Bula do Cloridrato de Irinotecano produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
para o Paciente com todas as informações sobre este medicamento
Cloridrato de irinotecano tri‐hidratado
Eurofarma Laboratorios S.A.
Bula para paciente
Solução injetável
20 mg/mL
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RDC Nº 47 de 08/09/2009
cloridrato de irinotecano tri-hidratado
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
Solução injetável
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES:
Solução injetável, 20 mg/mL. Embalagens contendo 1 frasco-ampola com 2 mL e/ou 1 e 10 frasco(s)-ampola
com 5 mL.
USO ADULTO
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: INFUSÃO INTRAVENOSA
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO
Composição:
Cada 1 mL de solução injetável contém:
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado............................................................................................................20 mg*
excipientes q.s.p..................................................................................................................................................1 mL
Excipientes: sorbitol, ácido lático, hidróxido de sódio e água para injetável.
*Equivalente a 17,33 mg de irinotecano.
INFORMAÇÕES AO PACIENTE
USO RESTRITO A HOSPITAIS
Este produto é de uso restrito a hospitais ou ambulatórios especializados e deve ser manipulado apenas
por pessoal treinado.
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado, solução injetável é indicado como agente único ou combinado no
tratamento de pacientes com:
_ Carcinoma metastático do cólon ou reto não tratado previamente;
_ Carcinoma metastático do cólon ou reto que tenha recorrido (voltado) ou progredido (piorado) após terapia
anterior com 5-fluoruracila;
_ Neoplasia pulmonar de células pequenas e não pequenas;
_ Neoplasia de colo de útero;
_ Neoplasia de ovário;
_ Neoplasia gástrica recorrente ou inoperável.
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado está indicado para tratamento como agente único de pacientes com:
_ Neoplasia de mama inoperável ou recorrente;
_ Carcinoma de células escamosas da pele;
_ Linfoma maligno.
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado é um agente antineoplásico (medicamento usado no tratamento de
neoplasia) que age interagindo com a enzima topoisomerase I, uma enzima importante no processo de
multiplicação das células. O bloqueio desta enzima causa um erro no funcionamento das células tumorais,
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levando-as a morte. As concentrações máximas do metabólito ativo (da substância ativa) de cloridrato de
irinotecano tri-hidratado são atingidas, geralmente, dentro de 1 hora após o término de uma infusão de 90
minutos do produto.
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade (alergia) conhecida
ao fármaco ou a qualquer componente da fórmula.
Administração: cloridrato de irinotecano tri-hidratado deve ser administrado obrigatoriamente sob a supervisão
de um médico com experiência no uso de agentes quimioterápicos (medicamentos) para neoplasia.
O uso de cloridrato de irinotecano tri-hidratado nas situações a seguir deve ser avaliado através da análise dos
benefícios e riscos esperados, e indicado quando os benefícios superarem os possíveis riscos:
_ em pacientes que apresentam um fator de risco (particularmente os com performance status = 2 OMS) (índice
que reflete o estado geral do paciente).
_ em raros casos, onde os pacientes apresentam recomendações relacionadas ao controle de eventos adversos
(necessidade de tratamento imediato e prolongado contra diarreia combinado a alto consumo de líquido no início
da diarreia tardia). Recomenda-se supervisão hospitalar a tais pacientes.
Sintomas colinérgicos: os pacientes podem apresentar sintomas colinérgicos (sintomas desencadeados devido à
liberação de substâncias chamadas neurotransmissores que controlam várias funções do organismo) como rinite,
salivação aumentada, miose (fechamento da pupila), lacrimejamento, diaforese (aumento da produção de suor),
rubor (vasodilatação), bradicardia (diminuição na frequência cardíaca) e aumento do peristaltismo (movimento)
intestinal que pode causar cólicas abdominais e diarreia em fase inicial da administração (por ex.: diarréia
ocorrendo geralmente durante ou até 8 horas da administração de cloridrato de irinotecano tri-hidratado). Esses
sintomas podem ser observados durante, ou logo após, a infusão de cloridrato de irinotecano tri-hidratado,
devendo ocorrer mais frequentemente com doses mais altas. Em pacientes com sintomas colinérgicos a
administração terapêutica, ou profilática, de atropina 0,25 a 1 mg por via intravenosa ou subcutânea deve ser
considerada (a não ser que contraindicada clinicamente). A definição do uso dessa medicação cabe ao médico
que está acompanhando o paciente.
