Bula do Desarcor produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Desarcor (candesartana cilexetila)
Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.
Comprimidos
8 mg e 16 mg
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Desarcor
candesartana cilexetila
APRESENTAÇÕES
Desarcor comprimidos de 8mg. Embalagem contendo 7, 30 e 60 comprimidos.
Desarcorcomprimidos de 16mg. Embalagem contendo 7, 30 e 60 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de Desarcor 8 mg contém:
candesartana cilexetila ................................................................................................................................ 8 mg
Excipientes ........................................................................................................................... q.s.p. 1 comprimido
(lactose monoidratada, óxido de ferro vermelho, dióxido de titânio, amido de milho, povidona, carragenina,
croscarmelose sódica, estearato de magnésio e água purificada – removida durante o processo).
Cada comprimido de Desarcor 16 mg contém:
candesartana cilexetila ............................................................................................................................... 16 mg
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE
Desarcoré indicado para o tratamento de insuficiência cardíaca e hipertensão arterial leve, moderada e grave.
O tratamento com Desarcor reduz a mortalidade, reduz a hospitalização devido à insuficiência cardíaca e
melhora os sintomas.
Hipertensão
Na hipertensão, a candesartana cilexetila causa uma redução prolongada da pressão arterial, dose-
dependente (Dag Elmfeldt et al. Blood Pressure 2002; 11: 293–301; Morsing P et al. Hypertension
1999;33;1406- 1413). A ação anti-hipertensiva é devida à diminuição da resistência periférica sistêmica,
embora a frequência cardíaca, o volume de ejeção e o débito cardíaco não sejam afetados. Não há indícios de
hipotensão grave ou exagerada com a primeira dose ou de efeito rebote após a interrupção do tratamento
(Belcher G et al. J Hum Hypertens 1997;11(supll2) S85-S89).
Em dois estudos randomizados, duplo-cegos, de 8 semanas de duração, os efeitos de redução da pressão
arterial da candesartana cilexetila e losartana foram avaliados em um total de 1.268 pacientes com
hipertensão leve a moderada. Em ambos os estudos, a redução na pressão arterial sistólica e diastólica foi
significativamente maior com candesartana cilexetila (32 mg, uma vez ao dia). Em uma análise agrupada, a
redução mínima da pressão arterial (sistólica/diastólica) foi 13,1/10,5 mmHg com candesartana cilexetila e
10,0/8,7 mmHg com losartana potássica (100 mg, uma vez ao dia). A diferença média na redução da pressão
arterial foi 3,1/1,8 mmHg (p<0,0001/p<0,0001).
A candesartana cilexetila pode ser usada como monoterapia ou em combinação com outras substâncias
antihipertensivas, como os diuréticos tiazídicos (Koenig W. Clin Drug Invest 2000;19:239-46; Belcher G et
al. J Hum Hypertens 1997;11(supll 2) S85-S89) e os antagonistas de cálcio diidropiridínicos (Lindholm LH et
al. Journal of Hypertension 2003, Vol 21 Nº8; Trefor Morgan and Adrianne Anderson. AJH–June 2002–
VOL. 15, N°. 6; V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2006) para melhorar a eficácia.
A candesartana cilexetila é igualmente eficaz nos pacientes, independentemente da idade e do sexo.
A candesartana cilexetila é eficaz na redução da pressão sanguínea independentemente da raça, embora o
efeito seja um pouco menor em pacientes negros (população usualmente com baixa renina). Isso é geralmente
comum para substâncias que bloqueiam o sistema renina-angiotensina-aldosterona (F. Zannad & R. Fay.
Fundamental & Clinical Pharmacology 21 (2007) 181–190).
A candesartana cilexetila aumenta o fluxo sanguíneo renal e mantém ou aumenta a taxa de filtração
glomerular, enquanto a resistência vascular renal e a fração de filtração são reduzidas.
