Bula do Ibuprofeno produzido pelo laboratorio Legrand Pharma Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
IBUPROFENO
LEGRAND PHARMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
Suspensão Oral
100mg/mL
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
ibuprofeno
“Medicamento genérico Lei nº. 9.787, de 1999”
APRESENTAÇÃO
IBUPROFENO suspensão oral (gotas) 100mg/mL apresenta-se em frascos com 20mL, 30mL, 40mL, 50mL, 60mL.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL
USO ADULTO E PEDIATRICO ACIMA DE 6 MESES DE IDADE
COMPOSIÇÃO
Cada mL (9 gotas*) de IBUPROFENO contém:
ibuprofeno .................................................................................................................................. 100mg
excipientes q.s.p. ............................................................................................................................ 1mL
*Cada 1 gota contém 10mg de ibuprofeno.
Excipientes: glicerol, goma xantana, benzoato de sódio, sorbitol, aroma salada de fruta, aroma artificial de baunilha, sucralose,
sacarina sódica, ciclamato de sódio, ácido cítrico, dióxido de titânio e água purificada.
II - INFORMAÇÕES AO PROFISSIONAL DE SAÚDE
Febre e dores leves a moderadas, associadas a gripes e resfriados comuns, dor de garganta, cefaleia, dor de dente, dorsalgia,
dismenorreias e mialgias.
O estudo PAIN (Paracetamol, Aspirin, lbuprofen new tolerability) foi um estudo randomizado e cego, delineado para comparar três
analgésicos no tratamento da dor aguda. Um total de 8.677 adultos foram randomizados para tratamento com ibuprofeno (1.200mg/d),
paracetamol (3g/d) e aspirina (3g/d). As principais indicações foram dor musculoesquelética (31-33%), resfriado comum (19-20%),
dorsalgia (15-17%) e cefaleia (10-11%). Observou-se maior incidência de eventos adversos com aspirina (10, 1%) em comparação
comibuprofeno (7,0%, P < 0,001) ou paracetamol (7,8%).
Eventos adversos gastrintestinais ocorreram em menor frequência nos pacientes tratados com ibuprofeno (4,0%) em comparação com
aspirina (7,1%,P < 0,001) ou paracetamol (5,3%, p = 0,025).1
O Boston University Fever Study envolveu 84.192 crianças com idade entre seis meses e 12 anos, com doença febril. As crianças
foram randomizadas para tratamento com paracetamol (12mg/kg por dose a cada 4-6 horas) ou ibuprofeno (5-10mg/kg por dose a cada
4-6 horas). O desfecho primário foi à ocorrência de eventos adversos graves como sangramento gastrintestinal, insuficiência renal
aguda ou anafilaxia. O desfecho secundário foi à ocorrência de internação hospitalar por outras complicações.
Não se observou diferença estatisticamente significativa entre as duas medicações quanto à necessidade de internação hospitalar por
evento adverso, ou qualquer alteração significativa da função renal nos pacientes tratados com ibuprofeno. Por outro lado, as crianças
que foram tratadas com ibuprofeno apresentaram menor risco de consultas médicas por asma (3,0%; IC95% 2,1-4, 1%) do que aquelas
tratadas com paracetamol (5,1%; IC95% 3,5-7,1%), P = 0,02.2
Magni e colaboradores realizaram um estudo multicêntrico, aberto e randomizado para avaliar a atividade antipirética e a
tolerabilidade de doses orais únicas de ibuprofeno versus dipirona em lactentes e crianças febris. Cento e vinte e dois pacientes de
ambos os sexos, com idade entre 6 meses e 8 anos de idade, com temperatura axilar ≥38,0°C foram randomizados (1:1) para
ibuprofeno (10mg/kg) ou dipirona (l5mg/kg), administrados em doses orais únicas. A temperatura axilar e os eventos adversos foram
avaliados após 10, 20, 30 e 45 minutos e, a seguir, de 1 em 1 hora, durante 8 horas após a administração. As médias de temperatura
foram significativamente menores nos pacientes que receberam ibuprofeno, em relação aos que receberam dipirona, nos grupos de
febre alta entre (>39,1°C) e baixa (38,0°C e 39,1°C) (p = 0,04). Após 1, 2 e 4 horas da administração das drogas, o valor absoluto da
soma ponderada das diferenças de temperatura a partir dos valores basais foi significativamente menor no grupo de febre alta da
