Bula do Farmorubicina produzido pelo laboratorio Laboratorios Pfizer Ltda.
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Farmorubicina* CS
Laboratórios Pfizer Ltda.
Solução injetável
2 mg/mL
LLD_FCSSOI_04 1
14/mai/2014
FARMORUBICINA* CS
cloridrato de epirrubicina
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO:
Nome comercial: Farmorubicina* CS
Nome genérico: cloridrato de epirrubicina
APRESENTAÇÕES
Farmorubicina* CS solução injetável estéril 2 mg/mL em embalagens contendo 1 frasco-ampola plástico
(Cytosafe, CS) de 5 mL (10 mg), 25 mL (50 mg) ou 100 mL (200 mg).
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO INJETÁVEL POR VIA INTRAVENOSA OU INTRAVESICAL (vide
item 6. Como devo usar este medicamento? ou 8. Posologia e Modo de Usar)
CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL de Farmorubicina* CS solução injetável contém o equivalente a 2 mg de cloridrato de epirrubicina.
Excipientes: cloreto de sódio, água para injetáveis, ácido clorídrico (para ajuste de pH).
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II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Farmorubicina* RD (cloridrato de epirrubicina) apresenta resposta terapêutica significativa em várias neoplasias,
entre elas: carcinoma da mama, linfomas malignos, sarcomas de partes moles, carcinoma gástrico, carcinoma
hepático, câncer do pâncreas, carcinoma do reto-sigmoide, carcinoma da região cérvico-facial, carcinoma
pulmonar, carcinoma ovariano e leucemias. Farmorubicina* RD por instilação intravesical é indicada no
tratamento dos carcinomas superficiais da bexiga (de células transicionais, carcinoma in situ) e na profilaxia das
recidivas após ressecção transuretral.
TERAPIA ADJUVANTE DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA INICIAL: dois estudos randomizados,
multicêntricos e abertos avaliaram o uso da epirrubicina na dose de 100 a 120 mg/m2
em combinação com a
ciclofosfamida e o fluoruracila no tratamento adjuvante de pacientes com câncer de mama com nódulos axilares
positivos e nenhuma evidência de doença metastática (Estágio II ou III)1,3
. O estudo MA-51,2
avaliou a dose de
120 mg/m2
de epirrubicina por ciclo em combinação com a ciclofosfamida e com a fluoruracila (esquema
denominado CEF-120). Esse estudo randomizou mulheres prémenopáusicas e perimenopáusicas com um ou
mais linfonodos positivos para o esquema de CEF-120 contendo epirrubicina ou para o esquema CMF
(ciclofosfamida, metotrexato e fluoruracila). O estudo GFEA-053
avaliou o uso de 100 mg/m2
de epirrubicina
por ciclo em combinação com a fluoruracila e com a ciclofosfamida (FEC-100). Esse estudo randomizou
mulheres pré e pósmenopáusicas para receberem o esquema FEC-100 ou um esquema de dose mais baixa
denominado FEC-50. No estudo GFEA-05, as pacientes elegíveis deveriam apresentar 4 nódulos envolvidos
com o tumor ou, se apenas 1 a 3 nódulos fossem positivos, deveriam apresentar receptores negativos para
estrógenos e para progesterona e um tumor histológico de grau 2 ou 3. Um total de 1281 mulheres participou
desses estudos. As pacientes com tumores T4 não foram elegíveis para nenhum dos estudos. A Tabela 1 mostra
os esquemas de tratamento que as pacientes receberam. O endpoint primário dos estudos foi sobrevida livre de
recidiva, ou seja, o tempo para ocorrência de uma recidiva local, regional, ou distante, ou óbito relacionado à
doença. As pacientes com câncer de mama contralateral, com segunda malignidade primária ou óbito por outras
causas que não fossem o câncer de mama foram censuradas no momento da última visita antes destes eventos.
Tabela 1. Esquemas Terapêuticos Utilizados nos Estudos de Fase 3 de Pacientes com Câncer de Mama
Precoce1,3
Grupos de Tratamento Agente Esquema
MA-51
n=716
CEF-120 (total, 6 ciclos)2
n=356
ciclofosfamida
epirrubicina
fluoruracila
75 mg/m2
VO, dias 1-14, a cada 28 dias
60 mg/m2
IV, dias 1 & 8, a cada 28 dias
500 mg/m2
CMF (total, 6 ciclos)
n=360
metotrexato
100 mg/m2
40 mg/m2
600 mg/m2
GFEA-053
n=565
FEC-100 (total, 6 ciclos)
n=276
IV, dia 1, a cada 21 dias
FEC-50 (total, 6 ciclos)
n=289
tamoxifeno 30 mg/dia x 3 anos,
mulheres pósmenopáusicas,
qualquer status de receptor
50 mg/m2
1 Em mulheres submetidas a lumpectomia, a radioterapia na mama deveria ser administrada após o término da
quimioterapia do estudo. 2 As pacientes também receberam antibioticoterapia profilática com trimetoprima-
-sulfametoxazol ou fluorquinolona durante o período da quimioterapia. 3 Todas as mulheres deveriam receber
radioterapia na mama após o término da quimioterapia.
No estudo MA-5, a idade média da população do estudo era 45 anos. Aproximadamente 60% das pacientes
apresentavam 1 a 3 nódulos envolvidos e aproximadamente 40% apresentavam 4 nódulos envolvidos pelo
tumor1,2
. No estudo GFEA-05, a idade média era 51 anos e aproximadamente metade das pacientes eram pós-
menopáusicas3
. Cerca de 17% da população do estudo apresentavam 1 a 3 nódulos positivos e 80% das pacientes
apresentavam 4 linfonodos envolvidos. As características demográficas e do tumor foram bem-balanceadas
entre os braços de tratamento de cada estudo. Os endpoints de eficácia de Sobrevida Livre de Recidiva (SLR) e
de Sobrevida Global (SG) foram analisados utilizando-se os métodos de Kaplan-Meier nas populações de
pacientes com intenção de tratamento (ITT) de cada estudo. Os resultados para os endpoints foram inicialmente
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analisados após até 5 anos de acompanhamento e estes resultados são apresentados no texto a seguir e na Tabela
2. Os resultados após até 10 anos de acompanhamento são apresentados na Tabela 2. No Estudo MA-5, a terapia
de combinação contendo epirrubicina (CEF-120) apresentou SLR significativamente mais longa do que a terapia
com CMF (as estimativas de 5 anos foram de 62% versus 53%, logrank estratificado para SLR Global p=0,013).
