Bula do Coltrax produzido pelo laboratorio Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
COLTRAX®
tiocolchicosídeo
Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.
Comprimidos
4 mg
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Esta bula sofreu aumento de tamanho para adequação a legislação vigente da ANVISA.
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
APRESENTAÇÃO
Comprimidos 4 mg: embalagem com 20.
USO ORAL. USO ADULTO.
COMPOSIÇÃO
COLTRAX 4 mg: cada comprimido contém 4 mg de tiocolchicosídeo.
Excipientes: amido de milho, gelatina, lactose monoidratada, estearato de magnésio, talco e sacarose.
Este medicamento é destinado ao tratamento de curta duração das dores de contraturas musculares e torcicolo.
Um estudo placebo-controlado, duplo-cego, randomizado, avaliou a eficácia de tiocolchicosídeo oral (8 mg, duas vezes ao
dia) no tratamento de dor lombar baixa aguda (n = 98) (Marcel et al, 1990a). Tiocolchicosídeo reduziu significativamente a
dor, o número de comprimidos analgésicos tomados e a rigidez vertebral, e, melhorou a habilidade de desenvolver
atividades rotineiras diárias nos 5 dias após o início da terapia; a opinião subjetiva dos pacientes foi altamente favorável. O
medicamento foi bem tolerado neste estudo.
A eficácia do tiocolchicosídeo no tratamento da contratura muscular após a cirurgia artroscópica de joelho para a síndrome
patelo-femoral, lesões meniscais ou plicas patológicas foi avaliada em um estudo duplo-cego de grupos paralelos, (Lebaux
& Questel, 1996a). Sessenta e três pacientes foram randomizados para receber tiocolchicosídeo 16 miligramas por dia ou
tetrazepan 100 mg por dia. Thiocolchocosídeo foi significativamente superior à tetrazepan no que diz respeito à melhora da
dor, contratura muscular, e às atividades funcionais da articulação do joelho (grau e ângulo de flexão/extensão). A
tolerância foi melhor nos pacientes tratados com tiocolchicosídeo; pacientes do grupo tetrazepan demonstrou alteração mais
acentuada de vigília.
A eficácia e a tolerabilidade do tiocolchicosídeo foi objeto de um estudo fármaco-epidemiológico aberto (Eandi et al,
1992a) que envolveu 5.212 pacientes internados em Ortopedia e Traumatologia com espasmo muscular e contraturas (45%
na coluna lombar, 23% da coluna cervical, 16% membros inferiores, ombros 9%, 7% coluna torácica, 16% de outros
sítios). A terapia foi geralmente administrada por via intramuscular, e a duração do tratamento foi de 6 a 10 dias.
Avaliações dos investigadores revelaram uma excelente resposta em 40% dos casos, uma boa resposta em 41%, e uma
resposta moderada em 12%. Nenhuma eficácia foi relatada em 3,5% dos casos. Os efeitos adversos foram mínimos (cerca
de 1% dos pacientes).
Farmacodinâmica
O tiocolchicosídeo é um derivado sulfuroso de um glicósido natural de colchicina. Atua farmacologicamente como
miorrelaxante, tanto em seres humanos como em animais.
O tiocolchicosídeo promove uma atenuação ou supressão considerável da contração de origem central: na hipertonia
espástica, diminui a resistência passiva do músculo estriado e reduz ou suprime o aparecimento da contratura residual.
A sua ação miorrelaxante manifesta-se igualmente sobre os músculos viscerais (notavelmente sobre o útero).
O tiocolchicosídeo está desprovido de qualquer efeito curarizante e atua por meio do sistema nervoso central e não por uma
paralisia da placa motriz.
Estudos realizados em 1980 evidenciaram uma afinidade seletiva do tipo agonista do tiocolchicosídeo por receptores do
GABA, assim como propriedades agonistas glicinérgicas.
Por outro lado, o tiocolchicosídeo não altera a motilidade voluntária, não provoca paralisia e evita, deste modo, todo risco
respiratório.
Finalmente, COLTRAX não influi no sistema cardiovascular.
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Farmacocinética
Absorção
Após administração oral, o tiocolchicosídeo não é detectado no plasma. Apenas dois metabólitos são observados: o
metabólito farmacologicamente ativo SL18.0740 e um metabólito inativo SL59.0955. Para ambos, a concentração
plasmática máxima ocorre uma hora após a administração do tiocolchicosídeo. Após a administração de dose oral única de
8 mg de tiocolchicosídeo, a Cmax e AUC do SL18.0740 são cerca de 60 ng/mL e 130 ng.h/mL respectivamente. Para o
SL59.0955 estes valores são muito inferiores: Cmax em torno de 13 ng/mL e AUC varia de 15,5 ng.h/mL (até 3h) a 39,7
ng.h/mL (até 24h).
Metabolismo
Após administração oral, o tiocolchicosídeo é primeiramente metabolizado para aglicon 3-desmetil tiocolchicina ou
SL59.0955. Esta etapa ocorre, principalmente, pelo metabolismo intestinal, explicando a ausência de circulação de
tiocolchicosídeo inalterado por esta via de administração.
