Bula do Cloridrato de Ciprofloxacino para o Profissional

Bula do Cloridrato de Ciprofloxacino produzido pelo laboratorio Multilab Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Cloridrato de Ciprofloxacino
Multilab Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO CLORIDRATO DE CIPROFLOXACINO PARA O PROFISSIONAL

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 1

cloridrato de ciprofloxacino

Multilab Ind. e Com. de Produtos Farmacêuticos Ltda

Comprimidos Revestidos

500 mg

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monoidratado

“Medicamento genérico Lei nº. 9.787 de 1999”

________________________________________________________________________________

FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO

Comprimidos revestidos de 500 mg – Embalagem com 14 comprimidos revestidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido contém:

cloridrato de ciprofloxacino monoidratado ................................ 582 mg

(equivalente a 500 mg de ciprofloxacino)

excipiente …..........................q.s.p..................................... 1 comprimido

(celulose microcristalina, crospovidona, amido pré-gelatinizado, dióxido de silício, estearato de

magnésio, hipromelose, dióxido de titânio, macrogol, álcool isopropílico e água purificada)

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Adultos:

Infecções complicadas e não complicadas causadas por microrganismos sensíveis ao

ciprofloxacino:

- Trato respiratório: cloridrato de ciprofloxacino pode ser considerado como tratamento

recomendável em casos de pneumonias causadas por Klebsiella spp., Enterobacter spp., Proteus

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spp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Haemophillus spp., Moraxella catarrhalis,

Legionella spp. e Staphylococci. O cloridrato de ciprofloxacino não deve ser usado como

medicamento de primeira escolha no tratamento de pacientes ambulatoriais com pneumonia

causada por Pneumococcus.

- ouvido médio (otite média) e dos seios paranasais (sinusite), especialmente se a infecção for

causada por organismos gram-negativos, inclusive Pseudomonas aeruginosa ou Staphylococci;

- olhos;

- rins e/ou do trato urinário eferente;

- órgãos genitais, inclusive anexite, gonorreia e prostatite;

- cavidade abdominal (por exemplo, infecções bacterianas do trato gastrintestinal ou do trato biliar e

peritonite).

- pele e de tecidos moles;

- ossos e articulações;

- sepse.

Infecção ou risco iminente de infecção (profilaxia) em pacientes com sistema imunológico

comprometido (por exemplo, pacientes em uso de imunossupressores ou pacientes neutropênicos).

Descontaminação intestinal seletiva em pacientes sob tratamento com imunossupressores.

Crianças

No tratamento da exacerbação pulmonar aguda de fibrose cística, associada à infecção por

Pseudomonas aeruginosa, em pacientes pediátricos de 5 a 17 anos de idade. Os estudos clínicos em

crianças foram realizados na indicação acima. Para outras indicações clínicas a experiência é

limitada. Não se recomenda, portanto, o uso do ciprofloxacino para outras indicações diferentes da

mencionada acima. O tratamento deve ser iniciado somente após cuidadosa avaliação dos riscos e

benefícios, pela possibilidade de reações adversas nas articulações e nos tecidos adjacentes.

Antraz por inalação (após exposição) em adultos e crianças:

Para reduzir a incidência ou progressão da doença após exposição ao Bacillus anthracis

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aerossolizado.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Os resultados das experiências clínicas realizadas e documentadas demonstraram que os

microrganismos causadores das infecções foram erradicados em 81,9% dos casos.

Clinicamente, quase 94,2% dos pacientes apresentaram melhora acentuada ou recuperação

completa.

Os resultados das pesquisas clínicas confirmam a excelente atividade in vitro do cloridrato de

ciprofloxacino. Os microrganismos mais comuns foram E. coli e Pseudomonas aeruginosa. Os

percentuais de erradicação para os patógenos gram-negativos, tais como a E. coli (95%) Proteus sp

(97 - 100%), Salmonella sp (100%), Haemophilus influenzae (95%) e também para os organismos

gram-positivos, Streptococcus pneumoniae (>80%) e Staphylococcus sp (>90%) em particular,

juntamente com os resultados favoráveis contra Pseudomonas aeruginosa (74%), alcançados com

tratamento via oral, demonstram o amplo espectro de atividade do cloridrato de ciprofloxacino.

Os índices de cura ou melhora das condições clínicas encontrados nas diferentes infecções foram os

seguintes:

Trato respiratório inferior e superior ............................ > 85%

Trato urinário não complicadas .................................... > 90%

Trato urinário complicadas ..................................... 97 - 100%

Pele e tecidos moles ......................................................... 90%

Ossos e articulações ......................................................... 75%

Gastrintestinais ............................................................. 100%

Bacteremia/septicemia ..................................................... 94%

Ginecológicas ................................................................... 92%

Otite maligna externa ...................................................... 90%

Prostatite crônica ..................................................... 84 – 91%

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3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

O ciprofloxacino é um agente antibacteriano quinolônico sintético, de amplo espectro (código ATC:

J01MA02).

Mecanismo de Ação

O ciprofloxacino tem atividade in vitro contra uma ampla gama de microrganismos gram-negativos

e gram-positivos. A ação bactericida do ciprofloxacino resulta da inibição da topoisomerase

bacteriana do tipo II (DNA girase) e topoisomerase IV, necessárias para a replicação, transcrição,

reparo e recombinação do DNA bacteriano.

Mecanismo de Resistência

A resistência in vitro ao ciprofloxacino é frequente por mutação das topoisomerases bacterianas e se

desenvolve lentamente em várias etapas. A resistência ao ciprofloxacino devida a mutações

espontâneas ocorre com uma frequência entre <10-9

e 10-6

. A resistência cruzada entre as

fluoroquinolonas aparece, quando a resistência surge por mutação. As mutações únicas podem

reduzir a sensibilidade, em lugar de produzir resistência clínica, mas as mutações múltiplas, em

geral levam à resistência clínica ao ciprofloxacino e à resistência cruzada entre as quinolonas. A

impermeabilidade bacteriana e/ou expressão das bombas de efluxo podem afetar a sensibilidade ao

ciprofloxacino. Está relatada resistência mediada por plasmídeos e codificada por gene qnr. Os

mecanismos de resistência que inativam as penicilinas, as cefalosporinas, os aminoglicosídeos, os

macrolídeos e as tetraciclinas podem não interferir na atividade antibacteriana do ciprofloxacino e

não se conhece nenhuma resistência cruzada entre o ciprofloxacino e outros grupos

antimicrobianos. Os microrganismos resistentes a esses medicamentos podem ser sensíveis ao

ciprofloxacino.

