Bula do Enxak produzido pelo laboratorio Cazi Quimica Farmaceutica Industria e Comercio Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Anexo A
ENXAK
CAZI QUIMICA FARMACÊUTICA IND. E COM. LTDA
Comprimidos
1 mg + 350 mg + 100 mg
mesilato de di-hidroergotamina + dipirona + cafeína
I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
mesilato de di-hidroergotamina
dipirona
cafeína
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO
Comprimidos contendo 1 mg + 350 mg + 100 mg: embalagem contendo blíster com 12 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém:
mesilato de di-hidroergotamina........................................................................................... 1 mg
dipirona ............................................................................................................................ 350 mg
cafeína ............................................................................................................................. 100 mg
Excipientes q.s.p. .............................................................................................................. 1 com
Excipientes: amido, estearato de magnésio, povidona, celulose microcristalina, dióxido de silício e álcool etílico 96º GL.
II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
ENXAK é destinado ao tratamento das crises agudas de enxaqueca e outras cefaléias de origem vascular.
Em estudo multicêntrico realizado em 14 centros, foram incluídos 667 pacientes com quadros de cefaléia vascular e enxaqueca que
foram orientados a tomar 1 ou 2 comprimidos de mesilato de di-hidroergotamina + dipirona + cafeína aos primeiros sinais de
enxaqueca. Caso não houvesse melhora dos sintomas o paciente deveria tomar mais um comprimido a cada 30 ou 40 minutos até a
remissão dos sintomas ou até ser alcançada a dose máxima de 6 comprimidos ao dia. Todos os sintomas apresentaram diminuição
importante da intensidade após o tratamento. A dor remitiu em 72.2% dos casos, as náuseas em 76.7% dos casos, as tonturas em
77% e os vômitos em 86.9% dos pacientes. Vale ressaltar que 90% dos sintomas que persistiram ao final do tratamento foram de
intensidade leve a moderada. Cerca de 52% dos pacientes apresentaram melhora completa dos sintomas com a dose inicial ou com
apenas um comprimido adicional. Quando observamos os pacientes que necessitaram de até 2 comprimidos adicionais este número
sobe para 75.5%. Na avaliação global da eficácia, os resultados excelentes e bons totalizaram 92.8% dos casos e a tolerabilidade foi
considerada excelente ou boa em 92.7% dos casos.
Rodrigues EJ, Brito Neto AJ, Cunha J. Avaliação da eficácia terapêutica e tolerância da associação di-hidroergotamina, cafeína e
dipirona no tratamento das crises de enxaqueca e cefaléia. Rev Bras Med. 1995; 52(10): 1234-40.
O mesilato de di-hidroergotamina é um bloqueador alfa-adrenérgico com um efeito estimulante direto sobre o músculo liso dos
vasos sanguíneos periféricos cranianos e produz depressão dos centros vasomotores centrais. Este fármaco é também um antagonista
parcial dos receptores da serotonina. O mesilato de di-hidroergotamina apresenta início de ação em 30 minutos, biodisponibilidade
oral de 1% e metabolização hepática. Apresenta meia-vida de eliminação bifásica, sendo a primeira de 0.7 a 1 hora e a segunda de
10 a 13 horas. A via principal de eliminação da droga envolve mecanismos extra-renais, que compreendem metabolismo hepático e
eliminação através da bile e fezes.
A dipirona sódica é um analgésico e antitérmico de ação central, que, por sua elevada solubilidade, é rapidamente absorvida,
possibilitando pronto alívio das manifestações dolorosas. A dipirona é submetida à extensa metabolização hepática e sua excreção é
predominantemente renal.
A cafeína potencializa a ação da di-hidroergotamina, através de aumento de sua absorção por via oral. Trata-se de uma metilxantina,
um estimulante do sistema nervoso central estruturalmente relacionado com a teofilina. A cafeína produz estado de alerta mental e
tende a corrigir a sonolência. É um adjuvante analgésico, bem absorvido por via oral, com níveis de pico plasmático entre 15 a 45
minutos; sua meia vida de eliminação é de 4 a 5 horas; seu metabolismo é hepático e a excreção é renal.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.
ENXAK é contraindicado em pacientes que apresentem: enxaqueca hemiplégica/basilar, hipersensibilidade a produtos derivados
dos alcaloides do ergot, infarto do miocárdio, doença vascular periférica, gravidez e lactação, hipotensão prolongada, sepse,
insuficiência hepática/renal grave, hipertensão descontrolada, doença isquêmica do coração, angina, cirurgia vascular. Devido à
presença da dipirona sódica na sua formulação, ENXAK é contraindicado nos casos de discrasias sanguíneas, supressão da medula
óssea, hipersensibilidade à dipirona, aspirina ou outros medicamentos antiinflamatórios.
