Bula do Iquego-Lamivudina + Zidovudina produzido pelo laboratorio Indústria Química do Estado de Goiás S/a - Iquego
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA
IQUEGO - INDÚSTRIA QUÍMICA DO
ESTADO DE GOIÁS S.A.
Comprimido revestido 150 mg + 300 mg
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(PORTARIA 344/98 LISTA C4)
LEIA ESTA BULA ATENTAMENTE ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
lamivudina + zidovudina
APRESENTAÇÃO
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é apresentado em embalagem que contém 60 comprimidos revestidos.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 14KG)
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
lamivudina ...................................................................... 150 mg
zidovudina ...................................................................... 300 mg
Excipientes* q.s.p. .......................................................... 1 comprimido
* Excipientes: amidoglicolato de sódio, celulose microcristalina, povidona (PVP K30), estearato de magnésio, dióxido de silício,
opadry white, etilcelulose, álcool etílico e água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é indicado para tratamento da infecção por HIV.
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA reduziu em 50% a quantificação sérica do RNA-HIV de 94% dos pacientes.
Referência: ERON, JJ, et al. Treatment with lamivudine, zidovudine, or both in HIV-positive patients with 200 to 500 CD4+ cells
per cubic millimeter. North American HIV Working Party. N Engl J Med, 333(25): 1662-1669, 1995.
Propriedades farmacodinâmicas
Mecanismos de ação
A lamivudina e a zidovudina são análogas de nucleosídeos e potentes inibidores seletivos de HIV-1 e HIV-2.
A lamivudina tem se mostrado altamente sinérgica com a zidovudina na inibição da replicação do HIV em culturas celulares.
Os dois fármacos são metabolizados sequencialmente pelas quinases intracelulares nas respectivas formas ativas de 5’-trifosfato
(TP). A lamivudina-TP e a zidovudina-TP são substratos e inibidores competitivos da transcriptase reversa do HIV. Entretanto, sua
principal atividade antiviral se dá pela incorporação da forma monofosfato na cadeia do DNA viral, o que resulta na finalização da
cadeia de ácido nucleico e na interrupção do ciclo de replicação viral. Os trifosfatos de lamivudina e zidovudina mostram atividade
significativamente menor nas polimerases do DNA das células hospedeiras.
In vitro, a lamivudina demonstra baixa citotoxicidade em linfócitos sanguíneos periféricos, em linhas celulares estabelecidas de
linfócitos e de monócitos-macrófagos e em uma variedade de células progenitoras da medula óssea in vitro. Portanto, a lamivudina
tem, in vitro, alto índice terapêutico.
Efeitos farmacodinâmicos
A resistência do HIV-1 à lamivudina envolve o desenvolvimento de uma alteração de aminoácidos em M184V próxima ao sítio de
ação da transcriptase reversa (TR) viral. Essa variante aparece tanto in vitro quanto em pacientes infectados por HIV-1 sob
tratamento antirretroviral que contém lamivudina. Os mutantes M184V exibem suscetibilidade muito reduzida à lamivudina e
mostram diminuição da capacidade de replicação viral in vitro. Estudos in vitro indicam que isolados de vírus resistentes à
zidovudina podem se tornar sensíveis quando simultaneamente adquirem resistência à lamivudina. A relevância clínica desses
achados, no entanto, ainda não está bem definida.
A resistência cruzada conferida pela TR de M184V é limitada dentro da classe de inibidores de nucleosídeos dos agentes
antirretrovirais. A zidovudina e a estavudina mantêm sua atividade antirretroviral contra o HIV-1 resistente à lamivudina. O
abacavir mantém sua atividade antirretroviral contra o HIV-1 resistente à lamivudina que contém apenas a mutação M184V. O
mutante TR M184V apresenta redução < 4 vezes na suscetibilidade à didanosina e à zalcitabina. A relevância clínica desses achados
é desconhecida.
