Bula do Fauldcita para o Profissional

Bula do Fauldcita produzido pelo laboratorio Libbs Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Fauldcita
Libbs Farmacêutica Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO FAULDCITA PARA O PROFISSIONAL

Fauldcita®

Libbs Farmacêutica Ltda.

Solução injetável

100 mg/ml

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citarabina

APRESENTAÇÕES

Solução injetável contendo 100 mg/mL em embalagens com 5 frascos-ampola com 5 mL (Fauldcita®

500 mg) e com 1

frasco-ampola com 10 mL (Fauldcita®

1 g).

USO INTRAVENOSO, SUBCUTÂNEO, INTRATECAL OU INFUSÃO INTRAVENOSA

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

CUIDADO: AGENTE CITOTÓXICO

COMPOSIÇÃO

Cada mL da solução de Fauldcita®

contém 100 mg de citarabina.

Veículos: ácido clorídrico, hidróxido de sódio e água para injeção.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Fauldcita®

solução injetável tem sua indicação principal na indução e manutenção da remissão de leucemias não-

linfocíticas agudas em adultos e crianças. É também útil no tratamento de outras leucemias, como leucemia linfocítica

aguda e leucemia mielocítica crônica (fase blástica).

pode ser utilizado sozinho ou em combinação com outros agentes antineoplásicos; frequentemente, os

melhores resultados são obtidos na terapia combinada. Têm sido curtas as remissões induzidas por Fauldcita®

e não

acompanhadas por terapias de manutenção.

Em regimes de altas doses com ou sem agentes quimioterápicos adicionais, Fauldcita®

mostrou-se efetivo para o

tratamento de leucemia de alto risco, leucemia refratária e leucemia recidivante aguda.

sozinho ou em combinação com outros fármacos (metotrexato, succinato sódico de hidrocortisona) pode ser

utilizado por via intratecal para profilaxia e tratamento da leucemia com infiltração meníngea.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

A associação citarabina/mitoxantrona produziu maiores taxas de resposta quando comparada com

citarabina/daunorubicina, no tratamento de leucemia mieloide aguda, embora sem aumento na sobrevida. Estudo

prospectivo, randomizado, de fase 3 que avaliou 489 pacientes demonstrou taxa de resposta de 46,6% e 38%,

respectivamente para citarabina/mitoxantrone e citarabina/daunorubicina. A sobrevida em 5 anos foi de 9% e 6% nos

braços com mitoxantrona e daunorubicina respectivamente, e a sobrevida livre de doença de 39 semanas em ambos os

braços (Lowenberg et al, 1998). Estudos demonstram taxas de remissão semelhantes para citarabina e antraciclinas em

comparação com amsacrina, no tratamento de leucemias agudas (Legha et al, 1982; Grove et al, 1982).

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas: a citarabina, um nucleosídeo análogo da pirimidina, é um agente antineoplásico que

inibe a síntese do ácido desoxirribonucleico. Também apresenta propriedades antivirais e imunossupressoras. Estudos

detalhados do mecanismo de citotoxicidade in vitro sugerem que a ação primária da citarabina é a inibição da síntese da

desoxicitidina, entretanto, a inibição das citidina quinases e incorporação de um composto nos ácidos nucleicos podem

também ser responsáveis pelas ações citostática e citocida do medicamento.

Propriedades Farmacocinéticas: a citarabina é desaminada a arabinofuranosil uracila no fígado e rins. Após

administração intravenosa em humanos, apenas 5,8% da dose administrada é excretada inalterada na urina após 12-24

horas; 90% da dose é excretada na forma de produto desaminado. A citarabina parece ser metabolizada rapidamente,

principalmente no fígado e eventualmente nos rins. Após uma alta dose única intravenosa, os níveis sanguíneos caem

para níveis imensuráveis em 15 minutos na maioria dos pacientes. Alguns pacientes demonstraram níveis imensuráveis

do fármaco circulante 5 minutos após a injeção.

