Bula do Desferal produzido pelo laboratorio Novartis Biociencias S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Desferal
(mesilato de desferroxamina)
Novartis Biociências SA
Pó liofilizado para solução injetável
500 mg
VPS2 = Desferal_Bula_Profissional 1
DESFERAL®
mesilato de desferroxamina
APRESENTAÇÃO
Desferal®
500 mg – embalagem contendo 5 frascos-ampolas com pó liofilizado para solução injetável + 5 ampolas-
diluentes.
VIA INTRAVENOSA / INTRAMUSCULAR / SUBCUTÂNEA
USO ADULTO e PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola de Desferal®
contém 500 mg de mesilato de desferroxamina na forma liofilizada e cada ampola-
diluente contém 5 mL de água parainjetáveis.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. Para fins terapêuticos
Tratamento monoterápico de quelação de ferro para acúmulo crônico de ferro, como por exemplo:
- Hemossiderose transfusional, como observado na talassemia maior, anemia sideroblástica, anemia hemolítica
autoimune e outras anemias crônicas;
- Hemocromatose idiopática (primária) em pacientes nos quais transtornos concomitantes (ex.: anemia severa, doença
cardíaca, hipoproteinemia) impedem a flebotomia;
- Acúmulo de ferro associado à porfiria cutânea tardia em pacientes incapazes de tolerar flebotomia.
Tratamento de intoxicação aguda por ferro.
Tratamento do acúmulo crônico de alumínio, em pacientes com insuficiência renal terminal (em diálise de manutenção),
portadores de:
- Doença óssea relacionada ao alumínio;
- Encefalopatia por diálise; ou
- Anemia relacionada ao alumínio.
2. Para fins de diagnóstico
No diagnóstico do acúmulo de ferro ou alumínio.
Estudos Clínicos
A desferroxamina foi utilizada como comparador em um estudo clínico randomizado, de um ano, que investigou o uso
de outro quelante de ferro (deferasirox) em pacientes portadores de betatalassemia e hemossiderose transfusional. Um
total de 290 pacientes foram tratados com desferroxamina subcutânea, iniciando com doses de 20 até 60 mg/kg cinco
dias por semana. O estudo mostrou um efeito dose-dependente da desferroxamina nos níveis séricos de ferritina, na
concentração de ferro no fígado e na taxa de excreção de ferro.
A desferroxamina também foi utilizada como comparador em um segundo estudo, aberto, randomizado, de um ano, que
investigou o uso de deferasirox em pacientes com anemia falciforme e hemossiderose transfusional. Um total de 63
pacientes foram tratados com desferroxamina subcutânea, iniciando com doses de 20 até 60 mg/kg por pelo menos
cinco dias por semana. Ao final do estudo, a alteração média na concentração de ferro no fígado foi -0,7 mg Fe/g de
peso seco.
Referências bibliográficas:
Report CICL670A0107 - A randomized, comparative, open-label phase III trial on efficacy and safety of long-term
treatment with ICL670 (5 to 40 mg/kg/day) in comparison with deferoxamine (20 to 60 mg/kg/day) in β-thalassemia
patients with transfusional hemosiderosis. 04 Mar 05. [209]
Report CICL670A0109 - A randomized, multicenter, open label, phase Il study to evaluate the safety, tolerability,
pharmacokinetics and the effects on liver iron concentration of repeated doses of 10 mg/kg/day of ICL670 relative to
deferoxamine in sickle cell disease patients with transfusional hemosiderosis. 21 Dec 05. [210]
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Grupo farmacoterapêutico
Agente quelante (código ATC: V03AC01).
Mecanismo de ação
A desferroxamina (DFO) forma complexos predominantemente com ferro férrico e com íons trivalentes de alumínio: as
constantes de formações dos complexos são 10
31
e 10
25
, respectivamente. A afinidade da DFO para íons divalentes tais
como Fe
2+
, Cu
, Zn
, Ca
é substancialmente menor (constantes de formação de complexos de l014
ou menores). A
quelação ocorre em base molar de 1:1, de modo que 1 g de DFO pode, teoricamente, ligar-se a 85 mg de ferro férrico ou
41 mg de Al
3+
.
Em decorrência de suas propriedades quelantes, a DFO é capaz de captar o ferro livre, encontrado tanto no plasma
como nas células, dando origem ao complexo ferrioxamina (FO). A excreção urinária de ferro do FO é
predominantemente um reflexo do ferro derivado do turnover (quantidade metabolizada) plasmático, enquanto que o
ferro fecal reflete, principalmente, a quelação intra-hepática de ferro. O ferro pode ser quelado a partir da ferritina e da
hemossiderina, mas a quelação é relativamente lenta em concentrações clinicamente relevantes de DFO. Entretanto, a
DFO não remove o ferro da transferrina, da hemoglobina ou de outras substâncias contendo grupo heme.
A DFO pode também mobilizar e quelar o alumínio, formando um complexo aluminoxamina (AlO).
Farmacodinâmica
Uma vez que os complexos com ferro e alumínio são completamente excretados, a DFO promove a excreção de ferro e
alumínio através da urina e das fezes, reduzindo assim os depósitos patológicos de ferro ou de alumínio nos órgãos.
Farmacocinética
- Absorção
A desferroxamina é rapidamente absorvida após a injeção intramuscular em bolus ou a infusão subcutânea lenta, mas
pouco absorvida a partir do trato gastrintestinal, na presença de mucosa intacta. A biodisponibilidade absoluta é menor
do que 2% após a administração oral de 1g da desferroxamina.