A resistência aos análogos da timidina (entre eles a zidovudina) está bem caracterizada e é conferida pelo acúmulo gradual de até
seis mutações específicas da transcriptase reversa do HIV nos códons 41, 67, 70, 210, 215 e 219. Os vírus adquirem resistência
fenotípica aos análogos da timidina através da combinação de mutações dos códons 41 e 215 ou pelo acúmulo de pelo menos quatro
das seis mutações. Essas mutações de análogos da timidina por si só não causam alto nível de resistência cruzada a nenhum dos
outros nucleosídeos, permitindo o uso posterior de qualquer dos demais inibidores da transcriptase reversa aprovados.
Dois padrões de mutação de resistência a múltiplos fármacos, o primeiro caracterizado por mutações da transcriptase reversa do
HIV nos códons 62, 75, 77, 116 e 151 e o segundo, que envolve tipicamente uma mutação T69S e uma inserção de pares de seis
bases na mesma posição, resultam em resistência fenotípica ao AZT, bem como aos outros inibidores da transcriptase reversa
análogos de nucleosídeos. Qualquer um desses dois padrões de mutação de resistência a múltiplos nucleosídeos limita gravemente
futuras opções terapêuticas.
Em estudos clínicos, a combinação da zidovudina com a lamivudina tem demonstrado redução da carga viral do HIV-1 e aumento
da contagem de células CD4. Dados clínicos indicam que a combinação da lamivudina com a zidovudina, isoladamente ou em
combinação com regimes terapêuticos que contêm zidovudina, resulta em redução significativa do risco de progressão da doença e
de mortalidade. Separadamente, a terapia com lamivudina e zidovudina tem produzido isolados clínicos de HIV que demonstram
sensibilidade reduzida in vitro ao análogo de nucleosídeo ao qual foram expostos. Além disso, há evidências clínicas, in vivo, de que
a lamivudina, associada a zidovudina, retarda o aparecimento de resistência a zidovudina em indivíduos que não receberam terapia
antirretroviral prévia.
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Os testes de suscetibilidade in vitro não foram padronizados, e os resultados podem variar de acordo com fatores metodológicos. A
relação entre a suscetibilidade in vitro do HIV à lamivudina e/ou à zidovudina e a resposta clínica ao tratamento continuam sendo
investigadas.
A lamivudina e a zidovudina têm sido amplamente usadas como componentes do tratamento antirretroviral combinado com outros
agentes antirretrovirais da mesma classe (inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos) ou de classes diferentes
(inibidores da protease e inibidores da transcriptase reversa não análoga de nucleosídeos).
Múltiplos esquemas de tratamento antirretroviral que contêm lamivudina demonstraram ser eficazes em pacientes não submetidos a
tratamento antirretroviral anterior, bem como naqueles que apresentam vírus que contêm as mutações M184V.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A lamivudina e a zidovudina são bem absorvidas pelo trato gastrintestinal. Nos adultos, a biodisponibilidade após administração
oral da lamivudina é de aproximadamente 80% a 85% e a da zidovudina é de cerca de 60% a 70%.
Um estudo sobre bioequivalência comparou IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA, lamivudina em comprimidos de 150 mg
e zidovudina em comprimidos de 300 mg em administração conjunta. Também se estudou o efeito dos alimentos sobre a velocidade
e a extensão da absorção. IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA mostrou-se bioequivalente a lamivudina 150 mg e a
zidovudina 300 mg em administração de comprimidos separados a indivíduos em jejum. Após a administração de IQUEGO-
LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA, os valores de Cmáx da lamivudina e da zidovudina (intervalo de confiança de 95%) são de 1,5
(1,3-1,8) μg/mL e de 1,8 (1,5-2,2) μg/mL respectivamente. Os valores médios de Tmáx são de 0,75 (0,50-2,00) horas e de 0,50 (0,25-
2,00) horas respectivamente. Há similaridade na extensão da absorção (AUC) das duas drogas, assim como na meia-vida estimada
após o uso de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA , entre a administração feita com alimentos e a feita em jejum, apesar de
a velocidade de absorção (Cmáx e Tmáx) estar reduzida quando as drogas são ingeridas em jejum. Com base nesses dados, concluiu-se
que IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA pode ser administrado com ou sem alimentos. Não se espera que a administração
dos comprimidos macerados, misturados com líquidos ou com uma pequena porção de comida pastosa tenha impacto na
característica farmacêutica de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA; portanto, tampouco se espera alteração do efeito
clínico. Essa conclusão se baseia nas características físico-químicas e farmacocinéticas do ingrediente ativo e no comportamento da
dissolução in vitro dos comprimidos de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA em água, assumindo-se que o paciente macere
e transfira 100% do comprimido (ou a metade do comprimido) e o degluta imediatamente.
