Bula do Climene produzido pelo laboratorio Bayer S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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Climene®
Bayer S.A.
drágeas
2 mg valerato de estradiol / 2 mg valerato de estradiol + 1 mg acetato
de ciproterona
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valerato de estradiol
acetato de ciproterona
Informação importante! Leia com atenção!
APRESENTAÇÃO:
Cartucho contendo 1 blíster com 21 drágeas (11 brancas e 10 rosadas).
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada drágea branca de Climene®
contém 2 mg de valerato de estradiol.
Excipientes: lactose, amido, povidona, talco, estearato de magnésio, sacarose, macrogol,
carbonato de cálcio, cera montanglicol.
Cada drágea rosada de Climene®
contém 2 mg de valerato de estradiol e 1 mg de acetato
de ciproterona.
carbonato de cálcio, cera montanglicol, glicerol, dióxido de titânio, pigmento de óxido de
ferro amarelo, pigmento de óxido de ferro vermelho
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
Climene®
é indicado para terapia de reposição hormonal (TRH) na sintomatologia
climatérica, manifestações de involução da pele e do trato urogenital, estados depressivos
do climatério, manifestações carenciais devidas à menopausa natural ou hipogonadismo,
ooforectomia ou falência ovariana primária em mulheres com útero intacto. Prevenção da
osteoporose na pós-menopausa.
Uma pesquisa resume os resultados de vários estudos clínicos, amplamente avaliados,
desenvolvidos com Climene®
em comparação aos principais critérios da Terapia de
Reposição Hormonal, controlados com placebo e em estudos comparativos. Climene®
provou ser muito eficaz no alívio dos sintomas clássicos do climatério e é capaz de acabar
com os fogachos e sudorese em mais de 80% das mulheres. Também foi altamente eficaz
no alívio de outros sintomas do climatério como insônia, palpitações, depressão e
sintomas urogenitais.
Os efeitos de Climene®
na prevenção da perda óssea, a longo prazo, foram demonstrados
em um estudo comparativo. A densidade mineral óssea (DMO) foi estudada em 464
mulheres recentemente na pós-menopausa, sem osteoporose, randomizadas em 4 grupos:
1) Climene®
, 2) apenas Vitamina D3, 3) Climene®
e Vitamina D3 combinados, e 4)
placebo. Após 5 anos, a densidade mineral óssea da lombar (L2-L4) permaneceu
inalterada nos grupos que receberam Climene®
e Climene®
associado a Vitamina D3
[+0,2% (p = 0,658) e +0,9% (p = 0,117), respectivamente], comparado com uma
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diminuição de 4,6% no grupo que recebeu apenas Vitamina D3 e de 4,5% no grupo que
recebeu placebo (p < 0,001 em ambos). A perda no colo do fêmur foi menor nos grupos
que receberam Climene®
(-1,4%; p = 0,005) e Climene®
associado à Vitamina D3 (-1,3%;
p = 0,003) que nos grupos que receberam apenas vitamina D3 e placebo (-4,3%; p <
0,001 em ambos). Dentre aquelas 370 mulheres que completaram 5 anos de tratamento, o
efeito foi mais pronunciado. Os dados sugerem que uma dose baixa de vitamina D3 como
suplemento (300 e 100 UI/dia durante os cinco anos) não confere benefício adicional ao
uso de Climene®
.
Farmacodinâmica
Climene®
contém o estrogênio valerato de estradiol, um pró-fármaco do 17-beta-estradiol
natural humano. O acetato de ciproterona é um derivado sintético da hidroxiprogesterona
que apresenta propriedades progestogênicas, antigonadotrópicas e antiandrogênicas.
Com a composição e o regime sequencial de Climene®
, que inclui uma monofase
estrogênica de 11 dias, uma fase com associação estrogênio-progestógeno de 10 dias e
um intervalo de pausa de 7 dias, um ciclo menstrual é estabelecido na mulher com útero
intacto, desde que o medicamento seja tomado regularmente.
A ovulação não é inibida durante o uso de Climene®
e a produção endógena de
hormônios dificilmente é afetada.