Dados de Segurança Pré-Clínicos: a principal toxicidade dose-limitante da citarabina observada nas espécies testadas

foi mielossupressão, manifestada por megaloblastose, reticulocitopenia, leucopenia e trombocitopenia. Outros órgãos

afetados foram o fígado, os rins e o cérebro.

A citarabina produziu dano cromossômico extenso, incluindo quebras cromatoides e transformação maligna de células de

roedores in vitro. A citarabina é embriotóxica, teratogênica e apresentou toxicidade peri e pós-natal em várias espécies.

Nenhum estudo formal de fertilidade foi reportado, entretanto, anormalidades na cabeça dos espermatozoides foram

observadas durante o tratamento com citarabina em camundongos.

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4. CONTRAINDICAÇÕES

Fauldcita®

é contraindicado a pacientes hipersensíveis à citarabina ou a qualquer componente do produto.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Geral: Fauldcita®

deve ser utilizado apenas sob a supervisão de médicos experientes em quimioterapia antineoplásica.

Na terapia de indução, devem estar à disposição do paciente e da equipe médica recursos laboratoriais e de suporte

adequados para monitorar a tolerabilidade ao fármaco, proteger e manter pacientes comprometidos pela toxicidade da

medicação. O principal efeito tóxico de Fauldcita®

é a supressão da medula óssea, com leucopenia, trombocitopenia e

anemia. A toxicidade menos grave inclui náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, ulceração oral e disfunção hepática.

Para avaliar a adequação da terapia com Fauldcita®

, o médico deve considerar os possíveis benefícios ao paciente em

relação aos conhecidos efeitos tóxicos da citarabina. Antes de decidir quanto à terapia ou iniciar o tratamento, o médico

deve se familiarizar com as informações seguintes:

Efeitos Hematológicos: Fauldcita®

é um potente supressor da medula óssea; o grau da supressão depende da dose e do

esquema terapêutico adotado. A terapia deve ser iniciada com cautela em pacientes com supressão da medula óssea

preexistente induzida por medicamentos. Pacientes que receberem este fármaco devem estar sob rigorosa supervisão

médica e, durante a terapia de indução, a contagem de leucócitos e plaquetas deve ser feita diariamente. Devem ser

realizados, frequentemente, exames da medula óssea após o desaparecimento dos blastos da circulação periférica. Deve-

se considerar a suspensão ou modificação do tratamento se a depressão da medula óssea induzida por medicamento

resultar em contagem plaquetária inferior a 50.000, ou se a contagem dos granulócitos polimorfonucleares chegar a

níveis inferiores a 1.000/mm3

. As contagens de elementos figurados do sangue podem continuar diminuindo após a

suspensão do medicamento e alcançar valores mais baixos após períodos de 12 a 24 dias da interrupção do tratamento. Se

for indicado, reiniciar a terapia quando aparecerem sinais definitivos de recuperação medular. Devem estar à disposição

do paciente os recursos para o tratamento de eventuais complicações, possivelmente fatais, advindas da supressão da

medula óssea (infecção resultante da granulocitopenia e outras defesas orgânicas prejudicadas, bem como hemorragia

devido à trombocitopenia).

Ocorreram reações anafiláticas durante o tratamento com citarabina. Relatou-se anafilaxia, que resultou em parada

cardiopulmonar aguda e exigiu ressuscitação. Esse fato ocorreu imediatamente após a administração intravenosa de

citarabina.

Terapia com altas doses: após terapia com altas doses de citarabina (2-3 g/m2

), relatou-se toxicidade pulmonar,

gastrintestinal e do sistema nervoso central, grave, por vezes fatal, diferente daquela observada com os regimes

terapêuticos convencionais de citarabina (ver item ”9. Reações Adversas”). Essas reações incluem toxicidade reversível

de córnea e conjuntivite hemorrágica, que podem ser evitadas ou diminuídas através da administração profilática de

colírio de corticosteroide; disfunção cerebral e cerebelar, geralmente reversível, incluindo alterações de personalidade,

sonolência, convulsão e coma; ulceração gastrintestinal grave, incluindo pneumatose cistoide intestinal levando à

peritonite, sepse e abscesso hepático; edema pulmonar; lesão hepática com hiperbilirrubinemia aumentada; necrose de

alças intestinais e colite necrosante.