A redução estimada do risco de recidiva foi de 24% em 5 anos. A SG também foi maior para o esquema CEF-
120 do que para o esquema com CMF (estimativa de 5 anos de 77% versus 70%; logrank estratificado para SG
p=0,043; logrank não estratificado p=0,13). A redução estimada do risco de morte foi de 29% em 5 anos1,2
. No
Estudo GFEA-05, as pacientes tratadas com um regime com doses maiores de epirrubicina (FEC-100) tiveram
uma SLR em 5 anos (65% vs. 52%, logrank para a SLR global p=0,007) e uma SG (76% vs. 65%, logrank para
a SG p=0,007) significativamente mais longa que as pacientes que utilizaram o esquema com doses mais baixas
(FEC-50). A redução estimada no risco de recidiva foi de 32% em 5 anos. A redução estimada no risco de morte
foi de 31% em 5 anos3
. Resultados de acompanhamento de até 10 anos (acompanhamento médio = 8,8 anos e 8,3
anos, respectivamente para o estudo MA-5 e GFEA-05) são apresentados na Tabela 21,3
. Embora os estudos não
tenham poder estatístico para análise de subgrupos, no Estudo MA-5 foram observados resultados positivos a
favor do CEF-120 vs. CMF na SLR e na SG tanto em pacientes com 1-3 nódulos como nas mulheres com 4
linfonodos acometidos1,2
. No Estudo GFEA-05, uma melhora na SLR e na SG foi observada tanto em mulheres
prémenopáusicas como nas pósmenopáusicas tratadas com FEC-100 comparado com FEC-503
.
Tabela 2. Resultados de Eficácia dos Estudos de Fase 3 de Pacientes com Câncer de Mama Precoce*
Estudo MA-51,2
Estudo GFEA-053
CEF-120
n = 356
CMF
n = 360
FEC-100
n = 276
FEC-50
n = 289
SLR em 5 anos (%) 62 53 65 52
Razão de Risco†
0,76 0,68
IC 95% bicaudal (0,60, 0,96) (0,52, 0,89)
Teste logrank estratificado** (p = 0,013) (p = 0,007)
SG em 5 anos (%) 77 70 76 65
0,71 0,69
IC 95% bicaudal (0,52, 0,98) (0,51, 0,92)
Teste logrank estratificado** (p = 0,043)
(p não estratificado = 0,13)
(p = 0,007)
SLR em 10 anos (%) 51 44 49 43
0,78 0,78
IC 95% bicaudal (0,63, 0,95) (0,62, 0,99)
Teste logrank estratificado** (p = 0,017)
(p não estratificado = 0,023)
(p = 0,040)
(p não estratificado = 0,09)
SG em 10 anos (%) 61 57 56 50
0,82 0,75
IC 95% bicaudal (0,65, 1,04) (0,58, 0,96)
Teste logrank estratificado** (p = 0,100)
(p não estratificado = 0,18)
(p = 0,023)
(p não estratificado = 0,039)
* Com base nas estimativas de Kaplan-Meier
**As pacientes do estudo MA-5 foram estratificadas por status nodal (1-3, 4-10, e > 10 nódulos positivos), tipo
de cirurgia inicial (lumpectomia versus mastectomia), e por status do receptor hormonal (ER ou PR positivo (
10 fmol), ambos negativos (< 10 fmol), ou status desconhecido). As pacientes do estudo GFEA-05 foram
estratificadas por status nodal (1-3, 4-10, e > 10 nódulos positivos).
†
Razão de Risco: CMF:CEF-120 no MA-5, FEC-50:FEC-100 no GEA-05.
As curvas de Kaplan-Meier para Sobrevida Livre de Recidiva e Sobrevida Global do Estudo MA-51,2
são
mostradas nas Figuras 1 e 2 e as do Estudo GFEA-053
são apresentadas nas Figuras 3 e 4.
Figura 1. Sobrevida Livre de Recidiva no Estudo MA-5
epirrubicina - CTN 068103-999 - 10 anos FU -
Sobrevida Livre de Recidiva - Curvas de Kaplan-Meier por Tratamento (População ITT)
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Figura 2. Sobrevida Global no Estudo MA-5
epirrubicina - CTN 068103-999 - 10 anos FU
Sobrevida Global - Curvas de Kaplan-Meier por Tratamento (População ITT)
Figura 3. Sobrevida Livre de Recidiva no Estudo GFEA-05
epirrubicina - GFEA-05 - 10 anos FU
Figura 4. Sobrevida Global no Estudo GFEA-05
Vide Tabela 2 para estatísticas das análises de 5 e 10 anos.
FUNÇÃO CARDÍACA: em um levantamento retrospectivo, incluindo 9144 pacientes, principalmente com
tumores sólidos em estágios avançados, a probabilidade de desenvolvimento de Falência Cardíaca Congestiva
(ICC) aumentou com o aumento das doses cumulativas da epirrubicina (Figura 5). O risco estimado das
pacientes tratadas com epirrubicina desenvolverem ICC clinicamente evidente foi de 0,9% com uma dose
cumulativa de 550 mg/m2
, 1,6% com 700 mg/m2
, e 3,3% com 900 mg/m2
. No tratamento adjuvante do câncer de
mama, a dose cumulativa máxima utilizada nos estudos clínicos foi de 720 mg/m2
. O risco de desenvolvimento
de ICC na ausência de outros fatores de risco cardíaco aumentou gradualmente após uma dose cumulativa de 900
mg/m2
de epirrubicina5
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Figura 5. Risco de ICC em 9144 pacientes tratadas com epirrubicina
Em outro levantamento retrospectivo de 469 pacientes com câncer de mama metastático ou precoce tratadas com
epirrubicina, o risco relatado de ICC foi comparável ao observado no estudo de maior porte com mais de 9000
pacientes4
LEUCEMIA SECUNDÁRIA: uma análise de 7110 pacientes que receberam terapia adjuvante com epirrubicina
nos estudos clínicos controlados como um componente de esquemas poli-quimioterápicos para câncer de mama
precoce, demonstrou um risco cumulativo de leucemia mieloide aguda secundária ou síndrome mielodisplásica
(LMA/SMD) de cerca de 0,27% (IC 95% aproximado, 0,14-0,40) em 3 anos, 0,46% (IC 95% aproximado, 0,28-
0,65) em 5 anos e 0,55% (IC 95% aproximado, 0,33-0,78) em 8 anos. O risco de desenvolvimento de
LMA/SMD aumentou com o aumento das doses cumulativas de epirrubicina conforme mostra a Figura 6.
