Bula do Diazepam para o Profissional

Bula do Diazepam produzido pelo laboratorio Pharlab Indústria Farmacêutica S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Diazepam
Pharlab Indústria Farmacêutica S.a. - Profissional

Download
BULA COMPLETA DO DIAZEPAM PARA O PROFISSIONAL

DIAZEPAM_COMP_VPS

diazepam

Pharlab Indústria Farmacêutica S.A.

Comprimido

10mg

DIAZEPAM

Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999

Ansiolítico e Miorrelaxante

APRESENTAÇÕES

Comprimidos de 10mg em embalagens contendo 20, 30 e 500 comprimidos.

USO ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido de 10mg contém 10mg de diazepam.

Excipientes: amido, lactose, celulose microcristalina, estearato de magnésio, amidoglicolato de sódio e

corante azul brilhante.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Diazepam está indicado para alívio sintomático da ansiedade, tensão e outras queixas somáticas ou

psicológicas associadas com a síndrome da ansiedade. Pode também ser útil como coadjuvante no

tratamento da ansiedade ou agitação associada a desordens psiquiátricas.

O diazepam é útil no alívio do espasmo muscular reflexo devido a traumas locais (lesão, inflamação).

Pode ser igualmente usado no tratamento da espasticidade devida a lesão dos interneurônios espinhais e

supra espinhais tal como ocorre na paralisia cerebral e paraplegia, assim como na atetose e na síndrome

rígida.

Os benzodiazepínicos são indicados apenas para desordens intensas, desabilitantes ou para dores

extremas.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Síndrome da ansiedade

O uso de diazepam melhora os sintomas de agorafobia e ansiedade. A dose recomendada é de 2 a 10 mg

administrada duas a quatro vezes ao dia (Prod Info Valium(R), 1999). A eficácia é mantida mesmo com o

tratamento prolongado durante vários anos.1, 2, 3

Em estudo que envolvia 228 pacientes, duplo-cego, com

placebo, o tratamento com diazepam na dose de 2 mg, três vezes ao dia, e 4 mg, à noite, foi superior ao

placebo no alívio dos sintomas da ansiedade.4

Quando comparada ao diazepam, a terapêutica com alprazolam é igualmente eficaz no tratamento de

ansiedade dos pacientes ambulatoriais.5, 6, 7, 8, 9

Entretanto, a incidência de sedação é maior com o

alprazolam.6, 8, 10

O bromazepam é tão eficaz quanto o diazepam como ansiolítico em pacientes com neurose de

ansiedade.11, 12, 13, 14

Entretanto, há relatos que sugerem a superioridade do bromazepam.14, 15

Acredita-se que o bromazepam é

mais específico como ansiolítico, quando comparado ao diazepam13, 16

e, portanto, mais eficaz.

A superioridade de eficácia do diazepam sobre a buspirona no tratamento de ansiedade crônica foi

reportada.17, 18

DIAZEPAM_COMP_VPS

Quanto ao lorazepam, alguns estudos indicam que a eficácia de diazepam é superior19, 20, 21, 22, 23

, enquanto

outros relatam a superioridade de lorazepam.20, 24, 25

Espasmos musculares

A terapêutica com diazepam é indicada e eficaz como adjuvante no tratamento de espasmos musculares

causados por reflexo à patologia local, como inflamação ou trauma, espasticidade causada por lesões de

neurônio motor ou atetose26, 27

e, também, para alívio da espasticidade na esclerose múltipla e lesões

medulares. Porém, poderá ocorrer tolerância sendo necessária a alternância de doses e/ou modificação da

terapêutica.