dipirona, quando comparado ao grupo de febre alta do ibuprofeno, o que significa maior efeito para este último. Houve diferenças
estatisticamente significativas no tempo para normalização da temperatura (<37,2°C) entre o ibuprofeno e a dipirona nos grupos de
temperatura baixa (3,1 ± 2,04 vs. 4,5 ± 3,06 horas, p = 0,01) e alta (2.7 ± 1,68 vs. 5,4 ± 3,15 horas, p = 0,003). A diferença do
tempo de persistência do efeito antipirético foi também estatisticamente significativa para o grupo de temperatura alta, a favor do
ibuprofeno (3,4 ± 2,03 vs.1,8 ± 1,89 hora, p = 0,01). As duas drogas apresentaram perfis de tolerabilidade comparáveis. Os autores
concluíram que uma dose oral única de ibuprofeno demonstrou proporcionar antipirese mais rápida, potente e por um tempo mais
longo do que uma dose oral única de dipirona, especialmente na presença de febre alta.3
Autret e colaboradores conduziram um estudo randomizado, aberto, multicêntrico e comparativo entre ibuprofeno (7,5mg/kg),
paracetamol (10mg/kg) e aspirina (10mg/kg), que envolveu 351 crianças com idade entre 6 e 24 meses com febre (temperatura retal >
39°C). A temperatura foi avaliada após 1, 4 e 6 horas da administração. Observou-se maior queda da temperatura nas crianças
tratadas com ibuprofeno em comparação com aquelas tratadas com aspirina ou paracetamol. A avaliação do conforto das crianças
através de escala visual mostrou superioridade do ibuprofeno frente aos outros tratamentos.4
BIBLIOGRAFIA
1. Moore N, van Ganse E, Le Pare JM. The PAIN study: paracetamol, aspirin and ibuprofen new tolerability study: a large-scale,
randomized clinical trial comparing the tolerability of aspirin, ibuprofen and paracetamol for short-term analgesia.Clin Drug lnvest.
1999; 18:89-98.
2. Lesko SM, Mitchell AA. An assessment of the safety of pediatric ibuprofen: a practitioner-based randomized clinical trial. JAMA.
1995; 273(12):929-33.
3. Magni AM, Rosário N, Murahovschi J, et al. Efeito antipirético e tolerabilidade do ibuprofeno versus a dipirona, em dose oral
única, em pacientes pediátricos - estudo aberto, randomizado, multicêntrico brasileiro. Ped Mod. 2007; 43(1):32-40.
4. Autret E, Reboui-Marty J, Henry-Launois B, et al. Evaluation of ibuprofen versus aspirin and paracetamol on efficacy and comfort
in children with fever. Eur J Clin Pharmacol. 1997;51(5):367-71.
Farmacodinâmica
IBUPROFENO um derivado do ácido fenilpropânico, inibidor da síntese das prostaglandinas, tendo propriedades analgésicas e
antipiréticas. Os antipiréticos e analgésicos inibem a ação da ciclooxigenase, diminuindo a formação de precursores das
prostaglandinas e dos tromboxanos a partir do ácido araquidônico, diminuindo a ação destes mediadores no termostato hipotalâmico e
nos receptores de dor (nociceptores).
Farmacocinética
O ibuprofeno apresenta boa absorção oral, com aproximadamente 80% da dose absorvida no trato gastrintestinal, havendo diferença
quando da administração em jejum ou após refeição, pois a presença de alimentos diminui a absorção. O início de ação ocorre em
aproximadamente 15 a 30 minutos. A taxa de ligação proteica é alta (99%) e a concentração plasmática máxima é atingida em 1,2 a
2,1 horas, tendo duração de 4 a 6 horas, com meia-vida de eliminação de 1,8 a 2 horas. A biotransformação é hepática e a excreção
praticamente se completa em 24 horas após a última dose, sendo menos de 1% excretado na forma inalterada.
IBUPROFENO não deverá ser administrado a pacientes com antecedentes de hipersensibilidade prévia ao ibuprofeno ou a qualquer
componente da formulação. Não utilizar em indivíduos com úlcera péptica ativa, sangramento gastrintestinal ou em casos em que o
ácido acetilsalicílico, iodeto e outros antiinflamatórios não esteroides tenham induzido asma, rinite, urticária, pólipo nasal,
angioedema, broncoespasmo e outros sintomas de reação alérgica ou anafilática.
Não utilizar IBUPROFENO concomitante com bebidas alcoólicas.
IBUPROFENO é contraindicado a pacientes com úlcera gastroduodenal ou sangramento gastrintestinal.
Este medicamento é contraindicado para menores de 6 meses de idade.
