Bula do Cloridrato de Sevelamer produzido pelo laboratorio Ems S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de sevelamer
EMS S/A
comprimido revestido
800 mg
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
“medicamento genérico Lei n° 9.787, de 1999”
APRESENTAÇÃO
O cloridrato de sevelamer comprimido revestido de 800 mg: embalagens com 60, 120 e 180 comprimidos
revestidos.
USO ORAL
USO ADULTO ACIMA DE 18 ANOS DE IDADE.
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido revestido contém:
cloridrato de sevelamer *.............................................................................................................. 800 mg
exicipientes** q.s.p................................................................................................................. 1 comp. rev.
* equivalente a 656 mg de sevelamer.
**celulose microcristalina + dióxido de silício, copovidona, hipromelose + macrogol + povidona, ácido
esteárico, álcool etílico e água purificada.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O cloridrato de sevelamer é indicado para o controle do fósforo sérico em pacientes com Doença Renal
Crônica (DRC) sob diálise. Em pacientes sob diálise, cloridrato de sevelamer diminui a incidência de
episódios de hipercalcemia em relação aos pacientes em tratamento com cálcio.
A capacidade do cloridrato de sevelamer para reduzir o fósforo sérico, em pacientes com doença renal
crônica (DRC) sob hemodiálise, foi demonstrada em seis estudos clínicos; um estudo de 2 semanas,
duplo-cego, controlado por placebo (cloridrato de sevelamer N = 24); dois estudos de 8 semanas, abertos,
não controlados (cloridrato de sevelamer N = 220) e três estudos abertos com controle ativo, com duração
de tratamento de 8 a 52 semanas (cloridrato de sevelamer N = 256). Os três estudos com controle ativo
estão descritos a seguir. Um estudo foi um ensaio cruzado com dois períodos de 8 semanas comparando
cloridrato de sevelamer com acetato de cálcio. O segundo estudo foi um ensaio paralelo de 52 semanas
comparando cloridrato de sevelamer com acetato de cálcio ou carbonato de cálcio. O terceiro foi um
estudo paralelo de 12 semanas comparando cloridrato de sevelamer e acetato de cálcio em pacientes sob
diálise peritoneal.
Estudo cruzado de cloridrato de sevelamer e acetato de cálcio1
: Oitenta e quatro (84) pacientes com
DRC, sob hemodiálise, que estavam hiperfosfatêmicos (fósforo sérico > 6 mg/dL), após um período de
suspensão do uso de quelantes de fosfato (washout) por 2 semanas, foram randomizados para receber
cloridrato de sevelamer por 8 semanas, seguido por acetato de cálcio por 8 semanas, ou acetato de cálcio
por 8 semanas, seguido de cloridrato de sevelamer por 8 semanas. Os períodos de tratamentos foram
separados por um período de suspensão do uso de quelantes de fosfato (washout) por 2 semanas. Os
pacientes iniciaram o tratamento com cápsulas de cloridrato de sevelamer ou comprimidos de acetato de
cálcio, 3 vezes por dia, com as refeições. Durante cada período de tratamento de 8 semanas, em três
pontos distintos de tempo, a dose de um ou outro agente podia ser titulada até um comprimido ou cápsula
por refeição (3 por dia), para controlar o fósforo sérico.
Tanto cloridrato de sevelamer como o acetato de cálcio diminuíram significativamente o fósforo sérico
médio em cerca de 2 mg/dL.
Tabela 1: Fósforo Sérico Médio (mg/dL) Basal e no Ponto Final
cloridrato de
sevelamer (N=81)
acetato de cálcio
(N=83)
Valor basal no final da suspensão do uso do quelante de
fosfato (washout)
8,4
8,0
Alteração em relação ao valor basal no ponto final
(Intervalo de confiança de 95%)
-2,0*
(-2,5; -1,5)
-2,1*
(-2,6; -1,7)
* p <0,0001, dentro da comparação do grupo de tratamento.
A figura 1 mostra que a proporção de pacientes que atingiram um determinado nível de redução de
fósforo sérico é comparável entre os dois grupos de tratamento. Por exemplo, cerca de metade dos
pacientes em cada grupo teve uma redução de pelo menos 2 mg/dL ao final do estudo.