Extravasamento: embora cloridrato de irinotecano tri-hidratado não seja, sabidamente, vesicante (irritante da
veia onde o produto está sendo infundido), deve-se tomar cuidado para evitar extravasamento (infusão da
medicação fora da veia) e observar o local da infusão quanto a sinais inflamatórios (aumento de calor local,
avermelhamento, dor). Caso ocorra extravasamento, recomenda-se infusão para “lavar” o local de acesso e
aplicação de gelo.
Hepático: em estudos clínicos (estudos realizados para avaliar o medicamento) foram observadas, em menos de
10% dos pacientes, anormalidades das enzimas hepáticas (testes que avaliam a função do fígado). Esses eventos
ocorrem tipicamente em pacientes com metástases hepáticas conhecidas e não estão claramente relacionados ao
cloridrato de irinotecano tri-hidratado.
Hematológico: o cloridrato de irinotecano tri-hidratado frequentemente causa diminuição do número de células
do sistema de defesa do organismo e anemia, inclusive graves, devendo ser evitado em pacientes com
insuficiência aguda (mau
funcionamento agudo) grave da medula óssea (órgão responsável pela produção das células sanguíneas). A
trombocitopenia (queda na contagem de plaquetas, (células sanguíneas responsáveis pela coagulação)) grave é
incomum. Nos estudos clínicos, a frequência de neutropenia (diminuição de um tipo de células de defesa no
sangue: neutrófilos) foi significativamente maior em pacientes que haviam recebido previamente
irradiação(radioterapia) pélvica/abdominal do que naqueles que não haviam recebido tal irradiação.
Neutropenia febril (pacientes com diminuição do número de neutrófilos, que evoluíram com febre) ocorreu em
menos de 10% dos pacientes nos estudos clínicos. Mortes devido à sepse após neutropenia grave foram relatadas
em pacientes tratados com cloridrato de irinotecano tri-hidratado . A terapia com cloridrato de irinotecano tri-
hidratado deve ser temporariamente descontinuada caso ocorra neutropenia febril ou se a contagem absoluta de
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neutrófilos cair abaixo de 1000/mm3. A dose do produto deve ser reduzida no caso de ocorrência de neutropenia
não febril clinicamente significativa.
Pacientes com atividade de UGT1A1 reduzida: dados de uma revisão de estudos indicaram que indivíduos com
síndrome Crigler-Najjar (tipos 1 e 2) ou aqueles considerados homozigóticos (que têm genes iguais para uma
certa característica) para o par de genes UGT1A1*28 (síndrome de Gilbert) correm um risco elevado de
toxicidade no sangue após a administração de doses moderada a altas de irinotecano tri-hidratado. A relação
entre o genótipo (o que está definido nos genes de cada pessoa) UGT1A1 e a indução de diarreia pelo
irinotecano tri-hidratado não foi estabelecida.
Em pacientes homozigóticos (que têm genes iguais para uma certa característica) para UGT1A1*28 deve ser
admnistrada a dose inicial normal indicada para irinotecano tri-hidratado. Entretanto, estes pacientes devem ser
monitorados quanto à toxicidade no sangue. Uma dose inicial reduzida de irinotecano tri-hidratado deve ser
considerada em pacientes que já tenham sofrido toxicidade no sangue com tratamento anterior. A redução exata
da dose inicial nesses pacientes
não foi estabelecida e quaisquer modificações de dose subsequente, devem ser baseadas na tolerância individual
do paciente ao tratamento.
Reações de hipersensibilidade: foram relatadas reações de hipersensibilidade (alergia), inclusive reações
anafilática/anafilactoide graves (reação alérgica grave).
Efeitos imunossupressores/ Aumento da suscetibilidade a infecções: a administração de vacinas com
microorganismos vivos ou atenuados (mortos ou inativados) em pacientes imunocomprometidos por agentes
quimioterápicos, incluindo cloridrato de irinotecano tri-hidratado, pode resultar em infecções graves ou fatais. A
vacinação com vacinas contendo microorganismos vivos deve ser evitada em pacientes recebendo cloridrato de
irinotecano tri-hidratado. As vacinas com microorganismos mortos ou inativados podem ser administradas, no
entanto, a resposta a esta vacina pode ser diminuída.
