposição.7
Além disso, em pacientes com doença de Gaucher, a alfataliglicerase é rapidamente eliminada. Após uma
dose única por infusão intravenosa durante 1-2 h a uma dose de 30 e 60 unidades/kg, a meia-vida de
eliminação média é de aproximadamente 25 min.. Dados da dose única indicam que a exposição é
subsequentemente mais baixa em pacientes comparados a indivíduos saudáveis. Após uma administração
bissemanal continua, não houve nenhuma indicação clara de acumulação, apesar da dose de 60 unidades/kg
mostrar uma tendência para valores mais elevados, mas isto não se refletiu na depuração ou na meia-vida de
eliminação. No estado de equilíbrio, a AUCt média (exposição) é de 2.,654 ng.h/mL e 7.665 ng.h/mL,
respectivamente, seguindo doses de 30 e 60 U/kg na semana 38, e parece sugerir um aumento mais do que
proporcional da dose na AUCt. Não há diferença de gênero na exposição. Após a dose única e em estado de
equilíbrio a depuração média é de cerca de 30 L/h para a dose de 30 unidades/kg e 20 L/h à dose de 60
unidades/kg. O volume médio de distribuição durante a fase de eliminação (Vz) varia de cerca de 11,7 - 17,5
L.
Dados de segurança pré-clínicos
Os dados não-clínicos não revelaram risco especial em humanos com base na análise dos dados dos estudos
de segurança farmacológica de toxicidade de dose única, de dose repetida e de toxicidade de reprodução e
desenvolvimento. Os estudos de desenvolvimento pré e pós-natal não foram conduzidos com a
alfataliglicerase.
Alfataliglicerase é contraindicado à pacientes com hipersensibilidade conhecida a alfataliglicerase ou a
qualquer um de seus excipientes.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
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Resposta dos anticorpos Pacientes desenvolveram anticorpos IgG para alfataliglicerase. A relevância dos
anticorpos antialfataliglicerase a eventos adversos não é clara atualmente, dado ao pequeno número de
pacientes, até agora, avaliado no programa clínico. Entretanto, uma comparação da presença de anticorpos
antitaliglucerase com os eventos adversos que poderiam estar relacionados à hipersensibilidade (definido de
forma ampla usando uma ampla de faixa de termos em Consultas MedDRA (Medical Dictionary for
Regulatory Activities) padronizadas e Termos Preferidos; ver item 5 - Advertências e Precauções: reações
relacionadas à infusão e hipersensibilidade) demonstrou que a maioria dos eventos que poderiam ser
considerados como hipersensibilidade foram observados em pacientes positivos para anticorpos anti-
alfataliglicerase do que naqueles pacientes que eram negativos. Dois pacientes sem tratamento prévio e um
paciente que havia utilizado a imiglucerase foram determinados como positivos para atividade neutralizante
em um ensaio in vitro e negativos em um ensaio baseado em células.
Reações relacionadas a infusão e hipersensibilidade
As reações de hipersensibilidade são possíveis, portanto suporte médico adequado deve estar prontamente
disponível quando alfataliglicerase for administrado. Alfataliglicerase pode causar reações relacionadas à
infusão (ou seja, ocorrendo durante ou logo após a infusão) e reações de hipersensibilidade. Se uma reação
alérgica grave ocorrer, a descontinuação imediata da infusão de alfataliglicerase é recomendada. Pacientes
que apresentaram reações de hipersensibilidade ou relacionadas à infusão podem, em geral, ser controlados
com êxito. O tratamento pode ser continuado por meio de diminuição da taxa de infusão ou por meio de
medicamentos tais como anti-histamínicos, antitérmicos e/ou corticosteroides, e/ou interrompendo e
retomando o tratamento com a velocidade de infusão diminuida. O pré-tratamento com anti-histamínicos e/ou
corticosteroides pode prevenir reações subsequentes.