Figura 6. Risco de LMA/SMD em 7110 Pacientes Tratadas com epirrubicina
As taxas de LMA/SMD aumentaram com a dose de epirrubicina por ciclo, e por acúmulo de dose. Por exemplo,
no estudo MA-5, em pacientes que receberam doses intensivas de epirrubicina (120 mg/m2
), a incidência de
LMA/SMD foi de 1,1% em 5 anos sem casos adicionais observados durante o segundo período de 5 anos (anos
6-10) do período de acompanhamento. A probabilidade cumulativa de desenvolvimento de LMA/SMD mostrou
ser particularmente aumentada em pacientes que receberam mais do que a dose cumulativa máxima
recomendada de epirrubicina (720 mg/m2
) ou ciclofosfamida (6.300 mg/m2
), conforme demonstrado na Tabela
3.
Tabela 3. Probabilidade cumulativa de LMA/SMD em relação às doses cumulativas de epirrubicina e
Anos a
partir do
Início do
Tratamento
Probabilidade Cumulativa de Desenvolvimento de LMA/SMD
% (IC 95%)
Dose Cumulativa de ciclofosfamida
6.300 mg/m2
> 6.300 mg/m2
Dose Cumulativa de
720 mg/m2
n=4760
> 720 mg/m2
n=111
n=890
n=261
3 0,12 (0,01-0,22) 0,00 (0,00-0,00) 0,12 (0,00-0,37) 4,37 (1,69-7,05)
5 0,25 (0,08-0,42) 2,38 (0,00-6,99) 0,31 (0,00-0,75) 4,97 (2,06-7,87)
8 0,37 (0,13-0,61) 2,38 (0,00-6,99) 0,31 (0,00-0,75) 4,97 (2,06-7,87)
Referências Bibliográficas
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Colajori E, et al. IV FEC with epirubicin (E) 50 mg/m2 D1,8 prolongs time to progression (TTP) with respect
to IV CMF D1,8 given at equimyelosuppressive doses as front line chemotherapy of metastatic breast cancer
(MBC): a randomized multinational multicentric phase III trial. Proc ASCO. Vol 14, No. 156, 1995.
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Levine M, et al. Randomized Trial Comparing Cyclophosphamide, Epirubicin, and Fluorouracil With
Cyclophosphamide, Methotrexate, and Fluorouracil in Premenopausal Women With Node-Positive Breast
LLD_FRDPOI_03 6
Cancer: Update of National Cancer Institute of Canada Clinical Trials Group Trial MA5. Journal of Clinical
Oncology, Vol 23, No 22 (August), 2005: pp. 5166-5170.
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Bonneterre J, et al. Long-Term Cardiac Follow-Up in Relapse-Free Patients After Six Courses of Fluorouracil,
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Positive Breast Cancer: French Adjuvant Study Group. Journal of Clinical Oncology, Vol 22, No 15 (August),
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Ryberg M, Nielsen D, Skovsgaard T, Hansen J, Jensen BV, Dombernowsky P. Epirubicin Cardiotoxicity: An
Analysis of 469 Patients With Metastatic Breast Cancer. Journal of Clinical Oncology, Vol 16, No 11
(November), 1998: pp. 3502-3508.
5
Praga C, et al. Anthracycline-induced cardiotoxicity and its relevance in cancer treatment. In Nimmo WS &
AL: Clinical Measurement in Drug Evaluation. Wolfe, Publishing Ltd, London, 1991, 131-142.
Farmorubicina* RD é apresentada como um pó vermelho liofilizado, para uso intravenoso ou intravesical após
reconstituição. O excipiente da nova formulação (Rápida Dissolução) foi especialmente desenvolvido para
facilitar e tornar mais rápida a reconstituição do produto.
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS: a epirrubicina é um agente citotóxico antraciclínico. Embora se
saiba que as antraciclinas possam interferir em várias funções bioquímicas e biológicas das células eucarióticas,
o mecanismo preciso das propriedades citotóxicas e/ou antiproliferativas da epirrubicina ainda não foi
completamente elucidado. Estudos de cultura de células demonstraram penetração celular rápida, com
localização do fármaco principalmente no núcleo. Em nível molecular, a epirrubicina forma um complexo com o
DNA por intercalação dos seus anéis planos entre os pares de bases nucleotídeas, com consequente inibição da
síntese dos ácidos nucleicos (DNA e RNA) e da síntese proteica. Além disso, esta intercalação pode desencadear
a quebra do DNA pela topoisomerase-II, originando distúrbios importantes na estrutura terciária do DNA e
resultando em atividade citocidal. A epirrubicina também inibe a atividade da DNA helicase, prevenindo a
separação enzimática da dupla fita de DNA e interferindo na replicação e transcrição. A epirrubicina também
está envolvida nas reações de oxidação/redução com a produção de radicais livres altamente reativos e altamente
tóxicos. A atividade antiproliferativa e citotóxica da epirrubicina pode resultar em qualquer dos mecanismos
mencionados e ainda podem existir outros. In vitro, a epirrubicina é citotóxica para uma variedade de linhagens
de células murinas e humanas estabelecidas e de culturas primárias de tumores humanos. In vivo, a epirrubicina
também é ativa contra uma variedade de tumores murinos e xenoenxertos humanos em camundongos atímicos,
incluindo tumores de mama.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS - 1) Absorção: a epirrubicina não é absorvida pelo trato
gastrintestinal. Uma vez que o fármaco é extremamente irritante para os tecidos, deve ser administrado por via
intravenosa. Foi demonstrado que a administração intravesical é factível; a passagem da epirrubicina para a
circulação sistêmica por essa via de administração é mínima. A farmacocinética de epirrubicina é linear acima de
doses que variam de 60 a 150 mg/m2
e o clearance plasmático não é afetado pela duração da infusão ou pelo
esquema de administração. 2) Distribuição: após a administração IV, a epirrubicina é rápida e amplamente
distribuída nos compartimentos extravasculares, conforme indicado pela meia-vida de distribuição muito rápida
e volume de distribuição no estado de equilíbrio de mais de 40 L/kg. No entanto, apesar do seu amplo volume de
distribuição, a epirrubicina não atravessa a barreira hematoencefálica em quantidades detectáveis. A taxa de
ligação da epirrubicina às proteínas plasmáticas, predominantemente à albumina, é de cerca de 77% e não é
afetada pela concentração do fármaco. A epirrubicina também parece se concentrar nas hemácias; as
concentrações no sangue total são aproximadamente duas vezes as encontradas no plasma. 3) Metabolismo: a
epirrubicina é ampla e rapidamente metabolizada pelo fígado além de ser metabolizada por outros órgãos e
células, incluindo as hemácias. Foram identificadas quatro vias metabólicas principais: (1) redução do grupo ceto
C-13 com a formação do derivado 13(S)-diidro, epirrubicinol; (2) conjugação tanto do fármaco inalterado como
do epirrubicinol com ácido glicurônico; (3) perda da porção açúcar amino por meio de um processo hidrolítico
com a formação das agliconas doxorrubicina e doxorrubicinol; e (4) perda da porção açúcar amino por meio de
um processo redox com a formação da aglicona 7-desoxi-doxorrubicina e da aglicona 7-desoxi-doxorrubicinol.