A concentração bactericida mínima (CBM) geralmente não excede a concentração inibitória

mínima (CIM) em mais que o dobro.

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Sensibilidade in vitro ao ciprofloxacino

A prevalência da resistência adquirida pode variar segundo a região geográfica e o tempo para

determinadas espécies, e é desejável dispor de informação local de resistência, principalmente

quando se tratar de infecções graves. Quando necessário, deve-se solicitar o conselho de um

especialista se a prevalência local da resistência é tal que seja questionada a utilidade do preparado,

pelo menos frente a determinados tipos de infecção.

O ciprofloxacino tem mostrado atividade in vitro contra cepas sensíveis dos seguintes

microrganismos:

Microrganismos gram-positivos aeróbios: Bacillus anthracis, Enterococcus faecalis (muitas

cepas são somente moderadamente sensíveis), Staphylococcus aureus (isolados sensíveis à

meticilina), Staphylococcus saprophyticus, Streptococcus pneumoniae.

Microrganismos gram-negativos aeróbios:

Burkholderia cepacia, Klebsiella pneumoniae, Providencia spp., Campylobacter spp., Klebsiella

oxytoca, Pseudomonas aeruginosa, Citrobacter freudii, Moraxella catarrhalis, Pseudomonas

fluorescens, Enterobacter aerogenes, Morganella morganii, Serratia marcescens, Enterobacter

cloacae, Neisseria gonorrhoeae, Shigella spp., Escherichia coli, Proteus mirabilis, Haemophillus

influenzae, Proteus vulgaris.

Os seguintes microrganismos mostram um grau variável de sensibilidade ao ciprofloxacino:

Burkholderia cepacia, Campylobacter spp., Enterococcus faecalis, Morganella morganii, Neisseria

gonorrhoeae, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas fluorescens, Serratia

marcescens.

Os seguintes microrganismos são considerados intrinsecamente resistentes ao ciprofloxacino:

Staphylococcus aureus (resistente à meticilina) e Stenotrophomonas maltophilia.

O ciprofloxacino mostra atividade contra Bacillus anthracis tanto in vitro, como quando se medem

os valores séricos como marcador sucedâneo.

Inalação de antraz – Informação adicional

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As concentrações séricas de ciprofloxacino atingidas em humanos servem como um indicativo

razoavelmente adequado para prever o benefício clínico e fornecem a base para esta indicação.

Em adultos e crianças tratados por via oral e endovenosa, as concentrações de ciprofloxacino

atingem ou superam as concentrações séricas médias de ciprofloxacino que proporcionam melhora

estatisticamente significativa de sobrevida de macacos Rhesus no modelo de inalação de antraz

(veja o item “Posologia e modo de usar”).

Foi realizado um estudo controlado com placebo em macacos Rhesus expostos a uma dose média

inalada de 11 DL50 (~5,5 x 105

) esporos (faixa de 5-30 DL50) de Bacillus anthracis. A concentração

inibitória mínima (CIM) de ciprofloxacino para a cepa de antraz usada no estudo foi 0,08 mcg/mL.

As concentrações séricas médias de ciprofloxacino alcançadas no Tmáx esperado (1 hora após a

dose) por via oral (até alcançar o estado de equilíbrio), variaram de 0,98 a 1,69 mcg/mL. As

concentrações mínimas médias no estado de equilíbrio, 12 horas após a dose, variaram de 0,12 a

0,19 mcg/mL. A mortalidade ao antraz nos animais que receberam um regime de 30 dias de

ciprofloxacino oral, iniciando 24 horas após a exposição, foi significativamente menor (1/9) que no

grupo placebo (9/10) [p = 0,001]. No único animal tratado que não resistiu ao antraz, o óbito

ocorreu após o período de 30 dias de administração do medicamento.

Propriedades farmacocinéticas

A farmacocinética do ciprofloxacino foi avaliada em diferentes populações humanas. A

concentração sérica máxima média no estado de equilíbrio obtida em humanos adultos tratados com

500 mg por via oral de 12 em 12 horas é de 2,97 mcg/mL, sendo de 4,56 mcg/mL após

administração intravenosa de 400 mg de 12 em 12 horas. A concentração sérica mínima média no

estado de equilíbrio em ambos os esquemas é 0,2 mcg/mL. Em um estudo de 10 pacientes

pediátricos de 6 a 16 anos, a concentração plasmática máxima média alcançada foi de 8,3 mcg/mL e

a concentração mínima variou de 0,09 a 0,26 mcg/mL após administração de duas infusões

intravenosas de 30 minutos de 10 mg/kg, com intervalo de 12 horas. Após a segunda infusão

intravenosa, os pacientes passaram a receber 15 mg/kg por via oral de 12 em 12 horas, tendo-se

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atingido a concentração máxima média de 3,6 mcg/mL após a primeira dose oral. Os dados de

segurança de longo prazo com administração de ciprofloxacino a pacientes pediátricos, incluindo os

efeitos na cartilagem, são limitados. (veja o item “Advertências e Precauções”).

- Absorção

Após a administração oral de doses únicas de 250 mg, 500 mg e 750 mg de comprimidos

revestidos, o ciprofloxacino é absorvido rápida e amplamente principalmente através do intestino

delgado, atingindo as concentrações séricas máximas 1 a 2 horas depois.

A biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 70 – 80%. As concentrações séricas máximas

(Cmáx) e as áreas totais sob as curvas das concentrações séricas em relação ao tempo (AUC)

aumentaram proporcionalmente às doses.

