Bula do Cabergolina para o Profissional

Bula do Cabergolina produzido pelo laboratorio Zodiac Produtos Farmacêuticos S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

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Bula do Cabergolina
Zodiac Produtos Farmacêuticos S/a - Profissional

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BULA COMPLETA DO CABERGOLINA PARA O PROFISSIONAL

Cabergolina®

0,5 mg

2 e 8 Comprimidos

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cabergolina

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

APRESENTAÇÕES

Comprimidos 0,5 mg: embalagem com 2 ou 8 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

cabergolina 0,5 mg:

Cada comprimido contém 0,5 mg de cabergolina.

Excipientes: lactose anidra, L-leucina.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Cabergolina é indicada para o tratamento de distúrbios hiperprolactinêmicos, idiopáticos ou devido a adenomas hipofisários.

Cabergolina é indicada para o tratamento de disfunções associadas à hiperprolactinemia, como amenorreia, oligomenorreia, anovulação e galactorreia.

Cabergolina é indicada a pacientes com adenomas hipofisários secretores de prolactina (micro e macroprolactinomas), hiperprolactinemia idiopática, ou

síndrome da sela vazia com hiperprolactinemia associada, que representam as patologias básicas que contribuem para as manifestações clínicas acima.

Cabergolina é também indicada em situações em que a inibição da lactação fisiológica imediatamente após o parto e/ou a supressão da lactação já estabelecida

são clinicamente mandatórias.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Estudos Clínicos

A eficácia de cabergolina na redução da prolactina foi demonstrada em mulheres com hiperprolactinemia em dois estudos randomizados, duplo-cegos,

comparativos, um com placebo e o outro com bromocriptina. No estudo controlado por placebo (placebo, n=20; cabergolina, n=168), cabergolina produziu

uma redução relacionada com a dose nos níveis séricos de prolactina, sendo a prolactina normalizada após 4 semanas de tratamento em 29%, 76%, 74% e 95%

das pacientes que receberam 0,125, 0,5, 0,75 e 1 mg duas vezes por semana, respectivamente.

No período duplo-cego de 8 semanas do ensaio comparativo com bromocriptina (cabergolina, n=223; bromocriptina, n=236, na análise de intenção-de-

tratamento) a prolactina foi normalizada em 77% das pacientes tratadas com cabergolina a 0,5 mg duas vezes por semana comparado com 59% daquelas

tratadas com bromocriptina a 2,5 mg duas vezes ao dia. A restauração da menstruação ocorreu em 77% das mulheres tratadas com cabergolina comparado a

70% daquelas tratadas com bromocriptina. Entre as pacientes com galactorreia, este sintoma desapareceu em 73% daquelas tratadas com cabergolina

comparado a 56% daquelas tratadas com bromocriptina.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

A cabergolina é a substância ativa, um derivado dopaminérgico do ergot, que apresenta uma potente e prolongada atividade redutora de prolactina (PRL). Ela

atua por estimulação direta dos receptores dopaminérgicos D2 da hipófise lactotrófica, inibindo assim a secreção de PRL. Em ratos, o composto diminui a

secreção de PRL em doses orais de 3 a 25 mcg/kg, e in vitro na concentração de 45 pg/mL. Além disso, a cabergolina exerce um efeito dopaminérgico central,

via estimulação de receptor D2, em doses orais mais altas que as eficazes na redução dos níveis séricos de PRL.

O efeito redutor de PRL de longa duração de cabergolina é provavelmente devido à sua longa persistência no órgão alvo, conforme sugerido pela eliminação

lenta da radioatividade total da hipófise após uma dose única oral em ratos (t1/2 de aproximadamente 60 horas).