Ocorreram casos graves e alguns fatais de toxicidade pulmonar, síndrome da angústia respiratória em adultos e edema

pulmonar com esquemas terapêuticos com altas doses de citarabina. Foi observada uma síndrome de angústia respiratória

súbita, que progrediu rapidamente à edema pulmonar com cardiomegalia pronunciada radiologicamente após terapia

experimental com altas doses de citarabina empregada no tratamento da recaída de leucemia.

Casos de cardiomiopatia com morte subsequente foram relatados após terapia experimental com altas doses de citarabina

em combinação com ciclofosfamida, na preparação para transplante de medula óssea. Isso pode ser dependente do

esquema posológico.

Ocorreram neuropatias periféricas motoras e sensoriais após a combinação de altas doses de citarabina, daunorrubicina e

asparaginase em pacientes adultos com leucemia não-linfocítica aguda. Deve-se observar o surgimento de neuropatias

em pacientes tratados com altas doses de citarabina, uma vez que alterações no esquema terapêutico podem ser

necessárias para evitar disfunções neurológicas irreversíveis.

Raramente, rash cutâneo grave levando à descamação foi relatado. Alopecia total é mais comumente observada com

terapia de altas doses do que com esquemas convencionais de tratamento com Fauldcita®

.

Quando o medicamento é administrado rapidamente em altas doses por via intravenosa, os pacientes frequentemente

sentem náuseas e podem vomitar por várias horas após a injeção. Esse problema tende a ser menos grave quando o

medicamento é administrado por infusão.

Terapias com doses convencionais: dor abdominal (peritonite) e colite guáiaco-positiva, com neutropenia e

trombocitopenia concomitante foram relatadas por pacientes tratados com doses convencionais de citarabina em

combinação com outros medicamentos. Estes pacientes responderam a medidas terapêuticas não cirúrgicas. Foram

relatados casos de paralisia ascendente progressiva tardia resultando em morte em crianças com leucemia mieloide aguda

tratadas com citarabina, em doses convencionais, por via intratecal e intravenosa em combinação com outros

medicamentos.

Função hepática e/ou renal: o fígado humano, aparentemente, metaboliza parte substancial da dose administrada de

Fauldcita®

. Especialmente pacientes com função renal ou hepática prejudicada podem apresentar probabilidade mais alta

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de toxicidade do sistema nervoso central após tratamento com altas doses de citarabina. Fauldcita®

deve ser utilizado

com cautela e, se possível, em doses reduzidas, nos pacientes com função hepática ou renal prejudicada. Devem-se

realizar avaliações periódicas das funções medular, hepática e renal em pacientes sob tratamento com Fauldcita®

Neurológicos: casos de reações adversas neurológicas severas variaram de cefaleia à paralisia, coma e episódios

semelhantes a AVC foram relatados, principalmente em jovens e adolescentes aos quais foi administrado citarabina por

via intravenosa em combinação com metotrexato por via intratecal.

Síndrome da lise tumoral: como outros medicamentos citotóxicos, Fauldcita®

pode induzir hiperuricemia secundária à

rápida lise de células neoplásicas. O clínico deve monitorar os níveis sanguíneos de ácido úrico em seu paciente e estar

alerta para o uso das medidas de suporte e farmacológicas necessárias para controlar o problema.

Pancreatite: foi relatada pancreatite aguda em pacientes tratados com citarabina em combinação com outros fármacos.

Efeitos imunossupressores/Aumento da suscetibilidade às infecções: a administração de vacinas com antígenos vivos

ou atenuados em pacientes imunocomprometidos por agentes quimioterápicos, incluindo citarabina, pode resultar em

infecções graves ou fatais. A vacinação com antígenos vivos deve ser evitada em pacientes recebendo Fauldcita®

Vacinas com antígenos mortos ou inativos podem ser administradas, no entanto, a resposta à vacina pode estar

diminuída.