Distribuição
Estudos feitos com lamivudina e zidovudina em administração intravenosa mostraram que os volumes aparentes médios de
distribuição foram de 1,3 e 1,6 L/kg respectivamente. A lamivudina apresenta farmacocinética linear na faixa de dose terapêutica e
demonstra limitada ligação à principal proteína plasmática, a albumina (<36% da albumina sérica in vitro). A ligação da zidovudina
às proteínas plasmáticas é de 34% a 38%. Portanto, não se esperam interações medicamentosas por deslocamento do sítio de ligação
com IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA . Os dados demonstram que a lamivudina e a zidovudina penetram no sistema
nervoso central (SNC) e alcançam o fluido cerebroespinhal (CSF). A razão média das concentrações liquóricas/séricas 2 a 4 horas
após a administração oral da lamivudina foi de 0,12; a da zidovudina, de 0,5. A verdadeira extensão da penetração da lamivudina no
SNC e sua relação com a eficácia clínica são desconhecidas.
Metabolismo
O metabolismo da lamivudina é uma via de eliminação de menor importância. Esse fármaco é predominantemente eliminado por
excreção renal como droga inalterada. A probabilidade de interações medicamentosas metabólicas com a lamivudina é pequena em
razão de seu baixo grau de metabolização hepática (5% a 10%) e de sua reduzida ligação plasmática.
O 5’-glicuronídeo da zidovudina constitui-se no principal metabólito existente no plasma e na urina, é responsável por
aproximadamente 50% a 80% da dose administrada, e sua eliminação se dá por via renal. A 3’-amino-3’-deoxitimidina (AMT) tem
sido identificada como metabólito da zidovudina após administração intravenosa.
Eliminação
A meia-vida de eliminação observada da lamivudina varia de 5 a 7 horas. O clearance sistêmico médio é de aproximadamente 0,32
L/h/kg, com clearance predominantemente renal (>70%) através do sistema de transporte catiônico orgânico.
Em estudos sobre a zidovudina em administração intravenosa, a meia-vida plasmática terminal média foi de 1,1 horas e o clearance
sistêmico médio de 1,6 L/h/kg. O clearance renal da zidovudina é estimado em 0,34 L/h/kg, o que indica filtração glomerular e
secreção tubular ativa pelos rins.
Pacientes com insuficiência renal
Estudos com pacientes que apresentam comprometimento renal demonstraram que a eliminação da lamivudina é afetada por essa
disfunção devido ao decréscimo do clearance renal. Uma redução de dose é necessária para os pacientes que apresentam clearance
de creatinina menor que 50 mL/min. A concentração da zidovudina também parece aumentada nos pacientes com insuficiência renal
avançada.
Pacientes com insuficiência hepática
Os dados limitados sobre pacientes com cirrose sugerem que pode ocorrer acúmulo da zidovudina com a diminuição da
glicuronidação. Em casos de insuficiência hepática grave, talvez seja necessário um ajuste de dose da zidovudina.
Idosos
Não há dados farmacocinéticos disponíveis sobre pacientes com mais de 65 anos de idade.
Crianças
Nas crianças com idade superior a 5 ou 6 meses, o perfil farmacocinético da zidovudina é semelhante ao observado em adultos. A
droga é bem absorvida no intestino, e em todos os regimes posológicos estudados, em adultos e crianças, a biodisponibilidade foi de
60% a 74%, com média de 65%. Os níveis de Cssmáx foram de 4,45 μM (1,19 μg/mL) após uma dose de 120 mg de zidovudina (em
solução) por m2
da área de superfície corporal e de 7,7 μM (2,06 μg/mL) com 180 mg/m2 da área de superfície corporal. Doses de
180 mg/m2
(quatro vezes por dia) administradas em crianças originaram exposição sistêmica semelhante (AUC de 24 horas de 40,0 h
μM ou 10,7 h μg/mL) à observada com doses de 200 mg (seis vezes por dia) administradas em adultos (40,7 h μM ou 10,9 h
μg/mL).