Deve-se ter precaução em pacientes com condições cardíacas incluindo hipertensão, agravadas pela retenção de líquidos e edema,
deficiência de glicose-6-fostato desidrogenase, história de ulceração gastrointestinal, hemorragia ou perfuração, infecção pré-
existente, porfiria.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com severo comprometimento da função hepática ou renal.
Categoria de risco na gravidez: X. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar
grávidas durante o tratamento.
Contraindicado durante o aleitamento materno.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a lactação. Os alcalóides do ergot inibem a lactação e podem causar ergotismo no
neonato.
ENXAK deve ser destinado ao tratamento das crises de dor; não sendo indicado para tratamento prolongado ou profilático.
Devido às ações estimulantes da cafeína sobre a secreção gástrica, recomenda-se que seu uso em pacientes portadores de gastrite e
úlceras gastroduodenais seja feito somente após criteriosa avaliação médica dos riscos e benefícios envolvidos.
Uma vez que ocasionalmente pode ocorrer sedação, o paciente deve evitar dirigir veículos ou operar máquinas.
A literatura cita as seguintes interações, apesar de não possuírem significância clínica conhecida:
Interação medicamento/medicamento:
O uso concomitante de ENXAK com inibidores potentes do CYP3A4, como antiretrovirais (inibidores de protease e de
transcriptase reversa), antibióticos macrolídeos (imidazólicos e triazólicos), antifúngicos, antidepressivos (fluoxetina, fluvoxamina e
nefazodona), metronidazol e zileuton pode elevar a concentração de ergotamina no plasma, aumentando o risco de ergotismo. A
lidocaína e agentes vasoconstritores quando associados ao Cefaliv, podem produzir elevação extrema da pressão arterial. O uso de
ENXAK concomitante com agentes que causam vasoespasmo (como sumatriptam) pode resultar em efeito aditivo, levando a um
prolongamento do vasoespasmo. O propranolol pode potencializar a ação vasoconstritora da ergotamina, portanto seu uso associado
ao ENXAK deve ser feito com cautela, apenas sob orientação médica. A nitroglicerina pode elevar a AUC da ergotamina em até
50%, portanto seu uso em pacientes que utilizam ENXAK demanda cuidado. A associação de ENXAK com inibidores da
recaptação da serotonina (dexfenfluramina e sibutramina) pode aumentar o risco de síndrome serotoninérgica.
No caso dos triptanos e de outras medicações contendo derivados do ergot, um intervalo de 24 horas deve ser respeitado entre o uso
das duas drogas.
Interação medicamento/alimento:
Está contraindicada a ingestão de toranja (grapefruit) por pacientes que utilizam ENXAK, pois esta fruta pode aumentar os níveis
séricos de derivados do ergot e, conseqüentemente, aumentar o risco de ergotismo.
Interação medicamento/substância química:
A nicotina pode provocar vasoconstricção em alguns pacientes, predispondo a uma resposta isquêmica mais acentuada à terapia com
derivados do ergot. Outras drogas como dronedarona, rilonacept e tocilizumabe também podem alterar os níveis séricos da
ergotamina e requerem monitoração adequada durante o uso concomitante a ENXAK.
Interação medicamento/doença:
A di-hidroergotamina foi associada a crises agudas de porfiria e não é considerada segura para uso em pacientes porfíricos.
Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 36 meses a contar da data de sua
fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas
ENXAK comprimido circular de cor branca, uniforme, isento de partículas estranhas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
“TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS”.
Tomar 1 a 2 comprimidos ao primeiro sinal de enxaqueca; caso não haja melhora da sintomatologia, ingerir 1 comprimido a cada 30
minutos, até um máximo de 6 comprimidos ao dia. Não utilizar por mais de 10 dias consecutivos.
Em estudo realizado com o produto, os eventos adversos mais comuns foram:
Muito comuns (>10%): epigastralgia, sonolência, tontura, náuseas.
Comuns (1 a 10%): mialgia, vômitos, parestesias, azia, boca seca, astenia, hipotensão, taquicardia, rash cutâneo, sudorese, dor
abdominal, confusão mental e dispepsia.
Incomuns (0,1 a 1%): plenitude gástrica, insônia e diarréia.
Abaixo se encontram os eventos relacionados a cada um dos componentes isoladamente.
Di-hidroergotamina
Efeitos Cardiovasculares
A di-hidroergotamina, quando associada à heparina, pode levar ao aumento do risco de vasoespasmo.
Taquicardia transitória, dor precordial, taquicardia sinusal transitória, bradicardia, hipotensão, hipertensão, hemorragia cerebral,
acidente cerebrovascular, doença isquêmica do intestino, infarto do miocárdio, isquemia periférica, hemorragia subaracnóidea,
vasoespasmo ou claudicação resultando em dor nas extremidades foram associadas ao uso da di-hidroergotamina.
A incidência de vasoconstrição e gangrena parecem ser menores com a di-hidroergotamina que com a ergotamina.