Diarreia tardia: a diarreia tardia (aquela que ocorre mais de 8 horas após a administração do produto) pode ser
prolongada e pode levar à desidratação, desequilíbrio eletrolítico (dos eletrólitos – substâncias como sódio e
potássio- presentes no sangue) ou sepse (infecção grave com comprometimento de vários órgãos), constituindo
um risco de morte potencial. Nos estudos clínicos que testaram o esquema posológico a cada 3 semanas, a
diarreia tardia surgiu, em média, após 5 dias da infusão de cloridrato de irinotecano tri-hidratado . Nos estudos
que avaliaram a posologia semanal, este intervalo médio foi de 11 dias. Nos pacientes que começaram o
tratamento com a dose semanal de 125 mg/m2, o tempo médio de duração de qualquer grau de diarreia tardia foi
de 3 dias. Nos pacientes tratados com a dose semanal de 125 mg/m2 que tiveram diarreia mais intensa, o tempo
médio de duração de todo o episódio de diarreia foi de 7 dias. Resultados de um estudo de um esquema semanal
de tratamento não demonstraram diferença na taxa de diarreia tardia em pacientes com 65 anos ou mais em
relação a pacientes com menos de 65 anos. Entretanto, pacientes com 65 anos ou mais, devem ser monitorados
de perto devido ao risco aumentado de diarreia precoce observada nesta população. Ulceração (formação de
feridas) do cólon (do intestino grosso), algumas vezes com sangramento, foi observada em associação à diarreia
induzida pelo irinotecano.
Se ocorrer diarreia, o médico responsável deve ser avisado e ele tomará as medidas necessárias. A diarreia tardia
deve ser tratada com loperamida imediatamente após observar-se o primeiro episódio de fezes amolecidas, ou
malformadas, ou ainda, na ocorrência de evacuações em frequência maior do que a esperada. Em caso de
desidratação, devem ser realizadas reposições hídrica (de água) e eletrolítica (de eletrólitos, substâncias como
sódio e potássio), através de soro caseiro ou preparações semelhantes. Se os pacientes apresentarem íleo
paralítico (parada dos movimentos intestinais), febre ou neutropenia (diminuição de um tipo de células de defesa
no sangue: neutrófilos) grave, tratamento de suporte com antibióticos deve ser administrado. Além do tratamento
antibiótico, a hospitalização é recomendada para o tratamento de diarreia, nos seguintes casos:
- diarreia com febre;
- diarreia grave (requerendo hidratação intravenosa);
- pacientes com vômito associado à diarreia tardia;
- diarreia persistindo por cerca de 48 horas após o início da terapia com altas doses de loperamida.
Após o primeiro ciclo de tratamento, os ciclos quimioterápicos semanais subsequentes só devem ser iniciados
quando a função intestinal (número e quantidade de evacuações) do paciente retornar ao padrão pré- -tratamento
por, pelo menos, 24 horas sem a necessidade de medicação antidiarreica. Se ocorrer diarreia grave a
administração de cloridrato de irinotecano tri-hidratado deve ser descontinuada e retomada em dose reduzida
assim que o paciente se recuperar.
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Doença inflamatória crônica e/ou obstrução intestinal: em caso de obstrução intestinal os pacientes não devem
ser tratados com cloridrato de irinotecano tri-hidratado.
Náuseas e vômitos: cloridrato de irinotecano tri-hidratado é emetogênico (provoca vômito), como os quadros de
náuseas e vômitos podem ser intensos ocorrendo geralmente, durante ou logo após a infusão do cloridrato de
irinotecano tri-hidratado, recomenda-se que os pacientes recebam antieméticos (medicamentos que combatem
náusea e vômitos) pelo menos 30 minutos antes da infusão de cloridrato de irinotecano tri-hidratado. O médico
também deve considerar a utilização subsequente de esquema de tratamento antiemético se necessário. Pacientes
com vômito associado à diarreia tardia devem ser hospitalizados assim que possível para tratamento.
Neurológico: tontura foi observada e pode, algumas vezes, representar evidência sintomática de hipotensão
ortostática (queda da pressão arterial relacionada a posição em pé) em pacientes com desidratação.
Renal: elevações dos níveis séricos (no sangue) de creatinina ou ureia (substâncias que indicam a função renal)
foram observadas. Ocorreram casos de insuficiência renal aguda (prejuízo na função dos rins). Esses eventos
foram atribuídos a complicações infecciosas ou à desidratação, relacionada à náusea, vômitos ou diarreia. Há
raros relatos de disfunção renal (mau funcionamento dos rins) decorrente de síndrome de lise tumoral (série de
alterações do organismo decorrentes da morte e destruição das células tumorais).