Avaliou-se, em seis crianças de 2 a 13 anos de idade portadoras do HIV, a farmacocinética plasmática da zidovudina enquanto os
pacientes recebiam 120 mg/m2
desse fármaco (três vezes por dia), novamente avaliada após a troca de dosagem para 180 mg/m2
(duas vezes por dia). A exposição sistêmica (AUC diária e Cmáx) no plasma com o regime de duas vezes por dia foi equivalente à
obtida com a mesma dose diária total dividida em três partes.
De modo geral, a farmacocinética da lamivudina nos pacientes pediátricos é semelhante à dos adultos. No entanto, a
biodisponibilidade absoluta (de aproximadamente 55% a 65%) se reduziu nos pacientes com menos de 12 anos. Além disso, os
valores da depuração sistêmica foram superiores nos pacientes pediátricos mais novos e diminuíram com a idade, aproximando-se
dos valores dos adultos por volta dos 12 anos. Devido a essas diferenças, a dose recomendada de lamivudina para crianças (com
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idade superior a 3 meses e peso inferior a 30 kg) é de 4 mg/kg duas vezes por dia. Essa dose deve atingir AUC0-12 média da ordem de
3.800 a 5.300 ng.h/mL. Dados recentes indicam que a exposição em crianças com menos de 6 anos pode reduzir-se cerca de 30%
em comparação às outras faixas etárias. Dados adicionais relativos a esse assunto são aguardados. Até o momento os dados
disponíveis não sugerem que a lamivudina seja menos eficaz para essa faixa etária.
Gravidez
A farmacocinética da lamivudina e da zidovudina em gestantes foi semelhante a não-gestantes. Devido a passagem da lamivudina
pela placenta, em humanos, a concentração sérica de lamivudina em recém-nascidos foi semelhante à concentração sérica da mãe e
do cordão umbilical na ocasião do parto. A zidovudina foi medida no plasma e gerou resultados similares aos observados com a
lamivudina.
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA comprimidos é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade previamente
demonstrada à lamivudina, à zidovudina ou a qualquer outro componente da fórmula.
A zidovudina é contraindicada para pacientes com baixa contagem de neutrófilos (<750 células/mm3
) ou baixos níveis de
hemoglobina (<7,5 g/dL ou 4,65 mmol/L); portanto, IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é contraindicado para esses
pacientes (ver o item Advertências e Precauções).
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA comprimidos é também contraindicado para crianças com peso inferior a 14 kg. Esse
grupo de pacientes deve tomar a lamivudina e a zidovudina como formulações separadas de acordo com as indicações do médico.
Este medicamento é contraindicado para uso por crianças com peso inferior a 14 kg.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com baixa contagem de neutrófilos (0,75 x 109
/L) ou baixos níveis
de hemoglobina (<7,5 g/dL ou 4,65 mmol/L).
As precauções e advertências sobre o uso de lamivudina e zidovudina são apresentadas nesta seção. Não existe nenhuma precaução
nem advertência adicional relativa à combinação dos dois medicamentos em IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA.
Recomenda-se administrar preparações isoladas de lamivudina e zidovudina nos casos em que são necessários ajustes de doses.
Nessas circunstâncias, o médico deve usar como referência a prescrição individual desses medicamentos. Os pacientes devem ser
alertados sobre o perigo da automedicação (ver o item Interações Medicamentosas).
É também necessário avisar os pacientes de que o uso de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA não reduz o risco de
transmissão do HIV através da relação sexual ou do sangue e seus derivados. Portanto, deve-se continuar a tomar as precauções
apropriadas.
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA , assim como outras terapias antirretrovirais, não representa a cura da infecção pelo
HIV; portanto, os pacientes podem ainda apresentar os sintomas associados a essa condição, entre eles o aparecimento de infecções
oportunistas. Assim, os pacientes devem continuar sob a observação clínica de médicos experientes no tratamento da infecção pelo
HIV.
