Bula do Dimeftal produzido pelo laboratorio Geolab Indústria Farmacêutica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
V.01_12/2014
DIMEFTAL
Geolab Indústria Farmacêutica S/A
Comprimido Mastigável
125mg
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MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
Dimeftal
simeticona
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido mastigável de 125mg: Embalagem contendo 10 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido mastigável contém:
simeticona...................................................................................................................................................................125mg
Excipientes: sorbitol, sacarina sódica, essência de limão, estearato de magnésio e corante amarelo laca D&C nº 10.
Dimeftal é indicado para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no aparelho gastrintestinal constituindo
motivo de dores ou cólicas intestinais1
, tais como:
- Meteorismo1
- Eructação1
- Borborigmos 1
- Aerofagia pós-cirúrgica 1
- Distensão abdominal 1
- Flatulência1
Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a simeticona facilita a
eliminação dos gases, Dimeftal pode ser usado na preparação do paciente a ser submetido à endoscopia digestiva e/ou
colonoscopia.
1
CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação, hipertimpanismo
(abdominal/intestinal) e meteorismo).
Cinco ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da simeticona no
tratamento de sintomas relacionados ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal e distúrbios gastrintestinais funcionais
em adultos.1-5
Os estudos que incluíram pacientes com distúrbios funcionais do trato digestivo indicaram a eficácia da simeticona (em
diferentes dosagens) quando comparada ao placebo, bem como a não inferioridade e a superioridade do medicamento
em relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os distúrbios disfuncionais do trato digestivo fora de uso na
prática clínica no Brasil.1-3
Nos dois estudos que avaliaram o uso da simeticona para alívio dos sintomas relacionados ao
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excesso de gases em pacientes com diarreia aguda,4-5
em termos absolutos os benefícios da simeticona comparado à
loperamida e ao placebo foram pouco relevantes. A associação loperamida-simeticona mostrou-se eficaz nesse
contexto, indicando benefício clínico da adição da simeticona à loperamida para alívio dos sintomas relacionados aos
gases, uma vez que a loperamida isolada não resultou em benefícios de mesma magnitude.
Em ambos os estudos, a simeticona foi superior ao placebo, em termos absolutos, mesmo nos desfechos relacionados à
resolução do quadro de diarreia, ainda que não reportada a significância estatística da diferença.
Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais do trato gastrintestinal. 1-
3
Em Bernstein (1974), o grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os sintomas quando analisados
em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão abdominal, indigestão, inchaço, pressão, acidez, desconforto
estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em 8 deles quando analisados separadamente (gases, plenitude gástrica,
inchaço, distensão, indigestão, desconforto gástrico, acidez e dor pós-prandial). A redução na intensidade de todos os
sintomas combinados foi significativamente maior no grupo tratado com simeticona (p<0,001), assim como da maioria
dos sintomas isolados (gases, plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor, indigestão e acidez). 1
Holtmann (1999) avaliou os escores de intensidade dos sintomas resultante da soma dos escores atribuídos à plenitude
gástrica, dor no abdômen superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação, pirose, perda de apetite e
percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a soma do escore de sintomas diminuiu significativamente no
grupo da simeticona, com a diferença entre os grupos sendo de -55,2% (IC 95% -85,2% a -25,2%) após duas semanas e
-24,2% (-54,3% a 5,8%) após 4 semanas, obedecendo aos critérios determinados no estudo para estabelecer a não
inferioridade da simeticona em relação à cisaprida (p<0,001).2
Holtmann (2002) comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas. Os sintomas avaliados
foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos, eructação, saciedade precoce, náusea, vômito,
regurgitação, pirose e perda de apetite. Após 2, 4 e 8 semanas de tratamento, a soma dos escores de sintoma foi
significativamente menor no grupo com a simeticona ou a cisaprida comparadas ao grupo placebo. A simeticona foi não
inferior à cisaprida após 4 (p<0,0001) e 8 semanas (p=0,0004) e foi superior à cisaprida após 2 semanas (p=0,0007).
Durante as oito semanas de duração do estudo, a simeticona resultou em uma melhora numericamente melhor dos
sintomas quando comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no nível 2,5% para as duas primeiras
semanas para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea. 3
Kaplan 1999 e Hanauer 2007 compararam quatro diferentes esquemas de tratamento: associação de loperamida 2mg e
simeticona 125mg; loperamida 2mg isolada; simeticona 125mg isolada e placebo. Os pacientes inicialmente receberam
250mg de simeticona, seguidos de 125mg a cada episódio de fezes não formadas até o limite máximo de 500mg a cada
24 horas, durante 48 horas de seguimento. 4,5
Kaplan 1999 avaliou o efeito da simeticona no que diz respeito ao alívio dos sintomas relacionados ao excesso de gases
em pacientes com diarreia aguda, tendo observado que a simeticona apresentou resultados absolutos melhores do que a
loperamida isolada e o placebo em termos de tempo para alívio dos sintomas (21,1 horas, 42,0 horas e 48,0 horas,
respectivamente), porém menores do que os da associação loperamida-simeticona (12,0 horas, p<0,001). Não foi
reportada a significância estatística da comparação entre simeticona e loperamida ou placebo. No que diz respeito ao
julgamento do paciente sobre a eficácia do tratamento ao final do estudo, os pacientes tratados com simeticona
reportaram um escore médio de alívio do desconforto abdominal (1,9 pontos) maior do que os pacientes no grupo da
loperamida isolada (1,5 pontos, sem informação sobre a significância estatística). A associação loperamida-simeticona
demonstrou maior benefício em todos os parâmetros de avaliação subjetiva do paciente (p<0,001). 4
Hanauer 2007 obteve resultados semelhantes aos de Kaplan (1999), também sem informação de significância estatística
para a diferença observada entre a simeticona isolada e a loperamida ou placebo. Manteve-se o benefício
estatisticamente significativo da associação simeticona-loperamida em relação a todos os comparadores para os
desfechos relacionados aos sintomas associados ao excesso de gases secundário a quadros de diarreia aguda, reforçando
a importância da simeticona nesse grupo de pacientes. 5
Avramovic et al realizaram um estudo duplo-cego em pacientes do sexo feminino submetidas a parto cesário, visando
estudar o efeito da simeticona sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão gasosa durante o período pós-
operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram uma redução significativamente maior das queixas
subjetivas analisadas (náusea, vômitos, meteorismo, desconforto no estômago, dores abdominais), bem como dos
movimentos peristálticos e flatulência em relação ao placebo. Com base nos resultados obtidos e considerando a não
toxicidade do fármaco, sua característica de ser inerte quimicamente, boa tolerância e uso simples, os autores
consideraram a simeticona muito útil na prevenção do desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão
gastrointestinal após o parto Cesário.6
A eficácia da simeticona na melhoraria da visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por Sudduth RH et al 10
. Eles
estudaram 86 pacientes recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo (n=44). Este estudo indica que o uso de simeticona
combinado com uma preparação de fosfato de sódio pode melhorar a visibilidade do cólon, diminuindo a presença de
bolhas. A melhor visualização proporcionou o aumento da detecção de lesões patológicas na mucosa.7
1. Bernstein JE, Kasich AM. A double-blind trial of simethicone in functional disease of theupper gastrointestinal tract.