Uso em Crianças: as advertências e precauções para as crianças são as mesmas daquelas descritas para pacientes

adultos.

Uso durante a Gravidez:

Não existem estudos sobre o uso de citarabina em mulheres grávidas. A citarabina é teratogênica em algumas espécies

animais (ver item “3. Características Farmacológicas - Dados de Segurança Pré-Clínicos”). O uso do medicamento em

mulheres que estão ou podem engravidar deve ser realizado apenas após serem considerados o benefício potencial e os

danos potenciais tanto para mãe quanto para o feto. Mulheres potencialmente férteis devem ser orientadas a evitar a

gravidez. Filhos de mães expostas à citarabina durante a gravidez (monoterapia ou em combinação com outros

medicamentos) nasceram normais; alguns deles nasceram prematuros ou com baixo peso. Algumas das crianças normais

foram acompanhadas desde a 6ª semana até os 7 anos após a exposição, não mostrando qualquer anormalidade. Uma

criança aparentemente normal faleceu aos 90 dias de vida devido à gastroenterite. Anormalidades congênitas foram

relatadas, particularmente em casos nos quais o feto foi exposto à citarabina durante o primeiro trimestre da gravidez.

Isso inclui defeitos nos membros distais superior e inferior e deformidades nas extremidades e nas orelhas. Relatos de

pancitopenia, leucopenia, anemia, trombocitopenia, anormalidades nos eletrólitos, eosinofilia transitória, aumento nos

níveis de IgM e hiperpirexia, sepse e morte ocorreram durante o período neonatal com crianças expostas à citarabina in

útero. Algumas destas crianças também eram prematuras. Foram realizados abortos terapêuticos em mulheres em terapia

com citarabina. Foram relatados casos de fetos normais e de fetos com baço aumentado e trissomia de cromossomo C no

tecido coriônico. Devido ao perigo potencial de ocorrerem anomalias durante a terapia citotóxica, principalmente durante

o primeiro trimestre de gravidez, a paciente que estiver grávida ou engravidar durante o tratamento com Fauldcita®

deve

ser orientada quanto ao risco potencial ao feto e a conveniência da continuidade da gravidez. Existe um risco definido,

embora consideravelmente reduzido, se o tratamento é iniciado durante o segundo ou terceiro trimestre da gravidez.

Embora tenham nascido crianças normais de pacientes tratadas com citarabina durante os três trimestres de gravidez,

recomenda-se o acompanhamento dessas crianças.

é um medicamento classificado na categoria D de risco de gravidez. Portanto, este medicamento não

deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. A paciente deve informar imediatamente seu

médico em caso de suspeita de gravidez.

Uso durante a lactação: não é conhecido se Fauldcita®

é excretado no leite humano. Como muitos fármacos são

excretados no leite humano e devido ao risco potencial de reações adversas graves devido à citarabina em lactentes, deve-

se decidir entre descontinuar a amamentação ou a medicação, levando-se em conta a importância da medicação para a

mãe.

Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas: o efeito de Fauldcita®

na habilidade de dirigir ou operar máquinas

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

 digoxina: foram observados decréscimos reversíveis nas concentrações plasmáticas de digoxina no estado de equilíbrio

e na excreção renal de glicosídeos em pacientes recebendo beta-acetildigoxina e esquemas quimioterápicos contendo

ciclofosfamida, vincristina e prednisona com ou sem citarabina ou procarbazina. Não houve alterações aparentes nas

concentrações plasmáticas de digitoxina no estado de equilíbrio. Portanto, recomenda-se o monitoramento dos níveis

plasmáticos de digoxina em pacientes recebendo esquemas quimioterápicos combinados similares ao acima descrito. A

utilização de digitoxina por tais pacientes pode ser uma alternativa.

 gentamicina: um estudo de interação in vitro entre gentamicina e citarabina mostrou um antagonismo relacionado à

citarabina quanto à susceptibilidade de cepas de K. pneumoniae. Esse estudo sugere que, em pacientes tratados com

citarabina e recebendo gentamicina devido a uma infecção por K. pneumoniae, a ausência de uma resposta terapêutica

imediata pode indicar a necessidade de uma reavaliação do tratamento antibacteriano.