Delirium tremens - abstinência de álcool

A administração de benzodiazepínicos é eficaz no tratamento da abstinência, pois reduz a severidade e a

incidência de convulsões e delírio.28

Alguns clínicos preferem diazepam, por causa de sua meia-vida

longa e a possibilidade de retirada mais branda.29, 30, 31

O uso de alprazolam foi tão efetivo quanto o diazepam no tratamento da abstinência de álcool.32

Abstinência de benzodiazepínicos

A administração de diazepam para desintoxicação de pacientes com uso abusivo de outros

benzodiazepínicos tem sido eficaz.33

Referências bibliográficas

1. Laughren TP, Battey YW & Greenblatt DJ: Chronic diazepam treatment in psychiatric outpatients. J

Clin Psychiatry 1982; 43:461-462.

2. Hollister LE, Conley FK, Britt RH et al: Long-term use of diazepam. JAMA 1981; 246:1568-1570.

3. Bowden CL & Fisher JG: Safety and efficacy of long-term diazepam therapy. South Med J 1980;

73:1581-1584.

4. Hesbacher PT, Rickels K, Hutchison J et al: Setting, patient, and doctor effects on drug response in

neurotic patients. II. Differential improvement. Psychopharmacologia 1970; 18:209-226.

5. Davison K, Farquharson RG, Khan MC et al: A double blind comparison of alprazolam, diazepam, and

placebo in the treatment of anxious out-patients. Psychopharmacology 1983; 80:308-310.

6. Rickels D, Case WG, Downing RW et al: Long-term diazepam therapy and clinical outcome. JAMA

1983; 250:767-771.

7. Cohn JB: Multicenter double-blind efficacy and safety study comparing alprazolam, diazepam and

placebo in clinically anxious patients. J Clin Psychiatry 1981; 42:347-351.

8. Aden GC & Thein SG: Alprazolam compared to diazepam and placebo in the treatment of anxiety. J

Clin Psychiatry 1980; 41:245-248.

9. Fabre LF & McLendon DM: A double-blind study comparing the efficacy and safety of alprazolam

with diazepam and placebo in anxious outpatients. Curr Ther Res 1979; 25:519-526.

10. Cohn JB: Multicenter double-blind efficacy and safety study comparing alprazolam, diazepam and

11. Carlier L et al.: Open and double-blind clinical study of a new benzodiazepine in neurotic

disturbances. Ars Medici 1974; 29:935-944.

12. De Geyter J, Dumont E & Steiner P: Clinical assay of a new tranquilizer, Lexotan, in the treatment of

neurotic troubles. Sem Hop Ther 1975; 51:247-252.

13. Lapierre YD et al.: Curr Ther Res 1978; 23:475.

14. Anon: Bromazepam, a new anxiolytic: a comparative study with diazepam in general practice. J Roy

Coll Gen Pract 1984; 34:509-512.

15. Fontaine R, Annable L, Chouinard G et al.: Bromazepam and diazepam in generalized anxiety: A

placebo-controlled study with measurement of drug plasma concentrations. J Clin Psychopharmacol

1983; 3:80-87.

16. Cherpillod C & Hitz F: Bromazepam (Lexotanil). Clinical trial and double-blind at different dosing

with valium(R). Praxis 1976; 65:693-698.

17. Jacobson AF, Dominguez RA, Goldstein BJ et al.: Comparison of buspirone and diazepam in

generalized anxiety disorder. Pharmacotherapy 1985; 5:290-296.

18. Olajide D & Lader M: A comparison of buspirone, diazepam, and placebo in patients with chronic

anxiety states. J Clin Psychopharmacol 1987; 7:148-152.

19. Haider I: A comparative trial of lorazepam and diazepam. Br J Psychiatry 1971; 119:599-600.

20. Singh AN & Saxenia B: A comparison of lorazepam, diazepam and placebo in the treatment of

anxiety states. Curr Ther Res 1974; 16:149-162.

21. Padron C: Comparative clinical evaluation of lorazepam and diazepam. Praxis 1974; 63:494.

22. Lawrence JM, Edwards JE, Briggs GS et al: A controlled clinical trial of a new antianxiety agent

lorazepam (Ativan(R)). Med J Aust 1974; 2:660-661.