5. ADVERTENCIAS E PRECAUÇÕES
O uso de ibuprofeno em crianças com menos de 2 anos de idade deve ser feito sob orientação médica.
Deve-se ter cuidado na administração do ibuprofeno ou de qualquer outro agente analgésico e antipirético em pacientes desidratados
ou sob risco de desidratação (com diarreia, vômitos ou baixa ingestão de líquidos), em pacientes com história atual ou prévia de úlcera
péptica, gastrites ou desconforto gástrico e em pacientes que apresentaram ou apresentam reações alérgicas, independente da
gravidade, com agentes analgésicos e antitérmicos.
Uso em idosos - Utilizar com cautela em pacientes idosos, iniciando o tratamento com doses reduzidas. A idade avançada exerce
mínima influência na farmacocinética do ibuprofeno. Alterações relacionadas à idade, na fisiologia renal, hepática e do sistema
nervoso central assim como com orbidades e medicações concomitantes, devem ser consideradas antes do início da terapia com
IBUPROFENO. Em todas as indicações, a dose deve ser ajustada individualmente e a menor dose administrada. Monitoração
cuidadosa e educação do paciente idoso são essenciais.
Uso durante a gravidez e amamentação
A administração de IBUPROFENO não é recomendada durante a gravidez ou a lactação. O uso de AINEs no terceiro trimestre está
associado a malformações cardíacas como fechamento prematuro do ductus arteriosus e prolongamento do trabalho de parto e deverá
ser evitado após a 30 a semana de gestação.
Categoria de risco no primeiro e segundo trimestres da gravidez – B
Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas não há estudos controlados em mulheres grávidas. A prescrição deste
medicamento depende da avaliação do risco/benefício para a paciente.
Categoria de risco no terceiro trimestre da gravidez – D
Este medicamento demonstrou evidências positivas de risco fetal humano. A prescrição deste medicamento depende da avaliação do
risco/benefício para a paciente.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Durante o período de aleitamento materno ou doação de leite humano, só utilize medicamentos com o conhecimento do seu
médico ou cirurgião-dentista, pois alguns medicamentos podem ser excretados no leite humano, causando reações indesejáveis
Interações medicamento-medicamento
O uso do ibuprofeno e de outros analgésicos e antipiréticos concomitantemente com corticosteroides aumenta o risco de úlceras
gástricas. O uso concomitante de medicamentos à base de furosemida e tiazídicos diminui o efeito diurético dessas drogas. O uso do
produto concomitantemente com medicamentos à base de probenecida aumentará o efeito terapêutico do ibuprofeno. Durante a terapia
como ibuprofeno, deve-se evitar a administração de hormônios tireoidianos. O ibuprofeno pode aumentar o efeito dos anticoagulantes
orais (heparina), a concentração sanguínea de lítio e a atividade antiagregante plaquetária, desaconselhando-se, portanto, a
administração simultânea de ibuprofeno e tais substâncias. O uso concomitante de qualquer AINE com os seguintes fármacos deve ser
evitado, especialmente nos casos de administração crônica: ácido acetilsalicílico, paracetamol, colchicina, iodetos, medicamentos
fotossensibilizantes, outros antiinflamatórios não esteroides, corticosteroides, corticotrofina, uroquinase, hipoglicemiantes orais ou
insulina, anti-hipertensivos e diuréticos, ácido valpróico, plicamicina, sais de ouro, ciclosporina, lítio, probenecida, inibidores da ECA,
agentes anticoagulantes ou trombolíticos, inibidores de agregação plaquetária, cardiotônicos digitálicos, digoxina e metotrexato.
Interação medicamento-exame laboratorial.
Poderá ocorrer diminuição dos níveis de hemoglobina e do hematócrito. Se houver sangramento gastrintestinal devido ao uso do
ibuprofeno, haverá positividade na pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Poderá causar diminuição da glicemia. Não existe interferência conhecida com outros exames.
Conservar à temperatura ambiente (15 à 30°C). Proteger da luz e manter em lugar seco.
Validade do medicamento: 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
IBUPROFENO 100mg/mL é uma suspensão homogênea, de cor branca, com sabor e odor de frutas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
USO ORAL
Agite antes de usar.
Não precisa diluir.
IBUPROFENO Gotas 100mg/mL
A posologia recomendada para crianças a partir de 6meses de idade é de 1 gota/kg de peso, em intervalos de 8 a 6 horas, ou seja, de 3
a 4 vezes ao dia, não excedendo a dose máxima recomendada de 20 gotas/dose.