O epirrubicinol apresenta um décimo da atividade citotóxica in vitro da epirrubicina. Como os níveis plasmáticos
do epirrubicinol são menores que os do fármaco inalterado, é improvável que eles atinjam concentrações in vivo
suficientes para citotoxicidade. Nenhuma atividade ou toxicidade significativa foi relatada para os outros
metabólitos. Do ponto de vista metabólico, a 4’-O-glicuronidação distingue a epirrubicina da doxorrubicina e
pode ser responsável por sua toxicidade reduzida. 4) Excreção: em pacientes com funções hepática e renal
normais, os níveis plasmáticos de epirrubicina após a administração IV de 60-150 mg/m2
seguem um padrão
decrescente tri-exponencial, com uma fase terminal lenta (t 1/2 J) de 30-40 horas. Essas doses estão dentro dos
limites de linearidade farmacocinética. A meia-vida terminal do epirrubicinol é semelhante à da epirrubicina. A
depuração plasmática está no intervalo de 0,9 a 1,4 L/min. A epirrubicina e seus principais metabólitos são
eliminados por meio da excreção biliar e, em menor grau, pela excreção urinária. Os dados de balanço de massa
de 1 paciente encontraram cerca de 60% da dose radioativa total nas fezes (34%) e urina (27%). Estes dados são
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consistentes com os de 3 pacientes com obstrução extra-hepática e drenagem percutânea, onde aproximadamente
35% e 20% da dose administrada foram recuperados na forma de epirrubicina ou de seus principais metabólitos
na bile e na urina, respectivamente, em 4 dias após o tratamento.
FARMACOCINÉTICA EM POPULAÇÕES ESPECIAIS - 1) Insuficiência Hepática: a epirrubicina é eliminada
tanto por metabolismo hepático como por excreção biliar e o clearance é reduzido em pacientes com disfunção
hepática. Em um estudo do efeito da disfunção hepática, as pacientes com tumores sólidos foram classificadas
em 3 grupos. Pacientes do Grupo 1 (n=22) apresentaram níveis de TGO acima do limite superior da normalidade
(mediana: 93 UI/L) e níveis séricos de bilirrubina normais (mediana: 0,5 mg/dL) e receberam doses de
epirrubicina de 12,5 a 90 mg/m2
. As pacientes do Grupo 2 apresentaram alterações nos níveis séricos tanto de
TGO (mediana: 175 UI/L) como de bilirrubina (mediana: 2,7 mg/dL) e foram tratadas com uma dose de
epirrubicina de 25 mg/m2
(n=8). Suas farmacocinéticas foram comparadas com as dos pacientes com valores
séricos normais de AST e bilirrubina, que receberam doses de epirrubicina de 12,5 a 120 mg/m2
. A mediana do
clearance plasmático da epirrubicina foi diminuída em comparação com a de pacientes com função hepática
normal em cerca de 30% para pacientes do Grupo 1 e 50% para pacientes do Grupo 2. As pacientes com
insuficiência hepática mais grave não foram avaliadas (vide item 5. Advertências e Precauções e item 8.
Posologia e Modo de Usar). 2) Insuficiência Renal: não foram observadas alterações significativas na
farmacocinética da epirrubicina ou de seu principal metabólito, epirrubicinol, em pacientes com creatinina sérica
< 5 mg/dL. Foi relatada uma redução de 50% do clearance plasmático em quatro pacientes com creatinina sérica
5 mg/dL (vide item 5. Advertências e Precauções e item 8. Posologia e Modo de Usar). Pacientes submetidas à
diálise não foram estudadas.
DADOS DE SEGURANÇA PRÉ-CLÍNICOS - A epirrubicina é mutagênica, clastogênica e carcinogênica em
animais.
Farmorubicina* RD é contraindicada a pacientes que apresentam hipersensibilidade à epirrubicina ou a qualquer
outro componente da fórmula, outras antraciclinas ou antracenedionas. Farmorubicina* RD também é
contraindicada nas seguintes situações: 1) Uso intravenoso: mielossupressão persistente, insuficiência hepática
grave, miocardiopatia, infarto do miocárdio recente, arritmias severas, tratamentos prévios com doses
cumulativas máximas de epirrubicina e/ou outras antraciclinas e antracenedionas (vide item 5. Advertências e
Precauções). 2) Uso intravesical: infecções no trato urinário, inflamação da bexiga, hematúria.