Efeitos colaterais hematológicos
Pode-se esperar a ocorrência de anemia, neutropenia e leucopenia (geralmente secundária à neutropenia) nos pacientes que usam
zidovudina. Tais efeitos ocorreram com maior frequência com doses mais altas de zidovudina (de 1.200 a 1.500 mg/dia) em
pacientes com doença avançada causada por HIV e em indivíduos com baixa reserva medular óssea antes do tratamento. Portanto,
deve-se monitorar cuidadosamente os parâmetros hematológicos dos pacientes sob tratamento com IQUEGO-
LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA (ver o item Contraindicações).
Esses efeitos hematológicos, de modo geral, só são observados de quatro a seis semanas após o início do tratamento. Para pacientes
com doença sintomática avançada causada por HIV, comumente se recomenda, nos primeiros três meses de tratamento, a realização
de exames laboratoriais pelo menos a cada duas semanas e, a partir daí, no mínimo mensalmente. Nos indivíduos com infecção por
HIV em fase inicial, os efeitos colaterais hematológicos são infrequentes. Dependendo da condição geral do paciente, os exames
laboratoriais podem ser realizados com menor frequência, a cada três meses, por exemplo. Além disso, talvez sejam necessários
ajustes das doses de zidovudina caso ocorra mielossupressão ou anemia grave durante o tratamento com IQUEGO-
LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA em pacientes com comprometimento preexistente da medula óssea (como hemoglobina <9 g/dL
ou contagem de neutrófilos 1,0 x 109
L). Como não é possível o ajuste das doses de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA ,
devem-se usar preparações isoladas de zidovudina e de lamivudina (ver o item Contraindicações).
Pancreatite
Foram raros os casos de pancreatite em pacientes tratados com lamivudina e zidovudina. Não está claro se tais casos decorreram do
uso desses medicamentos ou de doença subjacente por ação do HIV. Entretanto, é preciso considerar a pancreatite toda vez que o
paciente desenvolver dor abdominal, náuseas e vômitos ou apresentar marcadores bioquímicos elevados. O tratamento com
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA deve ser interrompido até a exclusão do diagnóstico de pancreatite.
Acidose láctica/hepatomegalia grave com esteatose
Houve relatos de acidose láctica e hepatomegalia grave com esteatose (inclusive com casos fatais) no tratamento da infecção pelo
HIV devido ao uso de análogos de nucleosídeos, isoladamente ou em combinação, entre eles a lamivudina e a zidovudina. A maioria
ocorreu em mulheres. Os sinais clínicos indicativos de desenvolvimento de acidose láctica são fraqueza generalizada, anorexia e
perda repentina de peso sem causa aparente, além de sintomas gastrintestinais e respiratórios (dispneia e taquipneia). Deve-se ter
muito cuidado ao administrar IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA a qualquer paciente, particularmente àqueles que
apresentam fatores conhecidos de risco de doenças hepáticas. O tratamento com IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA deve
ser suspenso se o paciente apresentar sintomas clínicos ou laboratoriais sugestivos de acidose láctica ou de hepatotoxicidade (que
incluem hepatomegalia e esteatose mesmo na ausência de elevações significativas das transaminases).
Redistribuição de gordura
Observaram-se, separadamente ou em conjunto, casos de redistribuição e de acúmulo de gordura corporal – que abrangem
obesidade central, alargamento dorsocervical (pescoço de Giba), emagrecimento periférico, emagrecimento da face, aumento das
mamas e níveis elevados de lipídeos séricos e de glicose sanguínea – em alguns pacientes sob terapia combinada com
antirretrovirais (ver o item Reações Adversas).
Embora os fármacos pertencentes à classe dos inibidores da protease e à dos inibidores da transcriptase reversa análogos de
nucleosídeos (ITRN) tenham sido associados a um ou mais desses eventos adversos específicos ligados a uma síndrome comumente
chamada de lipodistrófica, dados indicam a existência de diferenças de risco relativas a cada fármaco, individualmente, das duas
classes terapêuticas.