Respiratório: observou-se um tipo de dispneia (falta de ar); mas é desconhecido o quanto doenças pré- -
existentes e/ou envolvimento pulmonar maligno (presença de tumor no pulmão) contribuem para o quadro. Em
estudos iniciais no Japão, pequena porcentagem dos pacientes evoluiu com uma síndrome pulmonar, com
potencial de morte, que se apresenta através de dispneia, febre e de um padrão reticulonodular na radiografia de
tórax (padrão de radiografia de tórax). Porém, o quanto o cloridrato de irinotecano tri-hidratado contribuiu para
estes eventos é desconhecido, pois os pacientes também apresentavam tumores pulmonares e, alguns, doença
pulmonar não maligna preexistente.
Doença pulmonar intersticial (tipo de comprometimento pulmonar), manifestada através de infiltrado pulmonar,
é incomum durante terapia com cloridrato de irinotecano tri-hidratado. São fatores de risco para o
desenvolvimento desta complicação: doenças pulmonares pré-existentes, uso de medicamentos pneumotóxicos
(tóxicos para os pulmões), radioterapia e uso de fatores de estimulação de colônias (substâncias que agem na
medula óssea estimulando a produção de células sanguíneas). Na presença de um ou mais destes fatores o
paciente deve ser cuidadosamente monitorado quanto a sintomas respiratórios antes e durante a terapia com
cloridrato de irinotecano tri-hidratado .
Outros: uma vez que este produto contém sorbitol, não é recomendado o uso em pacientes com intolerância
hereditária à frutose.
Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em diabéticos.
Uso em Populações Especiais
Pediátrico: a eficácia do cloridrato de irinotecano tri-hidratado em pacientes pediátricos não foi estabelecida.
Geriátrico: recomendações específicas de dosagem podem se aplicar a essa população e dependem do esquema
utilizado.
Insuficiência Hepática: em pacientes com hiperbilirrubinemia (aumento dos níveis de bilirrubina no sangue) o
risco de hematotoxicidade (toxicidade das células sanguíneas) é aumentado. A função hepática (do fígado) basal
deve ser obtida antes do início do tratamento e monitorada mensalmente, com novas coletas se clinicamente
indicado.
Radioterapia: pacientes submetidos previamente à irradiação pélvica/abdominal têm maior risco de
mielossupressão (diminuição da função da medula óssea, órgão responsável pela produção das células
sanguíneas) após a administração de cloridrato de irinotecano tri-hidratado. Estes casos exigem cautela e,
dependendo do esquema preconizado, doses específicas podem ser necessárias.
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Performance Status (ECOG – Eastern Cooperative Oncology Group): pacientes com graus piores de
“performance status” (estado geral do paciente) possuem risco aumentado de desenvolverem eventos adversos
relacionados ao irinotecano tri-hidratado. Recomendações específicas de dosagem para pacientes com ECOG
performance status de 2 podem se aplicar a essa população, dependendo do esquema utilizado. Pacientes com
performance status de 3 ou 4 não devem receber cloridrato de irinotecano tri-hidratado. Em estudos clínicos
(estudos realizados para avaliar o medicamento) que compararam pacientes recebendo cloridrato de irinotecano
tri-hidratado /5-fluoruracila/folinato de cálcio ou 5- fluoruracila/folinato de cálcio, foram observadas taxas
maiores de hospitalização, neutropenia febril (pacientes com diminuição do número de neutrófilos, que
evoluíram com febre), tromboembolismo (formação de coagulo dentro de vaso sanguíneo), descontinuação do
tratamento no primeiro ciclo e óbitos precoces em pacientes com performance status basal de 2, quando
comparados a pacientes com performance status basal de 0 ou 1.
Neoplasia gástrica: pacientes com neoplasia gástrica parecem apresentar mielossupressão mais importante e
outras toxicidades quando o cloridrato de irinotecano tri-hidratado é administrado. Uma dose inicial mais baixa
deve ser considerada nesses pacientes.
Uso durante a Gravidez
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado pode causar danos ao feto quando administrado a mulheres grávidas.
Estudos mostram que o cloridrato de irinotecano tri-hidratado é teratogênico (causa malformação) em ratos e
coelhos. Não foram conduzidos estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. As mulheres em
idade fértil devem ser orientadas a evitar a gravidez enquanto estiverem sendo tratadas com este medicamento.