Farmorubicina* RD é um medicamento classificado na categoria D de risco de gravidez. Portanto, este
medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. A paciente deve
informar imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
GERAIS: a Farmorubicina* RD deve ser administrada apenas sob supervisão de médicos especialistas com
experiência em terapia citotóxica. Os pacientes devem recuperar-se das toxicidades agudas (como estomatite,
neutropenia, trombocitopenia e infecções generalizadas) de tratamentos citotóxicos prévios antes de iniciar o
tratamento com epirrubicina. Embora o tratamento com altas doses de epirrubicina (por exemplo, 90 mg/m2
a
cada 3 a 4 semanas) cause efeitos adversos semelhantes àqueles vistos com doses padrão (< 90 mg/m2
a cada 3 a
4 semanas), a gravidade da neutropenia e da estomatite/mucosite pode ser maior. O tratamento com altas doses
de epirrubicina requer atenção especial para possíveis complicações clínicas devido a mielossupressão profunda.
Função Cardíaca: o risco de cardiotoxicidade no tratamento das antraciclinas pode ser manifestado por eventos
precoce (agudo) e tardio. 1) Eventos precoces: cardiotoxicidade precoce da Farmorubicina* RD consiste
principalmente em taquicardia sinusal e/ou anormalidades no eletrocardiograma (ECG) como alterações na onda
ST-T não específica. Também foram relatadas taquiarritmias, incluindo contração prematura ventricular,
taquicardia ventricular e bradicardia, assim como bloqueio atrioventricular e bundle-branch. Esses efeitos
geralmente não predizem subsequente desenvolvimento de cardiotoxicidade tardia; são raramente de importância
clínica e não são geralmente considerados na descontinuação do tratamento com a Farmorubicina* RD. 2)
Eventos tardios: cardiotoxicidade tardia, geralmente desenvolve-se no final do tratamento com Farmorubicina*
RD ou 2 a 3 meses após o término do tratamento, mas eventos tardios (muitos meses ou anos após o término do
tratamento) também foram relatados. Cardiomiopatia tardia manifesta-se pela redução da ejeção da fração
ventricular esquerda (LVEF) e/ou sinais e sintomas de ICC como dispneia, edema pulmonar, edema dependente,
cardiomegalia e hepatomegalia, oligúria, ascite, efusão pleural, e ritmo de galope. Risco de vida por ICC é a
forma mais grave de cardiomiopatia induzida por antraciclinas e representa a toxicidade dose limitante
cumulativa do fármaco. O risco de desenvolvimento de ICC aumenta rapidamente com o aumento da dose
cumulativa total em excesso de 900 mg/m² de epirrubicina, esta dose só deve ser excedida com extrema cautela
(vide item 3. Características Farmacológicas). A função cardíaca deve ser avaliada antes do tratamento e deve
ser monitorada durante a terapia para minimizar o risco de ocorrência de insuficiência cardíaca. O risco pode ser
diminuído através do monitoramento regular da LVEF durante o tratamento, com a interrupção imediata de
epirrubicina no primeiro sinal de insuficiência. O método quantitativo apropriado para a avaliação repetida da
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função cardíaca (avaliação da LVEF) inclui angiografia com radionucleotídeo (MUGA) ou ecocardiograma
(ECO). A avaliação cardiológica com ECG, uma varredura MUGA ou um ECO é recomendável, principalmente
em pacientes com fatores de risco para cardiotoxicidade aumentado. Determinações repetidas por MUGA ou
ECO de LVEF deve ser realizado, particularmente com mais altas, doses cumulativas de antraciclina. A técnica
utilizada para a avaliação deve ser consistente ao longo do acompanhamento.
Dado o risco de cardiomiopatia, uma dose cumulativa de 900 mg/m2 de Farmorubicina* RD deve ser excedida
apenas com extrema cautela.
Os fatores de risco para cardiotoxicidade incluem doença cardiovascular (do coração e dos vasos sanguíneos)
ativa ou latente, radioterapia prévia ou concomitante da área mediastinal/pericárdica (no centro do tórax e ao
redor do coração), terapia prévia com outras antraciclinas ou antracenedionas, e uso concomitante com outras
drogas que podem diminuir a contratibilidade cardíaca ou drogas cardiotóxicas (por ex.: trastuzumabe). As
antraciclinas, incluindo Farmorubicina* RD, não devem ser administradas em combinação com outros agentes
cardiotóxicos sem monitoramento cuidadoso da função cardíaca (vide item 6. Interações Medicamentosas).
Pacientes recebendo antraciclinas após interromperem o tratamento com outros agentes cardiotóxicos,
especialmente aqueles com longa meia-vida, como o trastuzumabe, podem também aumentar o risco de
desenvolvimento de cardiotoxicidade. A meia-vida relatada do trastuzumabe é de aproximadamente 28 - 38 dias
e pode persistir na circulação por até 27 semanas. Por isso, quando possível, os médicos devem evitar a terapia
baseada em antraciclinas por até 27 semanas após interromperem o tratamento com trastuzumabe. Em caso de
utilização de antraciclinas antes deste período, recomenda-se um cuidadoso monitoramento da função cardíaca.
O monitoramento da função cardíaca deve ser particularmente rigorosa em pacientes recebendo altas doses
cumulativas e naqueles com fatores de risco. No entanto, a cardiotoxicidade com epirrubicina pode ocorrer em
doses cumulativas mais baixas se fatores de risco cardíacos estão presentes ou não.
É provável que a toxicidade da Farmorubicina* RD e outras antraciclinas ou antracenedionas é aditiva.
Toxicidade Hematológica: a exemplo do que ocorre com outros agentes citotóxicos, a epirrubicina pode
produzir mielossupressão. O perfil hematológico deve ser avaliado antes e durante cada ciclo da terapia com
Farmorubicina* RD, incluindo contagem dos glóbulos brancos diferenciados. Leucopenia reversível, dependente
da dose e/ou granulocitopenia (neutropenia) são as manifestações predominantes da toxicidade hematológica da
epirrubicina, constituindo a toxicidade aguda limitante da dose mais comum desse fármaco. A leucopenia e a
neutropenia são, geralmente, mais graves com esquemas de altas doses, alcançando um nadir, na maioria dos
casos, entre o 10°
e 14°
dia após a administração do medicamento. Esses efeitos são, usualmente, transitórios,
com a normalização da contagem de glóbulos brancos/neutrófilos, na maioria dos casos, até o 21°
dia.
Trombocitopenia e anemia também podem ocorrer. As consequências clínicas mais graves da mielossupressão
incluem febre, infecção, sepse/septicemia, choque séptico, hemorragia, hipóxia tecidual ou morte.
