Bula do Clonazepam para o Profissional

Bula do Clonazepam produzido pelo laboratorio Fundação para o Remédio Popular - Furp
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Clonazepam
Fundação para o Remédio Popular - Furp - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO CLONAZEPAM PARA O PROFISSIONAL

CLONAZEPAM

FUNDAÇÃO PARA O REMÉDIO POPULAR - FURP

2 mg

Comprimido Simples

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE

clonazepam 2 mg Comprimido

Medicamento Genérico, Lei nº. 9.787, de 1999.

APRESENTAÇÕES:

 Cartucho com 20, 30, 40, 60, 450* e 500* comprimidos.

* Embalagem Hospitalar

USO ORAL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO:

Cada comprimido contém 2,0 mg de clonazepam

Excipientes: amido, celulose microcristalina, lactose monoidratada e estearato de magnésio.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Distúrbio epiléptico

O clonazepam está indicado isoladamente ou como adjuvante no tratamento das crises epilépticas mioclônicas,

acinéticas, ausências típicas (pequeno mal), ausências atípicas (síndrome de Lennox-Gastaut). O clonazepam

está indicado como medicação de segunda linha em espasmos infantis (Síndrome de West).

Em crises epilépticas clônicas (grande mal), parciais simples, parciais complexas e tônico-clônico generalizadas

secundárias, o clonazepam está indicado como tratamento de terceira linha.

Transtornos de ansiedade

• Como ansiolítico em geral.

• Distúrbio do pânico com ou sem agorafobia.

• Fobia social.

Transtornos do humor

• Transtorno afetivo bipolar: tratamento da mania.

• Depressão maior: como adjuvante de antidepressivos (depressão ansiosa e na fase inicial de

tratamento).

Emprego em síndromes psicóticas

• Tratamento da acatisia.

Tratamento da síndrome das pernas inquietas

Tratamento da vertigem e sintomas relacionados à perturbação do equilíbrio: como náuseas, vômitos, pré-

síncopes ou síncopes, quedas, zumbidos, hipoacusia, hipersensibilidade a sons, hiperacusia, plenitude aural,

distúrbio da atenção auditiva, diplacusia.

Tratamento da síndrome da boca ardente

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Distúrbio epiléptico

O clonazepam é eficaz no tratamento de crises epilépticas do tipo ausência em pacientes refratários à terapia

convencional.

É também efetivo no controle da epilepsia precipitada por estímulo sensorial, como a epilepsia fotomioclônica

ou epilepsia de “leitura”.1, 2

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

Crises parciais complexas e focais respondem melhor ao clonazepam, em comparação a outros fármacos.

Embora clonazepam seja tão eficaz quanto diazepam no tratamento de status epilepticus, seu uso é limitado, por

causa do efeito depressor no sistema cardiorrespiratório.

Estudos demonstraram que a terapêutica com clonazepam permite a redução ou interrupção de outro

anticonvulsivante já em uso.3, 4, 5

O clonazepam não é efetivo no tratamento de mioclonia pós-anóxica, porém é eficaz na epilepsia mioclônica e

no controle de movimentos mioclônicos com disartria.6, 7

Em crianças, clonazepam é eficaz no tratamento de convulsões motoras menores e crises tipo “pequeno mal”

refratárias nas doses de 0,05 a 0,3 mg/kg/dia, divididas em doses, reduzindo as crises em até 70% dos pacientes.8,

9

Transtornos de ansiedade

A terapêutica com clonazepam é eficaz para o tratamento de transtorno do pânico a curto prazo com ou sem

agorafobia.10

O uso de clonazepam por mais de nove semanas não foi avaliado. A eficácia em crianças abaixo de

18 anos não foi estabelecida.11

O tratamento da fobia com o uso de clonazepam é eficaz.12

Transtornos do humor

Estudos demonstraram que o uso de clonazepam reduz os sintomas de mania em pacientes em surto.13

A terapêutica com clonazepam na dose de 1,5 a 6 mg/dia foi eficaz no tratamento da depressão em 81% dos

casos, com início do efeito ocorrendo a partir da primeira semana de tratamento.14

Quando adicionado à

fluoxetina, o uso de clonazepam na dose de 0,5 a 1 mg, ao deitar-se, mostrou-se superior ao uso de fluoxetina

como monoterapia. Esse efeito foi observado nas primeiras semanas de tratamento.15

Emprego em síndromes psicóticas

A eficácia de clonazepam no tratamento de acatisia tem sido demonstrada em relato de casos.16

Tratamento da síndrome das pernas inquietas

O uso de clonazepam na dose de 0,5 a 2 mg, ao deitar-se, mostrou-se efetivo na síndrome das pernas inquietas,

reduzindo de modo significativo os movimentos das pernas, melhorando assim o padrão de sono analisado por

polissonografia.17

Tratamento da vertigem e sintomas relacionados à perturbação do equilíbrio

O clonazepam é efetivo no tratamento de vertigem e distúrbios de equilíbrio.18

Tratamento da síndrome da boca ardente

O uso de clonazepam no tratamento da síndrome da boca ardente de etiologia desconhecida resultou em melhora

dos sintomas em 70% dos pacientes.19

Referências bibliográficas:

1) Watson P: clonazepam therapy in reading epilepsy. Neurology 1983; 33:117.

2) Lope ES & Tanarro FJH: clonazepam therapy in a case of primary reading epilepsy. Arch Neurol 1982;

39:455.

3) Hall JH & Marshall PC: clonazepam therapy in reading epilepsy. Neurology 1980; 30:550.

4) Rail LR: Treatment of self-induced photic epilepsy. Proc Aust Assoc Neurol 1973; 9:121.

5) Bladin P: The use of clonazepam and anticonvulsan - clinical evaluation. Med J Aust 1973; 1:683.

6) Fazio C, Manfredi M & Piccinelli A: Treatment of epileptic seizures with clonazepam: a reappraisal. Arch

Neurol 1975; 32:304-307.