- Distribuição

A ligação proteica do ciprofloxacino é baixa (20 – 30%) e a substância no plasma encontra-se

fundamentalmente sob a forma não ionizada. O ciprofloxacino pode difundir-se livremente para o

espaço extravascular. O grande volume de distribuição no estado de equilíbrio, de 2-3 L/kg de peso

corpóreo, mostra que o ciprofloxacino penetra nos tecidos e atinge concentrações que claramente

excedem os valores séricos correspondentes.

- Metabolismo

Foram relatadas pequenas concentrações de 4 metabólitos, identificados como

desetilenociprofloxacino (M1), sulfociprofloxacino (M2), oxociprofloxacino (M3) e

formilciprofloxacino (M4). M1 a M3 apresentam atividade antibacteriana in vitro comparável ou

inferior à do ácido nalidíxico. O M4, o menor em quantidade, apresenta atividade antimicrobiana in

vitro quase equivalente à do norfloxacino.

- Eliminação

O ciprofloxacino é amplamente excretado sob forma inalterada pelos rins e, em menor extensão, por

via extrarrenal.

- Crianças

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Em um estudo com crianças, a Cmáx e a AUC não foram dependentes da idade. Nenhum aumento

notável de Cmáx e AUC foi observado com doses múltiplas (10 mg/kg/3 x dia).

Em 10 crianças menores de 1 ano com septicemia grave, a Cmáx foi de 6,1 mg/L (faixa de 4,6 – 8,3

mg/L) após infusão intravenosa de 10 mg/kg durante 1 hora; e 7,2 mg/L (faixa 4,7 –11,8 mg/L) em

crianças de 1 a 5 anos. Os valores da AUC foram de 17,4 mg•h/L (faixa 11,8 – 32,0 mg•h/L) e de

16,5 mg•h/L (faixa 11,0 – 23,8 mg•h/L) nas respectivas faixas etárias. Esses valores estão dentro da

faixa relatada para adultos tratados com doses terapêuticas. Com base na análise farmacocinética da

população pediátrica com infecções diversas, a meia-vida média esperada em crianças é de

aproximadamente 4 a 5 horas.

Dados Pré-Clínicos de Segurança

- Toxicidade aguda

A toxicidade aguda do ciprofloxacino após a administração oral pode ser classificada como muito

baixa. Dependendo da espécie, a DL50 após infusão intravenosa é 125-290 mg/kg.

- Toxicidade Crônica

Estudos de Tolerabilidade Crônica acima de 6 meses

Administração oral: doses até e iguais a 500 mg/kg e 30 mg/kg foram toleradas sem danos por

ratos e macacos, respectivamente. Em alguns macacos no grupo de dose máxima (90 mg/kg) foram

observadas alterações nos túbulos renais distais.

Administração parenteral: no grupo de macacos tratados com dose mais alta (20 mg/kg) foram

detectadas concentrações de ureia e creatinina levemente elevadas e alterações nos túbulos renais

distais.

- Carcinogenicidade

Nos estudos de carcinogenicidade em camundongos (21 meses) e ratos (24 meses) tratados com

doses de até aproximadamente 1000 mg/kg de peso corporal/dia em camundongos e 125 mg/kg de

peso corporal/dia em ratos (aumentada para 250 mg/kg de peso corporal/dia após 22 semanas), não

se evidenciou potencial carcinogênico de qualquer das doses avaliadas.

- Toxicologia da reprodução

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Estudos de fertilidade em ratas: o ciprofloxacino não modificou a fertilidade, o desenvolvimento

intrauterino e pós-natal das crias, nem a fertilidade da geração F1.

Estudos de embriotoxicidade: não se observou indício de qualquer embriotoxicidade ou

teratogenicidade do ciprofloxacino.

Desenvolvimento perinatal e pós-natal em ratas: não se detectaram efeitos no desenvolvimento

perinatal ou pós-natal dos animais. A pesquisa histológica ao fim do período de criação não revelou

nenhum sinal de dano articular nas crias.

- Mutagenicidade

Foram realizados oito estudos sobre mutagenicidade in vitro com o ciprofloxacino.

Embora dois dos oito ensaios in vitro [Ensaio de mutação de células de linfoma de camundongos e

o Ensaio de reparo de hepatócitos de ratos em cultivo primário (UDS)] tenham apresentado

resultados positivos, todos os sistemas de testes in vivo que cobriam todos os aspectos relevantes

resultaram negativos.

- Estudos de tolerabilidade articular

Assim como outros inibidores da girase, o ciprofloxacino causa danos nas grandes articulações que

suportam peso em animais imaturos. O grau da lesão articular varia de acordo com a idade, espécie

e dose; a lesão pode ser reduzida eliminando-se a carga articular. Os estudos com animais adultos

(rato, cão) não evidenciaram lesões nas cartilagens. Em um estudo com cães jovens Beagle, o

ciprofloxacino em altas doses (1,3 a 3,5 vezes a dose terapêutica), causou lesões articulares após

duas semanas de tratamento, que ainda estavam presentes após 5 meses. Com doses terapêuticas

não se observaram esses efeitos.

4. CONTRAINDICAÇÕES

Hipersensibilidade ao ciprofloxacino, a outro derivado quinolônico ou a qualquer componente da

fórmula (veja “Composição”).

A administração concomitante de ciprofloxacino e tizanidina (veja “Interações Medicamentosas”).

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5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

- Infecções graves e/ou infecções por bactérias anaeróbias ou Gram-positivas: Para o

tratamento de infecções graves, infecções por Staphylococcus e infecções envolvendo bactérias

anaeróbias, cloridrato de ciprofloxacino deve ser utilizado em associação a um antibiótico

apropriado.

- Infecções por Streptococcus pneumoniae: O cloridrato de ciprofloxacino não é recomendado

para o tratamento de infecções pneumocócicas devido à eficácia limitada contra Streptococcus

pneumoniae.

- Infecções do trato genital: As infecções do trato genital podem ser causadas por isolados de

Neisseria gonorrhoeae resistentes à fluoroquinolona. Em infecções do trato genital que tem ou

podem ter causa ligada à Neisseria gonorrhoeae, é muito importante obter informações locais sobre

a prevalência de resistência ao ciprofloxacino e confirmar a sensibilidade por meio de exames

laboratoriais.