Durante a diálise peritoneal, a desferroxamina é absorvida se administrada no fluído de diálise.
- Distribuição
Em voluntários sadios, as concentrações plasmáticas máximas de 15,5 micromol/L (8,7 mcg/mL) foram registradas
trinta minutos após uma injeção intramuscular de 10 mg/kg de DFO. Uma hora após a injeção, a concentração máxima
de ferroxamina foi de 3,7 micromol/L (2,3 mcg/mL). Concentrações de DFO de 30,5 micromol/L são alcançadas no
steady state (estado de equilíbrio) após infusão intravenosa de 2 g (cerca de 29 mg/kg) de desferroxamina em
voluntários sadios, por um período superior a 2 horas; a distribuição de DFO é muito rápida com uma meia-vida de
distribuição média de 0,4 horas. Menos de 10% da DFO liga-se a proteínas séricas in vitro.
- Biotransformação
Quatro metabólitos da DFO foram isolados e identificados na urina de pacientes com acúmulo de ferro. Observou-se a
ocorrência das seguintes reações de biotransformação com a DFO: transaminação e oxidação, resultando em um
metabólito ácido; betaoxidação, também resultando em um metabólito ácido; descarboxilação e N-hidroxilação,
resultando em metabólitos neutros.
- Eliminação
Tanto a DFO como a FO apresenta eliminação bifásica após injeção intramuscular em voluntários sadios. A meia-vida
de distribuição aparente para a DFO é de 1 hora e para a FO é de 2,4 horas. A meia-vida terminal aparente é de 6 horas
para ambas. Da dose injetada, 22% aparecem na urina, 6 horas após a injeção, como DFO e 1% como FO.
- Características em pacientes
Em pacientes portadores de hemocromatose, os níveis plasmáticos máximos de 7,0 micromol/L (3,9 mcg/mL) foram
registrados para a DFO e 15,7 micromol/L (9,6 mcg/mL) para a FO, uma hora após a injeção intramuscular de DFO de
10 mg/kg. Esses pacientes eliminaram a DFO e a FO com meias-vidas de 5,6 e 4,6 horas, respectivamente. Seis horas
após a injeção, 17% da dose foi excretada através da urina como DFO e 12% como FO.
Em pacientes com talassemia, a infusão intravenosa contínua de 50 mg/kg/24 horas de DFO resultou em níveis
plasmáticos de DFO equivalentes a 7,4 micromol/L (4,1 mcg/mL) no estado de equilíbrio. A eliminação de DFO do
plasma foi bifásica, com meia-vida média de distribuição média de 0,28 horas e uma meia-vida terminal aparente de 3,0
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horas. A depuração plasmática total foi de 0,5 L/h/kg e o volume de distribuição no estado de equilíbrio foi estimado em
1,35 L/kg. A exposição ao principal metabólito ligante do ferro foi ao redor de 54% da exposição ao DFO, em termos
de AUC (área sob a curva). A meia-vida de eliminação monoexponencial aparente do metabólito foi de 1,3 horas.
Em pacientes dialisados por insuficiência renal, que receberam 40 mg/kg de DFO por infusão i.v. durante uma hora, a
concentração plasmática ao final da infusão foi de 152 micromol/L (85,2 mcg/mL), quando a infusão foi administrada
no intervalo das sessões de diálise. Quando a infusão foi administrada durante a diálise, as concentrações plasmáticas de
DFO estiveram entre 13% e 27% mais baixas. As concentrações de FO foram, em todos os casos, de aproximadamente
7,0 micromol/L (4,3 mcg/mL) e para AlO de 2-3 micromol/L (1,2-1,8 mcg/mL). Após a descontinuação da infusão, a
concentração plasmática de DFO diminuiu rapidamente, com uma meia-vida de 20 minutos. Uma fração menor da dose
foi eliminada com meia-vida maior (de 14 horas). As concentrações plasmáticas de AlO continuaram a aumentar até 48
horas após a infusão e atingiram valores de aproximadamente 7 micromol/L (4 mcg/ mL). Após a diálise, a
concentração plasmática de AlO diminuiu para 2,2 micromol/L (1,3 mcg/ mL).
Dados de segurança pré-clínicos
A administração subcutânea de doses altas de DFO em ratos, cachorros e gatos, por várias semanas, causou opacidade
do cristalino com formação de catarata.
DFO não mostrou efeitos genotóxicos/mutagênicos evidentes em ensaios in vitro (teste de Ames) e no ensaio in vivo
(teste de micronúcleos em ratos). Estudos de carcinogenicidade a longo prazo não foram realizados.
A DFO não foi teratogênica em ratos e camundongos. Em fetos de coelhos que foram expostos no útero a doses tóxicas
para a mãe, foram encontradas algumas malformações no esqueleto axial. Embora os resultados deste estudo sejam
considerados de caráter preliminar, a teratogenicidade induzida pela DFO em coelhos não pode ser excluída sob as
condições experimentais empregadas (vide “Gravidez e lactação”).
Hipersensibilidade conhecida à substância ativa de Desferal®
, exceto quando for possível a dessensibilização bem
sucedida.
Infusão intravenosa rápida
A infusão intravenosa rápida pode provocar hipotensão e choque (ex.: rubor, taquicardia, colapso circulatório e
urticária).
