Bula do Encrise produzido pelo laboratorio Biolab Sanus Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Biolab Sanus
Encrise®
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda
vasopressina
Solução injetável
20U/ml
Encrise ®
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÕES:
Solução injetável de 20 U/ml em embalagem com 10 ampolas de 1 ml.
USO INTRAVENOSO/INTRAMUSCULAR/SUBCUTÂNEO.
USO ADULTO E PEDIÁTRICO.
Composição:
Encrise® 20 U/ml
Cada ampola de 1 ml contém:
vasopressina sintética (8-arginina vasopressina)........................................................... 20 U
Veículo: clorbutanol, ácido acético, cloreto de sódio, água para injeção.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Encrise®
é indicado na prevenção e no tratamento de distensão abdominal pós-operatória, em radiografia
abdominal para evitar a interferência de sombras gasosas, no diabetes insipidus, na hemorragia
gastrointestinal, na ressuscitação cardiorrespiratória, no tratamento da fibrilação ventricular refratária à
desfibrilação elétrica, na assistolia e atividade elétrica sem pulso e no choque séptico.
De acordo com o algoritmo de tratamento da PCR (American Heart Association, 2005), a vasopressina é
recomendada no lugar da primeira ou segunda dose de epinefrina nos casos de assistolia/AESP, Fibrilação
Ventricular/Taquicardia Ventricular sem pulso. Em qualquer destes casos, a dose recomendada é de 40U
IV/IO. Wenzel V e cols. (2008) relataram que tanto a epinefrina como a vasopressina foram igualmente
efetivas no restabelecimento da circulação na parada cardíaca, e que os benefícios da vasopressina em
grupos de pacientes específicos, como aqueles em assistolia, também foram demonstrados.
Dellinger RP e cols. (2008), por meio da Diretriz Internacional de Manejo do Choque Séptico, relatam
que baixas doses de vasopressina são efetivas em aumentar a pressão arterial em pacientes refratários ao
uso de outros vasopressores, além de proporcionar outros potenciais efeitos benéficos, como aumento da
diurese, por exemplo. Em 2013, a atualização dessa diretriz reafirmou que a vasopressina pode ser
Biolab Sanus
adicionada à noradrenalina com o objetivo de aumentar a pressão arterial média ou diminuir a dose de
noradrenalina nos pacientes com choque séptico.
Holmes CL (2008) demonstrou que a vasopressina foi efetiva em restabelecer o tônus vascular no choque
séptico, além de estar relacionado à redução da mortalidade e da insuficiência renal em pacientes em
choque séptico com risco de falência renal.
Stump DL e Hardin TC (1990) mostraram beneficio significativo no controle da hemorragia não varicosa
com vasopressina intra-arterial. Por meio de infusões de vasopressina ocorre vasoconstrição arteriolar e
capilar, reduzindo eficazmente o fluxo sanguíneo na mucosa gástrica. Em 6 estudos avaliados, 74% dos
pacientes mostraram um controle inicial significativo da hemorragia gástrica.
Referências Bibliográficas:
1 - AHA. Management of Cardiac Arrest. Circulation 2005;112; 58-66;
2 - Wenzel V, et al. Role of arginine vasopressin in the setting of cardiopulmonary resuscitation. Best
Pract Res Clin Anaesthesiology. 2008; 22(2):287-297
3 - Dellinger RP, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of severe
sepsis and septic shock: 2008. Intensive Care Med 2008 Jan; 34(1):17-60.
4- Dellinger RP, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe
sepsis and septic shock: 2012. Crit Care Med. 2013 Feb;41(2):580-637.
5 - Holmes CL, et al. Arginine vasopressin in the treatment of vasodilatory septic shock. Best Practice &
Research Clinical Anaertheriology. 2008; 22(2):275-286
6 - Stump DL, Hardin TC. The use of vasopressin in the treatment of upper gastrointestinal haemorrhage.
