Bula do Cloridrato de Sotalol produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Paciente com todas as informações sobre este medicamento
cloridrato de sotalol
Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.
Comprimidos simples
160 mg
cloridrato de sotalol 160 mg – comprimidos simples – VP 02
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Medicamento genérico, Lei nº 9.787, de 1999
APRESENTAÇÕES
cloridrato de sotalol comprimidos 160 mg. Embalagem contendo 20 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de 160 mg contém:
cloridrato de sotalol..................................................... 160 mg
excipientes q.s.p. ............................................... 1 comprimido
(lactose monoidratada, amido, hiprolose, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio)
II) INFORMAÇÕES AO PACIENTE
O cloridrato de sotalol é indicado no tratamento e controle de arritmias cardíacas, em todos os casos de angina
pectoris (dor no peito), no pós-infarto do miocárdio.
A arritmia cardíaca é uma alteração no ritmo dos batimentos do coração que pode ou não ser perceptível pela pessoa.
A angina do coração é a dor que ocorre por cansaço do músculo cardíaco quando a quantidade de sangue que chega ao
coração é menor do que ele precisa para fazer seu batimento.
O infarto do miocárdio (ou enfarte do coração) é a morte de uma parte do músculo do coração que ocorre por falta
abrupta de sangue, deixando o coração sem os nutrientes e oxigênio necessários ao seu funcionamento normal. Após o
infarto é muito importante diminuir a carga ou o esforço que o coração tem de fazer para bater normalmente, pois o
músculo está cicatrizando e não pode aumentar seu trabalho.
As condições acima podem aparecer separadamente ou juntas numa determinada pessoa.
O cloridrato de sotalol é um agente bloqueador de receptor beta-adrenérgico. Diminui a estimulação nervosa em
alguns órgãos como o coração, rins e pulmões. Seu uso melhora o ritmo do coração, pois reduz a velocidade e a força
dos batimentos, diminuindo a necessidade de oxigênio e facilitando as contrações.
O cloridrato de sotalol também age nos rins diminuindo o mecanismo que retém sal e água para o organismo, o que
também ajuda a melhorar o funcionamento do coração.
Sua ação começa poucas horas após a primeira dose e passa a ser constante após 2 a 3 dias de uso.
Você não deve utilizar cloridrato de sotalol se apresentar:
- asma brônquica ou doença obstrutiva crônica das vias aéreas;
- alergia ao componente principal (cloridrato de sotalol) ou aos outros componentes;
- choque cardiogênico;
- uso de anestésico que provoque depressão cardíaca;
- arritmias em que o coração bate mais devagar do que o normal;
- síndrome da doença do nó sinusal, bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, a menos que esteja usando
um marcapasso funcionante;
- insuficiência cardíaca congestiva não controlada;
- insuficiência renal;
- síndrome do QT longo congênita ou adquirida.
cloridrato de sotalol 160 mg – comprimidos simples – VP 02
O cloridrato de sotalol deve ser usado com cautela, pois pode haver alteração da arritmia que já existia ou
aparecimento de outra nova arritmia. Alguns fármacos podem promover o que é conhecido como torsades de pointes
que é uma alteração que causa o aumento dos batimentos do coração, isso pode ser percebido por você ou pelo médico
num eletrocardiograma. As mulheres parecem ter o risco de desenvolvimento de torsades de pointes aumentado.
A torsades de pointes é dependente da dose e, em geral, ocorre logo após o início do tratamento ou com o aumento da
dose e termina de forma espontânea na maioria dos pacientes.
Assim, você deve informar ao médico qualquer sensação estranha em relação aos batimentos do coração que apareça
após começar o uso do medicamento.
Se você usa cloridrato de sotalol há muito tempo deve ter muita atenção quando for parar de tomá-lo, procurando
observar se a angina (dor no peito) ou a arritmia voltam a aparecer, pois a descontinuação repentina de cloridrato de
sotalol pode agravar estes sintomas. Portanto, recomenda-se que, pacientes em uso crônico de cloridrato de sotalol
devem ser cuidadosamente monitorados quando da sua descontinuação, particularmente em pacientes com isquemia
cardíaca (falta de suprimento de sangue no coração).