23. Kasich AM: Lorazepam in the management of anxiety associated with chronic gastrointestinal

disease: a double-blind study. Curr Ther Res 1976; 19:292-306.

24. Eaves D, Kane K & Swinson RP: A double-blind, controlled trial of lorazepam and diazepam in the

treatment of anxiety. Curr Med Res Opin 1973; 1:265-268.

25. Scheliker J: A comparison of lorazepam and diazepam in general practice. Curr Med Res Opin 1973;

1:269-271.

26. DeLee JC & Rockwood CA: Skeletal muscle spasm and a review of muscle relaxants. Curr Ther Res

1980; 27:64-74.

27. Young RR & Delwaide PJ: Spasticity (second of two parts). N Engl J Med 1981; 304:96-99.

28. Mayo-Smith: Pharmacological management of alcohol withdrawal: a meta-analysis and evidence-

based practice guideline. JAMA 1997; 278:144-151.

29. Peppers MP: Benzodiazepines for alcohol withdrawal in the elderly and in patients with liver disease.

Pharmacotherapy 1996; 16:49-58.

30. Bird RD & Makela EH: Alcohol withdrawal: what is the benzodiazepine of choice? Ann

Pharmacother 1994; 28:67-71.

31. Rosenbloom AJ: Optimizing drug treatment of alcohol withdrawal. Am J Med 1986; 8:901-904.

32. Kolin IS & Linet OI: Double-blind comparison of alprazolam and diazepam for subchronic

withdrawal from alcohol. J Clin Psychiatry 1981; 42:169-174.

33. Harrison M, Busto U, Naranjo CA et al: diazepam tapering in detoxification for high-dose

benzodiazepine abuse. Clin Pharmacol Ther 1984; 36:527-533.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

Mecanismo de ação

Diazepam faz parte do grupo dos benzodiazepínicos que possuem propriedades ansiolíticas, sedativas,

miorrelaxantes, anticonvulsivantes e efeitos amnésicos.

Sabe-se atualmente que tais ações são devidas ao reforço da ação do ácido gama-aminobutírico (GABA),

o mais importante inibidor da neurotransmissão no cérebro.

DIAZEPAM_COMP_VPS

Farmacocinética

Absorção

Diazepam é rápida e completamente absorvido no trato gastrintestinal após administração oral, atingindo

a concentração plasmática máxima após 30 - 90 minutos.

Distribuição

Diazepam e seus metabólitos possuem alta ligação às proteínas plasmáticas (diazepam 98%). Eles

atravessam as barreiras hematoencefálica e placentária e são também encontrados no leite materno em

concentrações que equivalem a, aproximadamente, um décimo da concentração sérica materna (vide item

“Gestação e lactação”). O volume de distribuição no estado de equilíbrio é de 0,8 – 1,0 L/kg. A meia-vida

de distribuição é de até três horas.

Metabolismo

Diazepam é principalmente metabolizado em substâncias farmacologicamente ativas, como o

nordiazepam (Ndesmetildiazepam), temazepam (hidroxidiazepam) e oxazepam.

O metabolismo oxidativo de diazepam é mediado pelas isoenzimas CYP3A e CYP2C19. Oxazepam e

temazepam são posteriormente conjugados ao ácido glicurônico.

Eliminação

O declínio da curva de concentração plasmática/tempo do diazepam após administração oral é bifásica:

uma fase de distribuição inicial rápida e intensa, com uma meia-vida que pode chegar a três horas e uma

fase de eliminação terminal prolongada (meia-vida de até 48 horas).

A meia-vida de eliminação terminal do metabólito ativo nordiazepam é de, aproximadamente, 100 horas,

dependendo da idade e da função hepática. Diazepam e seus metabólitos são eliminados principalmente

pela urina (cerca de 70%), predominantemente sob a forma conjugada. O clearance de diazepam é de 20 -

30 mL/min.