Alergia a cenoura
A ocorrência de reações alérgicas para alfataliglicerase em pacientes com conhecida alergia a cenouras é
atualmente desconhecida e não foi estudada em estudos clínicos, portanto, recomenda-se precaução no
tratamento destes pacientes. Se reações relacionadas à infusão ou hipersensibilidade ocorrerem, os pacientes
devem ser conduzidos como descrito acima.
Excipientes
Este medicamento contém sódio e é administrado em solução para injeção de cloreto de sódio 9 mg/ mL
(0,9%) (vide item 8 – Posologia e Modo de Usar). Isto deve ser levado em consideração quando o
medicamento for administrado em pacientes com
controle de sódio na dieta.
Gravidez e lactação
Gravidez
Estudos de reprodução de alfataliglicerase foram realizados em ratos e coelhos com doses de até 5 vezes a
dose máxima humana em mg/m2 e não revelaram evidências de diminuição da fertilidade ou dano ao feto,
devido à administração da alfataliglicerase (vide item 3 – Caracteristicas Farmacológicas – Dados de
segurança pré-clínicos). Entretanto, não existem estudos
adequados e bem controlados em mulheres grávidas.
Uma vez que estudos de reprodução animal nem sempre predizem a resposta humana, recomenda-se cautela
quando o medicamento for prescrito para mulheres grávidas.
Categoria de risco na gravidez: B Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica ou do cirurgião-dentista.
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Lactação
Não se sabe se alfataliglicerase é excretado no leite humano. Como muitos medicamentos são excretados no
leite humano, precauções devem ser exercidas quando alfataliglicerase for administrado em lactantes.
Não deve ser utilizado durante a gravidez e amamentação, exceto sob orientação médica. Informe ao
seu médico ou cirurgião-dentista se ocorrer gravidez ou iniciar amamentação durante o uso deste
medicamento.
Fertilidade
Alfataliglicerase não afetou a fertilidade ou o desempenho de reprodutividade ou as características do
esperma em animais (vide item 3 – Características Farmacológicas – Dados de Segurança Pré-Clínicos).
Efeitos na capacidade de dirigir ou operar máquinas
Como foram reportadas tonturas nos estudos clínicos com alfataliglicerase, os pacientes devem estar cientes
Não foram realizados estudos de interação.
7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DOMEDICAMENTO
Conservar e transportar o produto sob refrigeração (2ºC a 8°C), protegido da luz. Não congelar. Após
reconstituição em água para injeção, alfataliglicerase deve ser diluído e usado imediatamente. A solução
diluída em infusão salina é estável por até 24 horas entre 2ºC a 8ºC, protegida da luz.
Os frascos fechados possuem prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação armazenados entre
2ºC a 8ºC, protegidos da luz.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas: pó liofilizado branco a quase branco que pode formar uma massa.
Misture os frascos-ampolas suavemente. Não agite. Após a reconstituição, a solução é transparente, incolor e
livre de material estranho. A solução reconstituída deve ser diluída. Antes da diluição, cada frasco da solução
reconstituída deve ser inspecionada visualmente quanto à descoloração e presença de material estranho
particulado. Não utilizar os frascos que exibam material particulado ou descoloração.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
O tratamento com alfataliglicerase deve ser supervisionado por um médico experiente no gerenciamento de
pacientes com doença de Gaucher.
A administração em home care, sob supervisão de um profissional da saúde, pode ser considerada a critério
médico para aqueles pacientes que apresentaram uma boa tolerância às infusões. (vide item 9 – Reações
Adversas).
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Posologia
Devido à heterogeneidade e à natureza multi-sistêmica da doença de Gaucher, os ajustes na dose devem ser
realizados de indivíduo para indivíduo. A necessidade da dose pode aumentar ou diminuir, com base na
atingimento dos objetivos do tratamento observados através de uma avaliação regular e detalhada das
manifestações clínicas dos pacientes. As doses iniciais de alfataliglicerase variam de 30 unidades/kg a 60
unidades/ kg de peso corpóreo, uma vez a cada duas semanas, dependendo da avaliação clínica do médico.