Pacientes pediátricos com mais de 30Kg não devem exceder a dose máxima de 20 gotas/dose.
Para adultos, a posologia recomendada pode variar de 200mg (20 gotas) a 800mg (80 gotas), não devendo exceder a dose máxima
recomendada diária de 3.200mg, podendo ser repetida por, no máximo, 4 vezes em um período de 24 horas.
Tabela 1. Posologia recomendada, para crianças a partir de 6 meses de idade, de acordo com o peso (administração de, no máximo, 4
vezes ao dia).
Peso (Kg) 100mg/mL
Febre baixa (< 39ºC) Febre alta (≥ 39ºC)
5 Kg 3 gotas 5 gotas
6 Kg 3 gotas 6 gotas
7 Kg 4 gotas 7 gotas
8 Kg 4 gotas 8 gotas
9 Kg 5 gotas 9 gotas
10 Kg 5 gotas 10 gotas
11 Kg 6 gotas 11 gotas
12 Kg 6 gotas 12 gotas
13 Kg 7 gotas 13 gotas
14 Kg 7 gotas 14 gotas
15 Kg 8 gotas 15 gotas
16 Kg 8 gotas 16 gotas
17 Kg 9 gotas 17 gotas
18 Kg 9 gotas 18 gotas
19 Kg 10 gotas 19 gotas
20 Kg 10gotas 20 gotas
21 Kg 11 gotas 20 gotas
22 Kg 11 gotas 20 gotas
23 Kg 12 gotas 20 gotas
24 Kg 12 gotas 20 gotas
25 Kg 13gotas 20 gotas
26 Kg 13 gotas 20 gotas
27 Kg 14 gotas 20 gotas
28 Kg 14 gotas 20 gotas
29 Kg 15 gotas 20 gotas
30 Kg 15 gotas 20 gotas
31 Kg 16 gotas 20 gotas
32 Kg 16 gotas 20 gotas
33 Kg 17 gotas 20 gotas
34 Kg 17 gotas 20 gotas
35 Kg 18 gotas 20 gotas
36 Kg 18 gotas 20 gotas
37 Kg 19 gotas 20 gotas
38 Kg 19 gotas 20 gotas
39 Kg 20 gotas 20 gotas
40 Kg 20 gotas 20 gotas
Ao classificar a frequência das reações, utilizamos os seguintes parâmetros:
Reação muito comum (>1/10).
Reação comum (>1/100 e <1/10).
Reação incomum (>1/1.000 e <1/100).
Reação rara (>1/10.000 e <1.000).
Reação muito rara (<1/10.000).
Reações comuns:
Sistema nervoso central: tontura.
Pele: “rash” cutâneo.
Sistema gastrintestinal: epigastralgia; náuseas.
Reações incomuns:
Pele: prurido.
Sistema gastrintestinal: dispepsia; obstipação intestinal; anorexia; vômitos; diarreia; flatulência.
Sistema geniturinário: retenção de sódio e água.
Sistema nervoso central: cefaleia; irritabilidade; zumbido.
Reações raras:
Pele: alergia; eritema multiforme; necrólise epidérmica tóxica; síndrome de Stevens-Johnson; urticária; síndrome “lupus-like”; doença
do soro; equimoses; fotosensibilidade.
Sistema nervoso central: depressão; ansiedade; meningite asséptica; confusão mental; alucinações; alterações de humor; insônia.
Sistema nervoso periférico: parestesia.
Sistema gastrintestinal: icterícia; úlcera esofágica; úlcera péptica gástrica; úlcera duodenal; hepatite medicamentosa; pancreatite
aguda; sangramento digestivo.
Sistema geniturinário: insuficiência renal; necrose tubular aguda; necrose de papila renal; cistite; hematúria; poliúria.
Sangue: anemia hemolítica; pancitopenia; hipoplasia medular; anemia; trombocitopenia; leucopenia; agranulocitose; eosinofilia.
Visão: diplopia; redução de acuidade visual; hiperemia ocular; xeroftalmia.
Ouvido, nariz e garganta: diminuição da acuidade auditiva; inflamação da mucosa nasal; epistaxe; edema de glote; xerostomia.
Sistema cardiovascular: aumento de pressão arterial; infarto agudo do miocárdio; arritmia cardíaca; taquicardia; palpitações;
insuficiência cardíaca congestiva; acidente vascular cerebral; vasculite.
Sistema respiratório: broncoespasmo; sibilância; dispneia; dor torácica.
Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificação em Vigilância Sanitária NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.