Devido sua composição sequencial, o medicamento pode ser empregado em mulheres
jovens para desenvolver e regular o ciclo, assim como para o tratamento de sangramento
uterino irregular em mulheres na perimenopausa.
Durante o climáterio, a redução e, no final, a perda da secreção ovariana de estradiol pode
resultar em instabilidade na termorregulação, ocasionando fogachos associados a
distúrbios do sono e sudorese excessiva. Sinais de involução da pele e das membranas
mucosas (particularmente na região do trato urogenital) podem ser favoralmente
influenciados. Menos específicos, mas mencionados frequentemente como parte da
síndrome climatérica, são os sintomas como queixas anginosas, palpitações,
irritabilidade, nervosismo, falta de energia e de capacidade de concentração,
esquecimento, perda da libido e dores musculares e nas articulações. A terapia de
reposição hormonal (TRH) alivia muitos desses sintomas decorrentes da deficiência de
estradiol em mulheres na menopausa.
A TRH com Climene
reduz a reabsorção óssea e retarda ou detém a perda óssea na pós-
menopausa. O tratamento prolongado com TRH tem demonstrado reduzir o risco de
ocorrência de fraturas periféricas em mulheres na pós-menopausa. Quando a TRH é
descontinuada, a massa óssea reduz-se a uma razão comparável àquela encontrada no
período da pós-menopausa imediata. Não há evidências de que a TRH restaure a massa
óssea aos níveis da pré-menopausa. A TRH também tem efeito positivo sobre o conteúdo
de colágeno e a espessura da pele, assim pode retardar o processo de formação de rugas
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na pele. Além disso, as propriedades antiandrogênicas do acetato de ciproterona podem
sustentar os efeitos benéficos de Climene
nos distúrbios relacionados ao androgênio
como, por exemplo, acne, seborreia e alopecia androgênica.
altera o perfil lipídico. Reduz as taxas de colesterol total e de
LDL-colesterol e pode aumentar as taxas de HDL-colesterol e de triglicérides. Devido à
ausência de propriedades androgênicas, existe somente pouco, ou nenhum, efeito
neutralizante do acetato de ciproterona sobre os efeitos metabólicos do estrogênio em
Climene
. Os efeitos de Climene
são particularmente evidenciados em mulheres com
um padrão significativo de lipoproteínas aterogênicas.
A adição de um progestógeno a um regime de reposição estrogênica por, no mínimo, 10
dias por ciclo, como em Climene
, reduz o risco de hiperplasia endometrial e,
consequentemente, o risco de ocorrência de adenocarcinoma em mulheres com o útero
intacto. A adição de um progestógeno ao regime de reposição estrogênica não mostrou
qualquer interferência na eficácia do estrogênio para as indicações propostas.
Estudos observacionais e o estudo do “Women’s Health Initiative (WHI)” com estrogênios
equinos conjugados (EEC) associados ao acetato de medroxiprogesterona (AMP) sugerem
uma redução na morbidade do câncer de cólon em mulheres na pós-menopausa que utilizam
TRH. No estudo WHI com monoterapia de EEC não foi observada uma redução no risco.
Não se sabe se estes dados também se estendem a outros medicamentos para TRH.
Farmacocinética
- valerato de estradiol
Absorção:
O valerato de estradiol é rápida e completamente absorvido. A clivagem do éster
esteroidal forma estradiol e ácido valérico durante a absorção e o metabolismo de
primeira passagem no fígado. Simultaneamente, o estradiol passa por metabolismo
intenso até transformar-se em estrona, estriol e sulfato de estrona. Somente cerca de 3%
de estradiol torna-se biodisponível após a administração oral de valerato de estradiol. Os
alimentos não afetam a biodisponibilidade do estradiol.
Distribuição:
As concentrações séricas máximas de estradiol, de aproximadamente 30 pg/ml,
geralmente são alcançadas entre 4 - 9 horas após a ingestão da drágea. Dentro de 24 horas
após a ingestão da drágea, os níveis séricos de estradiol diminuem até concentrações de
cerca de 15 pg/ml.
O estradiol liga-se à albumina e às globulinas de ligação a hormônios sexuais (SHBG). A
fração de estradiol sérico não-ligada é de cerca de 1 - 1,5 % e a fração ligada a SHBG é
de aproximadamente 30 – 40 %.