Pacientes em tratamento atual com imiglucerase para Doença de Gaucher Tipo I podem fazer a troca por
alfataliglicerase. Recomenda-se que pacientes em tratamento prévio com uma dose estável de imiglucerase
iniciem o tratamento com alfataliglicerase na mesma dose de quando trocaram de imiglucerase para
alfataliglicerase.
Ajustes de dose podem ser feitos baseados na obtenção e manutenção dos objetivos terapêuticos de cada
paciente.
Estudos clínicos com alfataliglicerase avaliaram faixas de doses entre 11 unidades/kg – 73 unidades/kg a cada
duas semanas (vide item 10 – Superdosagem).
População pediátrica
A segurança e eficácia de alfataliglicerase ainda não foram estabelecidas em pacientes pediátricos. A
alfataliglicerase foi administrada em crianças de 2 a 18 anos em estudos clínicos. Estudos realizados até o
momento não demonstraram diferenças com relação à efetividade da terapia ou com os tipos e frequencias das
reações adversas em pacientes adultos.
Disfunção Renal e Hepática
Não foram conduzidos estudos sobre a alfataliglicerase em pacientes com doença de Gaucher com disfunção
renal ou hepática.
Pacientes idosos (≥ 65 anos de idade)
Oito (8) pacientes que receberam alfataliglicerase durante estudos clínicos tinham 65 anos de idade ou mais.
Os dados limitados disponíveis não indicam a necessidade de ajuste de dose para esse grupo de pacientes.
Instruções para administração
Após reconstituição e diluição, a preparação deve ser administrada por via intravenosa através de infusão
durante um período de 2 horas até no mínimo 1 hora (vide item 5 – Advertências e Precauções). A duração da
infusão deve ser ajustada conforme a tolerância do paciente.
O número de frascos de alfataliglicerase necessário para o paciente na dose recomendada deve ser
reconstituído em água estéril para injeção conforme instruções para administração. Os medicamentos
reconstituídos são agrupados e o volume para infusão deve ser ajustado com solução para injeção de cloreto
de sódio 9 mg/mL (0,9%). A solução diluída deve ser filtrada através de um filtro em linha de baixa ligação
proteica de 0,2 µm, durante a administração.
Cada frasco de alfataliglicerase é para uso único. A fim de permitir a precisa administração do medicamento,
cada frasco contém um excesso de 6% (12 unidades).
O pó concentrado para solução para infusão deve ser reconstituído com água para injeção, diluído
imediatamente com solução para infusão de cloreto de sódio 9 mg/mL (0,9%) e então deve ser administrado
por infusão intravenosa.
O número de frascos a serem reconstituídos deve ser determinado com base no peso corporal e no regime
posológico do paciente e os frascos removidos da geladeira. A dosagem pode ser arredondada para o número
inteiro de frascos mais próximo.
Utilizar técnica asséptica.
Como não foram realizados estudos de compatibilidade, alfataliglicerase não deve ser misturado com nenhum
outro medicamento, exceto com aqueles mencionados no item 8 – Posologia e Modo de Usar.
Reconstituição
Reconstituir cada frasco para injeção com 5,1 mL de água para injeção. A água para injeção deve ser
adicionada lentamente para minimizar a formação de bolhas de ar e para assegurar uma mistura adequada do
produto. O volume reconstituído é de 5,3 mL.
Misture o conteúdo do frasco suavemente. NÃO AGITE. Após a reconstituição a solução é límpida e incolor,
essencialmente livre de partículas visíveis. A solução reconstituída deve ser diluída. Antes da diluição, cada
frasco da solução reconstituída deve ser inspecionado visualmente quanto à descoloração e presença de
material estranho particulado. Não utilizar os frascos que apresentem descoloração ou que contenham
partículas estranhas.
Após reconstituição, diluir a solução do produto imediatamente e descartar o frasco. Não armazene frascos-
ampolas inutilizados para uso subsequente.