Os efeitos farmacodinâmicos da cabergolina foram estudados em voluntários saudáveis, mulheres puérperas e pacientes hiperprolactinêmicos. Após

administração oral única de cabergolina (0,3 a 1,5 mg), uma redução significativa nos níveis séricos de PRL foi observada em cada uma das populações

estudadas. O efeito é imediato (dentro de 3 horas após a administração) e persistente (até 7 a 28 dias em voluntários saudáveis e pacientes

hiperprolactinêmicos, e até 14 a 21 dias em mulheres puérperas). O efeito redutor de PRL é relacionado à dose quanto ao grau do efeito e à duração da ação.

Em relação aos efeitos endócrinos da cabergolina não relacionados ao efeito antiprolactinêmico, os dados disponíveis em humanos confirmam os dados

experimentais em animais, indicando que a substância possui uma ação muito seletiva, sem nenhum efeito na secreção basal de outros hormônios hipofisários

ou do cortisol. As ações farmacodinâmicas da cabergolina não correlacionadas ao efeito terapêutico relacionam-se apenas à redução da pressão sanguínea. O

efeito hipotensivo máximo de uma dose única de cabergolina ocorre geralmente durante as primeiras 6 horas após a ingestão do medicamento e é dose-

dependente quanto à redução máxima e à frequência.

Fibrose e valvulopatia

Um estudo de coorte multicêntrico, retrospectivo, utilizando dados de prontuários e sistemas eletrônicos de dados no Reino Unido, Itália e Países Baixos, foi

conduzido para avaliar a associação entre o novo uso de agonistas da dopamina incluindo a cabergolina (n=27.812) para doença de Parkinson,

hiperprolactinemia, regurgitação valvular cardíaca (RVC), e outras fibroses e outros eventos cardiopulmonares até o máximo de 12 anos de acompanhamento.

Na análise de pessoas confinadas sob tratamento de hiperprolactinemia com agonista de dopamina (n=8.386), quando comparado ao não-uso (n=15.147), as

pessoas expostas a cabergolina não apresentaram risco elevado de RVC (vide item 5. Advertências e Precauções e vide item 9. Reações Adversas).

Propriedades Farmacocinéticas

A farmacocinética e o perfil metabólico da cabergolina foram estudados em voluntários saudáveis de ambos os sexos e em pacientes do sexo feminino

hiperprolactinêmicas.

Após administração oral do composto marcado, a radioatividade foi rapidamente absorvida do trato gastrintestinal, sendo que o pico de radioatividade no

plasma ocorreu entre 0,5 e 4 horas. Dez dias após a administração, cerca de 18% e 72% da dose radioativa foi recuperada na urina e nas fezes, respectivamente.

Dois a três por cento da dose foram excretadas na urina como fármaco inalterado. O principal metabólito identificado na urina foi a 6-alil-8β-carboxi-ergolina,

que representou 4-6% da dose. Outros três metabólitos também foram identificados e, juntos, corresponderam a menos de 3% da dose. Os metabólitos são

muito menos potentes que a cabergolina na inibição da secreção de prolactina in vitro. A biotransformação da cabergolina também foi estudada no plasma de

homens saudáveis tratados com [14

C]-cabergolina: biotransformação rápida e extensa da cabergolina foi encontrada.

A baixa excreção urinária da cabergolina inalterada foi confirmada também em estudos com o produto não radioativo. A meia-vida de eliminação da

cabergolina, estimada através das taxas de excreção urinária, é longa (63 a 68 horas em voluntários saudáveis – usando radioimunoensaio, e 79 a 115 horas em

pacientes hiperprolactinêmicos – usando método HPLC).

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Baseando-se na meia-vida de eliminação, as condições do estado de equilíbrio (steady state) devem ser alcançadas após 4 semanas, como confirmado pela

média dos picos dos níveis séricos de cabergolina, obtidos após uma dose única (37 ± 8 pg/mL) e após regime de dose múltipla de 4 semanas (101 ± 43

pg/mL).

Experimentos in vitro mostraram que 41 a 42% do fármaco, em concentrações de 0,1 a 10 ng/mL, ligam-se a proteínas plasmáticas.

A presença de alimentos parece não afetar a absorção e a distribuição da cabergolina.