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 fluorocitosina: evidências clínicas mostraram uma possível inibição da eficácia da terapia com fluorocitosina pela

citarabina, possivelmente devido à potencial inibição competitiva de sua captação.

Ver informações adicionais no item “8. Posologia e Modo de Usar - Compatibilidades e Incompatibilidades.”

 metotrexato: citarabina administrada via intravenosa concomitantemenete com metotrexato via intratecal pode

aumentar o risco de reações adversas neurológicas severas como dor de cabeça, paralisia, coma e episódios semelhantes

a AVC.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Este medicamento deve ser mantido em temperatura abaixo de 25ºC, protegido da luz.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Fauldcita®

solução injetável, quando diluída com água para injeção, solução glicosada a 5%, solução fisiológica a 0,9%

ou solução de Ringer lactato, demonstrou reter sua potência por um período de 24 horas, quando mantida em temperatura

abaixo de 25°C. A duração da infusão não deve ser superior a 24 horas. Após este período, todos os resíduos devem ser

descartados. Fauldcita®

não contém qualquer agente conservante, por isso, para evitar a possibilidade de contaminação

microbiológica, deve iniciar-se a administração da infusão logo após a sua preparação.

é uma solução límpida e incolor, isenta de partículas visíveis.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Fauldcita®

não é ativo por via oral. A posologia e o método de administração variam de acordo com o esquema a ser

terapêutico utilizado. Fauldcita®

pode ser administrado por infusão ou por injeção intravenosa, por via subcutânea ou

intratecal.

Em alguns pacientes ocorreu tromboflebite no local da injeção ou da infusão; raramente relatou-se dor e inflamação nos

locais da injeção subcutânea. Na maioria dos casos, a medicação foi bem tolerada.

A administração subcutânea é satisfatória para manutenção das remissões; o valor da terapia de indução por essa via é

incerto.

Os pacientes podem tolerar doses totais maiores quando recebem o medicamento por injeção intravenosa rápida do que

quando o recebem por infusão lenta. Esse fenômeno está relacionado com a rápida inativação da citarabina e com a curta

exposição das células normais e neoplásicas susceptíveis a níveis significativos do medicamento após injeção rápida.

Células normais e neoplásicas respondem aparentemente de modo paralelo a esses diferentes modos de administração;

nenhuma vantagem clínica expressiva foi demonstrada para qualquer um deles.

Doses convencionais: na terapia de indução de leucemia não-linfocítica aguda, a dose habitual de Fauldcita®

em

combinação com outros agentes quimioterápicos antineoplásicos é de 100 mg/m2

/dia por infusão intravenosa contínua

(dias 1-7) ou 100 mg/m2

IV a cada 12 horas (dias 1-7).

Doses altas: 2-3 g/m2

por infusão intravenosa a cada 12 horas por 1-3 horas durante 2-6 dias, com ou sem agentes

quimioterápicos adicionais.

Doses subcutâneas: em geral, a dose é 20-100 mg/m2

dependendo da indicação do tratamento e do regime posológico

utilizado.

 Uso intratecal para tratamento de leucemia com infiltração meníngea:

A citarabina foi utilizada por via intratecal para tratamento de leucemia aguda dose que variam de 5 mg/m2

e 75 mg/m2

de

superfície corpórea do paciente. A frequência de administração do medicamento variou de uma vez ao dia por 4 dias até

uma vez a cada 4 dias. A dose mais frequentemente utilizada foi de 30 mg/m2

a cada 4 dias até que os achados no líquido

cérebro-espinhal fossem normais, seguida por um tratamento adicional. O regime de doses é usualmente determinado

pelo tipo e gravidade das manifestações no sistema nervoso central e pela resposta à terapia prévia (ver “item 5.