Drugs. 1990 Jan;39(1):38-53.
3. CARACTERISTICAS FARMACOLÓGICAS
Encrise®
(vasopressina injetável) é uma solução aquosa estéril de vasopressina sintética (8-arginina
vasopressina) semelhante ao hormônio vasopressina da glândula pituitária posterior. Essencialmente não
age como os ocitócitos e é padronizado para conter 20 unidades /ml. A solução contém clorobutanol 0,5%
(derivado do clorofórmio) como conservante. A acidez da solução é ajustada com ácido acético.
Propriedades Farmacodinâmicas:
A ação da vasopressina é mediada através da interação com dois tipos de receptores. Os receptores V1
estão localizados na musculatura lisa dos vasos, hepatócitos, plaquetas e rins. Os receptores V2 estão
localizados no ducto coletor renal. A vasopressina tem uma alta afinidade para receptor V2 e também V1.
Enquanto os receptores V2 contribuem para efeito renal, os receptores V1 são responsáveis,
predominantemente, pelo efeito vasopressor da vasopressina. A vasopressina conserva a água e concentra
a urina por aumento do fluxo de água proveniente do fluido luminal através dos túbulos coletores e da
medula intersticial do rim. A ação antidiurética da vasopressina ocorre pelo aumento da reabsorção de
água nos túbulos renais.
O índice de filtração glomerular do fluxo renal plasmático e o índice de excreção do soluto não são
afetados. A excreção de sódio não é aumentada. A vasopressina exerce seu efeito pressor através da
contração do músculo liso do trato gastrintestinal e de todas as partes do leito vascular, especialmente os
capilares, pequenas arteríolas e vênulas, com menos efeito na musculatura lisa dos grandes vasos. A
pressão arterial portal é significativamente reduzida pela vasopressina. A vasopressina causa aumento da
resistência vascular mesentérica, levando a diminuição do fluxo venoso portal. A diminuição do fluxo
porto-sistêmico colateral é também observado, assim o fluxo sanguíneo das varizes de esôfago é
restringido. Além disso, o fluxo de sangue dessas varizes também é diminuído pelo aumento do tônus da
musculatura da porção inferior do esôfago.
O efeito direto nos elementos contrácteis não é antagonizado pelos agentes bloqueadores adrenérgicos e
nem prevenidos pela denervação vascular. A vasopressina aumenta a reatividade dos vasos sanguíneos
por ação constritora das catecolaminas. Sendo um potente vasoconstritor, é uma promissora alternativa à
adrenalina (epinefrina), na ressuscitação cardiorrespiratória, no tratamento da fibrilação ventricular
refratária à desfibrilação elétrica, na assistolia ou atividade elétrica sem pulso.
Propriedades Farmacocinéticas:
Após administração subcutânea ou intramuscular de injeção de vasopressina, a duração da atividade
antidiurética é variável, mas seus efeitos são mantidos por 2 a 8 horas. Na administração intravenosa, seus
efeitos são mantidos por 30 a 60 minutos. A maior parte da dose de vasopressina é metabolizada e
rapidamente destruída no fígado e nos rins. A vasopressina tem meia-vida de cerca de 10 a 20 minutos.
Aproximadamente 5% da dose subcutânea de vasopressina é excretada inalterada na urina após 4 horas.
Após a injeção subcutânea ou intramuscular de Encrise®
, seus efeitos duram por 2 a 8 horas. Na
administração intravenosa, seus efeitos são mantidos por 30 a 60 minutos.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com hipersensibilidade aos
componentes da fórmula e com nefrite crônica com retenção de nitrogênio.
Gerais – este medicamento não deve ser usado em pacientes com doença vascular, especialmente
doenças nas artérias coronárias, exceto com extrema cautela. Nestes pacientes, mesmo pequenas doses
podem precipitar angina, e com grandes doses, a possibilidade de infarto do miocárdio deve ser
considerada.