- Distúrbios cardíacos: O cloridrato de ciprofloxacino está associado a casos de prolongamento de

QT (veja o item “Reações Adversas”). As mulheres podem ser mais sensíveis aos medicamentos

que prolonguem o QTc, uma vez que tendem a ter intervalo QTc basal mais longo em comparação

aos homens. Pacientes idosos também podem ser mais sensíveis aos efeitos associados ao

medicamento sobre o intervalo QT. Deve-se ter cautela ao utilizar cloridrato de ciprofloxacino

concomitantemente com medicamentos que podem resultar em prolongamento do intervalo QT (por

exemplo, antiarrítmicos de classe III ou IA, antidepressivos tricíclicos, macrolídeos, antipsicóticos)

(veja “Interações Medicamentosas”) ou em pacientes com fatores de risco para prolongamento QT

ou “torsades de pointes” (por exemplo, síndrome congênita de QT longo, desequilíbrio eletrolítico

não corrigido assim como hipocalemia ou hipomagnesemia e doenças cardíacas como insuficiência

cardíaca, infarto do miocárdio ou bradicardia).

- Hipersensibilidade: Em alguns casos podem ocorrer reações alérgicas e de hipersensibilidade

após uma única dose (veja “Reações Adversas”), devendo o paciente informar ao médico

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imediatamente. Em casos muito raros reações anafiláticas /anafilactoides podem progredir para um

estado de choque, com risco para a vida, em alguns casos após a primeira administração (veja

“Reações Adversas”). Em tais circunstâncias, a administração de cloridrato de ciprofloxacino deve

ser interrompida e instituir-se tratamento médico adequado (por exemplo, tratamento para choque).

- Sistema gastrintestinal: Se ocorrer diarreia grave e persistente durante ou após o tratamento,

deve-se consultar um médico, já que esse sintoma pode ocultar uma doença intestinal grave (colite

pseudomembranosa com risco para a vida com possível evolução fatal), que exige tratamento

adequado imediato (veja “Reações Adversas”). Nesses casos, o cloridrato de ciprofloxacino deve

ser descontinuado e deve ser iniciado tratamento terapêutico apropriado (por exemplo, vancomicina

por via oral, na dose de 250 mg, quatro vezes por dia). Medicamentos que inibem o peristaltismo

são contraindicados nesta situação.

- Sistema hepatobiliar: Casos de necrose hepática e insuficiência hepática com risco para a vida

têm sido relatados com cloridrato de ciprofloxacino. No caso de qualquer sinal ou sintoma de

doença hepática (como anorexia, icterícia, urina escura, prurido ou abdômen tenso) o tratamento

deverá ser descontinuado (veja “Reações Adversas”).

Pode ocorrer um aumento temporário das transaminases, de fosfatase alcalina ou icterícia

colestática, especialmente em pacientes com doença hepática precedente que forem tratados com

cloridrato de ciprofloxacino (veja “Reações Adversas”).

- Sistema musculoesquelético: O cloridrato de ciprofloxacino deve ser utilizado com cuidado em

pacientes com miastenia grave, uma vez que os sintomas podem ser exarcebados.

Podem ocorrer tendinite e ruptura do tendão (predominantemente do tendão de Aquiles), algumas

vezes bilateral, com cloridrato de ciprofloxacino, mesmo dentro das primeiras 48 horas de

tratamento. Podem ocorrer inflamação e ruptura de tendão mesmo até vários meses após a

descontinuação da terapia com cloridrato de ciprofloxacino. O risco de tendinopatia pode estar

aumentado em pacientes idosos ou pacientes tratados concomitantemente com corticosteroides.

Ao primeiro sinal de tendinite (por exemplo, distensão dolorosa, inflamação), deve-se consultar um

médico e suspender o tratamento com o antibiótico. Deve-se manter em repouso a extremidade

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 13

afetada e evitar exercícios físicos inadequados (pois do contrário, aumentará o risco de ruptura de

tendão). O cloridrato de ciprofloxacino deve ser usado com cuidado em pacientes com antecedentes

de distúrbios de tendão relacionados com tratamento quinolônico.

- Sistema nervoso: O cloridrato de ciprofloxacino, como outras fluoroquinolonas, é conhecido por

desencadear convulsões ou diminuir o limiar convulsivo.

Em pacientes portadores de epilepsia ou com distúrbios do sistema nervoso central (SNC) (por

exemplo, limiar convulsivo reduzido, antecedentes de convulsão, redução do fluxo sanguíneo

cerebral, lesão cerebral ou acidente vascular cerebral), cloridrato de ciprofloxacino deve ser

administrado somente se os benefícios do tratamento forem superiores aos possíveis riscos, por

eventuais efeitos indesejáveis sobre o SNC.

Casos de estados epiléticos foram relatados (veja “Reações Adversas”). Se ocorrerem convulsões,

cloridrato de ciprofloxacino deve ser descontinuado.

Podem ocorrer reações psiquiátricas após a primeira administração de fluoroquinolonas, incluindo

cloridrato de ciprofloxacino. Em casos raros, depressão ou reações psicóticas podem evoluir para

ideias/pensamentos suicidas e comportamento autodestrutivo, como tentativa de suicídio ou suicídio

(veja “Reações Adversas”). Caso o paciente desenvolva qualquer uma destas reações, cloridrato de

ciprofloxacino deve ser descontinuado e medidas apropriadas devem ser instituídas.

Têm sido relatados casos de polineuropatia sensorial ou sensoriomotora, resultando em parestesias,

hipoestesias, disestesias ou fraqueza em pacientes recebendo fluorquinolonas, incluindo cloridrato

de ciprofloxacino. Pacientes em tratamento com cloridrato de ciprofloxacino devem ser orientados a

informar seu médico antes de continuar o tratamento se desenvolverem sintomas de neuropatia tais

como dor, queimação, formigamento, dormência ou fraqueza. (veja “Reações Adversas”).

- Pele e anexos: O ciprofloxacino pode induzir reações de fotossensibilidade na pele. Portanto,

pacientes que utilizam cloridrato de ciprofloxacino devem evitar a exposição direta e excessiva ao

sol ou à luz ultravioleta. O tratamento deve ser descontinuado se ocorrer fotossensibilização (por

exemplo, reações tipo queimadura solar) (veja “Reações Adversas”).