A candesartana cilexetila também reduz a excreção de albumina na urina em pacientes com diabetes
mellitus tipo II, hipertensão e microalbuminúria (Zannad F. Blood Pressure 2000; 9 (Suppl 1): 36–39; Grassi
G et al. J Hypertens 2003;21:1761-9). Em pacientes hipertensos com diabetes mellitus tipo II, o tratamento de
12 semanas com candesartana cilexetila 8 mg a 16 mg não teve efeitos adversos na glicemia ou no perfil
lipídico (Mogensen CE et al. BMJ. 2000; 321: 1440–4; Lindholm LH et al. Journal of Hypertension 2003,
Vol 21 Nº8).
No estudo SCOPE - Study on Cognition and Prognosis in the Elderly (Estudo em Cognição e Prognóstico em
Idosos), os efeitos do tratamento anti-hipertensivo com candesartana cilexetila na morbidade e na mortalidade
cardiovascular, na função cognitiva e na qualidade de vida foram avaliados em 4.937 pacientes idosos (70-89
anos) com hipertensão (Pressão Arterial Sistólica (PAS) 160-179 mmHg e/ou Pressão Arterial Diastólica
(PAD) 90-99 mmHg). A tabela a seguir mostra os resultados do estudo para o desfecho primário (eventos
cardiovasculares (CV) importantes) e seus componentes. Ambos os regimes de tratamento reduziram
efetivamente a pressão arterial sistólica e diastólica e foram geralmente bem tolerados. A função cognitiva e a
qualidade de vida foram mantidas de maneira apropriada em ambos os grupos do tratamento (Trenkwalder JH
et al. J Hypertens 2006; 24(Suppl 1): S107-S114; Papademetriou V et al. JACC 2004; 44(6); 1175-80).
* Qualquer tratamento anti-hipertensivo prévio foi padronizado para hidroclorotiazida 12,5 mg, uma vez ao
dia, antes da randomização. Outro tratamento anti-hipertensivo foi adicionado à medicação do estudo duplo-
cego (candesartana cilexetila 8-16 mg ou placebo correspondente, uma vez ao dia) se mantida PAS ≥ 160
mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg. Tal tratamento adicional foi administrado em 49% e 66% dos pacientes nos
grupos de candesartana cilexetila e no grupo controle, respectivamente.
Insuficiência Cardíaca
Nos pacientes com insuficiência cardíaca crônica (ICC) e função ventricular sistólica esquerda deprimida
(fração da ejeção ventricular esquerda, FEVE ≤ 40%), candesartana cilexetila diminui a resistência vascular
sistêmica e a pressão capilar pulmonar, aumenta a atividade da renina plasmática e a concentração de
angiotensina II, e diminui os níveis de aldosterona.
O tratamento com candesartana cilexetila reduz a mortalidade e a hospitalização devido a ICC e melhora os
sintomas como mostrado no estudo CHARM (Candesartan in Heart Failure – Assessment of Reduction in
Mortality and Morbidity / Candesartana em Insuficiência Cardíaca – Avaliação da redução da mortalidade e
da morbidade). Este estudo multinacional, controlado por placebo, duplo-cego, em pacientes com ICC com
classe funcional da New York Heart Association (NYHA) II a IV, consistiu em três estudos separados:
CHARM-Alternativo (n=2.028) em pacientes com FEVE ≤ 40% não tratados com um inibidor da ECA
devido à intolerância, CHARM-Adicionado (n=2.548) em pacientes com FEVE ≤ 40% e tratados com um
inibidor da ECA, e CHARM-Preservado (n=3.023) em pacientes com FEVE > 40%. Pacientes com terapia
convencional foram randomizados para o placebo ou candesartana cilexetila (titulado de 4 mg ou 8 mg uma
vez ao dia para 32 mg, uma vez ao dia, ou a maior dose tolerada, dose média de 24 mg) e acompanhados por
uma mediana de 37,7 meses.