Eficácia Clínica

Na terapia crônica, cabergolina em doses variando de 1 a 2 mg por semana, foi eficaz na normalização dos níveis séricos de prolactina em aproximadamente

84% dos pacientes hiperprolactinêmicos. Ciclos menstruais regulares foram recuperados em 83% das mulheres anteriormente com amenorreia. A restauração

da ovulação foi documentada em 89% das mulheres através da monitoração dos níveis de progesterona durante a fase lútea. A galactorreia desapareceu em

90% dos casos que apresentaram esse sintoma antes da terapia. A redução no tamanho do tumor foi obtida em 50-90% dos pacientes, homens e mulheres, com

micro ou macroprolactinoma.

Dados de Segurança Pré-Clínicos

Quase todos os achados observados ao longo das séries de estudos pré-clínicos de segurança são uma consequência dos efeitos dopaminérgicos centrais ou da

inibição de longa duração da prolactina em espécies (roedores) com uma fisiologia hormonal específica, diferente do homem.

Estudos pré-clínicos de segurança com a cabergolina indicam uma larga margem de segurança para este composto em roedores e macacos, assim como a

ausência de potencial teratogênico, mutagênico ou carcinogênico.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Cabergolina é contraindicada a pacientes que apresentam hipersensibilidade à cabergolina, a qualquer outro componente da fórmula ou a qualquer alcaloide do

ergot.

Tratamento prolongado

Há risco de piora da condição de base em pacientes com evidências anatômicas de valvulopatia cardíaca de qualquer válvula determinada pela presença de

lesão valvular (por ex., folha valvular, restrição de válvula, estenose-restrição valvular mista) em ecocardiograma pré-tratamento (vide item 5. Advertências e

Precauções).

Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com histórico de valvulopatia cardíaca e distúrbios fibróticos retroperitoneal, pulmonar e

pericárdico (vide item 5. Advertências e Precauções).

Este medicamento é contraindicado para menores de 16 anos.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Tratamento de distúrbios hiperprolactinêmicos

Recomenda-se uma avaliação completa da função hipofisária antes de se iniciar o tratamento com cabergolina, visto que a hiperprolactinemia com

amenorreia/galactorreia e infertilidade pode estar associada com tumores hipofisários.

Cabergolina recupera a ovulação e a fertilidade nas mulheres com hipogonadismo hiperprolactinêmico. Uma vez que a gravidez poderia ocorrer antes do

reinício da menstruação, um teste de gravidez é recomendado, no mínimo, a cada 4 semanas, durante o período amenorreico e, após o reinício da menstruação,

cada vez que o período menstrual estiver atrasado em mais de 3 dias. Mulheres que não desejam engravidar devem ser aconselhadas a utilizar um método

contraceptivo de barreira durante e após o tratamento com cabergolina até o retorno da anovulação. Como medida preventiva, as mulheres que engravidarem

devem ser monitoradas para se detectar sinais de aumento hipofisário, uma vez que, durante a gestação, pode ocorrer expansão de tumores hipofisários pré-

existentes.

Inibição/supressão da lactação fisiológica

Assim como outros derivados do ergot, cabergolina não deve ser utilizada em mulheres com hipertensão causada pela gravidez, por exemplo, pré-eclâmpsia ou

hipertensão pós-parto, a menos que os potenciais benefícios justifiquem os possíveis riscos.

Não se deve exceder a dose única de 0,25 mg de cabergolina em cada tomada em lactantes tratadas para supressão da lactação estabelecida para se evitar

potencial hipotensão postural (vide subitem “Hipotensão Postural” a seguir e vide item 8. Posologia e Modo de Usar).

Fibrose/valvulopatia

Assim como outros derivados do ergot, foram relatados derrame pleural/fibrose pulmonar e valvulopatia após administração a longo prazo de cabergolina.