7) Birket-Smith E, Lund M, Mikkelsen B et al: A controlled trial on RO5-4023 (clonazepam) in the treatment of

psychomotor epilepsy. Acta Neurol Scand 1973; 49(suppl 53):18-25.

8) Mikkelsen B & Birket-Smith E: A clinical study of the benzodiazepine RO5-4023 (clonazepam) in the

treatment of epilepsy. Acta Neurol Scand 1973; 49(suppl 53):91-96.

9) Lehtovaara R: A clinical trial with clonazepam (RO5-4023). Acta Neurol Scand 1973; 49(suppl 53):77.

10) Moroz G & Rosenbaum JF: Efficacy, safety, and gradual discontinuation of clonazepam in panic disorder: a

placebo-controlled, multicenter study using optimized dosages. J Clin Psychiatry 1999; 60:604-612.

11) Kutcher SP & MacKenzie S: Successful clonazepam treatment of adolescents with panic disorder (letter). J

Clin Psychopharmacol 1988; 8:299-301.

12) Connor KM, Davidson JRT, Potts NLS et al: Discontinuation of clonazepam in the treatment of social

phobia. J Clin Psychopharmacol 1998; 18:373-378.

13) Chouinard G, Young SN & Annable L: Antimanic effect of clonazepam. Biologic Psychiatry 1983; 4:451-

466.

14) Kishimoto A, Kamata K, Sugihara T et al: Treatment of depression with clonazepam. Acta Psychiatr Scand

1988; 77:81-86.

15) Smith WT, Londborg PD, Glaudin V et al: Short-term augmentation of fluoxetine with clonazepam in the

treatment of depression: a double-blind study. Am J Psychiatry 1998; 155:1339-1345.

16) Lima AR, Soares-Weiser K, Bacaltchuk J, Barnes TR. Benzodiazepines for neuroleptic-induced acute

akathisia. Cochrane Database Syst Rev. 2002;(1): CD001950. Review.

17) Peled R & Lavie P: Double-blind evaluation of clonazepam on periodic leg movements in sleep. J Neurol

Neurosurg Psychiatry 1987; 50:1679-1681.

18) Ganança MM, Caovilla HH, Ganança FF, Ganança CF, Munhoz MSL, ,Garcia da Silva ML, Serafini F.

clonazepam in the Pharmacological Treatment of Vertigo and Tinnitus. Int. Tinn J 2002,8:50-53.

19) Grushka M, Epstein J, Mott A et al: An open-label, dose escalation pilot study of the effect of clonazepam in

burning mouth syndrome. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 1998; 86:557-561.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

O clonazepam apresenta propriedades farmacológicas comuns aos benzodiazepínicos, que incluem efeitos

anticonvulsivantes, sedativos, relaxantes musculares e ansiolíticos. Assim como acontece com outros

benzodiazepínicos, acredita-se que esses efeitos podem ser mediados principalmente pela inibição pós-sináptica

mediada pelo GABA, embora os dados em animais tenham mostrado adicionalmente um efeito de clonazepam

sobre a serotonina. Os dados em animais e as pesquisas eletroencefalográficas em humanos mostraram que

clonazepam suprime rapidamente muitos tipos de atividade paroxística, incluindo o aparecimento de ondas

pontiagudas e descarga de ondas na ausência de convulsões (pequeno mal), ondas lentas pontiagudas, ondas

pontiagudas generalizadas, espículas temporais ou de outra localização, bem como espículas e ondas irregulares.

As anormalidades generalizadas do eletroencefalograma são suprimidas mais regularmente que as anormalidades

focais. De acordo com esses achados, clonazepam apresenta efeitos benéficos em epilepsias generalizadas e

focais.

Farmacocinética

Absorção

O clonazepam é rapidamente e quase completamente absorvido após administração oral de clonazepam

comprimidos. As concentrações plasmáticas máximas de clonazepam são alcançadas dentro de 1 - 4 horas. A

meia-vida de absorção é de, aproximadamente, 25 minutos. A biodisponibilidade absoluta é 90%. Os

comprimidos de clonazepam são bioequivalentes à solução oral com relação à extensão de absorção do

clonazepam, enquanto a taxa de absorção é ligeiramente mais lenta para os comprimidos.

As concentrações de clonazepam no estado de equilíbrio, para um esquema de administração de uma dose/dia,

são três vezes maiores que aquelas obtidas com uma única dose oral. As taxas previstas de acúmulo para regimes

diários de duas vezes e três vezes são 5 e 7, respectivamente. Após doses orais múltiplas de 2 mg, três vezes ao

dia, as concentrações do estado de equilíbrio pré-dose de clonazepam atingiram uma média de 55 ng/mL. A

relação entre a concentração plasmática e dose administrada de clonazepam é linear. As concentrações

plasmáticas anticonvulsivantes alvo de clonazepam variam de 20 a 70 ng/mL. A concentração plasmática limiar

de clonazepam, em pacientes com doença do pânico, é de, aproximadamente, 17 ng/mL.

Distribuição

O clonazepam distribui-se rapidamente a vários órgãos e tecidos corporais, com captação preferencial pelas

estruturas cerebrais.

O volume médio de distribuição de clonazepam é estimado em cerca de 3 L/kg. A meia-vida de distribuição é

aproximadamente 0,5 – 1 hora. A ligação às proteínas plasmáticas de clonazepam é entre 82% e 86%.

Metabolismo

O clonazepam é eliminado por biotransformação, com a eliminação subsequente de metabólitos na urina e bile.

A biotransformação ocorre, principalmente, pela redução do grupo 7-nitro para o derivado 4-amino. O principal

metabólito é o 7-amino-clonazepam, que tem apresentado apenas discreta atividade anticonvulsivante. Foram

também identificados quatro outros metabólitos que estão presentes em proporção muito pequena: o produto

pode ser acetilado para formar 7-acetamido-clonazepam ou glucuronizado. O 7-acetamido-clonazepam e o 7-

amino-clonazepam podem ser adicionalmente oxidados e conjugados.