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Além disso, a síndrome lipodistrófica tem etiologia multifatorial: o estágio da infecção por HIV, a idade avançada e a duração do
tratamento antirretroviral, por exemplo, desempenham funções importantes, possivelmente sinérgicas. As consequências no longo
prazo ainda são desconhecidas.
Os exames clínicos devem incluir avaliações de sinais físicos de redistribuição de gordura. É preciso considerar a quantificação de
lipídeos séricos e de glicose sanguínea, tratando-se os distúrbios lipídicos de forma clínica apropriada.
Síndrome de reconstituição imune
Podem surgir, nos pacientes infectados por HIV com deficiência imune grave na ocasião do início do tratamento antirretroviral
(TAR), reações inflamatórias a infecções oportunistas assintomáticas ou residuais, causando problemas médicos sérios ou o
agravamento dos sintomas. Essas reações foram tipicamente observadas nas primeiras semanas (ou meses) após o início do TAR.
Exemplos relevantes disso são retinite por citomegalovírus, infecções micobacterianas generalizadas e/ou focais e pneumonia por
Pneumocystis jiroveci (P. carinii). Quaisquer sintomas inflamatórios precisam ser avaliados imediatamente, iniciando-se tratamento
quando necessário. Distúrbios autoimunes (como doença de Graves, polimiosite e síndrome de Guillain-Barre) também foram
relatados por ocorrerem na reconstituição imune. Contudo, o tempo de início é variável, e pode ocorrer vários meses após o início
do tratamento e, algumas vezes, podem ter uma apresentação atípica.
Pacientes coinfectados pelo vírus da hepatite B
Estudos clínicos e o uso comercial da lamivudina mostram que alguns pacientes com hepatite crônica pelo vírus B (VHB) podem
desenvolver evidência clínica ou laboratorial de hepatite recorrente quando da interrupção do uso desse fármaco. Isso pode trazer
consequências ainda mais graves para aqueles que apresentam doença hepática descompensada. Se houver interrupção do uso de
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA nos casos de pacientes coinfectados pelo VHB, deve-se levar em consideração a
monitoração periódica dos testes de função hepática e dos marcadores da replicação do VHB.
Pacientes coinfectados pelo vírus da hepatite C
Relatou-se a exacerbação da anemia pelo uso da ribavirina quando a zidovudina faz parte do regime de tratamento do HIV, embora
o mecanismo exato ainda não tenha sido esclarecido. Dessa forma, não se aconselha a coadministração de ribavirina e zidovudina,
devendo-se considerar a substituição da zidovudina em um regime de combinação com TAR caso este já esteja estabelecido. Isso é
particularmente importante no caso de pacientes com histórico de anemia induzida pela zidovudina.
Atenção: o uso incorreto causa resistência do HIV e falha no tratamento.
Carcinogênese e mutagênese
Em estudos de longo prazo sobre carcinogenicidade oral em ratos e camundongos, a lamivudina não mostrou nenhum potencial
carcinogênico.
Em estudos de longo prazo sobre carcinogenicidade oral em ratos e camundongos que receberam zidovudina, observou-se o
surgimento tardio de tumores epiteliais vaginais. Não se detectou nenhum outro tumor relacionado ao uso da zidovudina em nenhum
dos sexos e em nenhuma das espécies. Um estudo subsequente sobre carcinogenicidade intravaginal confirmou a hipótese de que os
tumores vaginais resultaram da exposição local prolongada do epitélio vaginal das fêmeas roedoras a elevadas concentrações de
zidovudina não metabolizada na urina. O valor preditivo para os seres humanos dos estudos sobre carcinogenicidade feitos com
roedores é incerto. Assim, o significado clínico desses achados é pouco claro.
Além disso, realizaram-se dois estudos sobre carcinogenicidade transplacentária em camundongos. Em um deles, feito pelo National
Cancer Institute dos Estados Unidos, a zidovudina foi administrada, nas doses máximas toleradas, as fêmeas de camundongo
prenhes entre os dias 12 e 18 da gestação. Um ano após o parto, houve aumento da incidência de tumores de pulmão, fígado e trato
reprodutivo da prole exposta ao maior nível de dose (420 mg/kg/peso corporal no final da gestação).