Figura 1: Porcentagem cumulativa de pacientes (eixo-Y) que atingiu uma alteração no nível de fósforo
em relação ao valor basal, tão significativa quanto o valor apresentado no eixo-X.
A mudança à esquerda da curva indica uma melhor resposta.
Alteração no nível de fósforo em relação ao valor basal (mg/dL)
O consumo médio diário no final do tratamento foi de 4,9 g de cloridrato de sevelamer (intervalo de 0 a
12,6 g) e 5,0 g de acetato de cálcio (intervalo de 0 a 17,8 g). Durante o tratamento com acetato de cálcio,
22% dos pacientes apresentaram cálcio sérico ≥ 11 mg/dL, em pelo menos uma ocasião, contra 5% no
tratamento com cloridrato de sevelamer (p <0,05).
Assim, o risco de desenvolvimento de hipercalcemia com cloridrato de sevelamer é menor, em
comparação com acetato de cálcio.
O colesterol de baixa densidade (LDL) médio e o colesterol total médio diminuíram significativamente no
tratamento com cloridrato de sevelamer (-24% e -15%, respectivamente). Nem o LDL nem o colesterol
total mudaram no tratamento com acetato de cálcio. Os triglicérides, o colesterol de lipoproteínas de alta
densidade (HDL) e a albumina não se alteraram nos dois tratamentos.
Reduções similares no fósforo sérico e no colesterol LDL foram observadas em um estudo aberto, não-
controlado de 8 semanas em 172 pacientes com doença renal terminal sob hemodiálise.
Estudo paralelo de cloridrato de sevelamer e acetato de cálcio ou carbonato de cálcio2
: Duzentos
pacientes com DRC, sob hemodiálise, que estavam hiperfosfatêmicos (fósforo sérico> 5,5 mg/dL), após
um período de suspensão do uso de quelantes de fosfato (washout) por 2 semanas, foram randomizados
para receber comprimidos de cloridrato de sevelamer 800 mg (N = 99) ou cálcio, sendo acetato de cálcio
(N = 54) ou carbonato de cálcio (N = 47). O acetato de cálcio e o carbonato de cálcio produziram
diminuições comparáveis no fósforo sérico. Na semana 52, usando a abordagem com base na observação
mais recente, tanto cloridrato de sevelamer como cálcio, diminuíram significativamente o fósforo sérico
médio.
Tabela 2: Fósforo Sérico Médio (mg /dL) e Produto Iônico (mg2
/dL2
) Basal e no Final do
Tratamento
cloridrato de sevelamer
(N=94)
cálcio
(N=98)
Fósforo
Valor basal
Alteração do valor basal ao
final do estudo
7,5
-2,1
7,3
-1,8
Cálcio X Produto
iônico fósforo
70,5
-19,4
68,4
-14,2
sevelamer
Sessenta e um por cento dos pacientes tratados com cloridrato de sevelamer e 73% dos pacientes tratados
com cálcio completaram as 52 semanas de tratamento. A principal razão para o abandono do tratamento
com cloridrato de sevelamer foram eventos adversos gastrointestinais.
A Figura 2, um gráfico da variação do fósforo em relação ao valor basal, para os pacientes que
completaram o tratamento, mostra a durabilidade da resposta nestes pacientes.
Figura 2: Alteração média de fósforo em relação ao valor basal para os pacientes que completaram
o tratamento de 52 semanas
O consumo médio diário no final do tratamento foi de 6,5 g de cloridrato de sevelamer (intervalo de 0,8 a
13 g), ou cerca de oito comprimidos de 800 mg (intervalo de 1 a 16 comprimidos), 4,6 g de acetato de
cálcio (intervalo de 0,7 a 9,5 g) e 3,9 g de carbonato de cálcio (intervalo de 1,3 a 9,1 g). Durante o
tratamento com cálcio, 34% dos pacientes apresentaram cálcio sérico corrigido para a albumina _ 11,0
mg/dl em pelo menos uma ocasião contra 7% no tratamento com cloridrato de sevelamer (p <0,05).