Alguns relatos ocorreram em pacientes tratados previamente com agonistas dopamina-ergotínicos. Portanto, cabergolina não deve ser usado em pacientes com

histórico de, ou sinais e/ou sintomas clínicos atuais de distúrbios cardíacos ou respiratórios associados a tecido fibrótico. A taxa de sedimentação de eritrócitos

mostrou-se aumentada anormalmente em associação com derrame pleural/fibrose.

Recomenda-se exame de raio-X torácico em casos de aumentos inexplicáveis na taxa de sedimentação de eritrócitos. Avaliação da creatinina sérica pode ser

útil no diagnostico de doença fibrótica. Foi relatado que a descontinuação de cabergolina resulta em melhora dos sinais e sintomas de derrame pleural/fibrose

pulmonar ou valvulopatia após seu diagnóstico (vide item 4. Contraindicações).

Tratamento prolongado:

Antes de iniciar o tratamento prolongado:

Todos os pacientes devem ser submetidos à avaliação cardiovascular – incluindo ecocardiograma – a fim de avaliar potenciais valvulopatias assintomáticas.

Também é apropriado realizar investigações iniciais da taxa de sedimentação de eritrócitos – ou outros indicadores inflamatórios – função pulmonar/raio-X

torácico e função renal antes de iniciar a terapia. Em pacientes com regurgitação valvular, não se sabe se o tratamento com cabergolina pode piorar a doença de

base. Se doença valvular fibrótica for detectada, o paciente não deve ser tratado com cabergolina (vide item 4. Contraindicações).

Durante o tratamento prolongado:

Distúrbios fibróticos podem ter um início insidioso e os pacientes devem ser monitorados regularmente para possíveis manifestações de fibrose progressiva.

Portanto, durante o tratamento, deve-se estar atento para sinais e sintomas de:

 Doença pleuro-pulmonar tais como dispneia, respiração curta, tosse persistente ou dor no peito.

 Insuficiência renal ou obstrução uretral/abdominal que podem ocorrer com dor no lombo/costela e edema nos membros inferiores; ou

aparecimento de massa abdominal ou aumento da sensibilidade no seio que pode indicar fibrose retroperitoneal.

 Insuficiência cardíaca: fibrose valvular e pericardíaca podem se manifestar inicialmente como insuficiência cardíaca. Portanto, em casos

em que a insuficiência cardíaca for diagnosticada entre os usuários de cabergolina, fibrose valvular (e pericardite constritiva) deve ser

investigada.

É essencial a monitorização clínica, por métodos de imagens se necessário, dos sinais e sintomas que possam indicar distúrbios fibróticos. Após o início do

tratamento, recomenda-se a realização de um ecocardiograma dentro de 3-6 meses. Esse exame deverá ser repetido a cada 6-12 meses e se sinais e sintomas

clínicos sugerirem distúrbios fibróticos.

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Cabergolina deve ser descontinuada se o ecocardiograma revelar manifestação nova ou piora de regurgitação valvular, restrição valvular ou espessamento da

folha valvular (vide item 4. Contraindicações).

A necessidade de outras vigilâncias clínicas (por ex., exames físicos incluindo auscultação cardíaca, raio-X e tomografia computadorizada) deve ser

determinada individualmente.

Investigações adicionais apropriadas tais como taxa de sedimentação de eritrócitos e quantificação de creatinina sérica devem ser realizadas apenas se

necessário, para confirmar um diagnóstico de distúrbios fibróticos.

Sonolência/Sono Súbito

A cabergolina foi associada à sonolência. Agonistas da dopamina podem ser associados com episódios de sono súbito em pacientes com doença de Parkinson.

Podem ser consideradas redução de dose ou descontinuação do tratamento (vide item 5. Advertências e Precauções).

Insuficiência Hepática

Doses menores devem ser consideradas em pacientes com insuficiência hepática grave que recebem tratamento prolongado com cabergolina. Comparados a

voluntários normais e àqueles com graus mais leves de insuficiência hepática, um aumento da AUC (área sob a curva) foi observado em pacientes com

insuficiência hepática grave (Classe C de Child-Pugh) que receberam uma dose única de 1 mg.