- Citocromo P450: O ciprofloxacino é conhecido como inibidor moderado das enzimas do CYP

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4501A2. Deve-se ter cuidado quando outros medicamentos metabolizados pela mesma via

enzimática são administrados concomitantemente (por exemplo, tizanidina, teofilina, metilxantinas,

cafeína, duloxetina, ropinirol, clozapina, olanzapina).

Pode-se observar um aumento das concentrações plasmáticas associado a efeitos indesejáveis

específicos da droga devido à inibição de sua depuração metabólica pelo ciprofloxacino (veja

“Interações Medicamentosas”).

Os pacientes devem ser orientados a procurar um oftalmologista imediatamente em caso de

alterações na visão ou algum sintoma ocular.

- Efeitos sobre a habilidade para dirigir veículos e operar máquinas: As fluoroquinolonas,

incluindo o ciprofloxacino, podem afetar a habilidade do paciente para dirigir veículos ou operar

máquinas devido a reações do SNC (veja “Reações Adversas”). Tal fato ocorre principalmente com

a ingestão concomitante de álcool.

Gravidez e lactação

Gravidez

Os dados disponíveis do uso de ciprofloxacino em mulheres grávidas não indicam malformação

nem toxicidade fetal/neonatal. Estudos em animais não indicaram toxicidade reprodutiva. Baseado

em estudos em animais não se pode excluir que o medicamento possa causar danos à cartilagem

articular no organismo fetal imaturo (veja “Dados Pré-Clínicos de Segurança”), portanto, o uso de

cloridrato de ciprofloxacino não é recomendado durante a gravidez.

Estudos feitos com animais não evidenciaram efeitos teratogênicos (malformações) (veja “Dados

Pré-Clínicos de Segurança”).

Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação

médica ou do cirurgião-dentista.

Lactação

O ciprofloxacino é excretado no leite materno. Devido ao potencial risco de dano articular, o uso de

cloridrato de ciprofloxacino não é recomendado durante a amamentação (veja “Dados Pré-Clínicos

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 15

de Segurança”).

Uso em idosos

Vide “Posologia – Idosos”.

Uso em crianças e adolescentes

Como outras drogas de sua classe, o ciprofloxacino demonstrou ser causa de artropatia em

articulações que suportam peso em animais imaturos. A análise dos dados de segurança disponíveis

a respeito do uso do ciprofloxacino em pacientes com menos de 18 anos de idade, em sua maioria,

portadores de fibrose cística, não revelou qualquer evidência de danos a cartilagens ou articulações.

Não se recomenda o uso de ciprofloxacino em outras indicações que não o tratamento da

exacerbação pulmonar aguda da fibrose cística associada à infecção por Pseudomonas aeruginosa

(5 – 17 anos) e o tratamento de inalação de antraz (após exposição). A experiência clínica em outras

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

- Medicamentos conhecidos por prolongarem o intervalo QT: cloridrato de ciprofloxacino como

outras fluoroquinolonas, deve ser utilizado com cautela em pacientes que estejam recebendo

medicamentos conhecidos por prolongarem o intervalo QT (por exemplo, antiarrítmicos classes IA

e III, antidepressivos tricíclicos, macrolídeos, antipsicóticos) (veja “Advertências e Precauções”).

- Formação de quelatos: A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino e

medicamentos contendo cátions polivalentes, suplementos minerais (por exemplo, cálcio, magnésio,

alumínio, ferro), polímeros ligantes de fosfato (por exemplo, sevelâmer, carbonato de lantânio),

sucralfato ou antiácidos e medicamentos altamente tamponados (por exemplo, comprimidos de

didanosina) contendo magnésio, alumínio, ou cálcio, reduz a absorção do ciprofloxacino. Portanto,

cloridrato de ciprofloxacino deve ser administrado de 1 a 2 horas antes ou pelo menos 4 horas após

essas preparações.

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 16

Essa restrição não se aplica aos antiácidos da categoria dos bloqueadores do receptor H2.

- Alimentos e produtos lácteos: A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino e

laticínios ou bebidas enriquecidas com minerais (por exemplo, leite, iogurte, suco de laranja

enriquecido com cálcio) deve ser evitada porque a absorção do ciprofloxacino pode ser reduzida.

Contudo, o cálcio da dieta, proveniente da alimentação normal, não afeta significativamente a

absorção.

- probenecida: A probenecida interfere na secreção renal do ciprofloxacino. A administração

concomitante de medicamentos contendo probenecida e cloridrato de ciprofloxacino aumenta a

concentração sérica de ciprofloxacino.

- metoclopramida: A metoclopramida acelera a absorção de ciprofloxacino, reduzindo o tempo

para atingir as concentrações plasmáticas máximas. Não se observou efeito sobre a

biodisponibilidade do ciprofloxacino.

- omeprazol: A administração concomitante de ciprofloxacino e medicamentos contendo

omeprazol reduz ligeiramente a Cmax e a AUC do ciprofloxacino.

- tizanidina: Em um estudo clínico com voluntários sadios houve um aumento nas concentrações

séricas de tizanidina (aumento da Cmáx: 7 vezes, variação: 4 a 21 vezes; aumento da AUC: 10 vezes,

variação: 6 a 24 vezes) quando administrada concomitantemente com ciprofloxacino. Houve

potencialização do efeito hipotensivo e sedativo relacionada ao aumento das concentrações séricas.

(veja Citocromo P450 em “Advertências e Precauções”). Medicamentos contendo tizanidina não

devem ser administrados com cloridrato de ciprofloxacino (veja ”Contraindicações”).

- teofilina: A administração concomitante de ciprofloxacino e medicamentos contendo teofilina

pode produzir aumento indesejável das concentrações séricas de teofilina. Isto pode causar efeitos

indesejáveis induzidos pela teofilina. Em casos muito raros, esses efeitos indesejáveis podem pôr a

vida em risco ou ser fatais. Quando o uso da associação for inevitável, as concentrações séricas da

teofilina deverão ser cuidadosamente monitoradas e sua dose reduzida convenientemente (veja

Citocromo P450 em “Advertências e Precauções”).