Diluição
A solução reconstituída contém 40 unidades de alfataliglicerase por mL. O volume reconstituído permite a
retirada exata de 5,0 mL (equivalente a 200 unidades) de cada frasco. Retirar 5,0 mL da solução reconstituída
de cada frasco e combinar estes volumes em uma bolsa de infusão estéril.
Então, diluir o volume combinado com solução para infusão de cloreto de sódio 9 mg/mL (0,9%) para um
volume total de 100 mL a 200 mL. Misturar a solução para infusão delicadamente. Por tratar-se de uma
solução de proteína, ocasionalmente pode ocorrer uma leve floculação (descrita como fibras ou partículas
proteicas translúcidas) após a diluição. A solução diluída deve ser filtrada através de um filtro de linha de
baixa ligação proteica de 0,2 µm durante a administração.
Recomenda-se que a solução diluída seja administrada o mais rápido possível após a diluição. Infundir
conforme descrito neste item – Instruções para Administração. A solução diluída pode ser armazenada por até
24 horas em temperatura entre 2°C a 8°C, protegido da luz.
Qualquer produto remanescente deve ser descartado de acordo com as exigências locais.
Dose Omitida:
Como alfataliglicerase é um medicamento de uso exclusivamente hospitalar, o plano de tratamento é definido
pelo médico que acompanha o caso. Se o paciente não receber uma dose deste medicamento, o médico deve
redefinir a programação do tratamento. O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Resumo do perfil de segurança
A segurança de alfataliglicerase foi avaliada em mais de 120 pacientes com doença de Gaucher.
Alfataliglicerase foi administrado em doses de 11-73 unidades/kg de peso corporal a cada duas semanas, por
períodos de tratamento de até 39 meses.
Os pacientes tinham entre 2 e 85 anos de idade no momento do seu primeiro tratamento com alfataliglicerase
e incluem pacientes sem tratamento e previamente tratados com imiglucerase.
A maioria das reações adversas graves em pacientes nos estudos clínicos foram eventos adversos
imunomediados da hipersensibilidade Tipo 1.
As reações adversas mais comuns foram reações relacionadas à infusão, ocorrendo no mesmo dia da infusão.
Os sintomas mais comumente observados das reações relacionadas à infusão foram: dor de cabeça, prurido,
hipersensibilidade, náusea, edema periférico, irritação da garganta, eritema e rubor.
As reações adversas reportadas em pacientes com doença de Gaucher estão listadas na Tabela 1. As
informações estão apresentadas por classe de órgãos e frequência de acordo com a convenção MedDRA
(Norma internacional para terminologia médica). Dentro
de cada grupo de frequência, as reações adversas estão listadas em ordem decrescente de gravidade:
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Muito comuns: ≥ 1/10
Comuns: ≥ 1/100 a < 1/10
Tabela 1: Reações Adversas Relatadas em pacientes nos Estudos Clínicos Fase 3
Sistema de classe de órgãos Frequência Reação Adversa
Transtornos do sistema imune Comum Hipersensibilidade
Transtornos do sistema nervoso Muito Comum Dor de cabeça
Comum Tontura
Transtornos vasculares Comum Rubor
Transtornos respiratórios, torácicos e do
mediastino
Comum Irritação na garganta
Transtornos gastrintestinais Comum Nausea
Transtornos da pele e tecido subcutâneo Comum Prurido, Eritema, Erupção cutânea
Transtornos musculoesqueléticos e do tecido
conectivo
Comum Dor óssea, Dor Lombar, Artralgia
Transtornos gerais e condições do local da
administração
Comum Reação relacionada à infusão, Dor
no local da infusão, Fadiga, Edema
periférico
Investigações Comum Ganho de peso
a Reações adversas com uma frequência de > 2% estão incluídas na tabela.
No programa clínico, as reações de hipersensibilidade ocorrem a partir da primeira infusão (ver item 5 –
Advertências e Precauções).
Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e
segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos
imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações
em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.