Leucemia secundária: leucemia secundária, com ou sem fase pré-leucêmica, foi relatada em pacientes tratados
com antraciclinas, incluindo a Farmorubicina* RD. A leucemia secundária é mais comum quando tais fármacos
são administrados em combinação com agentes antineoplásicos lesivos ao DNA, quando os pacientes são pré-
tratados intensivamente com fármacos citotóxicos ou quando as doses de antraciclinas são aumentadas. Essas
leucemias possuem um período de latência de 1 a 3 anos (vide item 3. Características Farmacológicas).
Gastrintestinal: a epirrubicina é emetogênica. A mucosite/estomatite geralmente aparece no início do
tratamento com o fármaco e, se grave, pode progredir em poucos dias para úlceras de mucosa. A maioria dos
pacientes se recupera desse evento adverso até a terceira semana de terapia.
Função Hepática: a principal via de eliminação da Farmorubicina* RD é o sistema hepatobiliar. Os níveis de
bilirrubina sérica total e de aspartato transaminase (TGO) devem ser avaliados antes e durante o tratamento com
Farmorubicina* RD. Pacientes com bilirrubina ou TGO elevado podem apresentar clearance mais lento do
fármaco, com um aumento da toxicidade geral. Doses mais baixas são recomendadas nesses pacientes (vide item
8. Posologia e Modo de Usar e item 3. Características Farmacológicas). Pacientes com insuficiência hepática
grave não devem receber Farmorubicina* RD (vide item 4. Contraindicações).
Função Renal: a creatinina sérica deve ser avaliada antes e durante a terapia. O ajuste da dose é necessário em
pacientes com creatinina sérica > 5 mg/dL (vide item 8. Posologia e Modo de Usar).
Efeitos no Local de Infusão: fleboesclerose pode resultar da infusão do fármaco em vaso de pequeno calibre ou
de infusões repetidas na mesma veia. Seguir os procedimentos de administração recomendados pode minimizar o
risco de flebite/tromboflebite no local de infusão (vide item 8. Posologia e Modo de Usar).
Extravasamento: o extravasamento de epirrubicina durante a administração IV pode produzir dor local, lesões
teciduais graves (vesicação, celulite grave) e necrose. Caso ocorram sinais ou sintomas de extravasamento
durante a administração intravenosa de Farmorubicina* RD, a infusão do fármaco deve ser imediatamente
interrompida.
Outros: assim como ocorre com outros agentes citotóxicos, tromboflebite e fenômenos tromboembólicos,
incluindo embolia pulmonar (fatal em alguns casos), foram coincidentemente relatados com o uso de
epirrubicina. 1) Síndrome da Lise Tumoral: a epirrubicina pode induzir à hiperuricemia devido ao extenso
catabolismo das purinas que acompanha a rápida lise de células neoplásicas induzida pelo fármaco (síndrome de
lise tumoral). Níveis séricos de ácido úrico, potássio, fosfato de cálcio e creatinina devem ser avaliados após o
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tratamento inicial de forma que este fenômeno possa ser reconhecido e controlado adequadamente. Hidratação,
alcalinização urinária e profilaxia com alopurinol para prevenir a hiperuricemia podem minimizar as
complicações potenciais da síndrome de lise tumoral. 2) Efeitos Imunossupressores/Aumento da
Suscetibilidade a Infecções: a administração de vacinas “vivas” ou vacinas “vivas-atenuadas” em pacientes
imunocomprometidos por agentes quimioterápicos incluindo Farmorubicina* RD, pode resultar em infecções
graves ou fatais. A vacinação com uma vacina “viva” deve ser evitada em pacientes recebendo Farmorubicina*
RD. Vacinas “mortas” ou “inativadas” podem ser administradas, contudo, a resposta a estas vacinas pode ser
diminuída.
Advertências e Precauções Adicionais para Outras Vias de Administração -
Via Intravesical : a administração de Farmorubicina* RD pode produzir sintomas de cistite química (por ex.,
disúria, poliúria, noctúria, estrangúria, hematúria, desconforto vesical, necrose da parede vesical) e constrição da
bexiga. É necessário atenção especial para problemas de cateterização (por ex., obstrução uretral devida a
tumores intravesicais de grande volume).
Fertilidade, gravidez e lactação: vide item 3. Características Farmacológicas. 1) Prejuízo na Fertilidade: a
Farmorubicina* RD pode induzir dano cromossômico em espermatozoides humanos. Homens submetidos a
tratamento com Farmorubicina* RD devem utilizar métodos contraceptivos efetivos. A Farmorubicina* RD pode
causar amenorreia ou menopausa prematura em mulheres prémenopáusicas. 2) Uso durante a Gravidez:
mulheres em idade fértil devem ser aconselhadas a evitar engravidar durante o tratamento e devem utilizar
métodos contraceptivos eficazes.
Dados experimentais em animais sugerem que a epirrubicina pode causar dano fetal quando administrada a
mulheres grávidas. Se a epirrubicina for utilizada durante a gravidez ou se a paciente engravidar enquanto estiver
utilizando esse fármaco, ela deve ser comunicada quanto aos danos potenciais para o feto. Não há estudos em
mulheres grávidas, portanto a Farmorubicina* RD deve ser utilizada durante a gravidez apenas se os benefícios
potenciais justificarem os riscos potenciais para o feto. 3) Uso durante a Lactação: não se sabe se a epirrubicina é
excretada no leite humano. Uma vez que muitos fármacos, incluindo outras antraciclinas, são excretados no leite
humano e devido à possibilidade de reações adversas sérias em lactentes pela epirrubicina, as mães devem
interromper o aleitamento antes de receber esse medicamento.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas: o efeito da Farmorubicina* RD na habilidade de dirigir
Farmorubicina* RD é utilizada, principalmente, em combinação com outros fármacos citotóxicos. Toxicidade
aditiva pode ocorrer especialmente em relação a efeitos medulares/hematológicos e gastrintestinais (vide item 5.