- Outros derivados de xantina: Foi relatado que a administração concomitante de ciprofloxacino e

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 17

medicamentos contendo cafeína ou pentoxifilina (oxpentifilina) elevou a concentração sérica destes

derivados de xantina.

- fenitoína: Nível sérico alterado (diminuído ou aumentado) de fenitoína foi observado em

pacientes recebendo cloridrato de ciprofloxacino e fenitoína concomitantemente. É recomendado o

monitoramento da terapia com fenitoína, incluindo medições de concentração sérica de fenitoína,

durante e imediatamente após a coadministração de cloridrato de ciprofloxacino e fenitoína, para

evitar a perda do controle das convulsões associadas aos níveis diminuídos de fenitoína e para evitar

reações adversas relacionadas à superdose de fenitoína quando cloridrato de ciprofloxacino é

descontinuado em pacientes que estejam recebendo ambos.

- metotrexato: A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino pode inibir o

transporte tubular renal do metotrexato, podendo potencialmente aumentar os níveis plasmáticos

deste, o que pode aumentar o risco de reações tóxicas associadas ao metotrexato. Portanto, deve-se

monitorar cuidadosamente pacientes tratados com metotrexato, se for indicada terapia simultânea

com cloridrato de ciprofloxacino.

- Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs): Estudos realizados com animais demonstraram que

a associação de doses altas de quinolonas (inibidores da girase) e de certos anti-inflamatórios não-

esteroides (exceto o ácido acetilsalicílico) pode provocar convulsões.

- ciclosporina: A administração simultânea de ciprofloxacino e medicamentos contendo

ciclosporina aumentou transitoriamente a concentração de creatinina sérica. Portanto, é necessário

controlar frequentemente (duas vezes por semana) a concentração de creatinina sérica nesses

pacientes.

- Antagonistas da vitamina K: A administração simultânea de cloridrato de ciprofloxacino com

antagonistas da vitamina K pode aumentar seus efeitos anticoagulantes. O risco pode variar

conforme a infecção subjacente, idade e condição geral do paciente de modo que a contribuição do

ciprofloxacino para elevar a RNI (razão normalizada internacional) torna-se difícil de ser avaliada.

A RNI deve ser frequentemente monitorada durante e logo após a coadministração de cloridrato de

ciprofloxacino com antagonistas da vitamina K (por exemplo, varfarina, acenocumarol,

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 18

femprocumona ou fluindiona).

- Agentes antidiabéticos orais: Tem sido relatada hipoglicemia quando cloridrato de

ciprofloxacino e antidiabéticos orais, principalmente sulfonilureias (por exemplo, glibenclamida,

glimepirida), foram coadministradas, possivelmente por intensificar a ação do antidiabético oral

(veja “Reações Adversas”).

- duloxetina: Estudos clínicos demonstraram que a administração concomitante de duloxetina com

fortes inibidores da isoenzima CYP450 1A2, tais como a fluvoxamina, pode aumentar a AUC e

Cmáx da duloxetina. Embora nenhum dado clínico esteja disponível sobre uma possível interação

com ciprofloxacino, efeito similar pode ser esperado da administração concomitante (veja

- ropinirol: Em um estudo clínico mostrou-se que o uso concomitante de ciprofloxacino e ropinirol,

um inibidor moderado da isoenzima 1A2 do citocromo P450, aumenta a Cmáx e AUC de ropinirol

em 60% e 84%, respectivamente. É recomendado monitorar adequadamente os efeitos indesejáveis

e realizar o ajuste de dose de ropinirol durante e logo após a coadministração com cloridrato de

ciprofloxacino (veja Citocromo P450 em “Advertências e Precauções”).

- lidocaína: Comprovou-se em indivíduos sadios que o uso concomitante de medicamentos

contendo lidocaína com ciprofloxacino, um inibidor moderado da isoenzima 1A2 do citocromo

P450, reduz a depuração da lidocaína administrada por via intravenosa em cerca de 22%. O

tratamento com lidocaína foi bem tolerado, contudo pode ocorrer uma interação com o

ciprofloxacino se administrado concomitantemente, acompanhado de efeitos secundários.

- clozapina: A concentração sérica da clozapina e da N-desmetilclozapina aumentou em 29% e

31%, respectivamente, após administração simultânea de ciprofloxacino 250 mg com clozapina

durante 7 dias. Recomenda-se realizar monitoramento clínico e ajuste de dose de clozapina

apropriadamente durante e logo após a coadministração com cloridrato de ciprofloxacino (veja

- sildenafila: Após administração oral de 50 mg de sildenafila concomitantemente com 500 mg de

ciprofloxacino, a Cmáx e AUC de sildenafila foram aumentadas aproximadamente duas vezes em

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 19

indivíduos sadios. Portanto, deve-se ter cautela ao prescrever o uso concomitante de cloridrato de

ciprofloxacino e sildenafila, considerando os riscos e benefícios.

Interações com exames

A potência do ciprofloxacino in vitro pode interferir no teste de cultura de Mycobacterium

tuberculosis pela supressão do crescimento micobacteriano, causando resultado falso negativo em

espécimes de pacientes que estejam fazendo uso de cloridrato de ciprofloxacino.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente, entre 15 e 30 °C.

O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem

original.

Características organolépticas:

O cloridrato de ciprofloxacino é um comprimido revestido, oblongo e de cor branca.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

MODO DE USAR

Para uso oral.

Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros, com um pouco de líquido, independentemente das

refeições. Quando ingeridos com o estômago vazio, a substância ativa é absorvida mais

rapidamente. Os comprimidos não devem ser administrados com produtos lácteos ou bebidas

enriquecidas com minerais (por exemplo, leite, iogurte, suco de laranja enriquecido com cálcio)

(veja “Interações Medicamentosas”). No entanto, o cálcio contido na dieta alimentar não afeta

significativamente a absorção de ciprofloxacino.

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 20

Se pela gravidade de sua doença ou por qualquer outro motivo o paciente não estiver apto a ingerir

comprimidos (por exemplo, pacientes sob nutrição enteral), recomenda-se iniciar a terapia com

ciprofloxacino injetável. Após a administração intravenosa, pode-se dar continuidade ao tratamento

por via oral (terapia sequencial).