Nº de pacientes que manifestaram um evento CV pela primeira vez
Candesartana
cilexetila* (N=2.477)
Controle *
(N=2.460)
Risco relativo
(IC 95%)
Valor-
P
Eventos CV importantes 242 268 0,89 (0,75-1,06) 0,19
Mortalidade CV 145 152 0,95 (0,75-1,19) 0,63
AVC não fatal 68 93 0,72 (0,53-0,99) 0,04
Infarto do miocárdio não-fatal 54 47 1,14 (0,77-1,68) 0,52
O desfecho composto de mortalidade cardiovascular ou primeira hospitalização por ICC foi reduzido
significativamente com a candesartana cilexetila em comparação com o placebo no CHARM-Alternativo
(razão de risco (RR) 0,77, IC 95% 0,67-0,89, p<0,001) e no CHARM-Adicionado (RR 0,85, IC 95% 0,75-
0,96, p=0,011). Isto corresponde a uma redução de risco relativo de 23% e de 15%, respectivamente. Uma
redução numérica, embora estatisticamente não significativa, também foi alcançada no CHARM-Preservado
(RR 0,89, IC 95% 0,77-1,03, p=0,118).
O desfecho composto de mortalidade por todas as causas ou primeira hospitalização por ICC também foi
reduzido significativamente com a candesartana cilexetila no CHARM-Alternativo (RR 0,80, IC 95% 0,70-
0,92, p=0,001) e CHARM-Adicionado (RR 0,87, IC 95% 0,78-0,98, p=0,021), e uma tendência similar foi
observada no CHARM-Preservado (RR 0,92, IC 95% 0,80-1,05, p=0,221).
Ambos os componentes de mortalidade e de morbidade (hospitalização por ICC) destes desfechos compostos
contribuíram para os efeitos favoráveis de candesartana cilexetila no CHARM-Alternativo e CHARM-
Adicionado. Os efeitos favoráveis indicados no CHARM-Preservado foram devidos à redução da
hospitalização por ICC.
Mortalidade por todas as causas também foi avaliada nas populações agrupadas do CHARM-Alternativo e
CHARM–Adicionado (RR 0,88, IC 95% 0,79-0,98, p=0,018) e em todos os três estudos (RR 0,91, IC 95%
0,83-1,00, p=0,055).
O tratamento com candesartana cilexetila resultou em uma melhora da classe funcional NYHA no CHARM-
Alternativo e CHARM–Adicionado (p=0,008 e p=0,020 respectivamente).
Os efeitos benéficos de candesartana cilexetila na mortalidade cardiovascular e hospitalização por ICC
foram consistentes, independentemente da idade, sexo e medicação concomitante. A candesartana cilexetila
também foi eficaz em pacientes tomando concomitantemente betabloqueadores e inibidores da ECA, e os
benefícios foram obtidos mesmo se os pacientes estavam ou não tomando inibidores da ECA na dose
recomendada pelas diretrizes de tratamento.
Propriedades Farmacodinâmicas
A angiotensina II é o hormônio vasoativo primário do sistema renina-angiotensina-aldosterona e exerce um
significativo papel na fisiopatologia da hipertensão, insuficiência cardíaca e outros transtornos
cardiovasculares.
Também exerce um importante papel na patogênese da hipertrofia e lesões de órgãos alvo. Os principais
efeitos fisiológicos da angiotensina II, como a vasoconstrição, estimulação da aldosterona, regulação da
homeostase do sal e da água e a estimulação do crescimento celular, são mediados via receptor do tipo 1
(AT1).
A candesartana cilexetila é um pró-fármaco adequado para o uso oral, sendo rapidamente convertido ao
fármaco ativo candesartana, por hidrólise de éster durante a absorção no trato gastrointestinal. A candesartana
é um antagonista do receptor da angiotensina II, seletivo para receptores AT1, com forte ligação e lenta
dissociação dos mesmos, não tendo atividade agonista.
A candesartana não inibe a enzima conversora de angiotensina (ECA), que converte a angiotensina I para
angiotensina II e degrada a bradicinina. Como não há efeito na degradação da bradicinina, é improvável que
os antagonistas dos receptores de angiotensina II sejam associados com tosse.