Comprometimento visual e auditivo
Altas doses de Desferal®
, especialmente em pacientes com baixos níveis plasmáticos de ferritina, podem levar a
transtornos da visão e audição (vide “Reações adversas”). Pacientes com insuficiência renal que estejam em diálise de
manutenção e tenham baixos níveis de ferritina são particularmente propensos a reações adversas; sintomas visuais têm
sido relatados após doses únicas de Desferal®
. O risco de reações adversas é reduzido, quando se emprega terapia de
baixas doses. Se ocorrerem distúrbios visuais ou auditivos, o tratamento com Desferal®
deve ser imediatamente
descontinuado. As alterações induzidas por Desferal®
são normalmente reversíveis, se identificadas precocemente. O
tratamento com Desferal®
pode ser retomado posteriormente com dose reduzida e estrito monitoramento das funções
auditiva e visual.
Testes oftalmológicos e auditivos especializados são recomendados antes do início do tratamento com Desferal®
e,
depois disso, em intervalos regulares (a cada três meses), particularmente se os níveis de ferritina estiverem baixos. Os
riscos de anormalidades audiométricas podem ser reduzidos em pacientes com talassemia se a relação entre a dose
média diária (mg/kg) de Desferal®
dividida pela ferritina sérica (microgramas/L) for mantida abaixo de 0,025.
Insuficiência renal
Aproximadamente metade do complexo metálico é excretado através dos rins, em pacientes com acúmulo de ferro e
função renal normal. Desta forma, deve-se ter cuidado em pacientes com insuficiência renal grave. Os complexos de
ferro e alumínio da desferroxamina são dialisáveis; sua eliminação será aumentada através de diálise em pacientes com
insuficiência renal.
Casos isolados de insuficiência renal aguda têm sido relatados (vide também em “Reações adversas”). O monitoramento
dos pacientes em relação a mudanças na função renal (por exemplo, aumento na creatinina sérica) deve ser considerado.
Pacientes pediátricos: retardo no crescimento
Pacientes com baixos níveis séricos de ferritina em altas doses de Desferal®
, ou pacientes jovens (menores de três anos
no início de tratamento) têm sido associados com retardo no crescimento (vide “Posologia e modo de usar”). O retardo
no crescimento se associado a doses excessivas de Desferal®
deve ser distinguido do retardo no crescimento resultante
do acúmulo de ferro. O retardo no crescimento pelo uso de Desferal®
é raro se a dose for mantida abaixo de 40 mg/kg.
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Se o retardo no crescimento tiver sido associado a doses acima desse valor, então a redução da dose pode resultar em
um retorno da velocidade de crescimento, porém, a altura prevista do adulto não será atingida.
Pacientes pediátricos que recebem Desferal®
devem ser monitorados quanto ao peso corporal e crescimento longitudinal
a cada três meses.
Síndrome da angústia respiratória aguda
A síndrome da angústia respiratória aguda tem sido descrita acompanhando tratamento com doses i.v. excessivamente
altas de Desferal®
em pacientes com intoxicação aguda por ferro e, também, em pacientes talassêmicos. As doses
diárias recomendadas não devem, portanto, ser excedidas.
Infecções
Foi relatado, em pacientes com acúmulo de ferro, que Desferal®
aumenta a suscetibilidade a infecções, por exemplo, por
Yersinia enterocolitica e Yersinia pseudotuberculosis. Se um paciente sob tratamento com Desferal®
apresentar febre
acompanhada de enterite/enterocolite aguda, dor abdominal difusa ou faringite, o tratamento deverá ser
temporariamente descontinuado, efetuados testes bacteriológicos e iniciada imediatamente terapia com antibiótico
adequado. O tratamento com Desferal®
poderá ser reiniciado após a resolução da infecção.
Foram relatados casos muito raros de mucormicose, em pacientes que recebem Desferal®
por acúmulo de alumínio e/ou
ferro, sendo alguns destes fatais. Se ocorrer algum dos sinais ou sintomas suspeitos, imediatamente Desferal®
deve ser
descontinuado, efetuados testes micológicos e instituído tratamento apropriado. A mucormicose pode ocorrer também
em pacientes que não estejam recebendo Desferal®
, indicando que outros fatores (tais como diálise, diabetes mellitus,
transtorno do equilíbrio ácido-base, malignidades hematológicas, medicamentos imunossupressores ou
comprometimento do sistema imunológico) podem exercer influência no desenvolvimento dessa infecção.
Coloração da urina
A excreção do complexo de ferro pode causar coloração marrom-avermelhada na urina.
Insuficiência cardíaca com altas doses de vitamina C
Em pacientes com acúmulo grave e crônico de ferro, tem sido relatada a debilitação da função cardíaca em tratamento
concomitante com altas doses de Desferal®
e altas doses de vitamina C (mais que 500 mg diários). A disfunção cardíaca
foi revertida quando a vitamina C foi descontinuada. As seguintes precauções devem ser adotadas quando Desferal®
e
vitamina C forem utilizadas concomitantemente:
- Suplementos de vitamina C não devem ser administrados a pacientes com insuficiência cardíaca;
- Iniciar o tratamento com vitamina C somente após um mês de tratamento regular com Desferal®
;
- Administrar vitamina C apenas se o paciente estiver recebendo Desferal®
regularmente, idealmente, logo após acionar
a bomba;
- Não exceder uma dose diária de 200 mg de vitamina C, administrados em doses fracionadas;
- É recomendável o monitoramento da função cardíaca durante a terapia combinada.
Pacientes tratados por sobrecarga crônica de alumínio
Em pacientes portadores de encefalopatia relacionada com alumínio, altas doses de Desferal®
podem exacerbar a
disfunção neurológica (convulsões), provavelmente em decorrência do aumento agudo do alumínio circulante. (vide
“Reações adversas”). Desferal®
pode precipitar o início da síndrome diálise-demência. Relatou-se que um pré-
tratamento com clonazepam previne essa deterioração neurológica. O tratamento da sobrecarga de alumínio pode,
também, resultar em hipocalcemia e agravamento de hiperparatireoidismo.