Hipotensão Postural

Pode ocorrer hipotensão postural após a administração de cabergolina. Cuidados adicionais devem ser tomados ao se administrar cabergolina

concomitantemente com outros fármacos que diminuem a pressão sanguínea.

Gerais

Assim como outros derivados do ergot, cabergolina deve ser administrado com cautela a pacientes portadores de doença cardiovascular grave, síndrome de

Raynaud, úlcera péptica, hemorragia gastrintestinal ou com história de distúrbio mental grave, particularmente distúrbio psicótico.

A insuficiência renal mostrou não modificar a cinética da cabergolina.

Psiquiátrico

Transtornos do controle de impulsos, como jogo patológico, aumento da libido e hipersexualidade foram relatados em pacientes tratados com agonistas da

dopamina incluindo cabergolina. Estes relatos foram geralmente reversíveis após redução da dose ou descontinuação do tratamento.

Uso em Crianças

A segurança e a eficácia de cabergolina não foram estabelecidas em pacientes com menos de 16 anos de idade.

Uso durante a Gravidez

Estudos em animais não demonstraram efeito teratogênico ou efeito no desempenho reprodutivo global.

Entretanto, não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Cabergolina deve ser utilizada durante a gravidez apenas se claramente

necessário. Excluir a possibilidade de gravidez antes do início do tratamento com cabergolina. Considerar a suspensão de cabergolina se ocorrer gravidez

durante o tratamento, após avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios para a mãe e para o feto. Devido à meia-vida prolongada e dados limitados de exposição

em útero, recomenda-se que as mulheres que desejam engravidar descontinuem cabergolina um mês antes da concepção, para evitar possível exposição fetal ao

fármaco, embora o uso de cabergolina nas doses de 0,5 a 2 mg/semana em distúrbios hiperprolactinêmicos não tenha sido associado a risco aumentado de

aborto, partos prematuros, gravidez múltipla ou anormalidades congênitas (vide item 5. Advertências e Precauções).

Cabergolina é um medicamento classificado na categoria B de risco de gravidez. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres

grávidas sem orientação médica ou do cirurgiãodentista.

Uso durante a Lactação

Em ratas, a cabergolina e/ou seus metabólitos são excretados no leite. Como não há informações disponíveis sobre a excreção no leite de humanos, as mães

devem ser alertadas para não amamentarem no caso de falha da inibição/supressão por cabergolina. Não administrar cabergolina às mães com distúrbios

hiperprolactinêmicos que desejam amamentar seus filhos, pois o uso do medicamento inibe a lactação.

Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas

Pacientes tratados com cabergolina e que apresentam sonolência devem ser informados que não devem dirigir ou praticar atividades onde a falta de atenção

possa colocar esses pacientes ou outros em risco de ferimento grave ou morte (por ex., operação de máquinas), a menos que os pacientes superem essas

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A administração concomitante de cabergolina e outros fármacos hipotensores deve receber atenção especial, pois pode ocorrer hipotensão postural após a

administração de cabergolina.

Não estão disponíveis informações sobre interação entre cabergolina e outros alcaloides do ergot; portanto, o uso concomitante desses medicamentos durante

tratamentos prolongados com cabergolina não é recomendado.

Uma vez que a cabergolina exerce seu efeito terapêutico por estimulação direta dos receptores dopaminérgicos, esse fármaco não deve ser administrado

concomitantemente com medicamentos que tenham atividade antagonista de dopamina (como as fenotiazinas, butirofenonas, tioxantinas, metoclopramida),

pois esses podem diminuir o efeito redutor de prolactina da cabergolina.

Por analogia a outros derivados do ergot, cabergolina não deve ser utilizado em associação a antibióticos macrolídeos (por exemplo, eritromicina), pois esses

podem aumentar a biodisponibilidade sistêmica da cabergolina.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Cabergolina deve ser conservada em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), proteger da luz e umidade.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Guarde-o em sua embalagem original.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe

alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Características do produto: A cabergolina é apresentada na forma de comprimido oblongo, biconvexo, com ranhura em ambos os lados de cor branca.