Os citocromos P-450 da família 3A desempenham importante papel no metabolismo de clonazepam,

particularmente na nitroredução de clonazepam em metabólitos farmacologicamente inativos.

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

Os metabólitos estão presentes na urina sob a forma livre e como componentes conjugados (glucuronídeo e

sulfato).

Eliminação

A meia-vida de eliminação é de 30 a 40 horas. A depuração é 55 mL/min.

Cinquenta por cento a 70% da dose oral de clonazepam é excretada na urina e 10% a 30% nas fezes, quase

exclusivamente sob a forma livre ou de metabólitos conjugados. Menos de 2% de clonazepam inalterado aparece

na urina.

Os dados disponíveis indicam que a farmacocinética de clonazepam é dose independente. Em voluntários

participantes de estudos com dose múltipla, as concentrações plasmáticas de clonazepam são proporcionais à

dose. A farmacocinética de clonazepam após a administração repetida é previsível por estudos de dose única.

Isso não representa evidência de que clonazepam induz seu próprio metabolismo ou o metabolismo de outros

medicamentos em humanos.

As cinéticas de eliminação em crianças são similares àquelas observadas em adultos.

Farmacocinética em situações clínicas especiais

Não foram realizados estudos controlados para examinar a influência do sexo e idade sobre a farmacocinética de

clonazepam. Não foi estudado o efeito das doenças renais e hepáticas sobre a farmacocinética de clonazepam.

Entretanto, com base nos critérios farmacocinéticos, não há necessidade de ajustes de dose em pacientes com

insuficiência renal.

A meia-vida de eliminação e os valores de depuração em recém-nascidos estão na mesma ordem de magnitude

daqueles relatados em adultos.

A farmacocinética de clonazepam em pacientes idosos não foi estabelecida.

Estudos pré-clínicos

Carcinogenicidade, mutagenicidade, infertilidade: não foram realizados estudos de carcinogenicidade com

clonazepam, porém um estudo com o medicamento oral administrado cronicamente por 18 meses em ratos não

revelou nenhum tipo de tumor relacionado ao clonazepam em doses testadas até 300 mg/kg/dia. Adicionalmente,

não há evidência de potencial mutagênico, conforme confirmado pelos três testes de reparo (rec. Pol, Uvr.) e

testes de reversão (Ames) ambos in vitro ou em ratos (in vitro / in vivo). Em estudo de fertilidade de duas

gerações com clonazepam administrado oralmente para ratos em doses de 10 ou 100 mg/kg/dia, foi constatada

diminuição do número de gravidez e diminuição da sobrevivência de crias até desmamar. Esses efeitos não

foram observados em nível de dose de 5 mg/kg/dia.

Teratogenicidade: não foram observados efeitos adversos maternos ou embriofetais em ratos e camundongos,

após administração de clonazepam oral, durante a organogênese, em doses de até 20 ou 40 mg/kg/dia,

respectivamente. Em vários estudos em coelhos, após administração de doses de clonazepam de até 20

mg/kg/dia, foi observada baixa incidência, não relacionada à dose, de um padrão de malformações similares

[palato fendido, pálpebra aberta, alterações no osso esterno (estérnebra) e imperfeições dos membros].

4. CONTRAINDICAÇÕES

Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com:

• história de hipersensibilidade aos benzodiazepínicos ou a qualquer dos

componentes da fórmula;

• insuficiência respiratória grave;

• insuficiência hepática grave;

• glaucoma agudo de ângulo fechado.

O clonazepam pode ser usado por pacientes com glaucoma de ângulo aberto, desde que estejam recebendo

terapia apropriada.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Considerando que clonazepam causa depressão do sistema nervoso central (SNC), os pacientes que estejam

recebendo este medicamento devem ser advertidos quanto a realizar ocupações perigosas que exijam agilidade

mental, como operar máquinas ou dirigir veículos. Também devem ser advertidos sobre o uso concomitante de

álcool ou outros medicamentos depressores do SNC durante a terapia com clonazepam (vide item “Interações

Medicamentosas”).

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

Em alguns estudos, até 30% dos pacientes apresentaram perda da atividade anticonvulsivante, frequentemente

dentro de três meses iniciais da administração. Em alguns casos, o ajuste de dose pode restabelecer a eficácia.

Quando usado em pacientes nos quais coexistem vários tipos de distúrbios epilépticos, clonazepam pode

aumentar a incidência ou precipitar o aparecimento de crises tônico-clônicas generalizadas (grande mal).

Isso pode requerer a adição de anticonvulsivantes adequados ou aumento de suas dosagens. O uso concomitante

de ácido valproico e clonazepam pode causar estado epiléptico de pequeno mal.

Recomenda-se realizar exames de sangue periódicos e testes da função hepática durante a terapia a longo prazo

com clonazepam.

O clonazepam deve ser usado com especial cautela em pacientes com ataxia cerebelar ou espinal, na

eventualidade de intoxicação aguda com álcool ou drogas e em pacientes com hepatopatias graves (por exemplo,

cirrose hepática). O clonazepam deve ser utilizado com extrema cautela em pacientes com antecedentes de

alcoolismo ou abuso de drogas.

Uso concomitante de álcool / depressores do SNC: o uso concomitante de clonazepam com álcool e/ou

depressores do SNC deve ser evitado. Essa utilização concomitante tem potencial para aumentar os efeitos

clínicos de clonazepam, incluindo possivelmente sedação grave, depressão cardiovascular e/ou respiratória

clinicamente relevante (vide item “Interações Medicamentosas”).

A interrupção abrupta de clonazepam, particularmente naqueles pacientes que recebem terapia a longo prazo e

em doses altas, pode precipitar o estado de mal epiléptico. Portanto, ao descontinuar o clonazepam, é essencial a

descontinuação gradual. Enquanto o clonazepam está sendo descontinuado gradualmente, a substituição

concomitante por outro anticonvulsivante deve ser indicada.