Se você tem funcionamento do coração controlado com outros medicamentos (como, diuréticos, inibidor da ECA,
digitálicos, etc.), você deve prestar a atenção quando começar a tomar cloridrato de sotalol.
Nessa situação, pode ocorrer alteração ou piora do funcionamento do coração e poderá aparecer ou não edema nas
pernas, mais cansaço para fazer esforços, dificuldade de respirar quando deitado ou dormindo e chiados no peito, entre
outras alterações perceptíveis.
Você pode precisar de ajuste da dose de cloridrato de sotalol, se você sofreu infarto com função ventricular esquerda
comprometida, o que será determinado pelo seu médico.
O cloridrato de sotalol não deve ser usado em pacientes com falta de potássio ou magnésio, antes da correção do
desequilíbrio, especialmente em pacientes com diarreia severa e prolongada ou em pacientes recebendo
concomitantemente medicamentos que diminuem magnésio e/ou potássio.
Alterações nos exames cardíacos e arritmias em que o coração bate mais devagar podem, ser um sinal de toxicidade e
deve ser evitado.
Pacientes com história de reação anafilática com diferentes agentes alergênicos podem ter reações alérgicas mais
severas com administrações repetidas de medicamentos da classe dos betabloqueadores.
Tais pacientes podem não responder às doses usuais de epinefrina usadas para o tratamento de reações alérgicas.
Devido à ação de cloridrato de sotalol em vários sistemas do organismo, você deve informar o seu médico que toma
cloridrato de sotalol especialmente se tiver diabetes, doença da tireoide, do fígado ou rins, psoríase (doença com
descamação da pele nas regiões das articulações) ou se for submetido a uma cirurgia (sob anestesia geral ou local).
Como cloridrato de sotalol é eliminado principalmente através da urina, deve ser evitado ou usado com cautela em
pacientes com função renal gravemente diminuída (clearance de creatinina < 10 mL/min).
Gravidez
Embora não haja estudos adequados e bem controlados na gravidez, o cloridrato de sotalol demonstrou atravessar a
placenta e é encontrado no líquido amniótico. Portanto, o cloridrato de sotalol somente deve ser usado durante a
gravidez se o benefício potencial for maior que o risco potencial.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-
dentista.
Lactantes
O cloridrato de sotalol é excretado no leite de animais de laboratório e foi relatada sua presença no leite humano.
Devido ao potencial de reações adversas do cloridrato de sotalol em bebês que estejam tomando leite materno, seu
médico decidirá se você deve interromper a amamentação ou descontinuar o medicamento, considerando a
importância do medicamento para a mãe.
Uso em crianças
A segurança e eficácia de cloridrato de sotalol em crianças e adolescentes menores de 18 anos não foram
estabelecidas.
Uso em idosos
Os agentes bloqueadores beta-adrenérgicos, como o cloridrato de sotalol, têm sido utilizados com segurança e eficácia
em pacientes idosos. Entretanto, pacientes idosos podem ser mais sensíveis a alguns efeitos adversos destes agentes.
Pacientes idosos com doença nos vasos sanguíneos devem ter cuidado ao tomar bloqueadores beta-adrenérgicos.
Existe um maior risco do betabloqueador induzir à hipotermia (redução anormal da temperatura do corpo) em
pacientes idosos.
Este medicamento pode causar doping.
Interações Medicamentosas
É muito importante informar ao seu médico sobre o uso de outros medicamentos que, quando tomados junto com
cloridrato de sotalol, podem anular ou aumentar seus efeitos, causando problemas que podem ser graves.
Os seguintes medicamentos possuem interação com cloridrato de sotalol:
Antiarrítmicos: medicamentos antiarrítmicos das classes Ia e III, (por exemplo, mas sem limitar a disopiramida,
quinidina e procainamida e amiodarona), não são recomendados como terapia concomitante com cloridrato de
sotalol, devido ao seu potencial de prolongar a refratariedade (um período de atividade neuromuscular). O uso
concomitante de outros agentes betabloqueadores com cloridrato de sotalol pode resultar em efeitos aditivos classe
II.
Diuréticos que interferem na concentração de potássio: deficiência de potássio ou magnésio no sangue pode
ocorrer aumentando o potencial de torsades de pointes (alteração que causa o aumento dos batimentos do coração).