Advertências e Precauções”). A citarabina foi utilizada por via intratecal em associação com succinato sódico de

hidrocortisona e metotrexato, ambos como profilaxia em crianças recém-diagnosticadas com leucemia linfocítica aguda,

bem como no tratamento de leucemia com infiltração meníngea. Sullivan reportou que a terapia profilática tripla

preveniu doenças do sistema nervoso tardias apresentando índices de cura e sobrevida global similares aos daqueles

pacientes nos quais a radiação no sistema nervoso central e o metotrexato por via intratecal foram usados com profilaxia

inicial. As doses utilizadas nesta terapia foram 30 mg/m2

de citarabina, 15 mg/m2

de succinato sódico de hidrocortisona e

15 mg/m2

de metotrexato. O médico deve estar familiarizado com este relato antes de iniciar a terapia A terapia

profilática tripla após tratamento bem sucedido do episódio meníngeo agudo pode ser útil. O médico deve estar

familiarizado com a literatura atual antes de instituir este programa. O uso de citarabina por via intratecal pode causar

toxicidade sistêmica, recomendando-se cuidadoso monitoramento do sistema hematopoiético. Pode ser necessária a

alteração da terapia antileucêmica. Raramente ocorre toxicidade significativa (ver item “5. Advertências e Precauções”).

Quando a citarabina é administrada por ambas as vias intratecal e intravenosa num período de poucos dias, existe um

risco aumentado de toxicidade espinal; entretanto, quando existe doença associada a risco de morte, o médico deve, a seu

critério, decidir sobre o uso concomitante de citarabina por via intratecal ou intravenosa. O envolvimento leucêmico focal

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do sistema nervoso central pode não responder à citarabina por via intratecal, podendo ser melhor tratado com

radioterapia.

Uso em Crianças: similar ao uso em adultos.

Uso em idosos: não são conhecidas até o momento recomendações especiais para os pacientes idosos, aplicando-se as

informações técnicas já descritas.

 Preparação da solução para infusão

Atenção: PARA ADMINISTRAÇÃO POR VIA INTRATECAL, FAULDCITA®

NÃO DEVE SER DILUÍDO COM

SOLUÇÕES CONTENDO CONSERVANTES.

Como regra geral, antes de sua administração, as medicações para uso parenteral devem ser inspecionadas visualmente

quanto a partículas em suspensão e descoloração, quando a solução e o recipiente permitirem.

Devem ser tomadas as devidas precauções na preparação e descarte das soluções contendo quimioterápicos

antineoplásicos. Foram publicadas diversas normas e procedimentos nesse sentido, embora não haja uma concordância

geral quanto à necessidade ou conveniência desses procedimentos. Pode-se utilizar seringas com ajuste “Luer-Lock” e de

largo diâmetro interno, para minimizar a pressão e a eventual formação de aerossol. A formação de aerossol pode ser

diminuída pela utilização, durante a preparação, de agulha com respiro. Podem ocorrer reações cutâneas associadas com

a exposição acidental ao produto. Não se recomenda a manipulação de agentes citotóxicos, como a citarabina, por

mulheres grávidas.

 Compatibilidades e Incompatibilidades

é compatível com a maioria das soluções fisiológicas, incluindo solução de cloreto de sódio 0,9% e solução de

glicose 5%. A citarabina é estável por 8 horas nas seguintes combinações com concentrações específicas, em glicose 5%:

citarabina 0,8 mg/mL e cefalotina sódica 1,0 mg/mL; citarabina 0,4 mg/mL e fosfato sódico de prednisolona 0,2 mg/mL;

citarabina 16 mcg/mL e sulfato de vincristina 4 mcg/mL. A citarabina também é fisicamente compatível com

metotrexato. A citarabina é fisicamente incompatível com heparina, 5-fluoruracila, insulina, penicilinas como oxacilina e

penicilina-G, nafcilina sódica e succinato sódico de metilprednisolona. Não são conhecidos outros dados relativos a

incompatibilidades. Fauldcita®

não deve ser misturado com outros medicamentos, exceto os compatíveis mencionados

anteriormente. A compatibilidade deve ser assegurada antes de misturar Fauldcita®

com qualquer outra substância.