Assim, o risco de desenvolvimento de hipercalcemia com cloridrato de sevelamer é menor em
comparação com quelantes a base de cálcio.
O colesterol LDL médio e o colesterol total médio diminuíram significativamente (p<0,05) no tratamento
com cloridrato de sevelamer (-32% e -20%, respectivamente), em comparação com tratamento com cálcio
(+0,2% e -2%, respectivamente). Os triglicérides, o colesterol HDL e a albumina não se alteraram.
Estudo paralelo de cloridrato de sevelamer ou acetato de cálcio em pacientes sob diálise peritoneal3
:
Cento e quarenta e três (143) pacientes sob diálise peritoneal que estavam hiperfosfatêmicos (fósforo
sérico > 5,5 mg/dL), após um período de duas semanas de suspensão do uso de quelantes de fosfato
(washout), foram randomizados para receber comprimidos de cloridrato de sevelamer 800 mg (N = 97) ou
acetato de cálcio (N = 46). O tratamento durante 12 semanas com cloridrato de sevelamer foi não-inferior
ao acetato de cálcio na redução de fósforo sérico. Houve mudanças estatisticamente significativas nos
níveis de fósforo sérico (p <0,001) relativamente ao valor basal, tanto para o grupo do cloridrato de
sevelamer (-1,61 mg/dL de 7,48 mg/dL) como para o grupo do acetato de cálcio (-1,81 mg/dL de 7,29
mg/dL).
O consumo médio diário no final do tratamento foi de 5,9 g de cloridrato de sevelamer (intervalo de 0,8 a
14,3 g) e 4,3 g de acetato de cálcio (intervalo de 1,7 a 9,0 g). Durante o tratamento com acetato de cálcio,
18% dos pacientes tinham, no final do estudo, um cálcio sérico corrigido para a albumina ≥ 11,0 mg/dL
contra 2% para cloridrato de sevelamer (p = 0,001).
Uma diminuição estatisticamente significativa do valor basal do colesterol total, LDL e colesterol não
HDL foi observada no grupo tratado com cloridrato de sevelamer, mas não no grupo tratado com cálcio.
Referência bibliográficas
1. Bleyer AJ, Burke SK, Dillon M, Garrett B, Kant KS, Lynch D, Rahman SN, Schoenfeld P, Teitelbaum
I, Zeig S, Slatopolsky E. A comparison of the calcium-free phosphate binder sevelamer hydrochloride
with calcium acetate in the treatment of hyperphosphatemia in hemodialysis patients. Am J Kidney Dis
1999;33:694-701.
2. Chertow GM, Burke SK, Raggi P, Treat to Goal Working Group. Sevelamer attenuates the progression
of coronary and aortic calcification in hemodialysis patients. Kidney Int. 2002;62:245-252.
3. Evenepoel P, Selgas R, Caputo F, Foggensteiner L, Heaf JG, Ortiz A, Kelly A, Chasen- Taber S,
Duggal A, Fan, S. Efficacy and safety of sevelamer hydrochloride and calcium acetate in patients on
peritoneal dialysis. Nephrol Dial Transplant 2009; 1:278-285.
Os pacientes com doença renal crônica retêm fósforo e podem desenvolver hiperfosfatemia. Altas
concentrações de fósforo podem precipitar o cálcio sérico, resultando em calcificação ectópica. Quando o
produto das concentrações séricas de cálcio e fósforo (Ca x P) excede a 55 mg2
/dL2
, há um risco
aumentado para a ocorrência de calcificação ectópica. A hiperfosfatemia pode levar ao desenvolvimento
de hiperparatireoidismo secundário na insuficiência renal. Um aumento nos níveis de paratormônio (PTH)
é característico dos pacientes com doença renal crônica. Níveis aumentados de PTH podem levar à osteíte
fibrosa. Uma diminuição no fósforo sérico pode diminuir os níveis de PTH sérico.