Instruções de uso e manuseio
Desferal®
não deve ser administrado em doses maiores do que as recomendadas. O medicamento não deve ser utilizado
em concentrações maiores que 95 mg/mL quando administrado por via subcutânea, pois isso aumenta o risco de reação
local através da via subcutânea (vide “Posologia e modo de usar - Instruções de uso/manuseio”). Quando a via
intramuscular for a única opção, pode ser necessário o uso de concentrações maiores para facilitar a injeção .
Na concentração recomendada de 95 mg/mL, a solução reconstituída apresenta-se límpida e incolor a levemente
amarelada. Apenas soluções límpidas devem ser utilizadas. Soluções opacas ou turvas devem ser descartadas. O devido
cuidado deve ser tomado com a técnica de aplicação. Para infusão subcutânea a agulha não deve ser inserida muito
próximo à derme.
Gravidez e lactação
- Gravidez
Existem dados limitados sobre a utilização de desferroxamina em pacientes grávidas. Estudos em animais (coelhos)
demonstraram toxicidade reprodutiva/teratogenicidade (vide “Dados de segurança pré-clínicos”). O risco para o
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feto/mãe é desconhecido. A desferroxamina deve ser utilizada durante a gravidez apenas se o benefício esperado
superar o risco potencial para o feto.
Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez C.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
- Mulheres com potencial para engravidar
Em cada caso, deve-se ponderar os benefícios para a mãe contra os riscos para a criança.
- Lactação
Não se sabe se a desferroxamina passa para o leite materno. Devido a muitos fármacos serem excretados no leite
humano e devido ao potencial de reações adversas graves em recém-nascidos/crianças lactentes, deve-se decidir entre se
abster da amamentação ou se abster de utilizar o medicamento, levando em conta a importância do medicamento para a
mãe.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou operar máquinas
Os pacientes com manifestações como tontura ou outros transtornos do sistema nervoso central, ou visão e audição
O tratamento concomitante com Desferal®
e proclorperazina, um derivado da fenotiazina, pode conduzir a um prejuízo
temporário de consciência.
Em pacientes com doença de acúmulo de ferro crônica e grave, submetidos a tratamento combinado com Desferal®
e
doses elevadas de vitamina C (acima de 500 mg/dia), constatou-se uma deterioração da função cardíaca (vide
“Advertências e precauções”), tal deterioração mostrou-se reversível quando a vitamina C foi retirada.
Os resultados de contraste com gálio-67 podem ser distorcidos em função da rápida excreção urinária de gálio-67 ligado
ao Desferal®
. É recomendável a descontinuação de Desferal®
com 48 horas de antecedência à cintilografia.
O frasco-ampola contendo o liofilizado deve ser armazenado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC).
O prazo de validade é de 48 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após preparo, manter em temperatura ambiente por no máximo 24 horas. Frasco-ampola para uso único. O
produto deve ser usado imediatamente depois de reconstituído (o começo do tratamento deve ser em 3 horas). Quando a
reconstituição é feita sob condições assépticas validadas, o produto pode ser armazenado por um período máximo de 24
horas em temperatura ambiente, antes da administração.
Aspecto físico
Liofilizado branco a quase branco em frasco de vidro incolor. Na concentração recomendada de 10%, a solução feita é
incolor a ligeiramente amarelada. A solução deve ser límpida.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Instruções de uso/manuseio
Quando administrado por via parenteral, Desferal®
deve ser utilizado como solução a 95 mg/mL em água para
injetáveis. A preparação do pó para solução para injeção é dada nas Tabelas 1 e 2, para administração subcutânea,
intravenosa e intramuscular, respectivamente. Após a quantidade adequada de água para injetáveis ser injetada no frasco
contendo Desferal®
pó, agitar bem o frasco. Somente soluções límpidas e incolores a levemente amareladas devem ser
utilizadas (vide “Advertências e precauções”).
Tabela 1: Preparação para administrações subcutânea e intravenosa
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RECONSTITUIÇÃO DE DESFERAL®
COM ÁGUA ESTÉRIL PARA INJETÁVEIS
Frasco-
ampola
Quantidade de água estéril
para injetáveis necessária
para reconstituição
Quantidade total do
medicamento, após
reconstituição
Concentração final por mL, após
500 mg 5 mL 500 mg/5,3 mL 95 mg/mL
Tabela 2: Preparação para administração intramuscular
Frasco-ampola Quantidade de água
estéril para injetáveis
necessária para
500 mg 2 mL 500 mg/2,35 mL 213 mg/mL
A solução de Desferal®
a 95 mg/mL, após a reconstituição, pode ser diluída posteriormente em soluções habitualmente
utilizadas em infusões (cloreto de sódio 0,9%, glicose 5%, solução de Ringer, solução de Ringer lactato, solução de
diálise peritoneal,
Quando administrado por via intramuscular o volume pode ser reduzido chegando-se a uma concentração máxima de
25% (2 mL de diluente por frasco de 500 mg). Caso o local da aplicação ainda não permita a administração deste
volume, a dose deve ser administrada em dois ou mais locais no músculo.
Para o teste de infusão de Desferal®
e para o tratamento de acúmulo crônico de alumínio, os 5,3 mL de solução de
Desferal®
no frasco-ampola de 500 mg é uma dose adequada (5 mg/kg) para um paciente com 100 kg de peso corpóreo.