Farmacocinética em condições clínicas especiais

A meia-vida de eliminação pode ser prolongada nos idosos e nos pacientes com comprometimento

hepático, devendo-se lembrar que a concentração plasmática pode, em consequência, demorar para atingir

o estado de equilíbrio dinâmico ("steady-state"). Na insuficiência renal, a meia-vida do diazepam não é

alterada.

Segurança pré-clínica

Carcinogenicidade

O potencial carcinogênico de diazepam oral foi estudado em várias espécies roedoras.

Aumento na incidência de tumores hepatocelulares ocorreu em camundongos machos. Não houve

aumento significativo na incidência de tumores em camundongos fêmeas, ratos, hamsters ou outros

roedores.

Mutagenicidade

Um número de estudos proporcionou uma fraca evidência de um potencial mutagênico, em altas

concentrações, que estão, entretanto, acima das doses terapêuticas em seres humanos.

Prejuízo da fertilidade

Estudos reprodutivos em ratos mostraram diminuições no número de gestações e no número de

sobreviventes da prole, seguindo administração de doses orais de 100 mg/kg/dia, antes e durante o

cruzamento e por toda a gestação e lactação.

Teratogenicidade

Diazepam foi considerado teratogênico em camundongos em níveis de dose de 45 - 50 mg/kg, 100 mg/kg

e 140 mg/kg/dia, assim como em hamsters, em 280 mg/kg. No entanto, essa droga não se mostrou

teratogênica em 80 e 300 mg/kg/dia, em ratos, e em 20 e 50 mg/kg/dia, em coelhos (vide item “Gestação

e lactação”).

4. CONTRAINDICAÇÕES

Diazepam não deve ser administrado a pacientes com hipersensibilidade aos benzodiazepínicos ou a

qualquer excipiente do produto, glaucoma de ângulo agudo, insuficiência respiratória grave, insuficiência

hepática grave, síndrome da apneia do sono ou miastenia gravis. Benzodiazepínicos não são

recomendados para tratamento primário de doença psicótica. Eles não devem ser usados como

monoterapia na depressão ou ansiedade associada com depressão, pela possibilidade de ocorrer suicídio

nesses pacientes.

Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos de idade.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Uso concomitante de álcool/depressores SNC

O uso concomitante de diazepam com álcool e/ou depressores do SNC deve ser evitado. Essa utilização

concomitante tem potencial para aumentar os efeitos clínicos de diazepam, incluindo possivelmente

sedação grave, depressão cardiovascular e/ou respiratória clinicamente relevantes (vide item “Interações

medicamentosas”).

Histórico médico de abuso de álcool ou drogas

Diazepam deve ser usado com muita cautela em pacientes com história de alcoolismo ou dependência de

drogas.

Diazepam deve ser evitado em pacientes com dependência de depressores do SNC, incluindo álcool. Uma

exceção à dependência de álcool é o gerenciamento das reações agudas de retirada.

São recomendadas doses menores para pacientes com insuficiência respiratória crônica, por causa do

risco de depressão respiratória.

Devem ser usadas pequenas doses em pacientes idosos e debilitados.

Devem ser observadas as precauções usuais no caso de pacientes com comprometimento da função renal

ou hepática.

Para efeitos na capacidade de dirigir vide item “Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículo e operar

máquinas”.

Para advertências sobre dependência, abstinência e ansiedade de rebote, vide item “Abuso e

dependência”.

Reações psiquiátricas e “paradoxais”: reações psiquiátricas como inquietude, agitação, irritabilidade,

agressividade, ilusão, raiva, pesadelos, alucinações, psicoses, comportamento inadequado e outros efeitos

adversos comportamentais podem ocorrer com o uso de benzodiazepínicos. Quando isso acontece, deve-

se descontinuar o uso da droga. Esses efeitos são mais prováveis em crianças e idosos.