O tratamento da hiperfosfatemia inclui a redução da ingestão alimentar de fosfato, a inibição da absorção
intestinal de fosfato com quelantes de fosfato e a remoção do fosfato por diálise.
O cloridrato de sevelamer, tomado com as refeições mostrou diminuição das concentrações de fósforo
sérico em pacientes com doença renal crônica que estão sob hemodiálise. Estudos in vitro demonstraram
que as formulações em cápsula e em comprimido ligam-se ao fosfato na mesma proporção.
O tratamento com cloridrato de sevelamer também resulta numa diminuição da lipoproteína de baixa
densidade (LDL) e dos níveis de colesterol sérico total.
Propriedades Farmacodinâmicas:
O cloridrato de sevelamer contém um polímero de poli (cloridrato de alilamina), ligante de fosfato não-
absorvido, isento de metal e cálcio. Este contém aminas múltiplas separadas por um carbono da cadeia
polimérica. Estas aminas ficam numa forma parcialmente protonada no intestino e interagem com
moléculas de fosfato através de ligação iônica e de hidrogênio. Por ligação com o fosfato do trato
digestivo, o cloridrato de sevelamer diminui a concentração de fosfato no soro.
Em estudos clínicos, o cloridrato de sevelamer demonstrou ser eficaz na redução de fósforo sérico em
pacientes sob hemodiálise ou diálise peritoneal.
O cloridrato de sevelamer diminui a incidência de episódios hipercalcêmicos em comparação com
pacientes usando quelantes de fosfato a base de cálcio isolado. Foi demonstrado que os efeitos sobre o
fosfato e o cálcio foram mantidos ao longo de um estudo com um ano de acompanhamento.
O cloridrato de sevelamer demonstrou se ligar aos ácidos biliares in vitro e in vivo em modelos
experimentais com animais. A ligação aos ácidos biliares por resinas de troca iônica é um método bem
estabelecido de redução de colesterol no sangue. Em estudos clínicos, tanto o colesterol total médio como
o colesterol LDL diminuíram em 15-31%. Este efeito é observado após 2 semanas e é mantido com o
tratamento de longo prazo. Os triglicérides, o colesterol HDL e a albumina não se alteraram.
Nos estudos clínicos em pacientes sob hemodiálise, o cloridrato de sevelamer isolado, não teve um efeito
consistente e clinicamente significativo sobre o paratormônio intacto sérico (iPTH). Em pacientes com
hiperparatireoidismo secundário, cloridrato de sevelamer deve ser utilizado dentro do contexto de uma
abordagem terapêutica múltipla, que pode incluir suplementos de cálcio e 1,25-diidroxi vitamina D3 ou
um dos seus análogos, para diminuir os níveis de paratormônio intacto (iPTH).
Propriedades Farmacocinéticas:
Um estudo de equilíbrio de massa, utilizando cloridrato de sevelamer marcado com C14, em 16
voluntários sadios do sexo masculino e feminino, mostrou que o cloridrato de sevelamer não é absorvido
sistemicamente. Não foram realizados estudos de absorção em pacientes com doença renal.
Em estudos clínicos, o tempo médio estimado para início da ação terapêutica do medicamento foi de duas
semanas.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com hipofosfatemia ou obstrução intestinal.
O cloridrato de sevelamer é também contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao
cloridrato de sevelamer ou a qualquer um dos componentes da fórmula.
O cloridrato de sevelamer deve ser administrado por via oral, com as refeições.
Uso em idosos:
Estudos clínicos de cloridrato de sevelamer não incluíram número suficiente de indivíduos com 65 anos
ou mais para determinar se eles respondem diferentemente de indivíduos mais jovens.
Outra experiência clínica relatou não identificar diferenças na resposta entre idosos e pacientes jovens.
Em geral, a seleção de dose para pacientes idosos deve ser feita com cautela, geralmente iniciando com a
dose mais baixa do intervalo de dose.
Uso em crianças:
A segurança e eficácia de cloridrato de sevelamer não foram estabelecidas em pacientes com menos de 18
anos de idade
Uso em pacientes na pré-diálise:
A segurança e eficácia de cloridrato de sevelamer não foram estabelecidas em pacientes na pré-diálise.