Caso o cloridrato de irinotecano tri-hidratado seja utilizado durante a gravidez ou a paciente fique grávida
enquanto estiver recebendo esse medicamento, ela deve ser informada dos riscos potenciais ao feto.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Uso durante a Lactação
Cinco minutos após a administração IV de irinotecano marcado (medicamento marcado com radioatividade) em
ratas, detectou-se radioatividade no leite, com concentrações até 65 vezes maiores do que as obtidas no plasma
(no sangue) 4 horas após a administração. Assim, devido ao potencial para reações adversas graves em lactentes,
recomenda-se que a amamentação seja descontinuada durante o tratamento com o produto.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
O efeito de cloridrato de irinotecano tri-hidratado sobre a habilidade de dirigir ou operar máquinas não foi
avaliado. Entretanto, pacientes devem ser alertados sobre o potencial de tontura ou distúrbios visuais, que podem
ocorrer dentro de 24 horas após a administração de cloridrato de irinotecano tri-hidratado, e aconselhados a não
dirigir ou operar máquinas se estes sintomas ocorrerem.
Interações Medicamentosas
- bloqueadores neuromusculares: a interação entre cloridrato de irinotecano tri-hidratado e bloqueadores
neuromusculares (uma classe de medicamentos que bloqueia a interação entre nervos e músculos) não pode ser
descartada, uma vez que ele pode prolongar o efeito neuromuscular do suxametônio (um tipo de bloqueador
neuromuscular) e antagonizar (bloquear o efeito) de outros bloqueadores neuromusculares.
- agentes antineoplásicos: eventos de cloridrato de irinotecano tri-hidratado, como a mielossupressão
(diminuição da função da medula óssea, órgão responsável pela produção das células sanguíneas) e a diarreia,
podem ser exacerbados (aumentados) pela associação com outros agentes antineoplásicos que causem eventos
adversos semelhantes.
- dexametasona: foi relatada linfocitopenia (redução do número de linfócitos, células sanguíneas de defesa) em
pacientes em tratamento com cloridrato de irinotecano tri-hidratado, sendo possível que a administração de
dexametasona como profilaxia (ação preventiva) antiemética possa aumentar a probabilidade de ocorrência desse
efeito. Contudo, não foram observadas infecções graves e nenhuma complicação foi especificamente atribuída à
linfocitopenia.
Foi também relatada hiperglicemia (concentração elevada de glicose no sangue) em pacientes com um histórico
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de diabetes mellitus ou evidência de intolerância à glicose previamente à administração de cloridrato de
irinotecano tri-hidratado . É provável que a dexametasona, aplicada como profilaxia (prevenção) antiemética,
possa ter contribuído para o surgimento de hiperglicemia em alguns pacientes.
- proclorperazina: a incidência de acatisia (condição em que o paciente sente uma grande dificuldade em
permanecer parado, sentado ou imóvel) nos estudos clínicos (estudos realizados para avaliar o medicamento), em
esquema de doses semanais, foi um pouco maior (8,5%, 4/47 pacientes) quando se administrou proclorperazina
no mesmo dia que cloridrato de irinotecano tri-hidratado, do que quando esses medicamentos foram
administrados em dias separados (1,3%, 1/80 pacientes). Todavia, a incidência de 8,5% de acatisia encontra-se
dentro da faixa relatada para o uso de proclorperazina, quando administrada como um pré-medicamento para
outras terapias quimioterápicas.
- laxantes: é esperado que laxantes usados durante a terapia com o cloridrato de irinotecano tri-hidratado piorem
a incidência ou gravidade da diarreia.
- diuréticos: desidratação secundária a vômitos e/ou diarreia pode ser induzida pelo cloridrato de irinotecano tri-
hidratado. O médico pode considerar a suspensão do diurético durante o tratamento com o cloridrato de
irinotecano tri-hidratado e durante períodos de vômitos e diarreia ativos.
- anticonvulsivantes: a coadministração (ao mesmo tempo) de medicamentos anticonvulsivantes (medicamentos
que previnem a ocorrência de convulsões) indutores do CYP3A (que induz a metabolização de outras drogas
pelo fígado) (por ex.: carbamazepina, fenobarbital ou fenitoína) reduzem a exposição ao metabólito ativo SN-38.
