Bula do Espaslit Duo produzido pelo laboratorio Geolab Indústria Farmacêutica S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
V.01_01/2015
ESPASLIT DUO
Geolab Indústria Farmacêutica S/A
Comprimido Revestido
10mg + 500mg
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MODELO DE BULA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE
Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento.
Espaslit Duo
butilbrometo de escopolamina + paracetamol
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES:
Comprimido revestido de 10mg + 500mg: Embalagens contendo 20 ou 120* comprimidos.
*Embalagem múltipla.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido revestido contém:
butilbrometo de escopolamina ....................................................................................................................................10mg*
paracetamol................................................................................................................................................................500mg
*equivalente à 6,89mg de escopolamina.
Excipientes: amido, amido pré-gelatinizado, amidoglicolato de sódio, povidona, ácido esteárico, etilparabeno,
propilparabeno, celulose microcristalina, dióxido de silício, estearato de magnésio, crospovidona, hipromelose,
macrogol, dióxido de titânio e álcool etílico.
Espaslit Duo é indicado para tratamento sintomático de estados espástico-dolorosos e cólicas do trato gastrintestinal,
das vias biliares, urinárias e do aparelho genital feminino; dismenorreia, atuando como analgésico e antiespasmódico.
Em estudo da eficácia de butilbrometo de escopolamina associada a paracetamol para o alívio da dor e desconforto
abdominal da Síndrome do intestino irritável, a avaliação da melhora dos sintomas pelo médico ocorreu em 81% dos
pacientes (num total de 137 pacientes) em comparação com 64% dos pacientes do grupo placebo (em um total de 142
pacientes que foram avaliados neste grupo do estudo).
Esta diferença foi estatisticamente significante (p < 0,0001).
Schäfer E, Ewe K Behandlung der Colon irritable Fortschr Méd 1990; 108: 488-492.
Farmacodinâmica
Espaslit Duo é uma associação de dois princípios ativos. O butilbrometo de escopolamina de Espaslit Duo exerce ação
espasmolítica nos músculos lisos dos tratos gastrintestinal, biliar e geniturinário. Como um composto de amônio
quaternário, o butilbrometo de escopolamina não penetra no sistema nervoso central. Portanto, não ocorrem efeitos
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colaterais anticolinérgicos no sistema nervoso central. A ação anticolinérgica periférica resulta de uma ação de bloqueio
ganglionar na parede visceral assim como de atividade antimuscarínica. O paracetamol de Espaslit Duo tem ações
antipiréticas e analgésicas, além de um efeito anti-inflamatório muito fraco. Seu mecanismo de ação não é totalmente
compreendido. Ele inibe intensamente a síntese central de prostaglandinas, mas inibe apenas fracamente a síntese
periférica de prostaglandinas. O paracetamol também inibe o efeito de pirogênios endógenos no centro de regulação de
temperatura no hipotálamo. O efeito de Espaslit Duo inicia dentro de 30 a 60 minutos após a ingestão do comprimido,
e dura por cerca de 4 horas.
Farmacocinética
butilbrometo de escopolamina
Absorção:
Como um composto de amônio quaternário, o butilbrometo de escopolamina é altamente polar e, por isso, é absorvido
parcialmente após a administração oral (8%). Após a administração oral de doses únicas no intervalo de 20 a 400mg de
butilbrometo de escopolamina, foram encontrados picos médios de concentração plasmática entre 0,11ng/mL e
2,04ng/mL em aproximadamente 2 horas. Neste mesmo intervalo de dose, os valores médios de AUC0-tz observados
variaram de 0,37 a 10,7ng.h/mL. O valor mediano de biodisponibilidade absoluta para as formas farmacêuticas drágeas
e solução oral, contendo cada uma 100mg de butilbrometo de escopolamina é menor do que 1%.