Em estudos clínicos controlados que compararam candesartana cilexetila com inibidores da ECA, a
incidência de tosse foi menor nos pacientes que receberam candesartana cilexetila. A candesartana não se
liga ou bloqueia outros receptores hormonais ou canais de íons conhecidos por serem importantes na
regulação cardiovascular. O antagonismo dos receptores AT1 da angiotensina II resulta em aumento dose-
relacionada da atividade da renina plasmática, das concentrações de angiotensina I e angiotensina II e em uma
diminuição da concentração plasmática de aldosterona.
Propriedades Farmacocinéticas
- Absorção e distribuição
Após a administração oral, a candesartana cilexetila é convertida para substância ativa candesartana. A
biodisponibilidade absoluta da candesartana é de aproximadamente 40% após uma solução oral de
candesartana cilexetila. A biodisponibilidade relativa dos comprimidos em comparação com a solução oral é
de aproximadamente 34%, com variabilidade muito pequena. O pico médio de concentração plasmática (Cmax)
ocorre entre 3-4 horas após a ingestão do comprimido. As concentrações séricas da candesartana aumentam
linearmente com o aumento das doses na faixa de dose terapêutica. Não foram observadas diferenças
relacionadas ao sexo na farmacocinética da candesartana. A área sob a curva de concentração plasmática
versus tempo (AUC) não é significativamente afetada por alimentos.
A candesartana liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas (>99%). O volume aparente de distribuição
da candesartana é de 0,1 L/kg.
- Metabolismo e eliminação
A candesartana é principalmente eliminada inalterada pelas vias urinária e biliar e apenas uma pequena parte
é eliminada pelo metabolismo hepático (CYP2C9). Os estudos de interação disponíveis não indicam efeito em
CYP2C9 e CYP3A4. Com base em dados in vitro, não seria esperada qualquer interação in vivo com
fármacos cujo metabolismo é dependente das isoenzimas do citocromo P450: CYP1A2, CYP2A6, CYP2C9,
CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1 ou CYP3A4. A meia-vida de eliminação da candesartana é de
aproximadamente 9 horas. Não há acúmulo após a administração de doses múltiplas.
A depuração plasmática total da candesartana é aproximadamente de 0,37 mL/min/kg, com uma depuração
renal de cerca de 0,19 mL/min/kg. A eliminação renal da candesartana ocorre tanto por filtração glomerular
como por secreção tubular ativa.
Seguindo uma dose oral de candesartana cilexetila marcada com 14
C, aproximadamente 26% da dose é
excretada na urina como candesartana, e 7% como metabólito inativo, enquanto aproximadamente 56% da
dose é recuperada nas fezes como candesartana e 10% como metabólito inativo.
- Populações especiais
Em idosos (acima de 65 anos), tanto a Cmax quanto a AUC da candesartana são aumentadas em
aproximadamente 50% e 80%, respectivamente, em comparação com indivíduos jovens. Entretanto, a
resposta da pressão sanguínea e a incidência de eventos adversos são semelhantes após a administração de
candesartana cilexetila em pacientes jovens e idosos.
Em pacientes com alterações renais de leve a moderada, a Cmax e a AUC da candesartana aumentaram com
doses repetidas em aproximadamente 50% e 70%, respectivamente, mas a meia-vida (t½) não foi alterada em
comparação aos pacientes com a função renal normal. As alterações correspondentes nos pacientes com
alterações renais graves foram cerca de 50% e 110%, respectivamente. A t½ de eliminação da candesartana
foi aproximadamente o dobro nos pacientes com alterações renais graves. A farmacocinética em pacientes que
fazem hemodiálise foi similar àquela dos pacientes com alterações renais graves (ver item “Posologia e Modo
de Usar”).
Em pacientes com alterações hepáticas de leve a moderada, houve um aumento na AUC da candesartana de
aproximadamente 20%. Em pacientes com alterações hepáticas de moderada a grave o aumento na AUC da
candesartana foi de aproximadamente 80%.