Uso em pacientes com distúrbios gastrointestinais:
A segurança e eficácia de cloridrato de sevelamer não foram estabelecidas em pacientes com disfagia,
distúrbios na deglutição, distúrbios graves de motilidade gastrointestinal (GI) incluindo constipação
grave, ou cirurgia grande no trato GI. Por isso, deve-se ter cuidado quando cloridrato de sevelamer for
utilizado em pacientes com estes distúrbios gastrointestinais.
Casos incomuns de dificuldade de engolir comprimidos de cloridrato de sevelamer foram relatados.
Muitos destes casos envolveram pacientes com comorbidades que contribuíam para afetar a habilidade de
deglutir, incluindo distúrbios de deglutição ou anormalidades oroesofágicas. Deve-se ter cuidado quando
cloridrato de sevelamer for utilizado em pacientes com estes distúrbios.
Uso em pacientes com distúrbios renais:
Os pacientes com insuficiência renal podem desenvolver hipocalcemia ou hipercalcemia. O cloridrato de
sevelamer não contém cálcio. Os níveis de cálcio sérico devem ser monitorados como é feito na rotina de
acompanhamento de um paciente sob diálise. Cálcio elementar deve ser administrado como um
suplemento no caso de hipocalcemia.
Pacientes com doença renal crônica são predispostos a acidose metabólica. O cloridrato de sevelamer não
contém suplementação alcalina: os níveis de bicarbonato e cloreto séricos devem ser monitorados.
Dependendo da dieta e da natureza da doença renal crônica, os pacientes sob diálise podem desenvolver
baixos níveis de vitamina A, D, E e K. Portanto, em pacientes que não tomam essas vitaminas, deve-se
considerar o monitoramento dos níveis de vitamina A, D, E e a avaliação do estado da vitamina K, através
da medição do tempo de tromboplastina, e estas vitaminas devem ser complementadas, se necessário.
Efeitos sobre a habilidade de conduzir veículos e operar máquinas:
Não foram observados efeitos sobre a habilidade de conduzir veículos e operar máquinas.
Carcinogênese:
Bioensaios padrão de carcinogenicidade foram realizados em camundongos e ratos. Os ratos receberam
0,3, 1 e 3 g/kg/dia de cloridrato de sevelamer na dieta. Houve uma incidência aumentada de papiloma da
célula transicionais da bexiga urinária em ratos machos (3 g/kg/dia), com exposições de 2 vezes a dose
clínica máxima de 13 g/dia, com base na comparação da área da superfície corporal relativa. Os
camundongos receberam doses na dieta de 0,8, 3 e 9 g/kg/dia. Não foi observada uma incidência aumenta
de tumores em camundongos com exposições de até 3 vezes a dose clínica máxima de 13 g/dia, com base
na comparação da área da superfície corporal relativa.
Mutagênese:
Em um ensaio citogenético in vitro em mamíferos com ativação metabólica, o cloridrato de sevelamer
causou um aumento estatisticamente significativo no número de aberrações cromossômicas estruturais. O
cloridrato de sevelamer não foi mutagênico no teste de mutação bacteriana de Ames.
Diminuição da fertilidade:
Em um estudo definido para avaliar o potencial de diminuição da fertilidade, ratos fêmeas receberam
doses na dieta de 0,5, 1,5 e 4,5 g/kg/dia, começando 14 dias antes do acasalamento e continuando ao
longo da gestação. Os ratos machos receberam as mesmas doses e foram tratados durante 28 dias antes do
acasalamento. O cloridrato de sevelamer não prejudicou a fertilidade de ratos machos ou fêmeas, com
exposições de 2 vezes a dose clínica máxima de 13 g/dia, com base na comparação da área da superfície
corporal relativa.
Toxicologia:
Em estudos pré-clínicos em ratos e cães, cloridrato de sevelamer, numa dose de 10 vezes a dose clínica
máxima de 13 g/dia, reduziu a absorção das vitaminas lipossolúveis D, E, K, e ácido fólico.