Amnésia: deve-se ter em mente que os benzodiazepínicos podem induzir a amnésia anterógrada, que

pode ocorrer com o uso de doses terapêuticas, com aumento do risco em doses maiores. Efeitos

amnésicos podem estar associados com comportamento inapropriado.

Tolerância: pode ocorrer alguma redução na resposta aos efeitos dos benzodiazepínicos, após uso

repetido de diazepam, por período prolongado.

Diazepam: pacientes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose (a deficiência Lapp de

lactase ou má absorção de glicose-galactose) não devem tomar esta medicação e deverão falar com o

médico, pois diazepam possui lactose em sua composição.

DIAZEPAM_COMP_VPS

Pacientes pediátricos

Os benzodiazepínicos não devem ser administrados em crianças sem confirmação cuidadosa da indicação.

A duração do tratamento deve ser a menor possível. Uma vez que a segurança e eficácia em pacientes

pediátricos com idade inferior a 6 meses não foram estabelecidas, diazepam deverá ser utilizado neste

grupo etário com extrema cautela e somente quando outras alternativas terapêuticas não estiverem

disponíveis.

Pacientes sob uso de diazepam devem ser alertados quanto à realização de atividades perigosas que

requeiram grande atenção como operar máquinas perigosas ou dirigir veículos. Devem ser igualmente

alertados sobre o consumo concomitante de bebidas alcoólicas, pois pode ocorrer potencialização dos

efeitos indesejáveis de ambas as drogas.

Quando existe insuficiência cardiorrespiratória, deve se ter em mente que sedativos como diazepam

podem acentuar a depressão respiratória. Entretanto, o efeito sedativo pode, ao contrário, ter efeito

benéfico ao reduzir o esforço respiratório de certos pacientes. Na hipercapnia severa crônica, diazepam só

deve ser administrado caso os benefícios potenciais superem os riscos.

Abuso e dependência

Dependência: o uso de benzodiazepínicos e similares pode levar ao desenvolvimento de dependência

física ou psíquica (vide item “Reações adversas”). O risco de dependência aumenta com a dose e duração

do tratamento. É maior também nos pacientes predispostos, com história de abuso de drogas ou álcool.

No sentido de minimizar o risco de dependência, os benzodiazepínicos só devem ser prescritos após

cuidadosa avaliação quanto à indicação e devem ser administrados por período de tempo o mais curto

possível. A continuação do tratamento, quando necessária, deve ser acompanhada bem de perto. A

duração prolongada do tratamento só se justifica após avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.

Abstinência: quando ocorre dependência física, a retirada abrupta do tratamento será acompanhada de

sintomas de abstinência. O início dos sintomas de abstinência é variável, durando poucas horas a uma

semana ou mais. Podem ocorrer cefaleia, dores musculares, ansiedade extrema, tensão, inquietude,

confusão e irritabilidade. Em casos graves, podem ocorrer sintomas como despersonalização,

desrealização, hiperacusia, dormência e sensibilidade nas extremidades, hipersensibilidade à luz, ao

barulho e ao contato físico, alucinações ou convulsões. Na ocorrência de sintomas de abstinência, são

necessários acompanhamento médico bem próximo e apoio para o paciente. A interrupção abrupta deve

ser evitada, e um esquema de retirada gradual deve ser adotado.

Ansiedade de rebote: uma síndrome transitória com sintomas que levaram ao tratamento com diazepam

recorre com maior intensidade. Isso pode acontecer com a descontinuação do tratamento. Pode ser

acompanhada de outras reações, incluindo alterações de humor, ansiedade e inquietude. Como o risco de

abstinência e rebote é maior quando a descontinuação do tratamento é abrupta, é recomendado que a

dosagem seja reduzida gradualmente.

Até o momento, não há informações de que diazepam possa causar doping.