Há apenas experiência limitada do uso em pacientes com alterações hepáticas graves e/ou colestase (ver item
“Posologia e Modo de Usar”).
Dados de segurança pré-clínica
Em diversos estudos de segurança pré-clínica conduzidos em várias espécies, foram observados efeitos
farmacológicos exagerados esperados devido à modificação da homeostase do sistema renina-angiotensina-
aldosterona. A incidência e a gravidade dos efeitos induzidos foram relacionadas à dose e ao tempo e
mostraram-se reversíveis em animais adultos. Estudos com candesartana cilexetila, em animais,
demonstraram atraso fetal e lesões renais em neonatos. Acredita-se que o mecanismo seja
farmacologicamente mediado por efeitos no sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Não houve evidência de mutagenicidade, clastogenicidade ou carcinogenicidade.
Tempo estimado para início da ação terapêutica
Após a administração de uma única dose de candesartana cilexetila, o início do efeito anti-hipertensivo
geralmente ocorre dentro de 2 horas. Com o tratamento contínuo, a redução máxima da pressão sanguínea
com qualquer dose geralmente é atingida dentro de 4 semanas e é mantida durante o tratamento prolongado.
A candesartana cilexetila administrada uma vez ao dia promove uma efetiva e suave redução da pressão
sanguínea ao longo de 24 horas com pequena diferença entre os efeitos máximo e mínimo no intervalo de
dose (Lacourcière Y & Asmar R. Am J Hypertens 1999;12:1181-7).
Hipersensibilidade à candesartana ou a qualquer componente da fórmula; durante a gravidez e lactação (ver
item Advertências e Precauções); alterações hepáticas graves e/ou colestase; pacientes com diabetes mellitus
(tipo I ou II) ou insuficiência renal moderada a grave (TGF < 60mL/min/1,73m2) e que fazem uso de
medicamentos contendo alisquireno.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Hipotensão
Hipotensão pode ocorrer durante o tratamento com Desarcor em pacientes com insuficiência cardíaca. Como
descrito para outros agentes que agem no sistema renina-angiotensina-aldosterona, isso também pode ocorrer
em pacientes hipertensos com depleção do volume intravascular. Deve-se ter cuidado no início da terapia,
corrigindo-se a hipovolemia.
Bloqueio duplo do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) com medicamentos contendo
alisquireno
O bloqueio duplo do sistema renina-angiotensina-aldosterona pela combinação de candesartana cilexetila
com alisquireno não é recomendado uma vez que há um risco aumentado de hipotensão, hipercalemia e
alterações na função renal.
O uso de candesartana cilexetila com alisquireno é contraindicado em pacientes com diabetes mellitus (tipo I
ou II) ou insuficiência renal moderada a grave (TGF < 60mL/min/1,73m2) (ver item Contraindicações).
Estenose da artéria renal
Outras substâncias que afetam o sistema renina-angiotensina-aldosterona, por exemplo, inibidores da enzima
conversora de angiotensina (ECA), podem aumentar a taxa de ureia no sangue e a creatinina sérica em
pacientes com estenose da artéria renal bilateral ou estenose da artéria de um único rim. Um efeito similar
pode ser previsto com os antagonistas dos receptores da angiotensina II.
Alterações renais
Assim como com outros agentes inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona, alterações na função
renal podem ser previstas em pacientes suscetíveis tratados com Desarcor. Quando Desarcor é usado em
pacientes hipertensos com alterações renais graves, deve-se considerar a monitoração periódica dos níveis
séricos de potássio e de creatinina. Há experiências muito limitadas em pacientes com alterações renais muito
graves ou em fase terminal (isto é, depuração de creatinina <15 mL/min/1,73 m2
de área corpórea). A
avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca deve incluir exames periódicos da função renal. Durante
titulação de dose de Desarcor, é recomendada monitoração dos níveis séricos de creatinina e potássio.
Transplante renal
Existem evidências clínicas limitadas sobre o uso de candesartana cilexetila em pacientes que sofreram
transplante renal.