Distribuição:
Após administração intravenosa a substância é depurada rapidamente do plasma durante os primeiros 10 minutos, com
uma meia-vida de 2-3 minutos. O volume de distribuição (Vss) é de 128 litros. Após administração oral e intravenosa o
butilbrometo de escopolamina se concentra nos tecidos do trato gastrintestinal, fígado e rins. Apesar de níveis
sanguíneos brevemente mensuráveis e extremamente baixos, o butilbrometo de escopolamina continua disponível no
local de ação em razão de sua alta afinidade tissular. A autorradiografia confirma que o butilbrometo de escopolamina
não cruza a barreira hematoencefálica. O butilbrometo de escopolamina tem baixa ligação às proteínas plasmáticas.
Metabolismo e eliminação:
A depuração total média após administração intravenosa é de cerca de 1,2 L/min, aproximadamente metade por via
renal. A meia-vida terminal de eliminação é de cerca de 5 horas.
Após a administração oral de doses únicas entre 100 e 400mg, a meia-vida terminal de eliminação variou entre 6,2 a
10,6 horas. A principal rota metabólica é a hidrólise da ligação éster. O butilbrometo de escopolamina administrado por
via oral é excretado nas fezes e na urina. Estudos no homem demonstraram que 2 a 5% de doses radioativas são
eliminadas pela via renal após administração oral. Aproximadamente 90% da radioatividade recuperada pode ser
encontrada nas fezes após a administração oral. A excreção urinária de butilbrometo de escopolamina é menor do que
0,1% da dose. As depurações médias aparentes após doses orais de 100 a 400mg variaram de 881 a 1420L/min,
enquanto que os volumes de distribuição correspondentes para o mesmo intervalo de dose variou de 6,13 a 11,3 x 105
L,
provavelmente devido à baixa disponibilidade sistêmica. Os metabólitos excretados pela via renal ligam-se fracamente
aos receptores muscarínicos e, por essa razão, acredita-se que não contribuem para o efeito do butilbrometo de
escopolamina.
Paracetamol
Absorção e distribuição:
Após administração oral, o paracetamol é rápida e quase completamente absorvido do intestino delgado, com pico de
concentrações plasmáticas ocorrendo cerca de 0,5 a 2 horas após a ingestão. A absorção de paracetamol é menor e mais
lenta após a administração retal que após administração oral, com uma biodisponibilidade absoluta de cerca de 30 - 40%
e pico das concentrações plasmáticas em 1,3 – 3,5 horas.
O fármaco é rápida e igualmente distribuído para os tecidos, e cruza a barreira hematoencefálica. A biodisponibilidade
absoluta após administração oral varia entre 65% e 89%, indicando um efeito de primeira passagem de cerca de 20% -
40%. O jejum acelera a absorção, mas não influencia a biodisponibilidade.
A ligação a proteínas plasmáticas é baixa (cerca de 5% a 20%) nas doses terapêuticas.
Metabolismo:
O paracetamol é extensamente metabolizado no fígado, principalmente a conjugados inativos de ácido glicurônico
(cerca de 60%) e sulfúrico (cerca de 35%). Em doses supraterapêuticas, a última via se torna rapidamente saturada.
Uma pequena quantidade é metabolizada pelas isoenzimas do citocromo P450 (principalmente CYP2E1) levando à
formação de um metabólito tóxico, o N-acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI) que é normalmente rapidamente
desintoxicado por glutationa e excretado como uma mercatopurina e conjugado de cisteína. Após superdose maciça,
entretanto, os níveis de NAPQI ficam aumentados.
Eliminação:
Os conjugados glicurônicos e sulfatos são excretados completamente pela urina dentro de 24 horas.
Menos de 5% da dose é excretada como o composto original inalterado. A depuração total é de cerca de 350mL/min.
A meia-vida plasmática é de 1,5-3 horas em doses terapêuticas. A meia-vida plasmática do paracetamol é prolongada
em hepatopatia crônica e em pacientes com função renal gravemente comprometida.
Biodisponibilidade da associação:
Um estudo realizado em voluntários sadios sobre a biodisponibilidade do butilbrometo de escopolamina e paracetamol
em 3 diferentes formulações, uma delas em comprimidos, mostrou que a biodisponibilidade de ambos os compostos foi
comparável aos resultados obtidos em estudos prévios com cada um dos compostos isoladamente e que não foi
observado qualquer efeito relevante da associação dos compostos na biodisponibilidade de ambos os fármacos.