O volume aparente de distribuição de estradiol após uma única administração intravenosa
é de cerca de 1 l/kg.
Metabolismo:
Após a clivagem do éster do valerato de estradiol administrado de forma exógena, o
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metabolismo do fármaco segue os caminhos de biotransformação do estradiol endógeno.
O estradiol é metabolizado principalmente pelo fígado, mas também por vias extra-
hepáticas como, por exemplo, nos intestinos, rins, músculos esqueléticos e órgãos-alvo.
Estes processos envolvem a formação da estrona, estriol, catecolestrogênios e sulfatos, e
glicuronídios conjugados destes compostos, os quais são todos claramente menos
estrogênicos ou mesmo não-estrogênicos.
Eliminação:
A depuração sérica total do estradiol, após dose única administrada por via intravenosa,
mostra grande variabilidade em um intervalo de 10 - 30 ml/min/kg. Uma parte dos
metabólitos do estradiol é excretada com a bile e passa pela circulação êntero-hepática.
No final, os metabólitos do estradiol são excretados principalmente por via renal, como
sulfatos e glicuronídios.
Condições no estado de equilíbrio:
Após múltiplas administrações, os níveis séricos de estradiol são aproximadamente duas
vezes mais elevados em relação à administração única. Na média, a concentração de
estradiol varia entre 30 pg/ml (nível mínimo) e 60 pg/ml (nível máximo). A estrona, como
metabólito menos estrogênico, alcança concentrações séricas aproximadamente 8 vezes
maiores. O sulfato de estrona alcança, aproximadamente, concentrações 150 vezes mais
elevadas. Após a descontinuação do tratamento com Climene
, os níveis de pré-
tratamento de estradiol e estrona são atingidos dentro de 2 - 3 dias.
- acetato de ciproterona
Após administração oral, o acetato de ciproterona é rápida e completamente absorvido
dentro de um amplo intervalo de dose. A biodisponibilidade absoluta do acetato de
ciproterona, após administração oral, é de cerca de 88% da dose administrada.
Concentrações séricas máximas do acetato de ciproterona, de cerca de 8 ng/ml, são
alcançadas em 1 - 2 horas após uma única administração de 1 mg do acetato de
ciproterona. Subsequentemente, os níveis séricos declinam de maneira bifásica, com
meias-vidas de 0,8 horas e 2,3 dias.
O acetato de ciproterona liga-se quase que exclusivamente à albumina sérica. Cerca de
3,5 – 4 % do total da concentração sérica do acetato de ciproterona não se encontram
ligados às proteínas. A ligação do acetato de ciproterona às proteínas plasmáticas parece
ser, principalmente, inespecífica, pois somente pequenas quantidades ligam-se às
proteínas termolábeis, tais como as globulinas de ligação a hormônios sexuais (SHBG) e
as globulinas de ligação a corticosteroides (CBG), indicando que alterações na SHBG não
afetam a farmacocinética do acetato de ciproterona.
Biotransformação:
O acetato de ciproterona é metabolizado em várias etapas, incluindo hidroxilações e
conjugações. O metabólito principal no soro humano é o 15beta-hidroxiderivado.
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A taxa de depuração sérica total do acetato de ciproterona é de 3,6 ml/min/kg. Uma parte
da dose é excretada na forma inalterada, junto com a bile. A maior parte é excretada na
forma de metabólitos pelas vias renal e biliar, em uma proporção de 3:7 e com meia-vida
de cerca de 1,9 dias. Os metabólitos no soro são eliminados com meia-vida similar de 1,7
dias.
Devido à meia-vida prolongada do acetato de ciproterona no soro, um acúmulo sérico, em
um fator de 2 - 2,5 pode ser esperado durante um ciclo de tratamento.
Dados de segurança pré-clínicos
O perfil de toxicidade do valerato de estradiol é bem conhecido. Não há dados pré-
clínicos relevantes que forneçam informação adicional de segurança além daquelas
contidas em outros itens desta bula.
Toxicidade sistêmica
Dados pré-clínicos do acetato de ciproterona revelam que não há risco específico sobre o
uso em humanos, baseado em estudos convencionais de toxicidade por doses repetidas.
