Bula do Farlac produzido pelo laboratorio Cosmed Industria de Cosmeticos e Medicamentos S.a.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
FARLAC®
(lactulose)
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.
Xarope
667mg/mL
Farlac®
– Xarope – Bula para o profissional da saúde 1
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
Farlac
®
lactulose
APRESENTAÇÃO
Embalagem contendo frasco com 120mL.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada mL de xarope contém:
lactulose............................................................................................................................................667mg
excipientes q.s.p...................................................................................................................................1mL
(água).
– Xarope – Bula para o profissional da saúde 2
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
FARLAC®
é indicado para o tratamento sintomático da constipação intestinal. Também é indicado para a
prevenção e o tratamento de encefalopatia hepática, tanto no pré-coma quanto no coma hepático.
2. RESULTADO DE EFICÁCIA
O uso de lactulose no tratamento de encefalopatia hepática foi comprovado num estudo que demonstrou
seu benefício na redução da concentração sérica de amônia (de 25 a 50%). A resposta clínica foi
observada em 75% dos tratados, em um período de estudo superior a dois anos. Outro estudo, realizado
com portadores de encefalopatia hepática subaguda, mostrou que o tratamento por longos períodos (24
semanas) levou a uma diminuição dos níveis séricos de amônia, melhorando o desempenho psicométrico
e a qualidade de vida e diminuindo, assim, a prevalência de encefalopatia hepática. Entretanto, o
tratamento por um curto período (oito semanas) não melhorou o curso natural da doença.
Em um estudo, 21 crianças com idades entre um e 15 anos, com histórico de constipação, receberam 10 a
15mL de lactulose por dia ou 10 a 20mL de xarope de sene por dia, durante uma semana. A avaliação
baseada em registros diários a cada período de sete dias de tratamento mostrou que houve
significativamente mais resultados positivos naquelas tratadas com lactulose do que naquelas tratadas
com sene. As reações adversas, como cólica, diarreia e distensão abdominal, foram significativamente
mais frequentes durante o tratamento com sene (12 casos) do que com lactulose (um caso).
Outros estudos foram realizados com pessoas de todas as faixas etárias. A lactulose foi utilizada em 20
pessoas entre 20 e 50 anos de idade com história de constipação crônica (por dois a 15 anos). A dose
utilizada foi de 45mL ao dia, dividida em três tomadas, após as principais refeições. Ocorreu aumento do
número de evacuações em 90% dos casos, e a sintomatologia associada desapareceu em 14 dos 19 casos
em que estava presente, diminuindo nos outros cinco. Constatou-se também amolecimento das fezes sem
aparecimento de diarreia, maior facilidade na evacuação e ausência de ardor anal.
Outro estudo duplo-cego incluiu 103 pessoas usuárias de laxantes, divididas em dois grupos, para tratar a
constipação crônica. Um deles recebeu lactulose (de 8 a 30mL por dia), e o outro, placebo. Comparando-
se com o período pré tratamento (duas semanas), verificou-se a eficácia sobre o hábito intestinal e a
frequência do uso de laxantes nas três semanas de tratamento e mais duas semanas pós-tratamento. Os
resultados mostraram que, em geral, a lactulose foi estatisticamente mais eficaz que o placebo (86% e
60% respectivamente).
Farmacocinética/Farmacodinâmica:
FARLAC®
apresenta como princípio ativo a lactulose, um dissacarídeo comum, formado por uma
molécula de galactose e outra de frutose, também denominada quimicamente 4-O-ß-D-galactopiramosil-
D-frutose.
Uma vez ingerida, a lactulose não é absorvida pelo trato gastrintestinal nem é hidrolisável pelas enzimas
intestinais, devido à ausência da enzima específica, a lactulase. Dessa forma, chega ao cólon praticamente
inalterada, onde é fermentada pelas bactérias sacarolíticas, produzindo o ácido lático, bem como pequenas
quantidades de ácido acético e ácido fórmico.
A acidificação do meio, que ocorre na degradação da lactulose, desencadeia mecanismos responsáveis
pela sua ação na constipação e na encefalopatia hepática. A acidificação do conteúdo intestinal e o
aumento na pressão osmótica causam um afluxo de líquidos para o interior do cólon, o que resulta em
aumento e amolecimento do bolo fecal, acelerando, dessa forma, o trânsito intestinal.
também reduz a concentração sanguínea de amônia (de 25 a 50%), uma vez que, estando a
acidez do conteúdo colônico acima daquela do sangue, ocorre uma migração de amônia do sangue para o
cólon, formando o íon amônio (NH4+), que, por não ser absorvido, é eliminado nas fezes. Dessa forma, o
medicamento melhora o estado de consciência observado no eletroencefalograma e aumenta a tolerância
às proteínas da dieta em pessoas com encefalopatia hepática.
Por sua ação fisiológica e não farmacológica, o FARLAC®
é indicado especialmente nos casos em que se
busca facilitar ao máximo a evacuação, evitando-se o esforço, por exemplo em cardíacos e hipertensos.