Em estudos de reprodução, não houve evidência de que o cloridrato de sevelamer tenha causado
embrioletalidade, fetotoxicidade ou teratogenicidade nas doses testadas (até 1 g/kg/dia em coelhos e até
4,5 g/kg/dia em ratos). Foi observada ossificação esquelética reduzida ou irregular em fetos de ratos
tratados com cloridrato de sevelamer, com doses 8-20 vezes a dose clínica máxima de 200 mg/kg/dia
(baseado na área da superfície corporal relativa). Os efeitos podem ser secundários à depleção de
vitamina D e/ou vitamina K nestas doses elevadas.
Em ratas grávidas que receberam doses de 0,5, 1,5 ou 4,5 g/kg/dia de cloridrato de sevelamer na dieta
durante a organogênese, ocorreu ossificação reduzida ou irregular dos ossos fetais, provavelmente devido
à redução da absorção de vitamina D lipossolúvel, nos grupos que receberam doses médias e altas (dose
equivalente humana inferior à dose máxima do estudo clínico de 13 g).
Em coelhas grávidas que receberam doses orais de 100, 500 ou 1000 mg/kg/dia de cloridrato de
sevelamer por gavagem durante a organogênese, um aumento das reabsorções precoces ocorreu no grupo
de dose alta (dose equivalente humana de duas vezes a máxima dose do estudo clínico).
Gravidez e Lactação:
Categoria de risco B na gravidez: ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER
UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO
CIRURGIÃO-DENTISTA.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a amamentação sem orientação médica.
A segurança de cloridrato de sevelamer não foi estabelecida em mulheres grávidas ou lactantes. Em
estudos com animais, não houve qualquer evidência de que o cloridrato de sevelamer tenha causado
toxicidade embriofetal. O cloridrato de sevelamer somente deve ser administrado a mulheres grávidas ou
lactantes se for estritamente necessário e após ter sido realizada uma análise cuidadosa do risco/benefício,
tanto para mãe como para o feto ou lactente. Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres
lactantes. Também não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas
Não foram realizados estudos de interação em pacientes sob diálise.
Nos estudos de interação em voluntários sadios, o cloridrato de sevelamer não teve qualquer efeito sobre
a biodisponibilidade de uma dose única de digoxina, varfarina, enalapril, metoprolol ou ferro.
Contudo, a biodisponibilidade do ciprofloxacino diminuiu aproximadamente 50% quando coadministrado
com cloridrato de sevelamer, em um estudo de dose única. Por isso, cloridrato de sevelamer não deve ser
tomado simultaneamente com ciprofloxacino.
Durante a experiência pós-comercialização, concentrações reduzidas de ciclosporina, micofenolato de
mofetila e tacrolimo têm sido relatadas quando coadministrados com cloridrato de sevelamer em
pacientes transplantados, sem quaisquer consequências clínicas (por exemplo, a rejeição do enxerto). A
possibilidade de uma interação não pode ser excluída e deve ser considerado um acompanhamento
rigoroso das concentrações sanguíneas de ciclosporina, micofenolato de mofetila e tacrolimo durante o
uso de qualquer um destes medicamentos em combinação com sevelamer e após a sua suspensão.
Durante a experiência pós-comercialização, casos muito raros de aumento dos níveis de TSH foram
relatados em pacientes que receberam a coadministração de cloridrato de sevelamer e levotiroxina.
Um monitoramento rigoroso dos níveis de TSH é, portanto, recomendado em pacientes em tratamento
com ambos os medicamentos.
O cloridrato de sevelamer pode afetar a biodisponibilidade de outros produtos medicinais. Quando um
produto medicinal, cuja redução da biodisponibilidade tenha um efeito clinicamente significativo na sua
segurança ou eficácia, é administrado, este deve ser administrado pelo menos uma hora antes ou três
horas após o uso de cloridrato de sevelamer ou o médico deve considerar o monitoramento dos níveis
sanguíneos.
Os pacientes em tratamento com medicamentos antiarrítmicos, para o controle de arritmias, e medicações
anticonvulsivantes, para o controle de distúrbios epiléticos, foram excluídos dos ensaios clínicos.