Alterações hepáticas
Há apenas experiência limitada do uso em pacientes com alterações hepáticas graves e/ou colestase.
Estenose das válvulas mitral e aórtica (cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva)
Como com outros vasodilatadores, indica-se cuidado especial em pacientes que sofrem de estenose das
válvulas aórtica ou mitral hemodinamicamente relevante ou de cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva.
Hipercalemia
Com base nas experiências do uso de outros fármacos que afetam o sistema renina-angiotensina-aldosterona,
o uso concomitante de candesartana cilexetila com diuréticos poupadores de potássio, suplementos de
potássio, substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que podem aumentar os níveis de potássio
(como heparina), pode levar a aumentos de potássio sérico em pacientes hipertensos.
Pode ocorrer hipercalemia em pacientes com insuficiência cardíaca tratados com Desarcor. Durante o
tratamento com Desarcor em pacientes com insuficiência cardíaca, recomenda-se monitoração periódica do
potássio sérico, especialmente quando é administrado concomitantemente com inibidores da ECA e diuréticos
poupadores de potássio como a espironolactona.
Anestesia e cirurgia
Pode ocorrer hipotensão durante anestesia e cirurgias em pacientes tratados com antagonistas da angiotensina
II, devido ao bloqueio do sistema renina-angiotensina. Muito raramente, a hipotensão pode ser grave a ponto
de justificar o uso de fluidos intravenosos e/ou vasopressores.
Geral
Nos pacientes cujo tônus vascular e função renal dependem predominantemente da atividade do sistema
renina-angiotensina-aldosterona (como pacientes com insuficiência cardíaca congestiva grave ou com doença
renal de base, incluindo estenose da artéria renal), o tratamento com fármacos que afetam este sistema foi
associado com hipotensão aguda, azotemia, oligúria ou, raramente, insuficiência renal aguda.
Como com qualquer agente anti-hipertensivo, a queda excessiva da pressão sanguínea em pacientes com
cardiopatia isquêmica ou doença isquêmica cerebrovascular pode resultar em um infarto do miocárdio ou
acidente vascular cerebral.
Gravidez
O uso de Desarcoré contraindicado durante a gravidez.
Pacientes recebendo Desarcor devem estar cientes de que, antes de considerar a possibilidade de engravidar,
devem-se discutir as opções adequadas para o tratamento com o médico. Quando a gravidez é diagnosticada,
o tratamento com Desarcor deve ser interrompido imediatamente e, se for o caso, a terapia alternativa deve
ser iniciada.
Quando usados durante a gravidez, os fármacos que agem diretamente no sistema renina–angiotensina podem
causar lesão e morte fetal e neonatal. A exposição à terapia com antagonistas dos receptores de angiotensia II
é conhecida por induzir fetotoxicidade humana (redução da função renal, oligoâmnios, retardamento na
ossificação do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão e hipercalemia) (ver item Dados
de segurança pré-clínica).
Lactação
Não se sabe se a candesartana é excretada no leite humano. Entretanto, a candesartana é excretada no leite de
ratas que estão amamentando. Devido ao potencial de efeitos adversos nos lactentes, se o uso de Desarcor for
considerado essencial, o aleitamento materno deve ser descontinuado (ver item contraindicações).
Categoria de risco na gravidez: D.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe
imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
O efeito de Desarcor na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas não foi estudado, mas baseado em
suas propriedades farmacodinâmicas, é improvável que Desarcor afete estas capacidades. É preciso verificar
a reação ao medicamento antes de dirigir veículos ou operar máquinas, porque pode ocorrer tontura ou fadiga
durante o tratamento.
Este medicamento contém lactose (69,568 mg/comprimidos de 8 mg; 139,136 mg/comprimidos de 16 mg),
A combinação de candesartana cilexetila com medicamentos contendo alisquireno é contraindicado em
pacientes com diabetes mellitus (tipo I ou II) ou insuficiência renal moderada a grave (TGF <
60mL/min/1,73m2) e não é recomendado em outros pacientes (ver itens Contraindicações e Advertências e
Precauções).