SL59.0955 é então glicuro conjugado em SL18.0740 que tem atividade farmacológica equipotente ao tiocolchicosídeo e,
portanto, suporta a atividade farmacológica após a administração oral de tiocolchicosídeo.
SL59.0955 também é desmetilado em didesmetil-tiocolchicina.
Eliminação
Após administração oral de tiocolchicosídeo radiomarcado, a radioatividade total é excretada principalmente pelas fezes
(79%), enquanto que a excreção urinária representa apenas 20%. Nenhum tiocolchicosídeo inalterado é excretado pela
urina ou pelas fezes. SL18.0740 e SL59.0955 são encontrados na urina e nas fezes, enquanto que a didesmetil-tiocolchicina
só é recuperada nas fezes.
Após a administração oral de tiocolchicosídeo, o metabolito SL18.0740 é eliminado com um t1/2 aparente variando de 3,2 a
7 horas e o metabólito SL59.0955 com um t1/2 médio de 0,8 h.
COLTRAX é contraindicado em pacientes que apresentam hipersensibilidade ao tiocolchicosídeo ou a qualquer outro
componente da fórmula, gravidez e lactação e aos pacientes que apresentam hipersensibilidade conhecida à colchicina.
COLTRAX não deve ser utilizado em mulheres em idade fértil que não estejam utilizando métodos contraceptivos eficazes.
Categoria de risco na gravidez: X. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam
ficar grávidas durante o tratamento.
Advertências
Em estudos pré-clínicos, um dos metabólitos de tiocolchicosídeo (SL59.0955) induziu a aneuploidia em concentrações
próximas à exposição humana observada em doses de 8 mg duas vezes ao dia por via oral. Aneuploidia é relatada como um
fator de risco para teratogenicidade, toxicidade embriofetal/aborto espontâneo, câncer e prejuízo da fertilidade masculina.
Como medida de precaução, o uso deste medicamento em doses maiores que a recomendada ou em tratamento de longo
prazo deve ser evitado (vide Posologia e Modo de usar).
Foram relatados, pós-comercialização, casos de hepatite citolítica e colestática com o tiocolchicosídeo. Casos severos,
como hepatite fulminante, têm sido reportados em pacientes com uso concomitante de anti-inflamatórios não esteroidais ou
paracetamol. Pacientes devem ser orientados a comunicar qualquer sinal de hepatotoxicidade (vide Reações Adversas).
COLTRAX pode desencadear convulsões especialmente em pacientes com epilepsia ou naqueles pacientes com risco de
convulsões (vide Reações Adversas).
As pacientes devem ser cuidadosamente informadas sobre os riscos potenciais de uma possível gravidez e sobre métodos
contraceptivos eficazes a serem seguidos.
Devido à presença de lactose, pacientes com raros problemas hereditários de intolerância a lactose, deficiência em Lapp
lactase ou má absorção glicose-galactose não devem tomar este medicamento.
Devido à presença de sacarose, pacientes com problemas raros hereditários de intolerância a frutose não devem tomar este
medicamento.
PRECAUÇÕES
Em caso de diarreia o tratamento com COLTRAX deve ser descontinuado.
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Gravidez e lactação
Estudos conduzidos em animais mostraram toxicidade reprodutiva, incluindo efeitos teratogêncios (vide Advertências e
Precauções e Dados de segurança não clínica). Não existem dados clínicos suficientes para avaliar a segurança do uso na
gravidez. Deste modo, o risco potencial para o embrião e feto é desconhecido. Por consequência, tiocolchicosídeo é
contraindicado na gravidez e em mulheres em idade fértil que não estejam utilizando métodos contraceptivos eficazes (vide
Contraindicações).
Como ocorre a passagem de COLTRAX para o leite materno, é contraindicado o seu uso durante a amamentação.
Populações especiais
Pacientes Idosos
Não há advertências e recomendações especiais sobre o uso adequado desse medicamento por pacientes idosos.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não existem dados disponíveis no efeito de dirigir veículos e operar máquinas. Estudos clínicos concluíram que
tiocolchicosídeo não tem efeito no desempenho psicomotor. Entretanto, geralmente pode ocorrer sonolência e isto deve ser
levado em consideração quando dirigir veículos ou operar máquinas.
Atenção diabéticos: COLTRAX comprimidos contém açúcar (2,8 mg/comprimido).
Dados de segurança não clínica
Farmacologia Animal
O perfil do tiocolchicosídeo tem sido avaliado in vitro e in vivo seguido de administração parenteral e oral.
Toxicidade Aguda
Em altas doses, o tiocolchicosídeo induziu êmese em cães, diarreia em rato e convulsões tanto em roedores quanto em não-
roedores após administração por via oral.
Toxicidade Crônica
Tiocolchicosídeo foi bem tolerado, seguido de administração oral, por períodos de até 6 meses tanto em rato quanto em
primata não-humano quando administrado em repetidas doses de menos ou igual a 2 mg/kg/dia em rato e menos ou igual a
2,5 mg/kg/dia em primata não-humano e, pela via intramuscular em primata em repetidas doses de até 0,5 mg/kg/dia por 4
semanas.