Sintomas de ergotismo devido ao uso de altas doses de di-hidroergotamina (ou uso prolongado) incluem: alterações da circulação
manifestadas através de esfriamento da pele, dor muscular severa e estase vascular, que pode resultar em gangrena. Os sintomas são
relacionados à vasoconstrição intensa e formação de trombos.
Efeitos Dermatológicos
Edemas localizados e pruridos podem ocorrer no ergotismo crônico.
Necrose muscular e da pele ocorreram durante o tratamento em conjunto com a heparina para a profilaxia de trombose venosa
profunda.
Efeitos Endócrinos/Metabólicos
A di-hidroergotamina foi associada a ataques agudos de porfiria e considerada insegura para os pacientes porfíricos.
Efeitos Gastrointestinais
Náusea, vômito, desconforto epigástrico e constipação podem ocorrer durante o uso de di-hidroergotamina, particularmente com
altas doses e durante administração prolongada.
Efeitos Neurológicos
Parestesias em extremidades, fraqueza nas pernas, cefaléia, confusão, sedação e possivelmente convulsões foram associados a altas
doses ou uso prolongado de di-hidroergotamina. Esfriamento da pele, dormência e palidez das extremidades são indicativos de
ergotismo.
Efeitos oftálmicos
Miose pode estar presente durante ergotismo crônico.
Efeitos Renais
Falência renal pseudocrônica foi relatada em uma paciente que utilizou 10 mg ao dia de dihidroergotamina durante 2 semanas e 20
mg em 24 horas.
Efeitos Respiratórios
Alterações pleuropulmonares foram encontradas em 8 pacientes que utilizaram derivados do ergot (incluindo a di-hidroergotamina)
por tempo prolongado (de 16 meses a 15 anos). Todos os pacientes apresentaram espessamento pleural ou efusão. Os sintomas
foram resolvidos em alguns meses após a suspensão do medicamento.
Cafeína
Cafeína em altas doses (maiores que 250 mg/dia) pode produzir arritmia cardíaca, rubor facial, palpitações, taquicardia, hipertensão,
aumento do risco de infarto do miocárdio.
A ingestão moderada de cafeína prolonga significativamente a duração do QRS, porém não a duração da onda P ou a freqüência
cardíaca.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): acidose e cicatrização anormal.
Alterações nos níveis séricos de glicose (hipoglicemia e hiperglicemia) e dos níveis hormonais foram relatadas com o uso da
cafeína, incluindo diminuição na biodisponibilidade da testosterona e aumento dos níveis de estrona e de hormônios sexuais ligados
a globulinas.
O uso excessivo de cafeína pode resultar em hipocalemia, paralisia muscular e sintomas consistentes com a rabdomiólise.
Efeitos Musculoesqueléticos
Um estudo retrospectivo caso-controle demonstrou que o consumo diário de altas doses de cafeína foi associado à lombalgia
crônica.
Cefaléia é um dos sintomas mais característicos da retirada da cafeína.
Cafeína em altas doses pode causar reações adversas no sistema nervoso central como agitação, excitação, insônia, nervosismo,
irritabilidade, tremores e espasmos musculares.
Efeitos Psiquiátricos
Psicose foi relatada devido ao uso de cafeína.
Cafeína pode promover diurese com doses acima de 250 mg/dia.
Efeitos no Sistema Reprodutor
O consumo de cafeína tem sido associado à diminuição dos níveis de fertilidade.
Hiperventilação e taquipnéia foram associadas ao uso de doses maiores que 250 mg/dia de cafeína.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): rash cutâneo, pele seca, ruptura de pele.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): intolerância alimentar, enterocolite necrosante, gastrite e hemorragia gastrointestinal.
Efeitos Hematológicos
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): coagulação intravascular disseminada, hemorragia.
Outros
Alterações na voz foram observadas após dose única de 250 mg de cafeína.
Dipirona
Reações anafiláticas foram raramente relatadas em pacientes que utilizaram a dipirona, que podem se manifestar com prurido, ardor,
rubor, urticária, edema, dispnéia, e sintomas gastrintestinais, podendo progredir para formas mais graves como urticária
generalizada, angioedema grave, broncoespasmo, arritmias cardíacas, queda da pressão sanguínea e choque circulatório. Também
podem ocorrer erupções como exantema (raramente) e síndrome de Stevens-Johnson ou Lyell (em casos isolados).
Reações hipotensivas transitórias isoladas podem ocorrer ocasionalmente após a administração da dipirona, em casos raros estas
reações apresentam-se sob a forma de queda crítica da pressão sanguínea.
Podem ocorrer raramente leucopenia e, em casos muito raros, agranulocitose ou trombocitopenia.
Em casos muito raros, especialmente em pacientes com história de doença renal, pode ocorrer piora aguda da função renal, em
alguns casos com oligúria, anúria ou proteinúria. Em casos isolados pode ocorrer nefrite intersticial aguda.
A dipirona também está entre as drogas que podem desencadear crises agudas em pacientes com porfiria.
“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.”