Genotoxicidade e carcinogenicidade
Testes de genotoxicidade reconhecidos como de primeira linha indicaram resultados
negativos quando realizados com o acetato de ciproterona. Entretanto, testes adicionais
mostraram que o acetato de ciproterona foi capaz de produzir aductos com DNA (e um
aumento na atividade de reparação do DNA) nas células do fígado de ratos e macacos e
também em hepatócitos humanos recém-isolados. O nível de aductos deDNA em células
do fígado de cachorro foi extremamente baixo.
Esta formação de aducto de DNA ocorreu sob exposições sistêmicas, o que era esperado
nos regimes de doses recomendadas para o acetato de ciproterona. As consequências in
vivo do tratamento com acetato de ciproterona foram o aumento da incidência de lesões
hepáticas focais, possivelmente pré-neoplásicas, nas quais as enzimas celulares foram
alteradas em ratas, e um aumento da frequência de mutação em ratas transgênicas,
portadoras de um gene bacteriano como alvo para mutações.
Experiência clínica e ensaios epidemiológicos bem conduzidos atualmente não
sustentariam um aumento na incidência de tumores hepáticos em homens. Tampouco,
investigações da tumorigenicidade do acetato de ciproterona revelam qualquer indício de
um potencial tumorigênico específico. Entretanto, deve-se ter em mente que esteroides
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sexuais podem promover o crescimento de alguns tecidos e tumores hormônio-
dependentes.
Embriotoxicidade / teratogenicidade
A administração de altas doses de acetato de ciproterona durante a fase de diferenciação
hormônio-dependente dos órgãos genitais levou a sinais de feminização em fetos
masculinos. A observação de recém-nascidos do sexo masculino que sofreram exposição
ao acetato de ciproterona no útero não mostrou sinais de feminização. Entretanto é
contraindicado o uso de Climene®
durante a gravidez.
Em resumo, os achados disponíveis não aumentam qualquer objeção do uso de Climene®
em humanos, se utilizado de acordo com a indicação e dose recomendada.
A terapia de reposição hormonal (TRH) não deve ser iniciada na presença de
qualquer uma das seguintes condições abaixo:
- gravidez e lactação;
– sangramento vaginal não-diagnosticado;
– diagnóstico ou suspeita de câncer de mama;
– diagnóstico ou suspeita de condições pré-malignas ou malignas dependentes de
esteroides sexuais;
– presença ou história de tumores hepáticos (benignos ou malignos);
– doença hepática grave;
– tromboembolismo arterial agudo (por exemplo, infarto do miocárdio, acidente
vascular cerebral);
– presença de trombose venosa profunda, distúrbios tromboembólicos ou
antecedentes destas condições;
– alto risco de trombose venosa ou arterial;
– hipertrigliceridemia grave;
– hipersensibilidade a qualquer um dos componentes do medicamento.
Se qualquer uma das condições citadas anteriormente ocorrer pela primeira vez
durante o uso da TRH, a sua utilização deve ser descontinuada imediatamente.
Climene®
não pode ser usado como contraceptivo.
Quando necessária, a contracepção deve ser realizada com métodos não-hormonais,
com exceção dos métodos de ritmo e da temperatura. Se houver suspeita de
ocorrência de gravidez, a terapia deve ser interrompida até que essa possibilidade
seja excluída (vide item “Gravidez e lactação”).
Antes de iniciar a terapia, todas as condições/fatores de riscos mencionados a seguir
devem ser considerados quando se determina o risco/benefício do tratamento para
cada paciente.
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Durante o uso da TRH, a terapia deve ser descontinuada imediatamente caso ocorra
qualquer uma das condições citadas no item Contraindicações, assim como nas
seguintes condições:
- enxaqueca ou cefaleias frequentes com intensidade fora do habitual que ocorram
pela primeira vez ou se houver quaisquer outros sintomas que sejam possíveis sinais
prodrômicos de oclusão cerebrovascular;
- recorrência de icterícia colestática ou prurido colestático, que tenham surgido
inicialmente durante uma gravidez ou durante o uso anterior de esteroides sexuais;
- sintomas ou suspeita de um evento trombótico.