A vasopressina pode provocar intoxicação hídrica. Os primeiros sinais de tonturas, desatenção e dores de
cabeça devem ser reconhecidos para prevenir coma e convulsões.
A vasopressina deve ser utilizada com cautela na presença de epilepsia, enxaqueca, asma e insuficiência
cardíaca ou outras condições onde a rápida adição de água extracelular pode apresentar riscos a um
sistema já sobrecarregado.
Biolab Sanus
Nefrite crônica com retenção de nitrogênio contraindica o uso de vasopressina até que níveis aceitáveis de
nitrogênio sanguíneo sejam atingidos.
Efeitos adversos como palidez, cólicas abdominais e náusea podem ser reduzidos pela ingestão de 1 ou 2
copos de água no momento da administração de vasopressina. Estes efeitos adversos não são
normalmente sérios e provavelmente desaparecerão dentro de alguns minutos.
Durante a terapia recomenda-se a realização periódica de eletrocardiogramas (ECG) e determinações dos
níveis de fluídos e eletrólitos.
A vasopressina pode ser utilizada por via intravenosa, porém devido ao risco de necrose decorrente de
extravasamento, é preferível a utilização de uma veia central.
Gravidez – Categoria C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem
orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não foram realizados estudos com a vasopressina na reprodução de animais. Também não se sabe se a
vasopressina pode causar dano fetal quando administrada a mulheres grávidas ou se pode afetar a
capacidade reprodutiva. Encrise®
só deve ser administrado a mulheres grávidas se absolutamente
necessário. Doses de vasopressina suficientes para um efeito antidiurético normalmente não produzem
contrações uterinas tônicas que possam ser nocivas ao feto ou ameaçar a continuidade da gestação.
Lactação – a administração de Encrise®
às mulheres que estão amamentando deve ser feita com cautela.
Pediatria – recomenda-se cautela no tratamento de crianças muito pequenas com vasopressina devido à
possibilidade de hiper-hidratação e hiponatremia.
As seguintes drogas podem potencializar o efeito antidiurético da vasopressina quando usadas
concomitantemente: carbamazepina, clorpropamida, clofibrato, uréia, fludrocortisona e antidepressivos
tricíclicos.
As seguintes drogas podem diminuir o efeito antidiurético da vasopressina quando usadas
concomitantemente: demeclociclina, norepinefrina, lítio, heparina e álcool.
Agentes bloqueadores gangliônicos podem produzir um aumento marcante na sensibilidade aos efeitos
pressores da vasopressina.
Não são conhecidos relatos de interferência da vasopressina no resultado de exames laboratoriais.
Mantenha Encrise® em temperatura ambiente (15 a 30ºC).
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Encrise®
solução injetável: Solução incolor, límpida e livre de partículas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Biolab Sanus
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Encrise®
pode ser administrado por via subcutânea, intramuscular ou intravenosa (em bolus ou infusão
contínua). Este medicamento deve ser administrado somente pela via recomendada, para evitar riscos
desnecessários. Encrise®
deve ser aplicado somente por profissional da saúde qualificado.
Via subcutânea e Intramuscular
Distensão abdominal: a dose usual inicial para pacientes adultos no pós-operatório é de 5 unidades (0,25
ml de Encrise®
), podendo ser aumentada para 10 unidades (0,5 ml de Encrise®
) nas injeções
subsequentes, se necessário. Recomenda-se que Encrise®
seja administrado por via intramuscular e que as
injeções sejam repetidas em intervalos de 3 ou 4 horas, se necessário. As doses devem ser
proporcionalmente reduzidas para pacientes pediátricos. Encrise®
poderá ser administrado, nas mesmas
doses, por via subcutânea. Encrise®
usado desta maneira prevenirá ou aliviará a distensão abdominal.
Estas recomendações também são aplicáveis para distensões decorrentes de complicação de pneumonia
ou outras toxemias agudas.