Precauções especiais devem ser tomadas quando se prescreve cloridrato de sevelamer para pacientes em
tratamento com estes medicamentos.
Nos estudos com animais, a coadministração de uma dose única de cloridrato de sevelamer com
verapamil, quinidina, calcitriol, tetraciclina, varfarina, ácido valpróico, digoxina, propanolol, estrona e L-
tiroxina não alterou as concentrações séricas de pico ou a área sob a curva da concentração séria desses
produtos.
Não há estudos adequados e bem controlados sobre interações fármaco/alimento.
Não há incompatibilidades farmacêuticas conhecidas.
Não foram realizados estudos de interação medicamento-substância química, incluindo álcool e nicotina.
Nenhuma interação medicamento-exame laboratorial e não laboratorial foi observada com cloridrato de
sevelamer.
O cloridrato de sevelamer deve ser mantido a temperatura ambiente (entre 15 e 30º C). Proteger da
umidade.
Manter o recipiente bem fechado.
Prazo de validade
O cloridrato de sevelamer possui prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação quando
armazenado conforme recomendado.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do medicamento
Os comprimidos revestidos são oblongos, de cor branca a amarelada, biconvexo e bissectado.
Ao abrir o frasco, o produto pode apresentar um odor característico de amônia, sem prejuízo da segurança
e eficácia ao paciente.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Pacientes que não estão sob tratamento com Quelantes de Fósforo:
A dose inicial recomendada é de 800 a 1600 mg, a qual pode ser administrada usando-se um a dois
comprimidos de cloridrato de sevelamer 800 mg, a cada refeição, com base no nível de fósforo sérico.
Tabela 3: Dose inicial para pacientes que não utilizam quelantes de fosfato
Fósforo Sérico cloridrato de sevelamer 800 mg
> 5,5 e < 7,5mg/dL
(> 1,78 e < 2,42 mmol/L)
1 comprimido,
3 vezes por dia com as refeições
≥ 7,5 e < 9,0 mg/dL
(≥ 2,42 e < 2,91 mmol/L)
2 comprimidos,
≥ 9,0 mg/dL
(≥ 2,91 mmol/L)
Pacientes que substituíram o tratamento com quelantes a base de cálcio por cloridrato de
sevelamer:
Quando os pacientes estão trocando a terapia com quelantes de fosfato a base de cálcio, cloridrato de
sevelamer deve ser administrado em doses equivalentes, em mg, comparáveis a dose prévia do paciente
em mg de quelante de fosfato a base de cálcio. A tabela 4 mostra as doses iniciais recomendadas de
cloridrato de sevelamer, com base na dose atual de acetato de cálcio do paciente.
Tabela 4: Dose inicial para pacientes que substituíram o acetato de cálcio por
cloridrato de sevelamer
Acetato de cálcio 667 mg
(comprimidos por refeição)
cloridrato de sevelamer 800 mg
1 comprimido 1 comprimido
2 comprimidos 2 comprimidos
3 comprimidos 3 comprimidos
Titulação de dose para todos os pacientes utilizando cloridrato de sevelamer:
Os níveis de fósforo sérico devem ser rigorosamente monitorados e a dose de cloridrato de sevelamer
ajustada em conformidade com a diminuição pretendida de fósforo sérico para 1,78 mmol/L (5,5 mg/dL),
ou menos. O fósforo sérico deve ser testado a cada 2 a 3 semanas até que um nível estável de fósforo
sérico seja atingido e então deve ser testado regularmente.
A dose média no estudo clínico fase III, desenhado para diminuir o fósforo sérico para 5,0 mg/dL ou
menos, foi de aproximadamente 3 comprimidos de cloridrato de sevelamer 800 mg por refeição. A dose
máxima diária estudada de cloridrato de sevelamer foi 13 gramas.
Uso em crianças:
A segurança e eficácia de cloridrato de sevelamer não foram estabelecidas em pacientes com menos de 18
anos de idade
Uso em pacientes na pré-diálise:
A segurança e eficácia de cloridrato de sevelamer não foram estabelecidas em pacientes na pré-diálise.