No caso de ocorrência ou agravamento das condições ou fatores de riscos descritos a
seguir, a análise individual do risco/benefício deve ser realizada novamente,
levando-se em consideração a possível necessidade de descontinuação da terapia.
O potencial para um risco sinérgico aumentado de trombose deve ser considerado
em mulheres que possuem uma combinação de fatores de risco ou apresentem um
fator de risco individual mais grave. Este risco aumentado pode ser maior que o
simples risco cumulativo de fatores. A TRH não deve ser prescrita quando a
avaliação risco/benefíco for desfavorável.
Tromboembolismo venoso
Estudos epidemiológicos e estudos controlados randomizados sugerem um aumento
do risco relativo de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV), ou seja,
trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. Portanto, a relação risco-benefício
deve ser cuidadosamente avaliada em conjunto com a paciente quando se prescrever
TRH para mulheres que apresentem fator de risco para TEV.
Os fatores de risco geralmente reconhecidos para TEV incluem histórico pessoal ou
familiar (a ocorrência de TEV em um familiar de primeiro grau, em idade
relativamente precoce, pode indicar predisposição genética) e obesidade grave. O
risco de TEV também aumenta com a idade. Não há consenso sobre a possível
influência de veias varicosas no desenvolvimento de TEV.
O risco de TEV pode estar temporariamente aumentado em casos de imobilização
prolongada, cirurgia eletiva de grande porte ou pós-traumática ou traumatismo
extenso. Dependendo da natureza da ocorrência e da duração da imobilização, deve-
se considerar a interrupção temporária da TRH.
Tromboembolismo arterial
Dois grandes estudos clínicos realizados com estrogênios equinos conjugados (EEC)
combinados com acetato de medroxiprogesterona (AMP), em esquema de
administração contínua, indicaram um possível aumento do risco de cardiopatia
coronariana no primeiro ano de uso e nenhum benefício após este período. Um
estudo clínico abrangente, realizado com EEC administrados isoladamente, indicou
um potencial para redução da taxa de cardiopatia coronariana em mulheres com
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idade entre 50 - 59 anos e nenhum benefício geral na população total estudada.
Como resultado secundário, verificou-se um aumento de 30 - 40% no risco de
acidente vascular cerebral em dois grandes estudos clínicos realizados com EEC
administrados isoladamente ou em combinação com AMP. Não se sabe se estes
dados também se aplicam a outros medicamentos para TRH ou para vias de
administração não-oral.
Doença da vesícula biliar
É conhecido o aumento da litogenicidade da bile provocado por estrogênios.
Algumas mulheres são predispostas a desenvolver doenças da vesícula biliar durante
a terapia estrogênica.
Demência
Existe evidência limitada, observada em estudos clínicos realizados com produtos
contendo EEC, de que a terapia hormonal pode aumentar o risco de provável
demência se iniciada em mulheres com idade igual ou superior a 65 anos. O risco
pode diminuir se o tratamento for iniciado no princípio da menopausa, como
observado em outros estudos. Não se sabe se estes dados também se estendem a
outros medicamentos para TRH.
Tumores
Câncer de mama
Estudos clínicos e estudos observacionais relataram aumento do risco de se ter
diagnosticado câncer de mama em mulheres que usaram TRH por vários anos. Estes
resultados podem ser devido ao diagnóstico precoce, aos efeitos da promoção do
crescimento de tumores preexistentes ou à combinação de ambos.
A estimativa para o risco relativo global de diagnóstico de câncer de mama
fornecida em mais de 50 estudos epidemiológicos variou entre 1 e 2, na maioria dos
estudos.
O risco relativo aumenta com a duração do tratamento e pode ser menor ou
possivelmente neutro com medicamentos contendo somente estrogênios.
Dois grandes estudos clínicos randomizados, realizados com EEC administrados
isoladamente ou em combinação com AMP em uso contínuo, apresentaram riscos
estimados de 0,77 (IC 95%: 0,59 – 1,01) ou de 1,24 (IC 95%: 1,01 – 1,54) após 6 anos
de TRH. Não se sabe se o risco aumentado também se aplica a outros medicamentos
para TRH.