As seguintes substâncias foram investigadas em estudos de farmacocinética clínica: hidroclorotiazida,
varfarina, digoxina, contraceptivos orais (etinilestradiol/levonorgestrel), glibenclamida, nifedipino e
enalapril. Não foi identificada interação farmacocinética de relevância clínica com candersartana cilexetila.
Durante a administração concomitante de lítio com inibidores da ECA, foram relatados aumentos reversíveis
das concentrações séricas de lítio e toxicidade. Um efeito similar pode ocorrer com antagonistas dos
receptores de angiotensina II, e recomenda-se monitoração cuidadosa dos níveis séricos de lítio durante uso
concomitante com lítio.
O efeito anti-hipertensivo de antagonistas dos receptores de angiotensina II, incluindo a candesartana
cilexetila, pode ser atenuado por antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) como os inibidores seletivos de
COX-2 e ácido acetilsalicílico.
Assim como acontece com os inibidores da ECA, o uso concomitante de antagonistas dos receptores de
angiotensina II e AINEs pode levar a um risco aumentado de agravamento da função renal, incluindo
possível insuficiência renal aguda, e um aumento no potássio sérico, especialmente em pacientes com
problemas pré- existentes na função renal. A associação deve ser administrada com precaução, especialmente
em pacientes idosos e em pacientes com depleção de volume. Os pacientes devem ser adequadamente
hidratados e deve-se considerar a monitoração periódica da função renal após o início e depois da terapia
concomitante.
O efeito anti-hipertensivo de Desarcor pode ser aumentado por outros anti-hipertensivos. A
biodisponibilidade da candesartana não é afetada por alimentos.
Desarcor deve ser armazenado na embalagem original e em temperatura ambiente (entre 15-30ºC).
Candesartana cilexetila tem validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o na embalagem original.
Características físicas
Desarcor 8 mg: comprimido circular, biconvexo, rosa, manchado, com a gravação “8” em uma das faces e
com vinco na outra.
Desarcor 16 mg: comprimido circular, biconvexo, rosa, manchado, com a gravação “16” em uma das faces e
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe
alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos de Desarcor devem ser administrados 1 vez ao dia, por via oral, com ou sem a ingestão de
alimentos.
Hipertensão
Dose inicial: 8 mg, 1 vez ao dia.
Dose de manutenção: 8 mg, 1 vez ao dia, podendo ser aumentada para 16 mg, 1 vez ao dia. Para pacientes
que requerem uma maior redução da pressão sanguínea, a dose pode ser aumentada para 32 mg, 1 vez ao dia.
O efeito anti-hipertensivo máximo é atingido dentro de 4 semanas após o início do tratamento.
Em pacientes com uma redução da pressão arterial inferior à considerada ótima com candesartana cilexetila,
recomenda-se associação com um diurético tiazídico.
Uso em idosos: não é necessário ajuste de dose inicial em idosos.
Uso em pacientes com alterações renais: não é necessário ajuste de dose inicial em pacientes com alterações
renais de leve a moderada (depuração de creatinina ≥30 mL/min/1,73 m2
de área corpórea).
Em pacientes com alterações renais graves (depuração de creatinina <30 mL/min/1,73 m2
de área corpórea), a
experiência clínica é limitada, devendo-se considerar uma dose inicial de 4 mg.
Uso em pacientes com alterações hepáticas: titulação de dose é recomendada em pacientes com doença
hepática crônica de leve a moderada e, uma dose inicial de 4 mg deve ser considerada. Desarcor não deve
ser usado em pacientes com alterações hepáticas graves e/ou colestase (ver item Contraindicações).
Terapia concomitante: candesartana cilexetila pode ser administrado com outros agentes anti-hipertensivos
(ver item “Características Farmacológicas”).