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8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Gerais

Cabergolina deve ser administrada por via oral. Uma vez que a tolerabilidade dos agentes dopaminérgicos é aumentada quando administrados com alimentos,

recomenda-se que cabergolina seja administrada com as refeições.

Em pacientes com conhecida intolerância aos medicamentos dopaminérgicos, os eventos adversos podem ser minimizados pelo início da terapia com

cabergolina em doses reduzidas (por exemplo: 0,25 mg uma vez por semana), com subsequente aumento gradual, até que a dose terapêutica seja alcançada. No

caso de eventos adversos graves ou persistentes, a redução temporária da dose seguida por um aumento mais gradual (por exemplo: incrementos de 0,25 mg

por semana quinzenalmente) pode resultar em melhor tolerabilidade.

Este medicamento não pode mastigado.

Tratamento de Distúrbios Hiperprolactinêmicos

A dose inicial recomendada de cabergolina é 0,5 mg por semana, administrado em uma ou duas (metade de um comprimido de 0,5 mg) doses por semana (por

ex., na segunda-feira e quinta-feira). A dose semanal deve ser aumentada gradualmente, preferencialmente adicionando-se 0,5 mg por semana em intervalos

mensais, até que a resposta terapêutica ótima seja alcançada. A dose terapêutica é normalmente 1 mg por semana mas pode variar de 0,25 mg a 2 mg por

semana. Doses de cabergolina de até 4,5 mg por semana têm sido usadas em pacientes hiperprolactinêmicos (vide item 5. Advertências e Precauções).

A dose semanal pode ser administrada em dose única ou dividida em duas ou mais doses por semana, de acordo com a tolerabilidade do paciente.

Recomenda-se a divisão da dose semanal em administrações múltiplas quando doses mais altas do que 1 mg por semana forem administradas.

Os pacientes devem ser avaliados durante o aumento da dose para a determinação da menor dose capaz de produzir resposta terapêutica. A monitoração dos

níveis séricos de prolactina em intervalos mensais é aconselhável uma vez que, quando se atinge o regime de dose terapêutica efetiva, a normalização da

prolactina sérica é geralmente observada dentro de duas a quatro semanas.

Após a suspensão de cabergolina, geralmente se observa a recorrência de hiperprolactinemia. No entanto, a supressão persistente dos níveis de prolactina foi

observada por vários meses em algumas pacientes. Na maioria das mulheres, os ciclos ovulatórios persistem por, no mínimo, 6 meses após a descontinuação do

medicamento.

Inibição/Supressão da Lactação Fisiológica

Inibição da lactação: a dose recomendada de cabergolina é 1 mg (dois comprimidos de 0,5 mg) administrado em dose única no primeiro dia pós-parto.

Supressão da lactação já estabelecida: a dose recomendada é de 0,25 mg (metade de um comprimido de 0,5 mg) a cada 12 horas por 2 dias (dose total de 1 mg)

(vide item 5. Advertências e Precauções).

Uso em Pacientes com Insuficiência Hepática Grave

Doses mais baixas de cabergolina devem ser consideradas em pacientes com insuficiência hepática grave (vide item 5. Advertências e Precauções).

Uso em Crianças

A segurança e a eficácia de cabergolina não foram estabelecidas em pacientes com idade inferior a 16 anos.

Uso em Idosos

Cabergolina não foi formalmente estudado em pacientes idosos com distúrbios hiperprolactinêmicos.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Distúrbios Hiperprolactinêmicos

Os dados obtidos em um estudo clínico controlado de 6 meses de tratamento, com doses variando entre 1 e 2 mg por semana, em duas administrações

semanais, indicam uma incidência de eventos adversos de 68% durante a terapia com cabergolina. Os eventos adversos foram geralmente de grau leve a

moderado quanto à gravidade, surgindo principalmente durante as primeiras duas semanas de terapia e, na maioria dos casos, desaparecendo durante a

manutenção da terapia.