• Pacientes com hipersensibilidade conhecida ao butilbrometo de escopolamina, paracetamol ou aos outros
componentes da fórmula.
• Pacientes com miastenia gravis, megacólon.
• Insuficiência hepatocelular grave (Child-Pugh C).
Não use outro produto que contenha paracetamol.
Para evitar a superdosagem, assegure-se de que não esteja usando nenhum outro que contenha paracetamol, um dos
componentes ativos de Espaslit Duo.
No caso de dor abdominal grave inexplicável que persista ou piore, ou que ocorra junto com sintomas como febre,
náuseas, vômitos, alterações da motilidade intestinal, aumento da sensibilidade abdominal, diminuição da pressão
arterial, desmaio ou presença de sangue nas fezes, o paciente deve procurar o médico imediatamente.
Espaslit Duo deve ser usado com cuidado nos casos de deficiência da glicose-6-fosfato desidrogenase; disfunção renal;
disfunção hepática, por exemplo, por abuso de álcool e hepatite; na síndrome de Gilbert e, insuficiência hepatocelular
(Child-Pugh A/B). Nesses casos, Espaslit Duo somente deverá ser administrado sob supervisão médica e, se necessário,
em dose reduzida ou em intervalos prolongados entre as administrações individuais.
O hemograma e as funções renal e hepática devem ser monitoradas após uso prolongado.
O uso extensivo de analgésicos, especialmente em doses elevadas, pode induzir cefaleias que não devem ser tratadas
com doses maiores da medicação.
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Reações agudas e graves de hipersensibilidade (por exemplo, choque anafilático) são observadas muito raramente. O
tratamento deve ser interrompido ao primeiro sinal de reação de hipersensibilidade após a administração de Espaslit
Duo.
Pode haver lesão hepática se a dose recomendada for excedida.
A interrupção abrupta de analgésicos após uso prolongado em altas doses pode induzir sintomas de abstinência (por
exemplo, cefaleia, cansaço, nervosismo) que tipicamente se resolvem dentro de alguns dias. O retorno da utilização de
analgésicos deve depender de orientação médica, e de desaparecimento dos sintomas de abstinência.
Espaslit Duo não deve ser utilizado por mais do que 3 dias, a não ser por orientação médica. O médico deve ser
consultado se a dor persistir ou piorar, se surgirem novos sintomas, ou se aparecerem rubor ou edema, pois estes podem
ser sinais de uma condição grave.
Por causa do potencial risco de complicações anticolinérgicas, deve haver cautela em pacientes propensos a glaucoma
de ângulo fechado, suscetíveis à obstrução renal ou intestinal, ou propensos a taquiarritmia.
Os comprimidos revestidos não são apropriados para crianças menores de 10 anos de idade.
Estudos sobre o efeito na habilidade de dirigir e operar máquinas não foram realizados.
Fertilidade, Gravidez e Lactação
Não há dados adequados sobre o uso de butilbrometo de escopolamina + paracetamol durante a gravidez.
Ampla experiência clínica com as substâncias isoladas não tem demonstrado evidências suficientes de risco durante a
gravidez.
Estudos pré-clínicos realizados em coelhos e em ratos não mostraram efeitos embriotóxicos ou teratogênicos após o uso
de butilbrometo de escopolamina.
Dados prospectivos de superdose de paracetamol durante a gravidez não mostraram aumento dos riscos de
malformações. Estudos de reprodução para investigar o uso oral não mostraram sinais sugestivos de malformações ou
toxicidade para o feto. Sob condições normais de uso, o paracetamol pode ser utilizado durante a gravidez após revisão
cuidadosa da razão risco-benefício.
Durante a gravidez, o paracetamol não deve ser tomado por períodos prolongados, em altas doses, ou em combinação
com outros medicamentos, e sua segurança não foi confirmada nestes casos. Portanto Espaslit Duo não é recomendado
durante a gravidez.
Espaslit Duo está classificado na categoria de risco C na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Ainda não foi estabelecida a segurança do uso do butilbrometo de escopolamina durante o período de lactação.