Insuficiência Cardíaca
A dose inicial usual recomendada de Desarcor é de 4 mg uma vez ao dia. A titulação para a dose alvo de 32
mg uma vez ao dia ou para a maior dose tolerada é realizada dobrando-se a dose em intervalos de pelo menos
2 semanas (ver item “Advertências e Precauções”).
Populações especiais: não é necessário ajuste de dose inicial para pacientes idosos ou pacientes com
alterações renais ou hepáticas.
Terapia concomitante: Desarcor pode ser administrado com outro tratamento para insuficiência cardíaca
incluindo inibidores da ECA, betabloqueadores, diuréticos e digitálicos ou uma associação desses
medicamentos (ver item “Propriedades Farmacodinâmicas”).
Uso em crianças: não foram estabelecidas a segurança e a eficácia do uso de Desarcor em crianças.
Se o paciente se esquecer de tomar uma dose de Desarcor, não é necessário tomar a dose esquecida, deve-se
apenas tomar a próxima dose, no horário habitual.
Tratamento da Hipertensão
Em estudos clínicos controlados os eventos adversos foram leves e transitórios e comparáveis aos do placebo.
A incidência geral de eventos adversos não mostrou associação com dose, idade ou sexo. As suspensões do
tratamento em decorrência de eventos adversos foram semelhantes com candesartana cilexetila (3,1%) e
placebo (3,2%).
Achados laboratoriais: em geral, não foram detectadas influências clinicamente importantes de candesartana
cilexetila nas variáveis de rotina de laboratório. Assim como para outros inibidores do sistema renina-
angiotensina-aldosterona, foram observadas pequenas reduções nos níveis de hemoglobina. Foram observados
aumentos nos níveis de creatinina, ureia ou potássio e diminuição nos níveis de sódio. Foi relatado aumento
de ALT sérica (TGP – transaminase glutâmico-pirúvica) como evento adverso, numa frequência um pouco
maior com candesartana cilexetila do que com o placebo (1,3% versus 0,5%). Não é necessário
monitoramento de rotina de variáveis laboratoriais para pacientes recebendo candesartana cilexetila.
Entretanto, em pacientes com alterações renais graves, deve-se considerar monitoração periódica dos níveis
séricos de potássio e creatinina.
Tratamento de Insuficiência Cardíaca
O perfil de experiência adversa do uso de candesartana cilexetila em pacientes com insuficiência cardíaca
foi consistente com a farmacologia do fármaco e com o estado de saúde do paciente. No programa clínico
CHARM, que comparou doses de candesartana cilexetila de até 32 mg (n=3.803) com placebo (n=3.796),
21,0% do grupo da candesartana cilexetila e 16,1% do grupo do placebo, descontinuaram o tratamento devido
a eventos adversos. As reações adversas comumente (≥ 1/100, < 1/10) observadas foram:
Distúrbios vasculares: hipotensão.
Distúrbios metabólicos e nutricionais: hipercalemia.
Distúrbios renais e urinários: insuficiência renal.
Achados laboratoriais: aumentos nos níveis de creatinina, ureia e potássio. É recomendada monitoração
periódica dos níveis séricos de creatinina e potássio (ver item “Advertências e Precauções”).
Pós-comercialização
As seguintes reações adversas foram relatadas muito raramente (<1/10.000) na pós-comercialização:
Alterações dos sistemas sanguíneo e linfático: leucopenia, neutropenia e agranulocitose.
Alterações metabólicas e nutricionais: hipercalemia, hiponatremia.
Alterações do sistema nervoso: tontura.
Alterações respiratórias, torácicas e do mediastino: tosse.
Alterações hepatobiliares: aumento das enzimas hepáticas, função hepática alterada ou hepatite.
Alterações na pele e tecido subcutâneo: angioedema, exantema, urticária e prurido.
Alterações do tecido músculoesquelético, conectivo e doenças ósseas: dor lombar.
Alterações renais e urinárias: alterações renais, incluindo insuficiência renal em pacientes suscetíveis
(ver item “Advertências e Precauções”).
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.