Uso em idosos:
Estudos clínicos de cloridrato de sevelamer não incluíram número suficiente de indivíduos com 65 anos
ou mais para determinar se eles respondem diferentemente de indivíduos mais jovens.
Outra experiência clínica relatou não identificar diferenças na resposta entre idosos e pacientes jovens.
Em geral, a seleção de dose para pacientes idosos deve ser feita com cautela, geralmente iniciando com a
dose mais baixa do intervalo de dose.
Os comprimidos de cloridrato de sevelamer devem ser consumidos intactos e não devem ser triturados,
mastigados ou quebrados antes da administração.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
A seguinte classificação de frequência é utilizada, quando aplicável:
Muito comum ≥ 10%; Comum ≥ 1 e < 10%; Incomum ≥ 0,1 e < 1%; Rara ≥ 0,01 e < 0,1%;
Muito rara < 0,01%; Desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).
Em um estudo paralelo, com duração do tratamento de 52 semanas, as reações adversas relatadas para
cloridrato de sevelamer (N = 99) foram semelhantes àquelas reportadas para o grupo do controle ativo (N
= 101). As reações adversas, que ocorreram mais frequentemente (≥ 5% dos pacientes), emergentes do
tratamento, possivelmente ou provavelmente relacionadas com cloridrato de sevelamer, foram todos na
classe de sistema de órgãos de distúrbios gastrointestinais de acordo com o Dicionário Médico para
Atividades Regulatórias - MedDRA (Tabela 5). Neste estudo, a principal razão para o abandono do
tratamento com cloridrato de sevelamer foram as reações adversas gastrointestinais.
Tabela 5: Resumo das reações adversas que ocorreram mais frequentemente (≥ 5% dos pacientes)
emergentes do tratamento, possivelmente ou provavelmente relacionadas com cloridrato de
sevelamer
Classe de Sistemas de Órgãos Reação adversa
% de Pacientes
Distúrbios gastrointestinais
Vômito 10,1
Náusea 10,1
Dispepsia 9,1
Diarreia 8,1
Dor Abdominal 5,1
Flatulência 5,1
Em um estudo controlado por placebo, com duração de tratamento de duas semanas, as reações adversas
emergentes do tratamento, possivelmente ou provavelmente relacionadas com cloridrato de sevelamer (N
= 24) incluíram dispepsia (8,3%) e vômito (4,2%). Em um estudo cruzado, com duração de tratamento de
oito semanas cada, as reações adversas emergentes do tratamento, possivelmente ou provavelmente
relacionadas com cloridrato de sevelamer (N = 82) incluíram dispepsia (8,5%), diarreia (4,9%), náusea
(4,9%), vômitos (4,9%), anorexia (3,7%) e distúrbio gastrointestinal (3,7%). Em um estudo aberto de
extensão, de longo prazo, as reações adversas emergentes do tratamento, possivelmente ou provavelmente
relacionadas com cloridrato de sevelamer (N = 192) incluíram náusea (7,3%), dor abdominal (5,2%) e
dispepsia (4,7%).
Em um estudo paralelo com uma duração de tratamento de 12 semanas, os eventos adversos relatados
para o cloridrato de sevelamer em pacientes sob diálise peritoneal (N = 97) foram similares aos eventos
adversos observados em pacientes sob hemodiálise. As reações adversas possivelmente relacionadas com
o cloridrato de sevelamer incluíram: dispepsia (12,4%), diarreia (5,2%), náuseas (5,2%), constipação
(4,1%), prurido (4,1%), distensão abdominal (3,1%), vômitos (3,1%), fadiga (3,1%), anorexia (3,1%) e
artralgia (3,1%).
Durante a experiência pós-comercialização, as seguintes reações adversas foram relatadas em pacientes
que receberam cloridrato de sevelamer, embora nenhuma relação direta com o cloridrato de sevelamer
pôde ser estabelecida: prurido, erupções cutâneas, dor abdominal e casos incomuns de obstrução
intestinal, de íleo e perfuração intestinal.
Em casos de eventos adversos, notifique o Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.