Advertências e Precauções). O uso de Farmorubicina* RD em combinação quimioterápica com outros fármacos
potencialmente cardiotóxicos, assim como o uso concomitante de outros compostos cardioativos (por ex.,
bloqueadores do canal de cálcio), requer o monitoramento da função cardíaca durante o tratamento. A
epirrubicina é amplamente metabolizada pelo fígado. Qualquer medicamento concomitante que possa afetar a
função hepática também pode afetar o metabolismo ou a farmacocinética da epirrubicina e, como resultado, a
eficácia e/ou a toxicidade (vide item 5. Advertências e Precauções). A cimetidina aumentou a área sob a curva
(AUC) da epirrubicina em 50% e seu uso deve ser interrompido durante o tratamento com Farmorubicina* RD.
Quando administrado antes da epirrubicina, o paclitaxel pode causar aumento das concentrações plasmáticas da
epirrubicina inalterada e de seus metabólitos, sendo que seus metabólitos não são tóxicos nem ativos. A
administração concomitante do paclitaxel ou do docetaxel não alterou a farmacocinética da epirrubicina quando
esta foi administrada antes do taxano.
Farmorubicina* RD deve ser conservada em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegida da luz e pode ser
utilizado por 48 meses a partir da data de fabricação. A solução reconstituída é quimicamente estável por 24
horas à temperatura ambiente ou por 48 horas se armazenada sob refrigeração (entre 2 e 8°C). Descartar
devidamente qualquer solução não utilizada após a reconstituição.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Características físicas e organolépticas do produto: bolo ou massa de liofilizado poroso vermelho. Após
reconstituição: solução transparente e límpida.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A Farmorubicina* RD é um fármaco citotóxico normalmente administrado por via intravenosa. No entanto, a
administração intravesical mostrou-se benéfica no tratamento de câncer superficial de bexiga, bem como na
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profilaxia de recidiva de tumor após ressecção transuretral (vide item 5. Advertências e Precauções).
Farmorubicina* RD não é ativa quando administrada por via oral e não deve ser injetada por via intramuscular
ou intratecal.
ADMINISTRAÇÃO INTRAVENOSA (IV)
Normalmente, a dose é calculada com base na área de superfície corpórea (mg/m2
). A dose total de
Farmorubicina* RD por ciclo a ser administrada pode variar de acordo com o uso, dentro de um esquema de
tratamento específico (por exemplo, administrada como agente único ou em combinação com outros fármacos
citotóxicos) e de acordo com a indicação terapêutica (por exemplo, no tratamento de câncer de pulmão, a
epirrubicina também é utilizada em doses mais altas que as convencionais). A epirrubicina deve ser administrada
através de cateter de infusão intravenosa correndo livremente (solução fisiológica 0,9% ou solução de glicose
5%). Para minimizar o risco de trombose ou extravasamento perivenoso, os períodos de infusão usuais variam
entre 3 e 20 minutos dependendo da dose e volume da solução de infusão. Não se recomenda uma injeção direta
devido ao risco de extravasamento, o qual pode ocorrer mesmo na presença de retorno adequado de sangue
mediante aspiração com a agulha (vide item 5. Advertências e Precauções).
Regime de Dose Inicial Padrão: como agente único a dose inicial padrão recomendada de Farmorubicina* RD,
em adultos, por ciclo é 60 a 120 mg/m2
da área de superfície corpórea. A dose inicial padrão recomendada de
Farmorubicina* RD quando usada como componente da terapia adjuvante em pacientes com câncer de mama
nódulo-axilar positivo é 100 a 120 mg/m2
. A dose total inicial padrão por ciclo deve ser administrada como dose
única ou dividida em 2 a 3 dias sucessivos. Sob condições de cura normal da toxicidade fármaco-induzida
(particularmente depressão da medula óssea e estomatite), cada tratamento do ciclo pode ser repetido a cada 3 a
4 semanas. Se Farmorubicina* RD for utilizada em combinação com outros medicamentos citotóxicos com
toxicidade potencialmente somatórias, a dose recomendada por ciclo, deve ser reduzida adequadamente.
Regime de Altas Doses Iniciais: elevadas doses de Farmorubicina* RD podem ser utilizadas no tratamento do
câncer de mama e de pulmão. Como agente único a dose recomendada por ciclo em adultos é de até 135 mg/m2
e
deve ser administrada no primeiro dia ou em doses divididas nos dias 1, 2, 3, a cada 3 a 4 semanas. Na terapia
combinada, a dose máxima recomendada de início é de até 120 mg/m2
e deve ser administrada no primeiro dia, a
cada 3 ou 4 semanas.
Modificação da Dose: 1) Disfunção Renal: embora nenhuma recomendação específica de dosagem possa ser
feita baseada nos dados limitados disponíveis de pacientes com insuficiência renal, doses iniciais mais baixas
devem ser consideradas em pacientes com insuficiência renal grave (creatinina sérica > 5 mg/dL). 2) Disfunção
Hepática: como a principal via de eliminação da epirrubicina é o sistema hepatobiliar, a dose deve ser reduzida
em pacientes com função hepática comprometida para evitar aumento da toxicidade geral. Normalmente, as
diretrizes utilizadas para redução da dose na função hepática comprometida, são baseadas nos níveis de
bilirrubina sérica e da TGO conforme segue:
Bilirrubina entre 1,2 a 3 mg/dL ou TGO 2 a 4 vezes
o limite superior da normalidade:
metade da dose inicial recomendada
Bilirrubina > 3 mg/dL ou TGO > 4 vezes o limite
superior da normalidade:
um quarto da dose inicial recomendada
3) Outras Populações Especiais: doses iniciais baixas ou longos intervalos entre os ciclos devem ser
considerados para pacientes intensamente pré-tratados ou para pacientes com infiltração neoplásica da medula
óssea (vide item 5. Advertências e Precauções). O regime e dose inicial padrão é utilizado para pacientes idosos.
ADMINISTRAÇÃO INTRAVESICAL
A Farmorubicina* RD deve ser instilada usando um cateter e o instilado deve ser retido na bexiga por 1 hora.
Durante a instilação, o paciente deve ser rotacionado para garantir contato mais amplo possível da solução com a
mucosa vesical da pélvis. Para evitar diluição indevida pela urina, o paciente deve ser orientado a não ingerir
qualquer tipo de líquido nas 12 horas antes da instilação. O paciente deve ser instruído a urinar no final da
instilação. A administração intravesical não é apropriada para o tratamento de tumores invasivos que tenham
penetrado na camada muscular da parede da bexiga.