Os metabólitos de clonazepam são excretados pelos rins. Para evitar seu acúmulo excessivo, cuidados especiais

devem ser tomados na administração do medicamento a pacientes com insuficiência renal.

O clonazepam pode causar aumento da salivação e das secreções brônquicas em lactentes e crianças pequenas.

Por isso, recomenda-se especial atenção para manter as vias aéreas livres. Isso deve ser considerado antes da

administração do medicamento a pacientes que têm dificuldade para manipular as secreções. Por essa razão e

pela possibilidade de depressão respiratória, clonazepam deve ser usado com precaução em pacientes com

doenças respiratórias crônicas.

A dose de clonazepam deve ser cuidadosamente ajustada às necessidades individuais em pacientes com doenças

preexistentes do sistema respiratório (por exemplo, doença pulmonar obstrutiva crônica) ou hepáticas e em

pacientes submetidos a tratamento com outros medicamentos de ação central ou agentes anticonvulsivantes

(antiepilépticos) (vide item “Interações Medicamentosas”).

Intolerância à lactose: pacientes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, de deficiência de

Lapp lactase ou de má absorção da glicose/galactose não devem tomar este medicamento.

Porfiria: em pacientes com porfiria, clonazepam tem que ser usado com cuidado porque pode ter um efeito

porfirogênico.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas, quando for o caso

Mesmo quando administrado do modo recomendado, clonazepam pode causar lentidão de reações, de tal modo

que a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas seja alterada. Esse efeito é agravado pelo consumo de

álcool. Portanto, deve-se evitar dirigir, operar máquinas e exercer outras atividades que exigem atenção, pelo

menos nos primeiros dias do tratamento. A decisão sobre essa questão depende do médico e deve ser baseada na

resposta do paciente ao tratamento e na dose recomendada ao paciente.

Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e

atenção podem estar prejudicadas.

Uso em pacientes deprimidos: O clonazepam deve ser administrado com precaução para pacientes que

apresentam sinais ou sintomas de depressão, de maneira similar a outros benzodiazepínicos. Pacientes com

histórico de depressão e/ou tentativa de suicídio devem ser mantidos sob rigorosa supervisão.

Uso em crianças

Por causa da possibilidade de ocorrência de efeitos adversos no desenvolvimento físico e mental tornarem-se

aparentes somente depois de muitos anos, uma avaliação de risco / benefício do uso a longo prazo de

clonazepam é importante em pacientes pediátricos que são tratados por distúrbios epilépticos.

Portanto, recomenda-se especial atenção para manter as vias aéreas livres.

Não há experiência de estudos clínicos com clonazepam em pacientes com distúrbio do pânico com idade

inferior a 18 anos.

Ocorreram sintomas de descontinuação do tipo barbiturato após a descontinuação de benzodiazepínicos (vide

item “Abuso e dependência do medicamento”).

Gestação e lactação

Categoria de risco na gravidez: C.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-

dentista.

O clonazepam somente pode ser administrado durante a gestação se houver indicação absoluta.

Em diversos estudos, foi sugerida malformação congênita associada ao uso de medicamentos benzodiazepínicos

(diazepam e clordiazepóxido). O clonazepam só deve ser administrado a gestantes se os benefícios potenciais

superarem os riscos potenciais para o feto. Deve ser considerada a possibilidade de que uma mulher em idade

fértil pode estar grávida por ocasião do início da terapia. Caso este medicamento seja usado durante a gravidez, a

paciente deve ser avisada do perigo potencial ao feto. As pacientes também devem ser avisadas que, se

engravidarem ou pretenderem engravidar durante a terapia, devem consultar seu médico sobre a possibilidade de

descontinuar o medicamento.

Distúrbio epiléptico

Trabalhos recentes sugerem uma associação entre o uso de medicamentos anticonvulsivantes por mulheres com

epilepsia e a incidência elevada de deficiência congênita nas crianças nascidas dessas mulheres. Os dados são

mais abrangentes em relação à difenil-hidantoína e ao fenobarbital, mas esses também são os anticonvulsivantes

prescritos mais comumente. Relatórios menos sistemáticos ou históricos sugerem uma possível associação

similar com o uso de todos os medicamentos anticonvulsivantes conhecidos.

Os estudos que sugerem uma elevada incidência de deficiências congênitas em crianças nascidas de mulheres

epilépticas tratadas com medicamentos anticonvulsivantes não podem ser considerados adequados para provar

uma relação causa / efeito definitiva. Existem problemas metodológicos intrínsecos para a obtenção de dados

adequados sobre teratogenicidade em humanos. Também existe a possibilidade de outros fatores, por exemplo,

fatores genéticos ou a própria condição epiléptica, que podem ser mais importantes que a terapia com

medicamentos, em relação à causa de defeitos congênitos. A grande maioria das gestantes em uso de medicação

anticonvulsivante gera crianças normais. É importante notar que os medicamentos anticonvulsivantes não devem

ser descontinuados em pacientes para os quais o medicamento é administrado para prevenir ataques epilépticos,

por causa da forte possibilidade de precipitar estados epilépticos, com hipóxia e risco de morte. Em casos

individuais, em que a gravidade e frequência da disfunção epiléptica permitem a interrupção do medicamento,

sem que isso represente sério risco para a paciente, a descontinuação do medicamento pode ser considerada antes

e durante a gravidez, embora não se possa dizer com confiança que mesmo ataques epilépticos moderados não

possam representar perigo para o desenvolvimento do embrião ou feto. Essas informações devem ser

consideradas no tratamento ou aconselhamento de mulheres epilépticas com potencial para engravidar.

A administração de doses elevadas no último trimestre da gestação ou durante o trabalho de parto pode causar

irregularidade nos batimentos cardíacos do feto, hipotermia, hipotonia, depressão respiratória moderada e

dificuldade de sucção no recém-nascido. Deve-se levar em consideração que tanto a gestação quanto a

descontinuação do medicamento podem causar exacerbação da epilepsia.