Aumentos similares no diagnóstico de câncer de mama são observados, por exemplo,
nos casos de atraso da menopausa natural, ingestão de bebida alcoólica ou
adiposidade.
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O aumento no risco desaparece dentro de poucos anos após a descontinuação do uso
da TRH.
A TRH aumenta a densidade de imagens mamográficas, o que pode afetar
adversamente a detecção radiológica do câncer de mama em alguns casos.
Câncer endometrial
A exposição prolongada a estrogênios administrados isoladamente aumenta o risco
de desenvolvimento de hiperplasia ou carcinoma endometrial. Estudos sugerem que
a adição apropriada de progestógeno na terapia elimina esse aumento no risco.
Tumor hepático
Após o uso de hormônios como os contidos em medicamentos destinados à TRH
foram observados em casos raros tumores hepáticos benignos e, mais raramente,
tumores hepáticos malignos que, em casos isolados, ocasionaram hemorragias intra-
abdominais com risco para a vida da paciente. Se ocorrer dor intensa no abdome
superior, aumento do tamanho do fígado ou sinais de hemorragia intra-abdominal,
deve-se incluir tumor hepático nas considerações diagnóstico-diferenciais.
Outras condições
Não foi estabelecida uma associação geral entre o uso da TRH e o desenvolvimento
de hipertensão clínica. Foram relatados pequenos aumentos na pressão arterial em
usuárias de TRH; os aumentos clinicamente relevantes são raros. Entretanto, deve-
se considerar a descontinuação do tratamento em casos individuais de
desenvolvimento e manutenção de hipertensão clinicamente significativa durante a
TRH.
Distúrbios moderados da função hepática, incluindo hiperbilirrubinemias, tais como
as síndromes de Dubin-Johnson ou de Rotor, necessitam de rigorosa supervisão,
sendo que a função hepática deve ser monitorada periodicamente. Em caso de
alteração nos indicadores da função hepática, deve-se descontinuar a TRH.
Mulheres com níveis moderadamente elevados de triglicérides necessitam de
acompanhamento especial. A TRH, nestes casos, pode estar associada a um aumento
adicional no nível de triglicérides levando ao risco de pancreatite aguda.
Embora a TRH possa ter efeito na resistência periférica à insulina e na tolerância à
glicose, geralmente não há necessidade de alterar o regime terapêutico para
pacientes diabéticas que estiverem usando TRH. Entretanto, estas pacientes devem
ser cuidadosamente monitoradas durante a terapia.
Algumas pacientes podem desenvolver manifestações indesejáveis geradas pela
estimulação estrogênica durante a TRH, como sangramento uterino anormal. Se,
durante a terapia, ocorrer sangramento uterino anormal de forma frequente ou
persistente, recomenda-se avaliação endometrial.
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Leiomiomas uterinos (miomas) podem aumentar de tamanho sob a influência de
estrogênios. Caso seja observado este aumento, o tratamento deve ser
descontinuado.
Se ocorrer reativação de endometriose durante a TRH, recomenda-se a
descontinuação do tratamento.
Se a paciente apresentar diagnóstico de prolactinoma, é necessário um
acompanhamento médico rigoroso, incluindo avaliação periódica dos níveis de
prolactina.
Ocasionalmente, pode ocorrer cloasma, especialmente em mulheres com história de
cloasma gravídico. Mulheres com tendência a cloasma devem evitar exposição ao sol
ou à radiação ultravioleta enquanto estiverem em tratamento com TRH.
A ocorrência ou agravamento dos quadros abaixo foram relatados com o uso da
TRH. Embora não exista evidência conclusiva da associação com a TRH, as
mulheres que apresentarem alguma das condições abaixo e que estiverem em
terapia de reposição hormonal devem ser cuidadosamente monitoradas.
- epilepsia;
- doença benigna da mama;
- asma;
- enxaqueca;
- porfiria;
- otosclerose;
- lúpus eritematoso sistêmico;
- coreia menor.
Em mulheres com angioedema hereditário, o uso de estrogênios exógenos pode
induzir ou exacerbar sintomas de angioedema.
Gravidez e lactação
A TRH é contraindicada durante a gravidez ou lactação. Se ocorrer gravidez
durante a utilização de Climene®
, o tratamento deve ser descontinuado
imediatamente.