De acordo com o peso corpóreo real do paciente, a quantidade adequada de solução de Desferal®
é retirada do frasco-
ampola e adicionada à 150 mL de solução salina a 0,9% (solução de cloreto de sódio).
dissolvido pode também ser acrescentado ao fluído de diálise e administrado por via intraperitoneal em
pacientes sob DPAC ou DPCC.
A utilização de Desferal®
por meio de bomba portátil de infusão, em casos de acúmulo crônico de ferro, é descrita a
seguir:
1 - Aspirar a água para injetáveis utilizando-se uma seringa.
2 - Após limpar com álcool a rolha de borracha do frasco de Desferal®
, injetar o conteúdo da seringa no frasco.
3 - Agitar o frasco cuidadosamente para dissolver completamente o pó.
VPS2 = Desferal_Bula_Profissional 7
4 - Aspirar a solução obtida para a seringa.
5 - Fixar o tubo de extensão à seringa, conectar o tubo de extensão à agulha tipo butterfly (borboleta), e então completar
o espaço vazio do tubo com solução da seringa.
6 - Colocar a seringa na bomba de infusão.
7 - Para infusão, a agulha tipo butterfly deve ser inserida sob a pele do abdômen, do braço ou da coxa. É importante
primeiro limpar a pele cuidadosamente com álcool e em seguida inserir a agulha com firmeza até as abas, sob uma
dobra, beliscando-a com a outra mão. A ponta da agulha deve mover-se livremente, quando a agulha for balançada. Se
isso não ocorrer, é sinal de que a ponta da agulha deve estar muito próxima à pele. Repetir a inserção da agulha em
outro local, após limpá-la com álcool.
8 - Fixar então a agulha na posição, com auxílio de uma fita.
VPS2 = Desferal_Bula_Profissional 8
9 - Os pacientes normalmente adaptam a bomba ao corpo com uma cinta ou com alça a tiracolo. Muitos pacientes
consideram o uso durante a noite o mais conveniente.
Incompatibilidades
- Solução injetável de heparina;
- Solução fisiológica salina (0,9%): não deve ser utilizada como solvente para o liofilizado, mas depois da
reconstituição da solução de Desferal®
com água para injetáveis, pode-se utilizar a solução fisiológica salina para
diluições posteriores.
Posologia
Tratamento da sobrecarga crônica de ferro
O principal objetivo da terapia de quelação no tratamento do acúmulo de ferro, em pacientes bem controlados, é manter
o equilíbrio do ferro e prevenir a hemossiderose, ao passo que em pacientes com sobrecarga, o equilíbrio negativo do
ferro é desejável, a fim de se reduzir a deposição elevada de ferro e prevenir os efeitos tóxicos desse metal.
Crianças e adultos
A terapia com Desferal®
deve ser iniciada após as 10 a 20 primeiras transfusões sanguíneas ou quando houver
evidências, a partir do monitoramento clínico, de que a sobrecarga crônica de ferro está presente (ex.: nível sérico de
ferritina > 1.000 ng/mL). O retardo no crescimento pode resultar do acúmulo de ferro ou de doses excessivas de
. Se a quelação for iniciada em pacientes menores de três anos de idade, o crescimento deve ser monitorado
com cuidado e a dose diária média não deve exceder 40 mg/kg .
A dosagem e modo de administração podem ser determinados individualmente e adaptados durante a terapia, baseados
na gravidade da sobrecarga de ferro no paciente. A fim de se avaliar a resposta à terapia de quelação, a excreção urinária
de ferro em 24 horas pode inicialmente ser monitorada diariamente e estabelecida a resposta ao aumento das doses de
. Uma vez estabelecida a dose apropriada, as taxas de excreção de ferro pela urina devem ser avaliadas em
intervalos de algumas semanas. Alternativamente, a dose diária média pode ser ajustada baseada nos níveis de ferritina,
a fim de manter um índice terapêutico abaixo de 0,025 (ou seja, a dose diária média (mg/kg) de Desferal®
dividida pelo
nível de ferritina sérica (mcg/L) deve ser inferior a 0,025). O índice terapêutico é uma ferramenta valiosa para proteger
o paciente do excesso de quelação, mas não é um substituto para o monitoramento clínico cuidadoso.
Geralmente a dose diária média de Desferal®
situa-se entre 20 e 60 mg/kg. Em geral, pacientes com níveis séricos de
ferritina abaixo de 2.000 ng/mL exigem cerca de 25 mg/kg/dia. Os pacientes com níveis séricos de ferritina entre 2.000
e 3.000 ng/mL exigem cerca de 35 mg/kg/dia. Os pacientes com ferritina sérica elevada podem requerer doses de até 55
mg/kg/dia. Não é aconselhável exceder regularmente as doses diárias médias de 50 mg/kg/dia, exceto quando for
necessária uma intensiva quelação em pacientes que tenham completado o crescimento. Se os níveis de ferritina forem
diminuídos para valores abaixo de 1.000 ng/mL, o risco de toxicidade do Desferal®
é aumentado. É importante
monitorar particularmente esses pacientes de forma cuidadosa e provavelmente considerar a diminuição da dose
semanal total. As doses aqui especificadas são as doses diárias médias. Uma vez que a maioria dos pacientes recebem
em um período inferior a 7 dias por semana, a dose real por infusão geralmente difere da dose diária média;
isto é, se a dose diária média necessária for de 40 mg/kg/dia e o paciente usar a bomba 5 noites por semana, cada
infusão deve conter 56 mg/kg.