Gestação e lactação

Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas

sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Não foi estabelecida segurança para uso de diazepam durante a gravidez. O diazepam e seus metabólitos

atravessam a barreira placentária. Um aumento do risco de malformação congênita associada aos

benzodiazepínicos durante o primeiro trimestre de gravidez tem sido sugerido. Uma revisão dos efeitos

adversos relatados espontaneamente não mostrou maior incidência que os esperados na população não

tratada. Benzodiazepínicos devem ser evitados durante a gravidez a menos que não exista outra

alternativa mais segura. Antes de se administrar diazepam durante a gravidez, especialmente durante o

primeiro trimestre, os possíveis riscos para o feto (assim como com qualquer outra droga) devem ser

pesados contra o benefício terapêutico esperado para a mãe.

Administração contínua de benzodiazepínicos durante a gravidez pode levar à hipotensão, redução da

função respiratória e hipotermia no recém-nascido. Sintomas de abstinência no recém-nascido têm sido

ocasionalmente descritos com esta classe terapêutica. São recomendados cuidados especiais quando o

diazepam for administrado durante o trabalho de parto, pois uma única dose alta pode produzir

irregularidades na frequência cardíaca fetal e hipotonia, dificuldade de sucção, hipotermia e depressão

respiratória moderada no neonato. Antes da decisão de administrar diazepam durante a gravidez,

especialmente durante o primeiro trimestre - como deveria ocorrer sempre com outras drogas - os

possíveis riscos para o feto devem ser comparados com os benefícios terapêuticos esperados para a mãe.

Deve-se lembrar que o sistema enzimático envolvido no metabolismo da droga não está completamente

desenvolvido no recém-nascido (especialmente nos prematuros).

Como diazepam passa para o leite materno, não deve ser administrado em pacientes que estejam

amamentando.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículo e operar máquinas

Sedação, amnésia, redução da capacidade de concentração e da força muscular podem prejudicar a

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Interações farmacocinéticas fármaco-fármaco (FFI)

O metabolismo oxidativo de diazepam, levando à formação de N-desmetildiazepam, de 3

hidroxidiazepam (temazepam) e de oxazepam, é mediado pelas isoenzimas CYP2C19 e CYP3A do

citocromo P450. Como demonstrado por estudo in vitro, a reação de hidroxilação é realizada

principalmente pela isoforma CYP3A, enquanto a Ndesmetilação é mediada por ambas, CYP3A e

CYP2C19. Resultados de estudos in vivo, em voluntários humanos, confirmaram as observações in vitro.

Em consequência, substratos, que são moduladores do CYP3A e/ou do CYP2C19, podem potencialmente

alterar a farmacocinética do diazepam. Drogas como cimetidina, cetoconazol, fluvoxamina, fluoxetina e

omeprazol, que são inibidoras do CYP3A ou do CYP2C19, podem aumentar e prolongar a sedação.

Existem relatos de que a eliminação metabólica de fenitoína é afetada pelo diazepam.

Tem sido descrito que a administração concomitante de cimetidina (mas não ranitidina) retarda o

clearance do diazepam. Todavia, não existem interferências com os antidiabéticos, anticoagulantes e

diuréticos comumente utilizados.

O uso simultâneo com levodopa pode diminuir o efeito terapêutico da levodopa.

Cisaprida pode levar ao aumento temporário de efeito sedativo dos benzodiazepínicos administrados via

oral por causa da absorção mais rápida.

Para advertências de outros depressores do sistema nervoso central, incluindo o álcool, vide item

“Superdose”.

Interações farmacodinâmicas fármaco-fármaco (FFI)

Efeitos aumentados sobre a sedação, respiração e hemodinâmica podem ocorrer quando diazepam é

coadministrado com outros medicamentos de ação central, como antipsicóticos/neurolépticos,

tranqüilizantes/ansiolíticos/sedativos, antidepressivos, hipnóticos, anticonvulsivantes, analgésicos

narcóticos, anestésicos e anti-histamínicos sedativos ou álcool.

O álcool deve ser evitado em pacientes que recebem diazepam.