Deve-se ter cautela ao iniciar ou substituir anticonvulsivantes não indutores enzimáticos pelo menos 1 semana
antes do inicio da terapia com cloridrato de irinotecano tri-hidratado.
- cetoconazol: o clearance (eliminação) do cloridrato de irinotecano tri-hidratado é reduzido significativamente
em pacientes recebendo cetoconazol concomitantemente ao cloridrato de irinotecano tri-hidratado. O
cetoconazol deve ser descontinuado pelo menos 1 semana antes de iniciar o tratamento com cloridrato de
irinotecano tri-hidratado e não deve ser administrado durante a terapia com cloridrato de irinotecano tri-
hidratado.
- erva de São João (Hypericum perforatum): deve ser descontinuada pelo menos 1 semana antes do primeiro
ciclo de cloridrato de irinotecano tri-hidratado , e não deve ser administrada durante todo o tratamento com o
quimioterápico.
- sulfato de atazanavir: tem o potencial de aumentar o metabólito ativo (substância ativa) do cloridrato de
irinotecano tri-hidratado.
Médicos devem levar isto em consideração quando coadministrar estes medicamentos.
- bevacizumabe: resultados de um estudo específico de interação medicamentosa demonstraram nenhum efeito
significativo do bevacizumabe na farmacocinética de irinotecano tri-hidratado e seu metabólito ativo SN-38.
- vacinas: a administração de vacinas vivas ou atenuadas (microorganismos mortos ou inativados) em pacientes
imunocomprometidos por agentes quimioterápicos, incluindo cloridrato de irinotecano tri-hidratado ,pode
resultar em infecções graves ou fatais. A vacinação com vacinas vivas deve ser evitada em pacientes recebendo
cloridrato de irinotecano tri-hidratado . As vacinas mortas ou inativadas podem ser administradas. Entretanto, a
resposta a tais vacinas pode ser diminuída.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não
use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC),
protegido da luz. Os frascos contendo o medicamento acabado devem ser protegidos da luz, mantidos dentro do
cartucho até a utilização. O medicamento não deve ser congelado, mesmo quando diluído. Descartar
devidamente qualquer solução não utilizada.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
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Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe
alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características do produto: cloridrato de irinotecano tri-hidratado apresenta-se na forma de líquido límpido,
amarelado, isento de partículas estranhas.
Precauções no Preparo e Administração
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado deve ser preparado exclusivamente por um profissional habilitado.
Posologia
Cada mL da solução injetável contém 20 mg de cloridrato de irinotecano tri-hidratado equivalente a 17,33 mg de
irinotecano.
Todas as doses de cloridrato de irinotecano tri-hidratado devem ser administradas em infusão intravenosa (dentro
da veia) ao longo de 30 a 90 minutos.
Cloridrato de irinotecano tri-hidratado é um medicamento de uso restrito a hospitais. O esquema posológico e o
plano de tratamento deverão ser determinados exclusivamente pelo médico responsável de acordo com o tipo de
neoplasia e a resposta ao tratamento. Para maiores informações sobre a posologia do medicamento, consulte o
seu médico ou a bula específica para o profissional de saúde.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não
interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
Como esse é um medicamento de uso exclusivamente hospitalar, o plano de tratamento é definido pelo médico
que acompanha o caso. Se você faltar a uma sessão programada de quimioterapia com esse medicamento, você
deve procurar o seu médico para redefinição da programação de tratamento.
O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
As seguintes reações adversas foram observadas durante os estudos clínicos (estudos realizados para avaliar o
medicamento) realizados com cloridrato de irinotecano tri-hidratado, para as diversas indicações e posologias:
Estudos clínicos como agente único, 100 a 125 mg/m2 em esquema de dose semanal
Eventos Adversos Graus 1 a 4 NCI (National Cancer Institute - Instituto Nacional do Câncer)
Relacionados ao Fármaco Observados em Mais de 10% dos Pacientes nos Estudos Clínicos:
Gastrintestinal
Hematológico
Geral
Metabólico e Nutricional
Dermatológico
Cardiovascular
diarreia tardia (que ocorre depois de mais de 8 horas após administração
do produto, náusea (enjoo), vômitos, diarreia precoce, dor/cólicas
abdominais,
anorexia (falta de apetite), estomatite (inflamação da mucosa da boca)
leucopenia (redução de células de defesa no sangue), anemia, neutropenia
(diminuição de um tipo de células de defesa no sangue: neutrófilos)
astenia (fraqueza), febre
perda de peso, desidratação
alopecia (perda de cabelo)
eventos tromboembólicos (formação de coágulos nos vasos sanguíneos)*
*Incluem angina pectoris (dor no peito por doença do coração), trombose arterial (trombo ou coágulo nas
artérias), infarto cerebral (interrupção do fornecimento de sangue para alguma região do cérebro), acidente
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vascular cerebral (derrame), tromboflebite profunda (presença de coágulo com inflamação do vaso sanguíneo),
embolia de extremidade inferior (trombo ou coágulo proveniente dos membros inferiores), parada cardíaca,
infarto do miocárdio (interrupção do fornecimento de sangue para o coração), isquemia miocárdica (infarto),
distúrbio vascular periférico (dos vasos sanguíneos dos membros), embolia pulmonar (presença de êmbolo –
trombo, coágulo- no pulmão), morte súbita, tromboflebite, trombose (presença de coágulo nos vasos
sanguíneos), distúrbio vascular (do vaso).