Duração do tratamento

A duração do tratamento depende da gravidade da doença e do curso clínico e bacteriológico. É

essencial manter-se o tratamento durante pelo menos 3 dias após o desaparecimento da febre e dos

sintomas clínicos. Duração média do tratamento em adultos: 1 dia nos casos de gonorreia aguda não

complicada e cistite; até 7 dias nos casos de infecção renal, do trato urinário e cavidade abdominal;

durante todo o período neutropênico em pacientes com defesas orgânicas debilitadas; máximo de 2

meses nos casos de osteomielite; 7 a 14 dias em todas as outras infecções.

Nas infecções estreptocócicas, o tratamento deve durar pelo menos 10 dias, pelo risco de

complicações posteriores.

As infecções causadas por Chlamydia spp. também devem ser tratadas durante um período mínimo

de 10 dias.

Antraz (após exposição) em adultos e crianças: A duração total do tratamento para exposição ao

antraz por inalação (após exposição) com ciprofloxacino é de 60 dias.

Crianças e Adolescentes

Nos casos de exacerbação pulmonar aguda de fibrose cística, associada à infecção por

Pseudomonas aeruginosa, em pacientes pediátricos com idade entre 5 e 17 anos, a duração do

tratamento deve ser de 10 a 14 dias.

POSOLOGIA

Salvo prescrição médica contrária, recomendam-se as seguintes doses:

Adultos:

Dose diária recomendada de ciprofloxacino oral em adultos:

Indicações Dose diária para adultos de ciprofloxacino (mg) via oral

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Infecções do trato respiratório

(dependendo da gravidade e do microrganismo)

2 x 250 a 500 mg

Infecções do trato

urinário:

- aguda não complicada;

1 a 2 x 250 mg

- cistite em mulheres

(antes da menopausa);

dose única 250 mg

- complicada 2 x 250 a 500 mg

Gonorreia:

- extragenital;

- aguda não complicada.

Diarreia 1 a 2 x 500 mg

Outras infecções (vide indicações) 2 x 500 mg

Infecções graves, com risco de vida:

Principalmente quando causadas por Pseudomonas,

Staphylococcus ou Streptococcus.

- pneumonia estreptocócica

- infecções recorrentes em fibrose cística

- infecções ósseas e das articulações

- septicemia

- peritonite

2 x 750 mg

Crianças e Adolescentes – fibrose cística

Dados clínicos e farmacocinéticos dão suporte ao uso de ciprofloxacino em pacientes pediátricos

com fibrose cística (idade entre 5 e 17 anos) e com exacerbação pulmonar aguda associada à

infecção por Pseudomonas aeruginosa, na dose oral de 20 mg de ciprofloxacino/kg de peso

corporal, duas vezes por dia (dose máxima diária de 1.500 mg de ciprofloxacino).

Antraz por inalação (após exposição) em Adultos e Crianças

Adultos: Administração oral: 500 mg de ciprofloxacino, duas vezes por dia.

Crianças: Administração oral: 15 mg de ciprofloxacino/kg de peso corporal, duas vezes por dia.

Não se deve exceder o teto máximo de 500 mg por dose (dose diária máxima: 1000 mg). A

administração do medicamento deve começar o mais rapidamente possível após suspeita ou

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 22

confirmação de exposição.

Informações adicionais para populações especiais

Idosos

Os pacientes idosos devem receber doses tão reduzidas quanto possíveis, dependendo da gravidade

da doença e da depuração de creatinina. (veja, “Pacientes com insuficiência renal ou hepática”).

Posologia na insuficiência renal ou hepática

Adultos

- Pacientes com insuficiência renal

Para pacientes com depuração de creatinina entre 30 e 50 mL/min/1,73 m2

(insuficiência renal

moderada) ou concentração de creatinina sérica entre 1,4 e 1,9 mg/100 mL a dose máxima diária de

cloridrato de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 1000 mg/dia.

Para pacientes com depuração de creatinina inferior a 30 mL/min/1,73 m2

grave) ou concentração de creatinina sérica igual ou superior a 2,0 mg/100 mL a dose máxima

diária de cloridrato de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 500 mg/dia.

- Pacientes com insuficiência renal em hemodiálise

ciprofloxacino por via oral deverá ser de 1.000 mg.

diária de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 500 mg, nos dias de diálise, após o procedimento.

- Pacientes com insuficiência renal em diálise peritonial ambulatorial contínua (DPAC)

A dose diária máxima de ciprofloxacino deve ser de 500 mg (1 comprimido revestido de 500 mg ou

2 comprimidos revestidos de 250 mg).

- Pacientes com insuficiência hepática

Não há necessidade de ajuste de dose em pacientes com insuficiência hepática.

- Pacientes com insuficiência renal e hepática

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 23

diária de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 500 mg.

Crianças

Doses em crianças com função renal e/ou hepática alteradas não foram estudadas.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Resumo do perfil de segurança:

As reações adversas relatadas com base em todos os estudos clínicos com ciprofloxacino (oral e

parenteral) classificadas por categoria de frequência segundo CIOMS III estão listadas abaixo

(Total n= 51.621).

Lista de reações adversas

As frequências das reações adversas relatadas com cloridrato de ciprofloxacino estão resumidas na

tabela abaixo. Dentro dos grupos de frequência, as reações adversas estão apresentadas em ordem

decrescente de gravidade.

Frequências são definidas como:

muito comum (≥ 1/10)

comum (≥ 1/100 a < 1/10)

incomum (≥ 1/1.000 a ≤ 1/100)

rara (≥ 1/10.000 a ≤ 1/1.000)

muito rara (≤ 1/10.000)

As reações adversas identificadas apenas durante a observação pós-comercialização e, para as quais

a frequência não pode ser estimada, estão listadas como “Frequência desconhecida”.

Infecções e infestações:

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 24

Reações incomuns: superinfecções micóticas.

Reações raras: colite associada a antibiótico (muito raramente com possível evolução fatal).

Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático:

Reações incomuns: eosinofilia.

Reações raras: leucopenia, anemia, neutropenia, leucocitose, trombocitopenia e plaquetose.

Reações muito raras: anemia hemolítica, agranulocitose, pancitopenia (com risco para a vida) e

depressão da medula óssea (com risco para a vida).

Distúrbios do sistema imunológico:

Reações raras: reação alérgica e edema alérgico/angioedema.

Reações muito raras: reação anafilática, choque anafilático (com risco para a vida) e reações

similares à doença do soro.

Distúrbios metabólicos e nutricionais:

Reações incomuns: apetite e ingestão de alimentos diminuídos.

Reações Raras: hiperglicemia, hipoglicemia.

Distúrbios psiquiátricos:

Reações incomuns: hiperatividade psicomotora/agitação.

Reações raras: confusão e desorientação, reação de ansiedade, sonhos anormais, depressão

(potencialmente culminando em comportamento autodestrutivo como ideias / pensamentos suicidas,

tentativa de suicídio ou suicídio) e alucinações.

Reações muito raras: reações psicóticas (potencialmente culminando em comportamento

autodestrutivo como ideias/pensamentos suicidas, tentativa de suicídio ou suicídio).

Distúrbios do sistema nervoso:

Reações incomuns: cefaleia, tontura, distúrbios do sono e alterações do paladar.

Reações raras: parestesia e disestesia, hipoestesia, tremores, convulsões (incluindo estado epilético)

e vertigem.

Reações muito raras: enxaqueca, transtornos da coordenação, alterações do olfato, hiperestesia e

hipertensão intracraniana (pseudotumor cerebral).

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 25

Frequência desconhecida: neuropatia periférica e polineuropatia.

Distúrbios visuais:

Reações raras: distúrbios visuais.

Reações muito raras: distorção visual das cores.

Distúrbios da audição e labirinto:

Reações raras: zumbido e perda da audição.

Reações muito raras: alteração da audição.

Distúrbios cardíacos:

Reações raras: taquicardia.

Frequência desconhecida: prolongamento do intervalo QT, arritmia ventricular, “torsades de

pointes”*.

Distúrbios vasculares:

Reações raras: vasodilatação, hipotensão e síncope.

Reações muito raras: vasculite.

Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastínicos:

Reações raras: dispneia (incluindo condições asmáticas).

Distúrbios gastrintestinais:

Reações comuns: náusea e diarreia.

Reações incomuns: vômito, dores gastrintestinais e abdominais, dispepsia e flatulência.

Reações muito raras: pancreatite.

Distúrbios hepatobiliares:

Reações incomuns: aumento das transaminases e aumento da bilirrubina.

Reações raras: disfunção hepática, icterícia e hepatite (não infecciosa).

Reações muito raras: necrose hepática (muito raramente progredindo para insuficiência hepática

com risco para a vida).

Distúrbios da pele e dos tecidos subcutâneos:

Reações incomuns: rash cutâneo, prurido e urticária.

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 26

Reações raras: reações de fotossensibilidade e vesículas.

Reações muito raras: petéquias, eritema multiforme, eritema nodoso, síndrome de Stevens-Johnson

(potencialmente com risco para a vida) e necrólise epidérmica tóxica (potencialmente com risco

para a vida).

Frequência desconhecida: pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA).

Distúrbios ósseos e do tecido conectivo e musculoesquelético

Reações incomuns: artralgia.

Reações raras: mialgia, artrite, aumento do tônus muscular e cãibras.

Reações muito raras: fraqueza muscular, tendinite, ruptura de tendão (predominantemente do tendão

de Aquiles) e exacerbação dos sintomas de miastenia grave.

Distúrbios renais e urinários:

Reações incomuns: disfunção renal.

Reações raras: insuficiência renal, hematúria, cristalúria e nefrite túbulointersticial.

Distúrbios gerais:

Reações incomuns: dor inespecífica, mal estar geral e febre.

Reações raras: edema e sudorese (hiperidrose).

Reações muito raras: alteração da marcha.

Investigações:

Reações incomuns: aumento da fosfatase alcalina no sangue.

Reações raras: nível anormal de protrombina e aumento da amilase.

Frequência desconhecidas: aumento da razão normalizada internacional (RNI) (em pacientes

tratados com antagonistas de vitamina K).

*Estas reações foram relatadas durante o período de observação pós-comercialização e foram

observadas predominantemente entre pacientes com mais fatores de risco para prolongamento do

intervalo QT (veja “Advertências e Precauções”).

As seguintes reações adversas tiveram categoria de frequência mais elevada nos subgrupos de

pacientes recebendo tratamento intravenoso ou sequencial (intravenoso para oral):

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 27

Comum: Vômito, aumento transitório das transaminases, rash cutâneo.

Incomum: Trombocitopenia, plaquetose, confusão e desorientação, alucinações,

parestesia, disestesia, convulsão, vertigem, distúrbios visuais, perda de audição,

taquicardia, vasodilatação, hipotensão, alteração hepática transitória, icterícia,

insuficiência renal, edema.

Raras: Pancitopenia, depressão da medula óssea, choque anafilático, reações

psicóticas, enxaqueca, distúrbios do olfato, alteração da audição, vasculite,

pancreatite, necrose hepática, petéquias, ruptura de tendão.

Crianças

A incidência de artropatia, mencionada acima, refere-se a dados coletados em estudos com adultos.

Em crianças, artropatia é relatada frequentemente (veja o item “Advertências e Precauções”).

Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

10. SUPERDOSE

Em casos de superdose oral aguda, tem-se registrado ocorrência de toxicidade renal reversível.

Além das medidas habituais de emergência, recomenda-se monitorar a função renal, incluindo pH

urinário e acidez, se necessário, para prevenir cristalúria. Os pacientes devem ser mantidos bem

hidratados. Antiácidos contendo cálcio ou magnésio podem reduzir a absorção de ciprofloxacino na

superdose. Apenas uma pequena quantidade do ciprofloxacino (menos de 10%) é eliminada por

hemodiálise ou diálise peritoneal.

Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

REV A – Bula Profissional – cloridrato de ciprofloxacino 500mg 28

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.