9. REAÇÕES ADVERSAS

- Resumo do Perfil de Segurança (ver item “5. Advertências e Precauções”)

Sistemas sanguíneo e linfático: como a citarabina é uma supressora da medula óssea, pode ocorrer anemia, leucopenia,

trombocitopenia, megaloblastose e redução de reticulócitos como resultado de sua administração. A gravidade dessas

reações depende da dose e do esquema terapêutico empregados. Pode-se esperar, também, a ocorrência de alterações

celulares na morfologia em esfregaços de medula óssea e de sangue periférico. Após infusões constantes por 5 (cinco)

dias ou injeções agudas de 50 mg/m2

a 600 mg/m2

, a depressão das células brancas segue um curso bifásico.

Independente da contagem inicial, nível de dosagem ou esquema terapêutico, existe uma queda inicial nas primeiras 24

horas, com nadir nos dias 7-9. Segue-se uma ligeira elevação que atinge seu pico próximo ao décimo segundo dia. Uma

segunda e mais profunda queda atinge seu nadir nos dias 15-24. Ocorre, então, uma rápida elevação acima da linha de

base nos 10 dias seguintes. A depressão plaquetária é notada em cinco dias, com o pico de depressão ocorrendo entre os

dias 12-15. A partir daí, uma rápida elevação acima dos valores basais ocorre nos 10 dias seguintes.

Infecções e infestações: infecções virais, bacterianas, fúngicas, parasitárias ou saprofíticas, em qualquer local do corpo,

podem estar associadas ao uso de citarabina sozinha ou combinada com outros agentes imunossupressores após doses

imunossupressoras que afetem a imunidade celular ou humoral. Essas infecções podem ser leves, mas também graves e

às vezes fatais.

Distúrbios dos tecidos musculoesquelético e conjuntivo: Síndrome da citarabina: essa caracteriza-se por febre,

mialgia, dor óssea, ocasionalmente dor torácica, rash maculopapular, conjuntivite e mal-estar. Geralmente ocorre 6-12

horas após a administração do medicamento. Os corticosteroides mostraram ser benéficos no tratamento ou prevenção

dessa síndrome. Se os sintomas forem considerados tratáveis, o uso de corticosteroides deve ser considerado, assim como

a continuação da terapia com Fauldcita®

.

As reações adversas relatadas são listadas abaixo pela Classe de Sistema de Órgãos MedDRA e por frequência. As

frequências são definidas como: Muito comuns (≥ 10%), Comuns (≥ 1%, < 10%), Incomuns (≥ 0,1%, < 1%), Raras (≥

0,01%, < 0,1%) e Desconhecidas (não podem ser estimadas a partir dos dados disponíveis).

Tabela de Reações Adversas

Infecções e infestações:

Muito comuns Sepse, pneumonia, infecção

a

Desconhecidas Celulite no local da injeção.

Distúrbios dos Sistemas Sanguíneo e Linfático:

Muito comuns Insuficiência da medula óssea, trombocitopenia, anemia, anemia

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megaloblástica, leucopenia, diminuição na contagem de reticulócitos.

Distúrbios do Sistema Imunológico:

Desconhecidas Reação anafilática, edema alérgico

Distúrbios da Nutrição e Metabolismo:

Desconhecidas Diminuição do apetite

Distúrbios do Sistema Nervoso:

Desconhecidas Neurotoxicidade, neurite, tontura, dor de cabeça.

Distúrbios Oculares:

Desconhecidas Conjuntiviteb

Distúrbios Cardíacos:

Desconhecidas Pericardite.