Estudos clínicos como agente único, 300 a 350 mg/m2 em esquema de dose a cada 3 semanas
Porcentagem de Pacientes que Apresentaram Eventos Adversos de Grau 3 e 4 nos Estudos Comparativos
do Tratamento com uma Dose de cloridrato de irinotecano tri-hidratado a Cada 3 Semanas1
:
irinotecano
(n = 189)
Melhor
tratamento de
suporte (n
= 90)
(n = 127)
5-FU
(n = 129)
Total de eventos adversos
de grau 3 / 4 79 67 69 54
GASTRINTESTINAL
Diarreia
Vômitos
Náuseas
Dor abdominal
Obstipação
Anorexia
Mucosite
22
14
10
5
2
6
8
3
16
7
1
11
9
4
HEMATOLÓGICO
Leucopenia/neutropenia
Anemia
Hemorragia
Trombocitopenia
Infecção sem neutropenia de grau 3 / 4
Infecção com neutropenia de grau 3 / 4
Febre sem neutropenia de grau 3 / 4
Febre com neutropenia de grau 3 / 4
0
GERAL
Dor
Astenia
19
15
17
13
12
METABÓLICO e NUTRICIONAL
Hepático2 9 7 9 6
DERMATOLÓGICO
Síndrome de mão e pé
Sinais cutâneos3
RESPIRATÓRIO4 10 8 5 7
NEUROLÓGICO5 12 13 9 4
CARDIOVASCULAR6 9 3 4 2
OUTROS7 32 28 12 14
1 Gravidade dos eventos adversos baseada na NCI CTC (versão 1,0)
2 Hepático: inclui eventos como ascite e icterícia
3 Sinais cutâneos: incluem eventos como rash
4 Respiratório: inclui eventos como dispneia e tosse
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5 Neurológico: inclui eventos como sonolência
6 Cardiovascular: inclui eventos como as arritmias, isquemia e disfunção cardíaca mecânica
7 Outros: inclui eventos como lesão acidental, hepatomegalia, síncope, vertigem e perda de peso
Estão listados nas Tabelas a seguir, em ordem decrescente de frequência, os eventos adversos graus 3 ou 4 NCI
relatados nos estudos clínicos do esquema posológico semanal ou a cada 3 semanas (N=620).