Lactação

Embora tenha sido mostrado que clonazepam é excretado pelo leite materno apenas em pequenas quantidades, as

mães submetidas ao tratamento com clonazepam não devem amamentar. Se houver absoluta indicação para o

uso do medicamento, o aleitamento deve ser descontinuado.

Mães que recebem clonazepam não devem amamentar seus bebês.

Recomendações gerais

O uso de clonazepam em mulheres em idade fértil deve ser considerado somente quando a situação clínica

permita o risco.

Até o momento, não há informações de que clonazepam possa causar doping.

Abuso e dependência do medicamento

O uso de benzodiazepínicos pode levar ao desenvolvimento de dependência física e psíquica (vide item

“Reações adversas”). O risco de dependência aumenta de acordo com a dose e com a duração do tratamento e

também é maior em pacientes com antecedentes médicos de álcool e/ou abuso de drogas.

Uma vez que a dependência se desenvolve, a descontinuação brusca do tratamento será acompanhada pelos

sintomas de abstinência. Durante tratamentos prolongados, os sintomas de abstinência podem se desenvolver,

especialmente com doses elevadas, quando a dose diária for reduzida rapidamente ou descontinuada

bruscamente. Os sintomas incluem psicoses, distúrbio comportamental, tremor, sudorese, agitação, distúrbios do

sono e ansiedade, cefaleia, dores musculares, câimbras, extrema ansiedade, tensão, cansaço, confusão,

irritabilidade e convulsões, que podem ser associadas à doença de base. Em casos graves, podem ocorrer os

seguintes sintomas: desrealização, despersonalização, hiperacusia, parestesias, hipersensibilidade à luz, ruídos ou

ao contato físico ou alucinações. Uma vez que o risco dos sintomas de abstinência é maior após descontinuação

brusca do tratamento, a retirada brusca do medicamento deve ser evitada, e o tratamento – mesmo de curta

duração – deve ser interrompido pela redução gradativa da dose diária.

Os sintomas de descontinuação mais graves normalmente foram limitados àqueles pacientes que receberam

doses excessivas durante um período de tempo prolongado. Sintomas de descontinuação geralmente moderados

(por exemplo, disforia e insônia) foram relatados após a descontinuação abrupta de benzodiazepínicos

administrados continuamente em níveis terapêuticos durante vários meses. Consequentemente, após a terapia

prolongada, a interrupção abrupta deve ser geralmente evitada, e deve ser realizada diminuição gradual e

programada (vide item “Posologia e Modo de Usar”). Os indivíduos predispostos a adquirir dependência (como

os viciados em drogas ou álcool) devem ser vigiados com cuidado, quando recebem clonazepam ou outros

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

O clonazepam pode ser administrado concomitantemente com um ou mais agentes antiepilépticos. Entretanto, a

inclusão de mais um medicamento ao esquema de tratamento do paciente requer cuidadosa avaliação da resposta

ao tratamento, porque há maior possibilidade de ocorrerem eventos adversos, tais como sedação e apatia. Nesses

casos, a dose de cada medicamento deve ser ajustada, para atingir os efeitos ideais desejados.

Interações farmacocinéticas fármaco / fármaco (IFF): fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, ácido valproico

e divalproato podem aumentar a depuração de clonazepam, reduzindo assim as concentrações plasmáticas de

clonazepam durante o tratamento concomitante.

O clonazepam por si só não induz as enzimas responsáveis pelo seu próprio metabolismo.

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, sertralina e fluoxetina não afetam a farmacocinética de

clonazepam, quando administrados concomitantemente.

A literatura sugere que a ranitidina, um agente que diminui a acidez estomacal, não altera de forma significativa

a farmacocinética de clonazepam.

Interações farmacodinâmicas fármaco / fármaco (IFF): a combinação de clonazepam com ácido valproico

pode causar crises epilépticas do tipo pequeno mal.

Efeitos aumentados sobre a sedação, respiração e hemodinâmica podem ocorrer quando clonazepam é

coadministrado com qualquer agente depressor de ação central, incluindo álcool.

O álcool deve ser evitado por pacientes que recebem clonazepam (vide item “Advertências e Precauções”).

No tratamento combinado de medicamentos de ação central, a dose de cada medicamento deve ser ajustada, para

obter efeito ótimo.

Interações fármaco / alimento: interações com alimentos não foram estabelecidas. Sob condições de sono

laboratorial, cafeína e clonazepam têm efeitos mutuamente antagônicos, não tendo sido encontradas alterações

sobre parâmetros relacionados ao sono (estágio de adormecimento e tempo total do sono), quando esses dois

medicamentos são administrados simultaneamente. O suco de toranja diminui a atividade do citocromo P-450

3A4, que está envolvido no metabolismo de clonazepam, e pode contribuir para o aumento das concentrações

plasmáticas do fármaco.

Interações fármaco / laboratório: interações com testes laboratoriais não foram estabelecidas.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conserve este medicamento em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30 °C). Proteger da luz e manter

em lugar seco.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

Aspecto físico: comprimido circular, branco, biconvexo e monossectado.

Características organolépticas: o comprimido não apresenta características organolépticas marcantes que

permitam sua diferenciação em relação a outros comprimidos.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Modo de usar

Os comprimidos devem ser ingeridos por via oral, com um pouco de líquido não alcoólico.

Posologia padrão

A posologia depende da indicação e deve ser individualizada, de acordo com a resposta clínica, tolerabilidade e

idade do paciente.

Para garantir um ajuste ideal das doses, lactentes devem ser tratados com a forma farmacêutica em gotas

(disponível no mercado). Os comprimidos de 0,5 mg facilitam a administração de doses diárias mais baixas para

adultos nas fases iniciais do tratamento. Recomenda-se, de modo geral, que o tratamento seja iniciado com doses

mais baixas, que poderão ser aumentadas conforme necessário. As doses insuficientes não produzem o efeito

desejado, e, entretanto, doses muito elevadas ou excessivas acentuam os efeitos adversos de clonazepam. Por

isso, o ajuste apropriado da dose deve sempre ser realizado individualmente, de acordo com a indicação.