DIAZEPAM_COMP_VPS

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Diazepam deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC).

O prazo de validade de diazepam é de 24 meses a partir da sua data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Diazepam é apresentado como comprimido circular, plano, com sulco central em uma das faces, de

coloração azul claro e isento de material estranho.

Diazepam comprimidos não possui características organolépticas marcantes que permitam sua

diferenciação em relação a outros comprimidos.

Descarte de medicamentos não utilizados e/ou com data de validade vencida

O descarte de medicamentos no meio ambiente deve ser minimizado. Os medicamentos não devem ser

descartados no esgoto, e o descarte em lixo doméstico deve ser evitado. Utilize o sistema de coleta local

estabelecido, se disponível.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance de crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Dose padrão: para se obter efeito ótimo, a posologia deve ser individualizada. O tratamento deve ser

iniciado com a menor dose apropriada eficaz para a condição particular.

Doses orais usuais para adultos: dose inicial: 5 -10 mg. Dependendo da gravidade dos sintomas, 5 - 20

mg/dia. Cada dose oral para adultos não deve normalmente ser superior a 10 mg.

Duração do tratamento: a duração do tratamento deve ser a menor possível (vide item “Abuso e

dependência”). O paciente deve ser reavaliado regularmente quanto à necessidade de se continuar o

tratamento, especialmente no paciente assintomático. O tratamento não deve exceder dois a três meses,

incluindo o período de retirada progressiva. A extensão além desse limite poderá ser feita após

reavaliação da situação. É útil informar ao paciente quando o tratamento for iniciado que o mesmo terá

duração limitada e explicar como a dose será progressivamente reduzida. Além disso, é importante que o

paciente seja alertado sobre a possibilidade do fenômeno de rebote, para minimizar a ansiedade sobre tais

sintomas, caso eles ocorram durante a retirada. Existem evidências de que, no caso de benzodiazepínicos

de curta duração, o fenômeno de retirada pode se manifestar no intervalo entre as doses, especialmente

quando a posologia é alta. No caso de benzodiazepínicos de longa duração, como o diazepam, é

importante prevenir quando se trocar para um benzodiazepínico de curta duração, pois podem ocorrer

sintomas de abstinência.

Instruções para dosagens especiais

Pacientes idosos

Pacientes idosos devem receber doses menores. Esses pacientes devem ser acompanhados regularmente

no início do tratamento para minimizar a dosagem e/ou frequência de administração, para prevenir

superdose causada pelo acúmulo.

Pacientes com distúrbios da função hepática

Pacientes com distúrbios hepáticos podem apresentar meia-vida de eliminação mais prolongada e, por

isso, devem receber doses menores.

Diazepam deve ser administrado por via oral.

Os comprimidos podem ser divididos em partes iguais para facilitar a dosagem.

DIAZEPAM_COMP_VPS

9. REAÇÕES ADVERSAS

Os efeitos colaterais mais comumente citados são: cansaço, sonolência e relaxamento muscular; em geral,

estão relacionados com a dose administrada. Esses efeitos ocorrem predominantemente no início do

tratamento e geralmente desaparecem com a administração prolongada.

Distúrbios do sistema nervoso: ataxia, disartria, fala enrolada, dor de cabeça, tremores, tontura.

Amnésia anterógrada pode ocorrer com doses terapêuticas, sendo que o risco aumenta com doses

maiores. Efeitos amnésicos podem estar associados com comportamento inapropriado.

Distúrbios psiquiátricos: reações paradoxais como inquietude, agitação, irritabilidade, agressividade,

delírios, raiva, pesadelos, alucinações, psicoses, comportamento anormal e outros efeitos

comportamentais podem ocorrer com o uso de benzodiazepínicos. Quando isso ocorre, deve-se

descontinuar o uso da droga. Esses efeitos são mais prováveis em crianças e idosos.

Confusão, pobreza emocional, alerta diminuído, depressão, libido aumentada ou diminuída.