J Clin Pharmacol1974 Nov-Dec;14(11-12):617-23.
2. Holtmann G, Gschossmann J, Karaus M, Fischer T, Becker B, Mayr P, et al. Randomised double-blind comparison
of simethicone with cisapride in functional dyspepsia. Aliment Pharmacol Ther1999 Nov;13(11):1459-65.
3. Holtmann G, Gschossmann J, Mayr P, Talley NJ. A randomized placebo-controlled trial of simethicone and cisapride
for the treatment of patients with functional dyspepsia. Aliment Pharmacol Ther2002 Sep;16(9):1641-8.4.
4.Kaplan MA, Prior MJ, Ash RR, McKonly KI, Helzner EC, Nelson EB. Loperamidesimethicone vs loperamide alone,
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controlled trial. Arch Fam Med1999 May- Jun;8(3):243-8.
5.Hanauer SB, DuPont HL, Cooper KM, Laudadio C. Randomized, double-blind, placebocontrolled clinical trial of
loperamide plus simethicone versus loperamide alone and simethicone alone in the treatment of acute diarrhea with gas-
related abdominal discomfort. Curr Med Res Opin2007 May; 23(5):1033-43.
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Propriedades Farmacodinâmicas
Dimeftal cujo componente ativo é a simeticona, é um silicone antifisético com ação antiflatulenta, que alivia o mal
estar gástrico causado pelo excesso de gases.
Dimeftal atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, levando ao
rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à formação de bolhas maiores que serão facilmente
expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela dor abdominal e pela flatulência, e a sua eliminação resulta no
alívio dos sintomas associados com a retenção dos gases.
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As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por Brecevic et al8
em três
diferentes sistemas espumantes contendo surfactante catiônico, surfactante aniônico e solução de sabão. Os resultados
obtidos das medidas da densidade da espuma inicial, estabilidade da espuma e tensão superficial fornecem evidências
de que a ligação entre o filme líquido dos surfactantes pela simeticona, auxiliado e acelerado pela presença de partículas
hidrofóbicas de sílica, provoca a ruptura deste filme, mesmo ele sendo relativamente fino, sendo o provável mecanismo
de inibição de espuma em todos os sistemas. O efeito foi mais pronunciado no sistema com solução catiônica do que
com a solução aniônica e sabão. Esses achados contribuem para o estudo que relaciona a eficácia da simeticona como
antídoto e agente antiespumante em casos de ingestão e envenenamento por detergente.
Propriedades Farmacocinéticas
A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de farmacocinética são
inviáveis com o fármaco, cujo mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em alguns estudos.
O tempo de início, para a ação clínica da simeticona, é estimado em aproximadamente 10 minutos para as síndromes
dispéptivas1
e em 20 a 30 minutos para os sintomas pós-operatórios e uso para realização de exames endoscópicos de
trato intestinal. 8,17
Dimeftal é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida a simeticona e/ou demais componentes da
formulação.
Dimeftal é contraindicado aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal suspeita ou conhecida.
Não exceda a dose recomendada.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Não há recomendações especiais para pacientes idosos. Dimeftal não é indicado para pacientes pediátricos.
Gravidez e lactação
Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando usado em mulheres grávidas
ou com suspeita de gravidez.
Categoria de risco na gravidez: C
Não são conhecidas interações de Dimeftal com outros medicamentos ou alimentos.
Dimeftal deve ser mantido em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC), protegido da luz e umidade.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
Dimeftal apresenta-se na forma de comprimido mastigável circular plano sem vinco de coloração amarela e odor de
limão.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
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A administração deve ser somente pela via oral.
Ao utilizar Dimeftal, você não deve engolir o comprimido por inteiro, mas sim mastigá-lo completamente.
Você pode usar Dimeftal 4 vezes ao dia, após as refeições e ao se deitar, ou quando recomendado pelo seu médico.
Você não deve ingerir mais de 500mg (4 comprimidos) de Dimeftal por dia.
Dimeftal não é absorvido pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo, e é totalmente eliminada nas
fezes, sem alterações. Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de ocorrer.
- Eczema de contato;
- Em casos raros: reações imediatas como urticaria.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.