Uma dose oral única de clonazepam começa a ter efeito dentro de 30 a 60 minutos e continua eficaz por 6 a 8

horas em crianças e 8 a 12 horas em adultos.

Caso o paciente se esqueça de tomar uma dose, nunca se deve dobrar a dose na próxima tomada. Em vez disso,

deve-se apenas continuar com a próxima dose no tempo determinado.

Distúrbios epilépticos

Adultos

A dose inicial para adultos com crises epilépticas não deve exceder 1,5 mg/dia, dividida em três doses. A dose

pode ser aumentada com acréscimos de 0,5 a 1 mg, a cada três dias, até que as crises epilépticas estejam

adequadamente controladas ou até que os efeitos colaterais tornem qualquer incremento adicional intolerável. A

dose de manutenção deve ser individualizada para cada paciente, dependendo da resposta. A dose diária máxima

recomendada é de 20 mg e não deve ser excedida. O uso de múltiplos anticonvulsivantes pode resultar no

aumento dos efeitos adversos depressores. Isso deve ser considerado antes de adicionar o clonazepam ao regime

anticonvulsivante existente.

Recém-nascidos e crianças (até 10 anos de idade ou 30 kg de peso corpóreo)

O clonazepam é administrado por via oral. Para minimizar a sonolência, a dose inicial média para recém-

nascidos e crianças deve estar entre 0,01 e 0,03 mg/kg/dia, porém não deve exceder 0,05 mg/kg/dia , dividido em

duas ou três doses diárias.

A dose não deve ser aumentada em mais que 0,25 a 0,5 mg, a cada três dias, até que seja alcançada a dose diária

de manutenção de 0,1 a 0,2 mg/kg, a não ser que as crises epilépticas estejam controladas ou os efeitos colaterais

sejam intoleráveis.

Crianças com idade entre 10 e 16 anos

Com base nas doses estabelecidas para crianças até 10 anos de idade (ver acima) e para os adultos (ver acima),

recomenda-se para essa faixa etária o seguinte esquema: dose inicial de 1 a 1,5 mg/dia, dividida em 2 a 3 doses.

A dose pode ser aumentada em 0,25 a 0,5 mg, a cada três dias, até que seja atingida a dose de manutenção

individual (usualmente 3 a 6 mg/dia).

Sempre que possível, a dose diária deve ser dividida em três doses iguais. Caso as doses não sejam divididas de

forma equitativa, a maior dose deve ser administrada antes de o paciente se deitar. O nível da dose de

manutenção é atingido após 1 a 3 semanas de tratamento. Quando o nível da dose de manutenção for atingido, a

quantidade diária pode ser administrada em esquema de dose única à noite.

Antes de adicionar clonazepam a um esquema anticonvulsivante preexistente, deve-se considerar que o uso de

múltiplos anticonvulsivantes pode resultar em aumento dos eventos adversos.

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

Tratamento dos transtornos de ansiedade

• Distúrbio do pânico: a dose inicial para adultos com distúrbio do pânico é de 0,5 mg/dia, dividida em duas

doses. A dose pode ser aumentada com acréscimos de 0,25 a 0,5 mg/dia, a cada três dias, até que o distúrbio do

pânico esteja controlado ou até que os efeitos colaterais tornem qualquer acréscimo adicional intolerável. A dose

de manutenção deve ser individualizada para cada paciente, de acordo com a resposta. A maioria dos pacientes

pode esperar o equilíbrio desejado entre a eficácia e os efeitos colaterais com doses de 1 a 2 mg/dia, mas alguns

poderão necessitar de doses de até 4 mg/dia. A administração de uma dose, antes de o paciente se deitar, além de

reduzir a inconveniência da sonolência, pode ser desejável especialmente durante o início do tratamento. O

tratamento deve ser descontinuado gradativamente, com a diminuição de 0,25 mg/dia, a cada três dias, até que o

medicamento seja totalmente descontinuado.

• Nas crises agudas de pânico: deve-se administrar 1 comprimido de clonazepam sublingual. Recomenda-se

que o tempo de permanência sob a língua seja de três minutos, sem deglutir ou mastigar o comprimido.

• Como ansiolítico em geral: 0,25 mg a 4,0 mg/dia. Em geral, a dose recomendada deve variar entre 0,5 a 1,5

mg/dia (dividida em 3 vezes ao dia).

• Tratamento da fobia social: 0,25 mg/dia até 6,0 mg/dia (2,0 mg, 3 vezes ao dia). Em geral, a dose

recomendada deve variar entre 1,0 e 2,5 mg/dia.

Tratamento dos transtornos do humor

• Transtorno afetivo bipolar (tratamento da mania): 1,5 mg a 8 mg/dia. Em geral, a dose recomendada deve

variar entre 2,0 e 4,0 mg/dia.

• Depressão maior (como adjuvante de antidepressivos): 0,5 a 6,0 mg/dia. Em geral, a dose recomendada

deve variar entre 2,0 e 4,0 mg/dia.

Para o emprego em síndromes psicóticas

• Tratamento da acatisia: 0,5 mg a 4,5 mg/dia. Em geral, a dose recomendada deve variar entre 0,5 e 3,0

mg/dia.

Tratamento da síndrome das pernas inquietas: 0,5 mg a 2,0 mg ao dia.

Tratamento dos movimentos periódicos das pernas durante o sono: 0,5 mg a 2,0 mg ao dia.

Tratamento da vertigem e sintomas relacionados à perturbação do equilíbrio, como náuseas, vômitos, pré-

síncopes ou síncopes, quedas, zumbidos, hipoacusia, hipersensibilidade a sons, hiperacusia, plenitude aural,

distúrbio da atenção auditiva, diplacusia e outros: 0,5 mg a 1,0 mg ao dia (duas vezes ao dia). O aumento da dose

não aumenta o efeito antivertiginoso, e doses diárias superiores a 1,0 mg não são recomendáveis, pois podem

exercer efeito contrário, ou seja, piorar a vertigem. O aumento da dose pode ser útil no tratamento de

hipersensibilidade a sons intensos, pressão nos ouvidos e zumbido.