O uso crônico (mesmo em doses terapêuticas) pode levar ao desenvolvimento de dependência física. O

risco é mais pronunciado em pacientes que recebem tratamento prolongado e/ou com doses elevadas e,

particularmente, em pacientes predispostos com antecedentes pessoais de alcoolismo ou abuso de drogas.

Uma vez que a dependência física aos benzodiazepínicos se desenvolve, a descontinuação do tratamento

pode ser acompanhada de sintomas de abstinência ou fenômeno de rebote (vide item “Abuso e

dependência”).

Tem sido relatado abuso de benzodiazepínicos (vide item “Abuso e dependência”).

Lesões, envenenamento e complicações de procedimentos: existem relatos de quedas e fraturas em

pacientes sob uso de benzodiazepínicos. O risco é maior em pacientes recebendo, concomitantemente,

sedativos (incluindo bebidas alcoólicas) e em pacientes idosos.

Distúrbios gastrintestinais: náuseas, boca seca ou hipersalivação, constipação e outros distúrbios

gastrintestinais.

Distúrbios oculares: diplopia, visão turva.

Distúrbios vasculares: hipotensão, depressão circulatória.

Exames: frequência cardíaca irregular, transaminases aumentadas muito raramente, aumento da fosfatase

alcalina sanguínea.

Distúrbios renais e urinários: incontinência, retenção urinária.

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo: reações cutâneas.

Distúrbios do ouvido e do labirinto: vertigem.

Cardiopatias: insuficiência cardíaca, incluindo parada cardíaca.

Distúrbios respiratórios: depressão respiratória, incluindo insuficiência respiratória.

Distúrbios hepatobiliares: muito raramente icterícia.

Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para Vigilância

Sanitária Estadual ou Municipal.

10. SUPERDOSE

Sintomas

Os benzodiazepínicos geralmente causam sonolência, ataxia, disartria e nistagmo. Superdose de diazepam

raramente cursa com risco de vida se o medicamento tiver sido ingerido isoladamente, mas pode levar à

arreflexia, apneia, hipotensão arterial, depressão cardiorrespiratória e coma.

DIAZEPAM_COMP_VPS

O coma, se ocorrer, normalmente tem duração de poucas horas; porém, pode ser prolongado e cíclico,

particularmente em pacientes idosos. Os efeitos de depressão respiratória por benzodiazepínicos são mais

graves em pacientes com doença respiratória.

Os benzodiazepínicos aumentam os efeitos de outros depressores do sistema nervoso central, incluindo o

álcool.

Tratamento

Monitorização dos sinais vitais e medidas de suporte devem ser instituídas conforme o estado clínico do

paciente. Em particular, os pacientes podem necessitar de tratamento sintomático dos efeitos

cardiorrespiratórios ou efeitos do sistema nervoso central.

A absorção adicional deve ser prevenida utilizando-se um método apropriado, por exemplo, tratamento

em uma a duas horas com carvão ativado. Se for utilizado carvão ativado, é imperativo proteger as vias

aéreas em pacientes sonolentos.

Em caso de ingestão mista, deve-se considerar a lavagem gástrica; entretanto, esse procedimento não

deve ser considerado uma medida de rotina.

Caso a depressão do sistema nervoso central seja severa, deve-se levar em consideração o uso de

flumazenil (Lanexate®), um antagonista específico do receptor benzodiazepínico. O flumazenil deve ser

administrado apenas sob rigorosas condições de monitoramento. O flumazenil possui meia-vida curta

(cerca de uma hora), portanto, os pacientes que receberem flumazenil requererão monitoramento após a

diminuição dos seus efeitos. O flumazenil deve ser usado com extrema cautela na presença de

medicamentos que reduzem o limiar de convulsões (por exemplo, antidepressivos tricíclicos). Consulte a

bula do flumazenil (Lanexate®) para mais informações sobre o uso correto desse medicamento.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.