Eventos Adversos Grau 3 ou 4 NCI Relacionados ao Fármaco Observados em Mais de 10% dos Pacientes
nos Estudos Clínicos:
diarreia tardia, náusea, dor/cólicas abdominais
leucopenia, neutropenia
alopecia
Eventos Adversos Grau 3 ou 4 NCI Relacionados ao Fármaco Observados em 1% a 10% dos Pacientes
Infecções e infestações
Hepatobiliar
Respiratório
Laboratorial (investigativo)
Infecção
vômitos, diarreia precoce, constipação (prisão de ventre), anorexia,
mucosite (úlceras na mucosa dor órgãos do aparelho digestivo)
anemia, trombocitopenia
astenia, febre, dor
desidratação, hipovolemia (desidratação)
bilirrubinemia (aumento das bilirrubinas no sangue)
dispneia (falta de ar)
aumento da creatinina
Eventos Adversos Grau 3 ou 4 NCI Relacionados ao Fármaco Observados em Menos de 1% dos Pacientes
Nervoso
Urogenital
Reprodutivo
sepse (infecção generalizada)
distúrbio retal, monilíase GI (infecção causada pelo fungo Cândida)
calafrios, mal-estar, dor lombar
perda de peso, hipocalemia (diminuição de potássio no sangue),
hipomagnesemia (diminuição de magnésio no sangue)
eritema - rash (vermelhidão), sinais cutâneos
marcha anormal (alteração do andar), confusão, cefaleia (dor de cabeça)
hipotensão (queda da pressão), síncope (desmaio), distúrbios
cardiovasculares
infecção do trato urinário
dor nas mamas
aumento da fosfatase alcalina (enzima do fígado), aumento da gama-
-GT (enzima do fígado)
Os seguintes eventos adicionais relacionados ao medicamento foram relatados nos estudos clínicos com
cloridrato de irinotecano tri-hidratado, mas não preencheram os critérios acima definidos (ocorrência > 10% de
eventos relacionados ao medicamento (NCI graus 1 - 4 ou de NCI graus 3 ou 4): rinite, salivação aumentada,
miose (pupila pequena), lacrimejamento, diaforese (suor excessivo), rubor facial (vermelhidão), bradicardia
(diminuição dos batimentos cardíacos), tonturas, extravasamento (escape acidental de medicamento para fora do
vaso sanguíneo), síndrome da lise tumoral (sintomas provocados pela destruição das células do câncer) e
ulceração do cólon (formação de feridas no intestino grosso).
Experiência Pós-Comercialização
Cardíaco: foram observados casos de isquemia miocárdica (infarto) após terapia com cloridrato de irinotecano
tri-hidratado predominantemente em pacientes com doença cardíaca de base (prévia), outros fatores de risco
conhecidos para doença cardíaca ou quimioterapia citotóxica (que destrói as células do câncer).
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Gastrintestinal: foram relatados casos infrequentes de obstrução intestinal (interrupção do trânsito intestinal),
íleo paralítico (diminuição dos movimentos do intestino), megacólon (alargamento do intestino grosso) ou
hemorragia (sangramento) gastrintestinal, e raros casos de colite (inflamação do intestino grosso, cólon),
incluindo tifilite (inflamação do ceco, uma região do intestino grosso) e colite isquêmica (inflamação do
intestino grosso devido à falta de irrigação sanguínea) ou ulcerativa (com formação de feridas). Em alguns casos,
a colite foi complicada por ulceração (formação de feridas), sangramento, íleo (parada da eliminação de gazes e
fezes) ou infecção. Casos de íleo sem colite anterior também foram relatados. Casos raros de perfuração
intestinal foram relatados.
Foram observados raros casos de pancreatite (inflamação no pâncreas) sintomática ou elevação assintomática das
enzimas pancreáticas.
Hipovolemia: foram relatados casos raros de distúrbio renal e insuficiência renal aguda (diminuição aguda da
função dos rins), geralmente em pacientes que contraíram infecções ou evoluíram com desidratação por
toxicidade gastrintestinal grave (desidratação por diarreia).
Foram observados casos infrequentes de insuficiência renal (prejuízo na função dos rins), hipotensão (queda de
pressão) ou distúrbios circulatórios em pacientes que apresentaram episódios de desidratação associadas a
diarreia e/ou vômito, ou sepse (infecção generalizada).
Sistema Imune: foram relatadas reações de hipersensibilidade (alergia), inclusive reações graves anafiláticas ou
anafilactoides (reações alérgicas graves).
Músculo-esquelético: efeitos precoces tais como contração muscular ou cãibra e parestesia (sensação de
formigamento) foram relatados.
Sistema nervoso: distúrbios de fala, geralmente transitórios, têm sido reportados em pacientes tratados com
cloridrato de irinotecano tri-hidratado. Em alguns casos, são observados durante ou logo após a infusão de
cloridrato de irinotecano tri-hidratado.
Respiratório, torácico e mediastinal: doença pulmonar intersticial (comprometimento pulmonar) presente como
infiltrados pulmonares são incomuns durante terapia com cloridrato de irinotecano tri-hidratado. Efeitos precoces
tais como dispneia (falta de ar) foram relatados. Soluços também foram relatados.
Investigações: raros casos de hiponatremia (diminuição da quantidade de sódio no sangue) geralmente
relacionada com diarreia e vômito foram relatados. Aumentos dos níveis séricos das transaminases (por ex: TGO
e TGP, enzimas hepáticas – refletem a função do fígado) na ausência de metástase progressiva do fígado foram
muito raramente relatados.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo
uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.