Radiografia abdominal: recomendam-se, em média, duas injeções intramusculares de 10 unidades cada
(0,5 ml de Encrise®
). Estas injeções devem ser administradas, a primeira, duas horas antes e a segunda,
meia hora antes da exposição dos filmes. Muitos radiologistas recomendam a utilização de enema antes
da primeira dose de Encrise®
. Encrise®
poderá ser administrado, nas mesmas doses, por via subcutânea.
Diabetes insipidus: Encrise®
pode ser administrado através de injeção intramuscular ou subcutânea. A
dose injetável para adultos é de 5 a 10 unidades (0,25 a 0,5 ml de Encrise®
) repetidas duas ou três vezes
por dia, se necessário. A dose recomendada na pediatria é de 2,5 a 5 unidades (0,125 a 0,25 ml de
), a cada 6 a 8 horas, titulada para alcançar a resposta fisiológica desejada.
Via Intravenosa
Utilizar preferencialmente veia central ou veia periférica profunda.
Hemorragia gastrintestinal: A vasopressina (Encrise®
) foi administrada por via intravenosa no tratamento
das hemorragias oriundas de várias causas. Foi utilizada para tratar o sangramento das varizes de esôfago
e outros tipos de hemorragia gastrointestinal superior. Devido ao risco de necrose tecidual pelo
extravasamento da solução, é preferível a escolha de uma veia central. A infusão intravenosa deve iniciar
com 0,2U/minuto de Encrise®
e ser aumentada a cada hora de 0,2 U/minuto até que a hemorragia seja
controlada. Doses mais elevadas podem ser utilizadas, mas o limite prudente é de 1 U/minuto. Um bolus
intravenoso de 20 U de vasopressina (Encrise®
) em mais de 20 – 30 minutos pode ser dado, mas talvez
não haja necessidade. Após 12 horas de controle da hemorragia, a dose de vasopressina (Encrise®
) pode
ser reduzida à metade, e pode ser interrompida dentro de mais 12 – 24 horas. Pode ser administrada
concomitantemente nitroglicerina, via intravenosa, para controlar os efeitos colaterais. No tratamento da
hemorragia gastrointestinal em crianças, a dose de vasopressina é de 0,01 U/kg/minuto.
Biolab Sanus
Choque séptico: A administração recomendada é de 0,01 a 0,04 unidades/minuto em infusão contínua. A
infusão contínua deverá ser mantida de 24 a 96 horas de forma a individualizar cada caso.
Fibrilação ventricular ou Taquicardia ventricular refratária à desfibrilação elétrica e assistolia e
atividade elétrica sem pulso (Ressuscitação cardíaca): a dose atualmente recomendada no manuseio da
PCR em adultos é de 40 U por via intravenosa, uma única vez, seguida de bolus de 20 ml de água
destilada ou soro fisiológico.
Diabetes insipidus: a infusão contínua de vasopressina de 0,001 a 0,003 U/kg/hora é efetiva no controle
da poliúria e da osmolalidade sérica em crianças com diabetes insipidus pós-operatório.
As seguintes reações foram relatadas após a administração de Encrise®, embora não há relatos em
literatura determinando a sua frequência:
Anafilaxia, palidez perioral, arritmias, diminuição do débito cardíaco, angina, isquemia do miocárdio,
gangrena, cólicas abdominais, náusea, vômito, eliminação de gases, tremor, vertigem, sensação de
“pulsação” na cabeça, constrição brônquica, sudorese, urticária, gangrena cutânea.
Reações alérgicas locais ou sistêmicas podem ocorrer de acordo com a sensibilidade individual.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Sintomas: hiper-hidrose, hipernatremia, palidez, cólicas abdominais e náusea.
Tratamento: a hiper-hidrose pode ser tratada com restrição de água e retirada temporária da vasopressina
até que ocorra poliúria. Intoxicação hídrica severa pode exigir diurese osmótica com manitol, dextrose
hipertônica ou ureia, sozinha ou associada com furosemida.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.