VPS2 = Desferal_Bula_Profissional 9
Foi demonstrado que a quelação regular com Desferal®
aumenta a expectativa de vida em pacientes com talassemia.
Infusão subcutânea lenta
A infusão subcutânea lenta por período de 8 a 12 horas, utilizando uma bomba de infusão leve e portátil, é considerada
efetiva e especialmente conveniente para pacientes ambulatoriais, mas pode também ser administrada durante 24 horas.
deve normalmente ser utilizado com a bomba por 5 a 7 vezes por semana. Desferal®
não foi formulado para
suportar injeção subcutânea em bolus.
Idosos
Estudos clínicos de Desferal®
não incluíram um número suficiente de indivíduos com 65 anos ou mais para determinar
se eles respondem de maneira diferente, quando comparados aos indivíduos mais jovens. Em geral, a seleção da dose
para um paciente idoso deve ser cautelosa, usualmente começando no limite inferior do intervalo de doses, refletindo a
maior frequência de redução das funções hepática, renal ou cardíaca e de doença concomitante ou outra terapia
medicamentosa (vide “Advertências e precauções” e “Reações adversas”).
Insuficiência hepática
Não foram realizados estudos em pacientes com insuficiência hepática.
Infusão intravenosa durante transfusão de sangue
A disponibilidade de uma conexão intravenosa durante transfusões de sangue torna possível administrar-se uma infusão
intravenosa, por exemplo, em pacientes que respondem inadequadamente e/ou não toleram infusões subcutâneas. A
solução de Desferal®
não pode ser colocada diretamente na “bolsa de sangue”, mas pode ser adicionada à linha de
sangue através de um adaptador em forma de “Y” localizado próximo ao local da injeção venosa. A bomba do paciente
deve ser usada para administrar Desferal®
de forma usual. Devido à limitada quantidade de medicamento que pode ser
administrada por infusão intravenosa, durante a transfusão de sangue, o benefício clínico deste modo de administração é
limitado. Pacientes e enfermeiras devem ser alertados para não acelerar a infusão, porque uma injeção intravenosa de
, em bolus, pode conduzir a um colapso circulatório (vide “Advertências e precauções”).
Infusão intravenosa contínua
Quando se realizar quelação intensiva, podem ser utilizados sistemas intravenosos implantados. A infusão intravenosa
contínua é indicada a pacientes incapacitados para a infusão subcutânea contínua e naqueles que tenham problemas
cardíacos secundários ao acúmulo de ferro. A dose de Desferal®
depende do grau de acúmulo de ferro no paciente. A
excreção urinária de ferro em 24 horas deve ser mensurada regularmente quando for necessária uma quelação intensiva
(i.v.) e um ajuste adequado da dose. Deve-se ter cuidado ao lavar o equipo a fim de evitar uma infusão inesperada de
residual que pode estar presente no espaço morto do equipo, acarretando um colapso circulatório (vide
“Advertências e precauções”).
Administração intramuscular
Como as infusões subcutâneas são mais efetivas, as injeções intramusculares somente são administradas quando
infusões subcutâneas não forem viáveis.
Qualquer que seja a via de administração escolhida, a dose de manutenção individual a ser selecionada dependerá da
taxa de excreção de ferro do paciente.
Utilização concomitante de vitamina C
Os pacientes com acúmulo de ferro normalmente desenvolvem deficiência de vitamina C, provavelmente pela oxidação
da vitamina pelo ferro. Como adjuvante da terapia quelante, doses diárias de até 200 mg de vitamina C podem ser
administradas fracionadamente, iniciando-se após o primeiro mês de tratamento regular com Desferal®
(vide
“Advertências e precauções”). A vitamina C aumenta a disponibilidade do ferro para quelação. Em geral, 50 mg são
suficientes para crianças menores de 10 anos e 100 mg para crianças de mais idade. Doses maiores de vitamina C são
ineficazes no aumento adicional da excreção de complexos de ferro.
Tratamento de intoxicação aguda por ferro
é um adjunto ao tratamento padrão geralmente utilizado para se tratar a intoxicação aguda por ferro. O
tratamento com Desferal®
é indicado em qualquer uma dessas situações:
- Todos os pacientes sintomáticos que apresentem mais do que sintomas passageiros menores (ou seja, mais do que um
episódio de vômito ou evacuação de fezes amolecidas);
- Pacientes com evidências de letargia, dor abdominal significativa, hipovolemia, ou acidose;
- Pacientes com resultados positivos de radiografia abdominal demonstrando radiopacidades múltiplas (a grande
maioria desses pacientes vai desenvolver intoxicação sintomática por ferro);
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- Qualquer paciente sintomático com nível sérico de ferro maior que 300 a 350 mcg/dL, independente da capacidade
total de ligação do ferro (TIBC). Sugere-se também a utilização que um tratamento conservador, sem teste ou terapia
com Desferal®
, deve ser considerado quando os níveis séricos de ferro estiverem entre 300 a 500 mcg/dL em pacientes
assintomáticos, assim como naqueles autolimitados com vômitos não sanguinolentos ou diarreia sem outros sintomas.
Administração intravenosa contínua de Desferal®
é a via preferida. A taxa de infusão recomendada é de 15 mg/kg por
hora e deve ser reduzida assim que as circunstâncias permitirem, usualmente após 4 a 6 horas, de modo que a dose total
intravenosa não exceda a dose recomendada de 80 mg/kg em qualquer período de 24 horas.
Acredita-se que os critérios sugeridos a seguir constituam os quesitos mais adequados para a interrupção de Desferal®
.