Estudos epidemiológicos abrangentes realizados com hormônios esteroides não
revelaram risco aumentado de malformação congênita em crianças cujas mães
fizeram uso de hormônios sexuais antes da gravidez, nem efeitos teratogênicos
quando hormônios sexuais foram tomados de forma inadvertida durante a fase
inicial da gestação.
Pequenas quantidades de hormônios sexuais podem ser excretadas com o leite
materno.
Consultas / exames médicos
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Antes de iniciar ou retomar o uso da TRH, é necessário obter o histórico clínico
detalhado e realizar exame clínico completo, considerando os itens descritos em
“Contraindicações” e “Advertências e precauções”; estes acompanhamentos devem
ser repetidos periodicamente durante o uso da TRH. A frequência e a natureza
destas avaliações devem ser baseadas em condutas médicas estabelecidas e
adaptadas a cada usuária, mas, em geral, devem incluir atenção especial à pressão
arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia cervical.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Não foram observados efeitos.
"Este medicamento requer uso cuidadoso, sob vigilância médica estrita e
acompanhado por controles periódicos da função hepática (bilirrubinas e
transaminases) por causar hepatotoxicidade (tóxico para o fígado) aos 8, 15, 30 e 90
dias de tratamento. Este medicamento não é aprovado para uso como
anticoncepcional."
“Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela
A contracepção hormonal deve ser descontinuada quando for iniciada a TRH e a
paciente deve ser orientada a adotar medidas contraceptivas não-hormonais, se
necessário.
Interações com outros medicamentos
Tratamentos prolongados com fármacos indutores de enzimas hepáticas como, por
exemplo, vários anticonvulsivantes e antimicrobianos, podem aumentar a depuração
de hormônios sexuais e reduzir a eficácia clínica. Tais propriedades de indução de
enzimas hepáticas foram estabelecidas para hidantoínas, barbitúricos, primidona,
carbamazepina e rifampicina, assim como se suspeita da existência dessas
propriedades também para oxcarbazepina, topiramato, felbamato e griseofulvina. A
indução enzimática máxima geralmente não ocorre antes da segunda ou terceira
semana, mas pode ser mantida por, no mínimo, 4 semanas após o término da terapia
com algum desses fármacos.
Em casos raros, níveis reduzidos de estradiol foram observados com o uso
concomitante de certos antibióticos (por exemplo, penicilinas e tetraciclina).
Substâncias que apresentam conjugação substancial, como por exemplo o
paracetamol, podem aumentar a biodisponibilidade do estradiol pela inibição
competitiva do sistema de conjugação durante a absorção.
Em casos individuais, as necessidades de hipoglicemiantes orais ou insulina podem
ser alteradas como resultado do efeito sobre a tolerância à glicose.
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Interação com bebidas alcoólicas
A ingestão aguda de bebidas alcoólicas durante a TRH pode ocasionar elevação nos
níveis de estradiol circulante.
Alterações em exames laboratoriais:
O uso de esteroides sexuais pode influenciar os resultados de certos exames
laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos, tais como das funções hepática,
tiroidiana, adrenal e renal; níveis plasmáticos de proteínas (transportadoras), por
exemplo, globulina de ligação a corticosteroides e frações lipídicas/lipoprotéicas;
parâmetros do metabolismo de carboidratos e parâmetros da coagulação e
fribrinólise.
Climene®
deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC). Proteger da
umidade.
O prazo de validade de Climene®
é de 36 meses a partir da data de sua fabricação.
“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”
“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.”
Características organolépticas
Apresenta-se na forma de drágeas brancas ou rosadas.
“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”
“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”
Método de administração
Uso oral
Como iniciar Climene®
Se a paciente ainda estiver menstruando, o tratamento deve ser iniciado no 5º dia do ciclo
(1º dia do sangramento menstrual = 1º dia do ciclo).
Pacientes com amenorreia, períodos menstruais muito pouco frequentes ou que se
encontram na pós-menopausa podem iniciar em qualquer dia do mês, desde que a
existência de gravidez tenha sido excluída (vide item “Gravidez e lactação” no item
“Advertências e precauções”).