Distúrbios Vasculares:

Desconhecidas Tromboflebite.

Distúrbios Respiratórios, Torácicos e Mediastinais:

Desconhecidas Dispneia, dor orofaríngea.

Distúrbios Gastrintestinais:

Muito comuns Estomatite, ulceração da boca, úlcera anal, inflamação anal, diarreia,

vômito, náusea, dor abdominal.

Desconhecidas Pancreatite, úlcera esofágica, esofagite.

Distúrbios Hepatobiliares:

Muito comuns Função hepática anormal.

Desconhecidas Icterícia.

Distúrbios da Pele e Tecido Subcutâneo:

Muito comuns Alopecia, rash.

Comuns Úlcera da pele.

Desconhecidas Síndrome eritrodisestesia palmo-plantar, urticaria, prurido, efélides.

Distúrbios dos tecidos musculoesquelético e conjuntivo:

Muito comuns Síndrome da citarabina.

Distúrbios Renais e Urinários:

Desconhecidas Insuficiência renal, retenção urinária.

Distúrbios Gerais e Condições do Local da Administração:

Muito comuns Pirexia.

Desconhecidas Dor torácica, reações no local da injeçãoc

Investigações:

Muito comuns Biópsia de medula óssea anormal, teste de esfregaço sanguíneo anormal.

pode ser leve, mas pode ser severa e por vezes fatal.

b

pode ocorrer com um rash e pode ser hemorrágica com a terapia de dose elevada.

c

dor e inflamação no local da injeção subcutânea.

- Reações adversas relatadas em associação com terapia em altas doses são incluídas na seguinte tabela (ver item

“5. Advertências e Precauções”):

Tabela de Reações Adversas (Terapia em Altas Doses)

Infecções e Infestações:

Desconhecidas Abcesso do fígado.

Distúrbios Psiquiátricos:

Desconhecidas Mudança de personalidadea

Muito comuns Disfunções cerebrais, disfunção cerebelar, sonolência.

Desconhecidas Coma, convulsão, neuropatia periférica motora, neuropatia sensorial

periférica.

Muito comuns Distúrbios da córnea.

Desconhecidas Cardiomiopatiab

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Muito comuns Síndrome de angústia respiratória aguda, edema pulmonar.

Comuns Colite necrosante.

Desconhecidas Necrose gastrintestinal, úlcera gastrintestinal, pneumatose intestinal,

peritonite.

Desconhecidas Dano hepático, hiperbilirrubinemia.

Comuns Esfoliação da pele.

Mudança de personalidade foi relatada em associação com disfunção cerebral e cerebelar.

Com morte subsequente.

- Outras reações adversas

Uma pneumonite intersticial difusa, sem causa evidente, que pode ter sido relacionada à citarabina foi relatada por

pacientes tratados com doses experimentais intermediárias de citarabina (1 g/m2

) com e sem outros agentes

quimioterápicos (meta-AMSA, daunorrubicina, VP-16).

Relatou-se uma síndrome de angústia respiratória aguda rapidamente progredindo para edema pulmonar e cardiomegalia

radiograficamente pronunciada, após a administração experimental de citarabina em altas doses, no tratamento de

recidiva de leucemia; resultados fatais foram relatados.

- Uso intratecal

As reações adversas mais frequentemente reportadas após a administração intratecal foram náusea, vômito e febre; estas

reações foram leves e autolimitadas. Foi reportada ainda paraplegia. A leucoencefalopatia necrosante com ou sem

convulsão foi relatada; em alguns destes casos os pacientes estavam sendo tratados com metotrexato e/ou hidrocortisona

via intratecal e através de irradiação do sistema nervoso central. Neurotoxidade isolada foi relatada. Ocorreu cegueira em

2 (dois) pacientes em remissão, cujos tratamentos consistiam da combinação sistêmica de quimioterápicos, irradiação

profilática do sistema nervoso central e uso de citarabina por via intratecal.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,

disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.