A terapia de quelação deve ser continuada até que todos os critérios seguintes sejam satisfeitos:
- Os pacientes devem estar livres dos sinais e sintomas da intoxicação sistêmica de ferro (ou seja, sem acidoses, sem
piora da hepatotoxicidade);
- Idealmente, um nível sérico de ferro adequado deve ser normal ou baixo (ou seja, inferior a 100 mcg/dL). Como os
laboratórios não podem mensurar exatamente as concentrações séricas de ferro na presença de Desferal®
, considera-se
aceitável descontinuar o medicamento quando todos os outros critérios estiverem presentes e os níveis de ferro
mensurados não estiverem elevados;
-Teste repetido de radiografia abdominal deve ser obtido em pacientes que inicialmente demonstraram múltiplas
radiopacidades para assegurar que elas desapareceram antes da descontinuação de Desferal®
, porque as mesmas são
utilizadas como marcadores da absorção contínua de ferro;
-Se inicialmente o paciente desenvolveu uma urina avermelhada (vinho-rosé) com o tratamento de Desferal®
, é razoável
que a cor da urina volte ao normal antes do medicamento ser descontinuado (a ausência de cor avermelhada na urina
não é suficiente, por si só, para justificar a descontinuação de Desferal®
). A eficácia do tratamento é dependente de uma
excreção urinária adequada, a fim de assegurar que o complexo ferro-ferrioxamina seja excretado do organismo. Se
ocorrer oligúria ou anúria, podem se tornar necessárias diálise peritoneal, hemodiálise ou hemofiltração.
Tratamento de sobrecarga crônica de alumínio em pacientes portadores de insuficiência renal terminal
Os complexos de alumínio e de ferro de Desferal®
são dialisáveis. Em pacientes com insuficiência renal, sua eliminação
será aumentada por diálise.
Pacientes com evidências de sintomas ou com disfunção orgânica causados por acúmulo de alumínio podem ser tratados
. Mesmo em pacientes assintomáticos, o tratamento com Desferal®
deve ser considerado, se os níveis
séricos de alumínio forem consistentemente superiores a 60 ng/mL e estiverem associados a um teste de infusão de
positivo (ver a seguir), particularmente se os achados da biópsia óssea apresentarem evidência de doença
óssea relacionada ao alumínio.
deve ser administrado em dose de 5 mg/kg uma vez por semana (vide “Posologia e modo de usar - Instruções
de uso/manuseio”). Para pacientes com níveis séricos de alumínio, após o teste com desferroxamina, de até 300 ng/mL,
deve-se administrar Desferal®
através de infusão i.v. lenta, durante os últimos 60 minutos da sessão de diálise. Para
pacientes com níveis séricos de alumínio, após o teste com desferroxamina, acima de 300 ng/mL, Desferal®
deve ser
administrado através de infusão i.v. lenta, 5 horas antes da sessão de diálise. Após completar os três primeiros meses de
curso do tratamento com Desferal®
, acompanhado de um período de “wash-out” (intervalo) de 4 semanas, deve-se
realizar um teste de infusão de Desferal®
. Se dois testes de infusão de Desferal®
sucessivos, executados com intervalo
de 1 mês, resultarem em níveis séricos de alumínio menos do que 50 ng/mL acima do valor basal, não se recomenda
tratamento adicional com Desferal®
Em pacientes sob diálise peritoneal ambulatorial contínua ou sob diálise peritoneal cíclica contínua, deve-se administrar
uma vez por semana em dose de 5 mg/kg antes da troca final do dia. A via intraperitoneal é recomendada
nesses pacientes, porém, Desferal®
também pode ser administrado por via intramuscular, por infusão intravenosa lenta
ou por via subcutânea.
Teste de Desferal®
Esse teste é baseado no princípio de que Desferal®
, em pessoas normais, não é capaz de elevar a eliminação do ferro e
do alumínio acima de determinado limite.
1. Teste de Desferal®
para acúmulo de ferro em pacientes com função renal normal
500 mg de Desferal®
devem ser injetados por via intramuscular. Coletar então a urina durante 6 horas consecutivas e
determinar a concentração de ferro. Excreção de 1 a 1,5 mg de ferro (18 a 27 micromol) durante esse período de 6 horas
sugere acúmulo de ferro; valores superiores a 1,5 mg (27 micromol) podem ser reconhecidos como patológicos. Esse
teste somente produz resultados confiáveis nos casos onde a função renal é normal.
2. Teste de infusão de Desferal®
para acúmulo de alumínio em pacientes com insuficiência renal terminal
Recomenda-se esse teste em pacientes com níveis séricos de alumínio que excedam a 60 ng/mL, associados a níveis
séricos de ferritina acima de 100 ng/mL.
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Imediatamente antes de iniciar a sessão de hemodiálise, deve-se retirar uma amostra de sangue para determinar o nível
sérico basal de alumínio.
Durante os últimos 60 minutos da sessão de hemodiálise, administra-se uma dose de 5 mg/kg em infusão intravenosa
lenta (vide “Posologia e modo de usar - Instruções de uso/manuseio”).
No início da próxima sessão de hemodiálise (ou seja, 44 horas após a infusão de Desferal®
acima mencionada), retira-se
uma segunda amostra de sangue para determinar novamente o nível sérico de alumínio.
O teste de Desferal®
é considerado positivo se observarmos um aumento superior a 150 ng/mL no nível sérico basal de
alumínio. O teste negativo, entretanto, não exclui absolutamente o diagnóstico de acúmulo de alumínio.