Tratamento da síndrome da boca ardente: 0,25 a 6,0 mg/dia. Em geral, a dose recomendada deve variar entre

1,0 e 2,0 mg/dia.

Uso em idosos

O uso em pacientes idosos não requer adaptação da posologia, recomendando-se as mesmas doses de um adulto,

a menos que outras doenças estejam presentes concomitantemente, e, nesses casos, as precauções e advertências

gerais do uso de clonazepam devem ser respeitadas.

Uso pediátrico

Com relação ao uso pediátrico do produto, considerando a documentação clínica existente, pode-se concluir que

este medicamento pode ser utilizado, com segurança, em pediatria. Tem sido recomendado utilizar doses iniciais

de 0,01 e 0,03 mg/kg/dia, porém sem exceder 0,05 mg/kg/dia, administrado em duas ou três doses.

Instruções especiais de administração

O clonazepam pode ser administrado concomitantemente com um ou mais agentes antiepilépticos, mas, nesse

caso, a dose de cada medicamento deve ser ajustada para atingir o efeito ideal.

Assim como para todos os agentes antiepilépticos, o tratamento com clonazepam não deve ser interrompido

bruscamente. Desse modo, a dose deve ser reduzida gradativamente (vide item “Reações adversas”).

9. REAÇÕES ADVERSAS

Os efeitos colaterais que ocorreram com maior frequência com clonazepam são referentes à depressão do SNC.

Algumas das reações são transitórias e desaparecem espontaneamente no decorrer do tratamento ou com a

redução da dose. Elas podem ser prevenidas parcialmente pelo aumento lento da dose no início do tratamento.

Dados de três estudos clínicos sobre distúrbio do pânico, controlados por placebo, que incluíram 477 pacientes

sob tratamento ativo, estão apresentados na tabela a seguir (Tabela 1). Os eventos adversos que ocorreram em ≥

5% dos pacientes, em, pelo menos, um dos grupos de tratamento ativo, foram incluídos.

Tabela 1 – Eventos adversos ocorridos em ≥ 5% dos pacientes em, pelo menos, um dos grupos

de tratamento ativo

Evento adverso Placebo

(%)

(n = 294)

1 a < 2 mg/dia

(n = 129)

2 a < 3

mg/dia

(n = 113)

> 3 mg/dia

(n = 235)

Sonolência 15,6 42,6 58,4 54,9

Cefaleia 24,8 13,2 15,9 21,3

Infecção de vias aéreas superiores 9,5 11,6 12,4 11,9

Fadiga 5,8 10,1 8,8 9,8

Gripe 7,1 4,7 7,1 9,4

Depressão 2,7 10,1 8,8 9,4

Vertigem 5,4 5,4 12,4 8,9

Irritabilidade 2,7 7,8 5,3 8,5

Insônia 5,1 3,9 8,8 8,1

Ataxia 0,3 0,8 4,4 8,1

Perda do equilíbrio 0,7 0,8 4,4 7,2

Náusea 5,8 10,1 9,7 6,8

Coordenação anormal 0,3 3,1 4,4 6,0

Sensação de cabeça leve 1,0 1,6 6,2 4,7

Sinusite 3,7 3,1 8,0 4,3

Concentração prejudicada 0,3 2,3 5,3 3,8

Pós-comercialização:

Distúrbios do sistema imunológico: foram relatadas reações alérgicas e muito poucos casos de anafilaxia, com

o uso de benzodiazepínicos.

Distúrbios endócrinos: em crianças, foram relatados casos isolados, reversíveis, de desenvolvimento de

características sexuais secundárias prematuramente (puberdade precoce incompleta).

Distúrbios psiquiátricos: foram observados amnésia, alucinações, histeria, libido aumentada ou diminuída,

insônia, psicose, tentativa de suicídio (os efeitos sobre o comportamento podem ocorrer com maior

probabilidade em pacientes com história de distúrbios psiquiátricos), ataque de ansiedade, despersonalização,

disforia, labilidade emocional, distúrbio de memória, desinibição orgânica, ideias suicidas, lamentações,

diminuição da concentração, inquietação, estado confusional e desorientação. Pode ocorrer depressão em

pacientes tratados com clonazepam, a qual também pode estar associada à doença de base. Foram observadas as

seguintes reações paradoxais: excitabilidade, irritabilidade, agressividade, agitação, nervosismo, hostilidade,

ansiedade, distúrbios do sono, pesadelos e sonhos anormais. Em casos raros, pode ocorrer perda da libido.

Dependência e retirada, vide item “Abuso e dependência do medicamento”.

Distúrbios do sistema nervoso: sonolência, lentidão de reações, hipotonia muscular, tonturas, ataxia. Esses

efeitos adversos são relativamente frequentes e geralmente são transitórios, desaparecendo espontaneamente no

decorrer do tratamento ou após redução da dose. Eles podem ser parcialmente evitados, aumentando-se a dose

lentamente no início do tratamento. Em casos raros, observou-se cefaleia. Particularmente no tratamento em

longo prazo ou de alta dose, podem ocorrer distúrbios reversíveis como disartria, diminuição de coordenação de

movimentos (disdiadococinesia), desordem de marcha (ataxia) e nistagmo. A amnésia anterógrada pode ocorrer

durante o uso de benzodiazepinas em doses terapêuticas, e, com as doses mais elevadas, o risco aumenta. Os

efeitos amnésicos podem estar associados com comportamento inadequado. É possível aumento da frequência de

crises convulsivas durante o tratamento de longo prazo com determinadas formas de epilepsia. Também foram

CLONAZEPAM_COM_BPROF_REV01

relatados: afonia, movimentos coreiformes, coma, tremor, hemiparesia, sensação de cabeça leve, letargia e

parestesia.

Distúrbios oculares: distúrbios reversíveis da visão (diplopia) podem ocorrer, particularmente, no tratamento a

longo prazo ou de alta dose. Também foi relatado aparência de “olho vítreo”.