Medicamentos que prolongam o intervalo QT: o cloridrato de sotalol deve ser administrado com extrema cautela
em conjunto com outros medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT tais como os agentes antiarrítmicos
da classe I, fenotiazinas (por exemplo, mas sem limitar a clorpromazina), antidepressivos tricíclicos (por exemplo,
mas sem limitar a imipramina, amitriptilina), terfenadina astemizola e certos antibióticos quinolônicos (por exemplo,
mas sem limitar a norfloxacino, ciprofloxacino).
Digoxina: doses únicas ou múltiplas de cloridrato de sotalol não afetam significativamente as concentrações
sanguíneas de digoxina. Eventos pró-arrítmicos foram mais comuns nos pacientes tratados com sotalol e também
recebendo digoxina; no entanto, isto pode estar relacionado à presença de insuficiência cardíaca congestiva, um
conhecido fator de risco da pró-arritmia, no paciente recebendo digoxina.
Medicamentos bloqueadores dos canais de cálcio: a administração concomitante de agentes betabloqueadores e
bloqueadores de canais de cálcio pode resultar em diminuição da pressão arterial, bradicardia (quando o coração bate
mais devagar do que o normal), distúrbios de condução e diminuição da função cardíaca. Os betabloqueadores devem
ser evitados em associação com bloqueadores dos canais de cálcio cardiodepressores (por exemplo, mas sem limitar a
verapamil e diltiazem) devido aos efeitos aditivos na condução atrioventricular e na função ventricular.
Agentes que interferem na concentração de catecolaminas: o uso concomitante de medicamentos depletores de
catecolaminas (por exemplo, mas sem limitar a reserpina e guanitidina), com um betabloqueador pode produzir uma
redução excessiva do tônus nervoso simpático em repouso. Caso você tome estes medicamentos concomitantes, você
deverá ser estritamente monitorizado com relação a evidências de diminuição da pressão arterial e/ou arritmias em que
o coração bate mais devagar do que o normal, os quais podem produzir síncope (perda súbita dos sentidos).
Insulina e hipoglicemiantes orais: poderá ocorrer hiperglicemia (aumento de glicose (açúcar) no sangue), e a
dosagem do medicamento antidiabético pode necessitar de ajuste. Os sintomas de diminuição de glicose no sangue
podem ser mascarados pelo cloridrato de sotalol.
Estimulantes do receptor beta-2: os medicamentos da classe dos beta-agonistas (por exemplo, mas sem limitar a
salbutamol, terbutalina e isoprenalina) podem necessitar de dosagens aumentadas quando usados concomitantemente
com cloridrato de sotalol.
Clonidina: os medicamentos betabloqueadores podem potencializar o aumento da pressão arterial rebote, algumas
vezes observada após a descontinuação da clonidina; portanto, o betabloqueador deve ser vagarosamente
descontinuado vários dias antes da retirada gradual da clonidina.
Interferência com exames laboratoriais: o sotalol pode interferir no resultado de alguns exames de urina. Por isso,
avise a seu médico e ao laboratório de análises clínicas sobre o uso do cloridrato de sotalol.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento de seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.
O cloridrato de sotalol deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC), protegido da umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características Físicas e Organolépticas
O comprimido de cloridrato de sotalol 160 mg é circular, branco, biconvexo, chanfrado e com vinco em uma das
faces.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma
mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
cloridrato de sotalol 160 mg – comprimidos simples – VP 02
O cloridrato de sotalol deve ser administrado por via oral, longe do horário das refeições, preferencialmente, 1 a 2
horas antes.
Seu médico recomendará a dose diária de cloridrato de sotalol de acordo com a sua necessidade e você deverá
estabelecer um horário fixo para facilitar as tomadas.
A dose de cloridrato de sotalol poderá ser aumentada lentamente pelo seu médico até que se tenha o resultado
esperado. Pode ser necessária a repetição de exames para melhor ajustar a dose de cloridrato de sotalol.
Pacientes apresentando bradicardia (quando o coração bate mais devagar do que o normal) ou hipotensão (queda da
pressão arterial) excessiva no início da administração de cloridrato de sotalol terão suas terapias suspensas pelo
médico; o cloridrato de sotalol poderá ser reintroduzido pelo médico mais tarde em doses mais baixas. O médico
poderá também reduzir a dose para aliviar sintomas de fraqueza e tonturas em casos onde a pressão arterial permaneça
baixa após mais de um mês de terapia.