Dose
A cartela de Climene
contém 21 drágeas (11 brancas + 10 rosadas), dispostas em
sequência numérica. Tome 1 drágea diariamente, começando pela drágea (branca) de
número 1 marcada abaixo da palavra "Início" e continue ingerindo uma drágea
diariamente, seguindo a direção das setas até a ingestão da última drágea (rosada).
Completados os 21 dias, faça um intervalo de pausa de 7 dias.
Administração
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Cada cartela contém o tratamento para 21 dias. Uma nova cartela de Climene
deve ser
iniciada após o intervalo de pausa de 7 dias, no mesmo dia da semana que a cartela
anterior. As drágeas devem ser ingeridas com pequena quantidade de líquido, sem
mastigar.
As drágeas devem ser ingeridas todos os dias, preferencialmente no mesmo horário.
Drágeas esquecidas
Se ocorrer o esquecimento de uma drágea, deve-se ingeri-la o quanto antes. Se o atraso for de
mais de 24 horas, nenhuma drágea adicional deve ser ingerida. Pode ocorrer sangramento se
houver o esquecimento de várias drágeas.
Normalmente, ocorre sangramento durante o intervalo de pausa de 7 dias, alguns dias
após a ingestão da última drágea.
“Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.”
Informações adicionais para populações especiais:
- Crianças e adolescentes
Climene®
não é indicado para o uso em crianças e adolescentes.
- Pacientes idosas
Não existem dados que sugiram a necessidade de ajuste de dose em pacientes idosas. Para
mulheres com 65 anos ou mais vide item “Advertências e precauções”.
- Pacientes com disfunção hepática
não foi especificamente estudado em pacientes com disfunção hepática.
é contraindicado em mulheres com doenças hepáticas graves (vide item
“Contraindicações”).
- Pacientes com disfunção renal
não foi especificamente estudado em pacientes com disfunção renal. Dados
disponíveis não sugerem a necessidade de ajuste de dose nesta população de pacientes.
As reações adversas mais graves que estão associadas à utilização da terapia de
reposição hormonal estão citadas no item “Advertências e precauções”.
Outras reações adversas que foram reportadas em usuárias da terapia de reposição
hormonal (dados pós-comercialização), mas para as quais a associação com
Climene®
não foi confirmada e nem descartada são:
Classificação por
sistema corpóreo
MedDRA v. 8.0
Comum
(≥1/100, <1/10)
Incomum
(≥1/1.000, <1/100)
Rara
(≥1/10.000,
<1/1.000)
Distúrbios no Reação de
15
sistema imunológico hipersensibilidade
Distúrbios
metabólicos e
nutricionais
Aumento ou
diminuição do
peso corporal
psiquiátricos
Estados depressivos Ansiedade,
diminuição ou
aumento da libido
Distúrbios no
sistema nervoso
Cefaleia Tontura Enxaqueca
Distúrbios nos olhos Distúrbios visuais Intolerância às
lentes de contato
Distúrbios cardíacos Palpitações
gastrintestinais
Dor abdominal,
náusea
Dispepsia Distensão
abdominal,
vômito
Distúrbios cutâneos
e nos tecidos
subcutâneos
Rash, prurido Eritema nodoso,
urticária
Acne, hirsutismo
sistema musculo-
esquelético e tecido
conectivo
Cãibras
musculares
sistema reprodutivo
e nas mamas
Sangramento
uterino/vaginal,
incluindo
gotejamento (as
irregularidades
do sangramento
geralmente
desaparecem com
a continuação do
tratamento)
Dor e sensibilidade
nas mamas
Dismenorreia,
secreção vaginal,
síndrome
semelhante a pré-
menstrual,
aumento das
mamas
Distúrbios e
condições gerais do
local da
administração
Edema Fadiga
Foi utilizado o termo MedDRA mais apropriado (versão 8.0) para descrever uma
determinada reação. Sinônimos ou condições relacionadas não foram listados, mas
também devem ser considerados.
Em mulheres com angioedema hereditário, o uso de estrogênios exógenos pode
induzir ou exacerbar sintomas de angioedema (vide item “Advertências e
precauções”).
16
“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br , ou para Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.”