Distúrbios cardiovasculares: palpitações, dor torácica. Foi relatada insuficiência cardíaca, incluindo parada

cardíaca.

Distúrbios do sistema respiratório: congestão pulmonar, rinorreia, respiração ofegante, hipersecreção nas vias

aéreas superiores, infecções das vias aéreas superiores, tosse, bronquite, dispneia, rinite, congestão nasal,

faringite. Pode ocorrer depressão respiratória. Esse efeito pode ser agravado pela obstrução preexistente das vias

aéreas, danos cerebrais ou outras medicações administradas que deprimam a respiração. Como regra geral, esse

efeito pode ser evitado com um cuidadoso ajuste da dose às necessidades individuais. O clonazepam pode causar

aumento da produção de saliva ou de secreção brônquica em lactentes e crianças. Recomenda-se particular

atenção à manutenção das vias aéreas livres nesses pacientes.

Distúrbios gastrintestinais: anorexia, língua saburrosa, obstipação, diarreia, boca seca, encoprese, gastrite,

hepatomegalia, apetite aumentado, gengivas doloridas, desconforto ou dor abdominal, inflamação gastrintestinal,

odontalgia. Em casos raros, foram relatados náuseas e sintomas epigástricos.

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo: urticária, prurido, erupção cutânea, perda de cabelo transitória,

hirsutismo, edema facial e do tornozelo e alterações da pigmentação podem ocorrer em casos raros.

Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo: fraqueza muscular. Esse efeito adverso ocorre

relativamente de forma frequente e geralmente é transitório, desaparecendo espontaneamente no decorrer do

tratamento ou após redução da dose. Pode ser parcialmente evitado, aumentando-se a dose lentamente no início

do tratamento. Podem ocorrer dores, lombalgia, fratura traumática, mialgia, nucalgia, deslocamentos e tensões.

Distúrbios renais e urinários: disúria, enurese, noctúria, retenção urinária, cistite, infecção do trato urinário.

Em casos raros, pode ocorrer incontinência urinária.

Distúrbios do sistema reprodutivo: dismenorreia, diminuição de interesse sexual (diminuição de libido). Em

casos raros, pode ocorrer disfunção erétil.

Perturbações gerais: fadiga (cansaço, estafa). Esse efeito adverso ocorre relativamente de forma frequente e

geralmente é transitório, desaparecendo espontaneamente no decorrer do tratamento ou após redução da dose.

Pode ser parcialmente evitado, aumentado-se a dose lentamente no início do tratamento. Reações paradoxais,

incluindo irritabilidade, foram observadas (vide item “Distúrbios psiquiátricos”).

Lesões, envenenamento: existem relatos de quedas e fraturas em pacientes sob uso de benzodiazepínicos. O

risco é maior em pacientes que recebem, concomitantemente, sedativos (incluindo bebidas alcoólicas) e em

pacientes idosos.

Exames complementares: pode ocorrer plaquetopenia, em casos raros. Foram observadas anemia, leucopenia,

eosinofilia, elevações temporárias das transaminases séricas e da fosfatase alcalina.

Distúrbios do ouvido: otite, vertigem.

Diversos: desidratação, deterioração geral, febre, linfadenopatia, ganho ou perda de peso, infecção viral.

A experiência no tratamento de crises epilépticas demonstrou a ocorrência de sonolência em, aproximadamente,

50% dos pacientes e ataxia em, aproximadamente, 30%. Em alguns casos, esses sintomas e sinais podem

diminuir com o tempo. Foram observados problemas comportamentais em, aproximadamente, 25% dos

pacientes.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

10. SUPERDOSE

Sintomas

Os benzodiazepínicos geralmente causam sonolência, ataxia, disartria e nistagmo. A superdose de clonazepam

está raramente associada com risco de morte, caso o medicamento tenha sido tomado isoladamente, mas pode

levar à arreflexia, apneia, hipotensão arterial, depressão cardiorrespiratória e coma. Se ocorrer coma,

normalmente tem duração de poucas horas; porém, pode ser prolongado e cíclico, particularmente em pacientes

idosos. Os efeitos de depressão respiratória por benzodiazepínicos são mais sérios em pacientes com doença

respiratória.

Os benzodiazepínicos aumentam os efeitos de outros depressores do sistema nervoso central, incluindo o álcool.

Tratamento

Monitoramento dos sinais vitais e medidas de suporte devem ser instituídos, conforme o estado clínico do

paciente. Em particular, os pacientes podem necessitar de tratamento sintomático dos efeitos cardiorrespiratórios

ou dos efeitos do sistema nervoso central.

Uma absorção posterior deve ser evitada, utilizando um método apropriado, por exemplo, tratamento em 1 a 2

horas com carvão ativado. Se for utilizado carvão ativado, é imperativo proteger as vias aéreas de pacientes

sonolentos. Em caso de ingestão mista, deve-se considerar a lavagem gástrica. Entretanto, esse procedimento não

deve ser considerado como uma medida de rotina.

Se a depressão do sistema nervoso central for grave, deve-se levar em consideração o uso de flumazenil

(disponível no mercado) um antagonista específico do receptor benzodiazepínico. Flumazenil deve ser

administrado apenas sob rigorosas condições de monitoramento. Flumazenil possui meia-vida curta (cerca de

uma hora). Portanto, os pacientes que receberam flumazenil precisarão de monitoramento após a diminuição dos

seus efeitos. Flumazenil deve ser usado com extrema precaução na presença de medicamentos que reduzem o

limiar de convulsões (por exemplo, antidepressivos tricíclicos). Consulte a bula de flumazenil (disponível no

mercado) para mais informações sobre o uso correto desse medicamento.

Advertência

O antagonista do benzodiazepínico, flumazenil, não é indicado a pacientes com epilepsia que foram tratados com

benzodiazepínicos. O antagonismo dos efeitos benzodiazepínicos em tais pacientes pode provocar convulsões.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.