Arritmias: O esquema de dosagem inicial recomendado é 160 mg/dia, administrado em duas doses divididas com
intervalos de aproximadamente 12 horas. Esta dose pode ser aumentada para 240 mg ou 320 mg/dia, se necessário,
após avaliação adequada pelo seu médico. Alguns pacientes com arritmias ventriculares refratárias com risco à vida
podem necessitar doses tão altas como 480 a 640 mg/dia, no entanto, estas doses serão prescritas pelo médico somente
quando o benefício potencial exceder o aumento do risco de eventos adversos.
Angina pectoris/ Pós-infarto do miocárdio: Recomenda-se que o início do tratamento em pacientes com
cardiomiopatia (doença do músculo cardíaco) ou insuficiência cardíaca congestiva seja realizado em um ambiente
hospitalar.
Dose inicial: 160 mg por dia em dose única ou dividido em duas vezes.
Após a 1ª semana de tratamento, a dose inicial poderá ser aumentada, se necessário, em até 80 mg por semana. A
rapidez pela qual a dose é aumentada dependerá da tolerância do paciente.
Faixa de dosagem: 160-320 mg/diários.
Pacientes com insuficiência renal
O cloridrato de sotalol é excretado predominantemente na urina e sua meia-vida de eliminação é prolongada na
insuficiência renal, assim, a dosagem de cloridrato de sotalol deve ser reduzida nesta população, de acordo com o
grau de comprometimento renal.
Para segurança e eficácia desta apresentação, o cloridrato de sotalol não deve ser administrado por vias não
recomendadas. A administração deve ser somente pela via oral.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não
interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
Se você esqueceu de tomar o cloridrato de sotalol no horário pré estabelecido, por favor procure seu médico.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou do cirurgião-dentista.
O cloridrato de sotalol é bem tolerado na maioria dos pacientes. As reações adversas são geralmente passageiras e
raramente necessitam de interrupção ou retirada do tratamento.
Você deve informar o seu médico caso apresente qualquer um dos sintomas a seguir (além de qualquer outra
anormalidade) para que ele possa avaliar se tudo está bem.
As reações mais frequentes são dispneia (falta de ar), fadiga (cansaço), tonturas, cefaleia (dor de cabeça), febre,
bradicardia excessiva (quando o coração bate mais devagar do que o normal) e/ou hipotensão (queda da pressão
arterial). Estas reações adversas geralmente desaparecem quando a dose é diminuída.
Os eventos adversos mais significativos, no entanto, são aqueles devido ao agravamento das arritmias pré-existentes
ou aparecimento de novas arritmias.
Você poderá apresentar os eventos adversos a seguir, que são considerados relacionados ao tratamento, com o
cloridrato de sotalol:
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):
Cardiovascular: bradicardia (quando o coração bate mais devagar do que o normal), dispneia (falta de ar), dor no
peito, palpitações, edema (inchaço), anormalidades no exame de eletrocardiograma, hipotensão (queda da pressão
arterial), pró-arritmia (agravamento de arritmia pré-existente), síncope (perda súbita dos sentidos), insuficiência
cardíaca, pré-síncope (pré-desmaio) e torsades de pointes (alteração que causa o aumento dos batimentos do coração).
Dermatológico: erupção cutânea (manchas na pele).
Gastrointestinal: náuseas/vômitos, diarreia, dispepsia (indigestão), dor abdominal e flatulência (gases).
Músculo-esquelético: cãibras.
Nervoso/psiquiátrico: fadiga (cansaço), tontura, astenia (sensação de cansaço neuromuscular), delírio, cefaleia (dor
de cabeça), distúrbios do sono, depressão, parestesia (formigamento), alterações do humor, ansiedade e disgeusia
(alteração do paladar).
cloridrato de sotalol 160 mg – comprimidos simples – VP 02
Urogenital: disfunção sexual.
Sentidos especiais: distúrbios visuais, anormalidades no paladar e distúrbios auditivos.
Orgânicos gerais: febre.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.