Entretanto, não foram relatados efeitos adversos para o recém-nascido. O paracetamol é liberado no leite materno, mas
não parece afetar o lactente quando se usam doses terapêuticas.
Doses normalmente inofensivas de paracetamol podem causar lesões hepáticas se administradas concomitantemente
com indutores enzimáticos, tais como alguns hipnóticos e antiepilépticos (por exemplo, glutetimida, fenobarbital,
fenitoína e carbamazepina), bem como a rifampicina. O mesmo se aplica ao abuso de substâncias potencialmente
hepatotóxicas e de álcool.
A combinação com cloranfenicol pode prolongar a meia-vida do mesmo, podendo ocasionar um aumento de toxicidade.
A relevância clínica das interações entre paracetamol e varfarina, assim como com derivados cumarínicos, ainda não
pôde ser avaliada. Portanto, o uso prolongado de paracetamol em pacientes sob tratamento com anticoagulantes orais
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somente é aconselhável sob supervisão médica.
O uso concomitante de paracetamol e zidovudina (AZT ou retrovir) aumenta a tendência de redução de leucócitos
(neutropenia). Portanto, Espaslit Duo somente deve ser administrado com zidovudina sob orientação médica.
A ingestão de probenecida inibe a ligação do paracetamol ao ácido glicurônico, assim reduzindo a depuração de
paracetamol aproximadamente por um fator 2. A dose de paracetamol deve, portanto, ser reduzida durante a
administração concomitante de probenecida.
A colestiramina reduz a absorção de paracetamol.
A ingestão de paracetamol pode ter um impacto nas determinações laboratoriais de ácido úrico com ácido
fosfotúngstico e de glicose por glicose oxidase-peroxidase.
Os efeitos anticolinérgicos de medicamentos como antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, imipramina, nortriptilina) e
tetracíclicos (mirtazapina, mianserina), anti-histamínicos (prometazina, dexclorfeniramina, hidroxizina), antipsicóticos
(clorpromazina, flufenazina, haloperidol), quinidina, amantadina e disopiramida e outros anticolinérgicos (como o
tiotrópio, ipratrópio, compostos semelhantes à atropina) podem ser intensificados por Espaslit Duo.
O tratamento concomitante com antagonistas dopaminérgicos como metoclopramida pode resultar em diminuição dos
efeitos de ambas as medicações no trato gastrintestinal.
Os efeitos taquicárdicos de agentes beta-adrenérgicos podem ser acentuados pelo uso de Espaslit Duo.
Quando o esvaziamento gástrico está mais lento, como quando se usa propantelina, a taxa de absorção de paracetamol
pode estar reduzida e consequentemente seu início de ação ser retardado. A aceleração do esvaziamento gástrico, por
exemplo, pelo uso de metoclopramida, leva a um aumento da taxa de absorção de paracetamol.
Espaslit Duo deve ser mantido em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC), protegido da luz e umidade.
Este medicamento tem validade de 24 meses a partir da sua data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas:
Espaslit Duo apresenta-se na forma de comprimido revestido oblongo abaulado com vinco e coloração branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Adultos: 1 a 2 comprimidos, três vezes ao dia.
Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros com quantidade suficiente de água.
Não ultrapassar a dose diária de 6 comprimidos. Espaslit Duo não deve ser utilizado por mais do que 3 dias, a não ser
por orientação médica.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
– Reações incomuns (≥ 1/1.000 e < 1/100): sudorese anormal, prurido, reação cutânea, náusea, boca seca.
– Reações raras (≥ 1/10.000 e < 1/1.000): eritema, diminuição da pressão arterial incluindo choque, taquicardia.
– Reações muito raras (< 1/10.000): reações graves na pele (tais como Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise
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epidérmica tóxica e pustulose exantemática generalizada aguda) relacionadas ao paracetamol.
– Reações com frequência desconhecida: pancitopenia, agranulocitose, trombocitopenia, leucopenia, choque e reação
anafilática, erupção cutânea medicamentosa, dispneia, hipersensibilidade, edema angioneurótico, urticária, rash,
exantema, broncoespasmo (especialmente em pacientes com histórico de asma brônquica e alergia), aumento de
transaminases, retenção urinária.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.