Também é indicada na constipação associada a problemas pediátricos, no puerpério, a idosos e acamados,
a pessoas submetidas a cirurgia e com condições dolorosas do reto e do ânus, como fissuras, hemorroidas
Farlac®
– Xarope – Bula para o profissional da saúde 3
e após hemorroidectomia, ou quando a constipação é consequência do tratamento com determinados
fármacos, como hipnoanalgésicos e obstipantes, bem como a dependentes de laxantes estimulantes.
não é um medicamento laxante, e sim um agente fisiológico que restabelece a regularidade
intestinal, podendo levar de três a quatro dias para que se obtenham os primeiros efeitos. Por sua ação
fisiológica, FARLAC®
não induz o hábito, podendo ser utilizada por longo prazo.
FARLAC®
é contraindicado em:
⋅ Pessoas alérgicas ou sensíveis a qualquer um dos componentes da fórmula;
⋅ Casos de intolerância a açúcares como lactose, galactose e frutose;
⋅ Casos de gastrite, úlceras pépticas, apendicite, sangramento ou obstrução intestinal, diverticulite etc.;
⋅ Preparo intestinal de pessoas que serão submetidas a exames proctológicos (colonoscopia,
retosigmoidoscopia) com o uso de eletrocautério.
Hipertensos e pessoas desidratadas devem ter cautela na administração de FARLAC®
pois tais condições
podem ser agravadas com sua administração.
Além da lactulose (substância não absorvida e, assim, desprovida de valor calórico), o medicamento
contém pequenas quantidades de galactose e lactose. Isso deve ser levado em consideração especialmente
ao se administrar a lactulose a diabéticos, pelo fato de haver relatos de casos em que houve o aumento dos
níveis plasmáticos de glicose com a administração do xarope.
Portadores de encefalopatia hepática devem ser monitorados quanto ao risco de acidose, devido às doses
elevadas de FARLAC®
necessárias ao tratamento.
Idosos debilitados, tratados continuamente com FARLAC®,
devem ter os níveis séricos de eletrólitos
(sódio, potássio, cloreto e bicarbonato) controlados em intervalos regulares.
O uso de FARLAC®
em crianças somente deve ser realizado com orientação médica, após se eliminar a
possibilidade de os sintomas estarem associados a outras patologias.
No tratamento inicial da encefalopatia hepática, recomenda-se evitar o uso associado da lactulose com
outros laxantes, para que ocorra a ação acidificante da lactulose.
Embora os estudos com lactulose em animais não tenham revelado nenhum potencial teratogênico e a
substância ativa seja pouco absorvida pelo organismo, recomenda-se levar em consideração o fato de que
o uso da lactulose não foi avaliado em grávidas. Nesse caso, o tratamento deve ser feito quando os
benefícios justificarem os potenciais riscos para o feto. Não foi estabelecido se há excreção da lactulose
no leite materno; portanto, seu uso durante a lactação deve ser avaliado pelo médico.
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.
No caso em que pessoas tratadas com FARLAC®
sejam submetidas a eletrocauterização durante
proctoscopia e colonoscopia, recomenda-se lavagem colônica prévia com uma solução não fermentável,
devido à presença de hidrogênio produzido pela ação da lactulose.
O uso em crianças deve ser realizado apenas sob orientação médica.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores
Embora existam relatos contraditórios sobre o uso concomitante da neomicina e de FARLAC®,
a
eliminação de certas bactérias do cólon pela neomicina pode interferir na degradação da lactulose e
impedir a acidificação adequada do cólon.
Devem ser administrados com cautela os medicamentos que induzam hipopotassemia ou
hipomagnesemia, como droperidol e levometadil, pois há aumento do risco de ocorrer um efeito
cardiotóxico (prolongamento do intervalo QT).
Farlac®
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O FARLAC®
não deve ser administrada juntamente com laxantes, pois podem reduzir o efeito
acidificante da lactulose. O uso de antiácidos pode inibir a ação da lactulose.
Evitar calor excessivo (temperatura superior a 40ºC). Proteger da luz.
Desde que respeitadas as condições de conservação, o prazo de validade do produto é de 36 meses a partir
da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
FARLAC®
é um líquido límpido a ligeiramente turvo, viscoso, de cor amarelo a âmbar, com sabor
levemente adocicado e isento de partículas estranhas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL CRÔNICA
Lactentes: 5mL/dia
Crianças de 1 a 5 anos: 5 a 10mL/dia
Crianças de 6 a 12 anos: 10 a 15mL/dia
Acima de 12 anos e adultos: 15 a 30mL/dia
A posologia pode ser ajustada para que se obtenham duas ou três evacuações diariamente.
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA, PRÉ-COMA E COMA HEPÁTICO
Iniciar com 60mL ao dia, podendo chegar, em casos graves, a 150mL ao dia.
FARLAC®
pode ser administrado preferencialmente em uma única tomada pela manhã ou à noite,
sozinho ou com alimentos, ou ainda misturado a suco de fruta, leite, iogurte, água ou qualquer líquido.
Se houver esquecimento da administração de uma dose, deve-se tomá-la assim que possível, caso não
esteja perto da próxima tomada. Caso o horário da próxima dose esteja próximo, deve-se aguardá-lo.
O uso de doses altas de lactulose em encefalopatia hepática pode causar distensão abdominal, flatulência,
meteorismo, eructação, desconforto e aumento da sede, normalmente transitórios. Náusea e vômito têm
sido relatados com pouca frequência.
Caso ocorra diarreia em resposta à lactulose, a dose deve ser reduzida.
Alterações de exames laboratoriais: a administração prolongada ou de doses elevadas de lactulose pode
aumentar a concentração plasmática de glicose e diminuir os níveis séricos de potássio.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.