Carcinoma Superficial da Bexiga: 1) Instilação Única: é recomendada uma instilação única de 80 a 100 mg
imediatamente após a ressecção transuretral (RTU). 2) Ciclo de 4 a 8 Semanas Seguida por Instilação Mensal:
recomendam-se instilações semanais de 50 mg (em 25-50 mL de solução salina) por 8 semanas após a RTU,
iniciando-se 2 a 7 dias após a RTU. No caso de toxicidade local (cistite química), é aconselhável redução da dose
para 30 mg. Os pacientes podem receber administrações semanais de 50 mg por 4 semanas, seguidas de
instilações mensais por 11 meses na mesma dose.
RECONSTITUIÇÃO E ESTABILIDADE
Para a reconstituição do conteúdo do frasco-ampola deve ser utilizada água para injeções ou solução fisiológica
(5 mL para o frasco-ampola de 10 mg e 25 mL para o frasco-ampola de 50 mg). A formulação RD (Rápida
Dissolução) facilita a reconstituição. Após adicionar o diluente ao frasco-ampola, agitar até dissolução completa.
O conteúdo do frasco-ampola encontra-se sob pressão negativa. Para minimizar a formação de aerossol durante a
reconstituição, a agulha deve ser inserida cuidadosamente. A inalação do aerossol durante a reconstituição deve
ser evitada. A solução reconstituída é quimicamente estável por 24 horas à temperatura ambiente ou por 48 horas
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se armazenada sob refrigeração (entre 2 e 8°C). De qualquer maneira, recomenda-se que, de acordo com as boas
práticas farmacêuticas, a solução não seja normalmente estocada por mais de 24 horas entre 2 e 8°C. Evitar a
exposição do produto à luz solar ou luz direta. Descartar devidamente qualquer solução não utilizada após a
reconstituição.
INCOMPATIBILIDADES
Farmorubicina* RD não deve ser misturada com outros fármacos. O contato com qualquer outra solução de pH
alcalino deve ser evitado, pois isso resultará em hidrólise da epirrubicina. Farmorubicina* RD não deve ser
misturada com heparina devido à incompatibilidade química que pode resultar em precipitação. Farmorubicina*
RD pode ser utilizada em associação a outros agentes antitumorais, mas não se recomenda que seja misturada
com outros fármacos na mesma seringa (vide item 6. Interações Medicamentosas).
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
As seguintes recomendações de proteção devem ser seguidas devido à natureza tóxica desta substância: o pessoal
deve ser treinado quanto às boas práticas para reconstituição e manipulação; as profissionais grávidas não devem
trabalhar com este medicamento; o pessoal que manipula Farmorubicina* RD deve utilizar vestuário de
proteção: óculos, avental, luvas e máscaras descartáveis; uma área designada deve ser definida para
reconstituição (preferivelmente sob sistema de fluxo laminar). A superfície de trabalho deve ser protegida por
papel absorvente descartável, com base de plástico; todos os itens utilizados para reconstituição, administração
ou limpeza, incluindo as luvas, devem ser colocados em sacos de lixo descartáveis, de alto risco, para
incineração em temperatura elevada; derramamento ou vazamento deve ser tratado com solução de hipoclorito
de sódio diluída (solução a 1%), de preferência por imersão, e depois com água; todos os materiais de limpeza
devem ser descartados conforme indicado anteriormente; o contato acidental com a pele deve ser tratado
imediatamente com lavagem abundante com água e sabão, ou solução de bicarbonato de sódio, mas não se deve
esfregar a pele com escovas. Nestes casos, devem-se procurar cuidados médicos; em caso de contato com o(s)
olho(s), segure e mantenha levantada a pálpebra do(s) olho(s) afetado(s) e lave com jato de água em quantidade
abundante por, pelo menos, 15 minutos. Procure, então, avaliação médica; sempre lave as mãos após a remoção
das luvas.
DOSE OMITIDA
Como Farmorubicina* RD é um medicamento de uso exclusivamente hospitalar, o plano de tratamento é
definido pelo médico que acompanha o caso. Caso o paciente falte a uma sessão programada de quimioterapia
com esse medicamento, ele deve procurar o seu médico para redefinição da programação de tratamento. O
esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Estudos Clínicos: foram feitos muitos estudos clínicos com Farmorubicina* RD (cloridrato de epirrubicina),
administrada convencionalmente e em altas doses em diferentes indicações. Estão listadas a seguir reações
adversas sérias relatadas durante os estudos: Infecções e infestações: infecções; Neoplasma benigno e maligno:
leucemia linfocítica e mielogênica agudas; Sanguíneo e linfático: anemia, trombocitopenia, neutropenia febril,
neutropenia, leucopenia; Metabólico e nutricional: anorexia; Oculares: conjuntivite/queratite; Cardíacos:
falência cardíaca congestiva, taquicardia ventricular, bloqueio AV, bloqueio de ramo, bradicardia; Vasculares:
ondas de calor, tromboembolismo; Gastrintestinais: náusea/vômito, mucosite/estomatite, diarreia; Pele e tecido
subcutâneo: alopecia, toxicidade local, rash/coceira, alterações na pele; Sistema reprodutivo e mamários:
amenorreia; Geral e condições no local da administração: mal estar/astenia, febre; Laboratoriais: reduções
assintomáticas na fração da ejeção ventricular, alteração no nível da transaminase.
Experiência Pós-Comercialização: Infecções e infestações: sepse, pneumonia; Sistema Imunológico:
anafilaxia; Metabólico e nutricional: desidratação, hiperuricemia; Vasculares: choque, hemorragia, embolismo
arterial, tromboflebite, flebite; Distúrbios respiratórios, toráxicos e do mediastino: embolia pulmonar;
Gastrintestinais: erosões, ulcerações, sensação de dor ou queimação, hemorragia, hiperpigmentação da mucosa
oral; Pele e tecido subcutâneo: eritema, rubor, hiperpigmentação da pele e unhas, fotossensibilidade,
hipersensibilidade da pele irradiada (radiation-recall reaction), urticária; Renais e urinários: coloração
avermelhada na urina por 1 a 2 dias após a administração; Geral e condições no local da administração: febre,
calafrios; Injúria envenenamento e complicações dos procedimentos: cistite química (após administração
intravesical).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.