As reações adversas (Tabela 3) estão listadas de acordo com as classes de sistemas de órgãos no MedDRA. Dentro de
cada classe de sistemas de órgãos, as reações adversas são listadas por frequência, com as mais frequentes primeiro.
Dentro de cada grupo de frequência, as reações adversas são classificadas em ordem decrescente de gravidade. Além
disso, a categoria da frequência correspondente também é dada para cada reação adversa, segundo a seguinte convenção
(CIOMS III): muito comum (≥ 1/10), comum (≥ 1/100, < 1/10); incomum (≥1/1.000, < 1/100); rara (≥ 1/10.000, <
1/1.000); muito rara (<1/10.000), incluindo relatos isolados; desconhecida (quando não é possível estimar de forma
confiável a frequência da reação adversa relatada na experiência pós-comercialização, pois os relatos são de uma
população de tamanho incerto).
Alguns sinais e sintomas relatados como reações adversas podem também ser manifestações de doenças de base
(acúmulo de ferro e/ou de alumínio).
Tabela 3- Reações adversas a medicamentos
Infecções e infestações
Rara:
Muito raras:
Mucormicose (vide “Advertências e precauções”).
Gastroenterite por Yersinia (vide “Advertências e precauções”).
Distúrbios do sistema sanguíneo e
linfático
Muito raras: Distúrbios sanguíneos (incluindo trombocitopenia, leucopenia).
Distúrbios do sistema
imunológico
Muito raras: Choque anafilático, reação anafilática, edema angioneurótico.
Distúrbios do sistema nervoso
Comum:
Desconhecidas:
Dor de cabeça.
Distúrbios neurológicos incluindo tontura, precipitação ou exacerbação da
encefalopatia da diálise relacionada ao alumínio, neuropatia periférica,
parestesia (vide “Advertências e precauções”).
Convulsões (vide “Observações especiais” abaixo).
Distúrbios visuais
Raras: Perda da visão, escotoma, degeneração da retina, neurite óptica, catarata,
acuidade visual reduzida, visão borrada, cegueira noturna, defeitos no campo
visual, cromatopsia (deficiência da visão para cores), opacidade da córnea
(vide “Advertências e precauções” e “Observações especiais” abaixo).
Distúrbios auditivos e do
labirinto
Incomuns: Surdez neurossensorial, zumbido (vide “Advertências e precauções” e
“Observações especiais” abaixo).
Distúrbios vasculares
Raras: Hipotensão, taquicardia e choque, caso as precauções de administração não
sejam cumpridas (vide “Posologia e modo de usar” e “Advertências e
precauções”).
Distúrbios respiratórios,
torácicos e mediastinais
Incomum:
Asma.
Angústia respiratória aguda, infiltração pulmonar (vide “Advertências e
Distúrbios gastrintestinais
Incomuns:
Náusea.
Vômito, dor abdominal.
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Muito rara: Diarreia.
Distúrbios da pele e do tecido
subcutâneo
Muito rara:
Urticária.
Rash (erupções cutâneas) generalizado.
Distúrbios musculoesqueléticos e
do tecido conjuntivo
Muito comuns:
Comuns:
Desconhecida:
Artralgia, mialgia.
Retardo no crescimento e alterações ósseas (por exemplo, displasia
metafisária) em altas doses e em crianças pequenas (vide “Advertências e
precauções” e “Observações especiais” abaixo).
Espasmos musculares.
Distúrbios renais e urinários
Desconhecidas: Insuficiência renal aguda, distúrbio tubular renal, aumento da creatinina
sérica (vide “Advertências e precauções” e “Superdose”).
Distúrbios gerais e do local de
administração
Reações no local de injeção incluindo dor, inchaço, infiltração, eritema,
prurido, escara, crosta (vide “Observações Especiais” abaixo).
Pirexia.
Reação no local da injeção incluindo vesículas, edema, ardor (vide
Observações especiais:
Surdez neurossensorial e zumbido são incomuns se as doses forem mantidas dentro da faixa recomendada e se as doses
forem reduzidas quando ocorrer queda dos níveis de ferritina (a razão da dose diária média de Desferal®
dividida pela
ferritina sérica deve ser menor que 0,025) (vide “Advertências e precauções”).
Os diversos distúrbios visuais são raros, exceto nos casos de administrações de altas doses (vide “Advertências e
Retardo no crescimento e alterações ósseas (ex.: displasia metafisária) são comuns com doses acima de 60 mg/kg,
especialmente em pacientes que iniciam a quelação de ferro nos três primeiros anos de vida. O risco é
consideravelmente reduzido com doses de 40 mg/kg ou menores.
No local da injeção, dor, inchaço, infiltração, eritema, prurido e escara/crosta são muito comuns, enquanto vesículas,
edema no local e ardor são incomuns. As manifestações locais podem ser acompanhadas por reações sistêmicas, como
artralgia/mialgia (muito comuns), dor de cabeça (comum), urticária (comum), náusea (comum), pirexia (comum),
vômito (incomum), dor abdominal (incomum) ou asma (incomum).
A excreção do complexo de ferro pode causar coloração marrom-avermelhada na urina
Convulsões têm sido notificadas principalmente em pacientes dialisados com sobrecarga de alumínio (vide
“Advertências e precauções”).
Casos raros de elevação das transaminases foram relatados em pacientes tratados com Desferal®
, no entanto, a
causalidade com o medicamento não está estabelecida.
Pacientes tratados por sobrecarga crônica de alumínio
A terapia de quelação da sobrecarga de alumínio com Desferal®
pode resultar em hipocalcemia e agravar o
hiperparatireoidismo (vide “Advertências e precauções”)
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.