Foram relatados eventos adversos graves, no mínimo uma vez durante a terapia, por 14% dos pacientes. A terapia foi descontinuada devido aos eventos

adversos em aproximadamente 3% dos pacientes. A remissão das reações adversas ocorre normalmente poucos dias após a suspensão da medicação.

Os eventos adversos mais comuns relatados em ordem decrescente de frequência foram: náusea, cefaleia, tontura/vertigem, dor abdominal/dispepsia/gastrite,

astenia/fadiga, constipação, vômitos, dor no peito, rubores, depressão e parestesia.

Inibição/supressão da lactação

Cerca de 14% das mulheres tratadas nos estudos clínicos com dose única de 1 mg de cabergolina para inibição da lactação fisiológica relataram pelo menos um

evento adverso. Os eventos adversos relatados foram transitórios e de grau leve a moderado quanto à gravidade. Os eventos adversos mais frequentes foram

tontura/vertigem, dor de cabeça, náusea e dor abdominal. Palpitações, dor epigástrica, sonolência (vide item 5. Advertências e Precauções), epistaxe e

hemianopsia transitória também foram relatadas.

Pode ocorrer hipotensão assintomática (≥ 20 mmHg sistólica e ≥ 10 mmHg diastólica) durante os primeiros 3-4 dias pós-parto.

Eventos adversos foram observados em aproximadamente 14% das mulheres nutrizes tratadas com 0,25 mg de cabergolina a cada 12 horas por 2 dias para

supressão da lactação. A maioria dos eventos adversos foi transitória e de grau leve a moderado quanto à gravidade. Os eventos adversos mais frequentes

foram: tontura/vertigem, dor de cabeça, náusea, sonolência (vide item 5. Advertências e Precauções) e dor abdominal. Vômitos, síncope, astenia e rubores

também foram relatados.

Gerais

Os eventos adversos são geralmente relacionados à dose (vide item 8. Posologia e Modo de Usar).

Cabergolina geralmente exerce um efeito hipotensivo em pacientes sob tratamento crônico; entretanto, hipotensão postural (vide item 5. Advertências e

Precauções) ou desmaios foram relatados raramente.

Sendo um derivado do ergot, a cabergolina também pode ter ação, como vasoconstritor. Vasoespasmo digital e cãibras nas pernas foram relatados.

Alterações em testes laboratoriais padrões são incomuns durante a terapia de longo prazo com cabergolina; uma diminuição nos valores de hemoglobina foi

observada em mulheres com amenorreia durante os primeiros meses após o retorno da menstruação.

Os seguintes eventos foram relatados em associação com cabergolina: agressividade, alopecia, aumento da creatinina fosfoquinase sanguínea, delírios,

dispneia, edema, fibrose, função hepática anormal, reação de hipersensibilidade, transtornos do controle de impulsos, como hipersexualidade, aumento da

libido e jogo patológico, testes de função hepática anormais, transtorno psicótico, rash, doenças respiratórias, insuficiência respiratória e valvulopatia (vide

item 4. Contraindicações e item 5. Advertências e Precauções).

A prevalência de regurgitação valvular assintomática é significativamente maior do que aquela com agonistas dopaminérgicos não-ergot (vide item 4.

Contraindicações e item 5. Advertências e Precauções).

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em

http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

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10. SUPERDOSE

Sintomas de superdosagem seriam provavelmente aqueles de superestimulação de receptores dopaminérgicos, por ex. náusea, vômitos, queixas gástricas,

hipotensão postural, confusão/psicose ou alucinações.

Medidas gerais de suporte devem ser adotadas para remover qualquer medicamento não absorvido e para manter a pressão sanguínea, se necessário. Além

disso, a administração de medicamentos antagonistas da dopamina pode ser recomendável.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.