Após administração repetida, tiocolchicosídeo induziu problema gastrintestinal (entererite, êmese) por via oral.
Carcinogenicidade
O potencial carcinogênico não foi avaliado.
Genotoxicidade
Tiocolchicosídeo não induziu mutação genética em bactéria (teste Ames), lesões cromossômicas in vitro (testes de
aberrações cromossômicas em linfócitos humanos) e lesões cromossômicas in vivo (micronúcleos intraperitoneais em
medula óssea do rato in vivo).
O principal metabólito glicuro conjugado, o SL18.0740, não induziu mutação genética em bactéria (teste Ames), no entanto
induziu lesões cromossômicas in vitro (teste de micronúcleos em e linfócitos humanos in vitro) e lesões cromossômicas in
vivo (teste oral de micronúcleos em medula óssea de rato in vivo). O micronúcleo resultou predominantemente da perda
cromossômica (micronúcleo centrômero positivo após coloração de centrômero FISH), sugerindo propriedades
aneugênicas. O efeito aneugênico de SL18.0740 foi observado em concentrações no teste in vitro e em exposições de AUC
no plasma do teste in vivo maiores (mais de 10 vezes baseada na AUC) do que as concentrações observadas no plasma
humano em doses terapêuticas.
O metabólito aglicon (3-desmetil tiocolchicina – SL59.0955) induziu lesão cromossômica in vitro (teste de micronúcleo em
linfócitos humanos in vitro) e lesão cromossômica in vivo (teste oral de micronúcleo em medula óssea de rato in vivo). O
micronúcleo resultou predominantemente da perda cromossômica (micronúcleo centrômero positivo após coloração de
centrômero FISH ou CREST), sugerindo propriedades aneugênicas. O efeito aneugênico de SL59.0955 foi observado no
teste in vitro e nas exposições do teste in vivo com concentrações próximas daquelas observadas no plasma humano com
doses terapêuticas de 8 mg duas vezes ao dia por via oral.
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O efeito aneugênico nas células em divisão pode resultar em células aneuploides. Aneuploidia é uma modificação no
número de cromossomos e perda de heterozigosidade, que é reconhecida como fator de risco para teratogenicidade,
embriotoxicidade/aborto espontâneo, fertilidade masculina prejudicada, quando afeta células germinativas e câncer quando
afeta células somáticas.
Teratogenicidade
Em ratos, a dose de 12 mg/kg de tiocolchicosídeo causou malformações juntamente com fetotoxicidade (retardo no
crescimento, morte do embrião, alteração da taxa de distribuição por sexo). A dose sem efeitos tóxicos foi de 3 mg/kg. Nos
coelhos, tiocolchicosídeo mostrou maternotoxicidade com doses a partir de 24 mg/kg. Além disto, anormalidades menores
tem sido observadas (costelas supernumerárias, ossificação retardada).
Prejuízo da fertilidade
Em um estudo de fertilidade em ratos, nenhum prejuízo à fertilidade foi observado com doses de até 12 mg/kg, ou seja,
nível de dose que não induz nenhum efeito clínico. O tiocolchicosídeo e seus metabólitos exercem atividade aneugênica em
diferentes concentrações (vide Genotoxicidade), que é reconhecida como um fator de risco para prejudicar a fertilidade
Não há relatos de interações medicamentosas até o momento.
COLTRAX deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Proteger da luz.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data da fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
Comprimidos achatados, com sulco central, de cor amarela.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A dose recomendada e máxima é de 8 mg a cada 12 horas (16 mg por dia). A duração do tratamento é limitada a 7 dias
consecutivos.
Doses excedentes da recomendada ou tratamento de longo prazo devem ser evitados (vide Advertências e Precauções)
Tomar os comprimidos com líquido, por via oral.
Não há estudos dos efeitos de COLTRAX administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir
a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Reação muito comum ≥ 10%
Reação comum ≥ 1 e < 10%
Reação incomum ≥ 0,1% e < 1%
Reação rara ≥ 0,01% e < 0,1%
Reação muito rara < 0,01%
Desconhecida (não pode ser estimada com os dados disponíveis)
Distúrbios do sistema imunológico
Reações anafiláticas, tais como:
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Incomum: pruridos.
Rara: urticária.
Desconhecida: edema angioneurótico.
Distúrbios do sistema nervoso
Comum: sonolência.
Desconhecida: convulsões (vide Advertências e Precauções).
Distúrbios gastrintestinais
Comum: diarreia (vide Advertências e Precauções), gastralgia.
Incomum: náusea e vômitos.
Distúrbios hepatobiliares
Desconhecida: hepatite citolítica e colestática (vide Advertências e Precauções).
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo
Incomum: reações alérgicas na pele.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível
em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Nenhum sintoma específico de sobredosagem foi relatado em pacientes tratados com tiocolchicosídeo. Se ocorrer
sobredosagem, supervisão médica e medidas sintomáticas de suporte são recomendadas.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.