No segundo estudo, os camundongos receberam zidovudina em doses de até 40 mg/kg por 24 meses, e a exposição teve início antes
do nascimento, no décimo dia de gestação. Os achados relacionados ao tratamento se limitaram a tumores epiteliais vaginais de
surgimento tardio, que mostraram incidência e momento de início similares aos do estudo padrão sobre carcinogenicidade oral.
Assim, o segundo estudo não forneceu evidências de que a zidovudina agiria como carcinógeno transplacentário.
Concluiu-se que os dados sobre carcinogenicidade transplacentária do primeiro estudo indicam risco hipotético, enquanto a redução
do risco de transfecção materna do HIV para o feto não infectado devido ao uso da zidovudina na gravidez é bem comprovada.
A lamivudina e a zidovudina não são mutagênicas em testes bacterianos, mas, como muitos análogos de nucleosídeos, mostram
atividade in vitro em testes com mamíferos, como no de linfoma em camundongos. A lamivudina não demonstrou nenhuma
atividade genotóxica em estudos in vivo com doses que produziram concentrações plasmáticas até 40 ou 50 vezes superiores às
concentrações plasmáticas clínicas. Como a atividade mutagênica da lamivudina in vitro não pôde ser confirmada em testes in vivo,
concluiu-se que seu uso não representa risco de genotoxicidade para pacientes submetidos a tratamento.
A zidovudina mostrou efeitos clastogênicos, com doses repetidas, em um teste oral feito com micronúcleos de camundongos.
Observou-se que os linfócitos do sangue periférico de pacientes com AIDS que receberam tratamento com zidovudina continham
maior número de quebras cromossômicas. Um estudo piloto demonstrou que a zidovudina se incorpora ao DNA nuclear dos
leucócitos de adultos, inclusive de mulheres grávidas que receberam esse fármaco no tratamento da infecção pelo HIV-1 ou na
prevenção da transmissão viral de mãe para filho. A zidovudina também se incorporou ao DNA dos leucócitos do sangue do cordão
umbilical de bebês cujas mães foram tratadas com esse fármaco. As implicações clínicas desses achados são desconhecidas.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e de operar máquinas - Até o momento não há estudos sobre o efeito da
lamivudina ou da zidovudina na capacidade de dirigir veículos e de operar máquinas. Além disso, não é possível prever efeitos
negativos sobre essas atividades com base na farmacologia das substâncias ativas. No entanto, o estado clínico do paciente e o perfil
dos efeitos adversos da lamivudina e da zidovudina devem ser considerados na análise da capacidade do paciente de dirigir veículos
e de operar máquinas.
Gravidez e lactação
A segurança do uso da lamivudina na gestação de seres humanos ainda não foi estabelecida. Já a administração da zidovudina a
mulheres grávidas, além do tratamento subsequente do recém-nascido, tem demonstrado redução da taxa de transmissão do HIV da
mãe para o feto. Entretanto, não existe nenhum dado semelhante sobre a lamivudina. Tanto esta quanto a zidovudina têm a
capacidade de atravessar a barreira placentária. Embora estudos sobre reprodução animal não sejam preditivos da resposta humana,
a administração de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA não é recomendável nos primeiros três meses de gravidez, a menos
que o benefício para a mãe supere o possível risco para o feto.
Com base nos achados de carcinogenicidade e mutagenicidade da zidovudina em estudos com animais, não se pode excluir o risco
de carcinogenicidade para os seres humanos. A importância desses achados para bebês infectados e não infectados expostos à
zidovudina é desconhecida. Contudo, as mulheres grávidas que fazem uso de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA devem
ser informadas a respeito deles.
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Observaram-se, em bebês e crianças expostos a ITRN durante a gestação ou no parto, pequenos aumentos temporários dos níveis
sanguíneos de lactato sérico, que podem ser causados por disfunção mitocondrial. A relevância clínica desses aumentos é
desconhecida. Além disso, houve relatos muito raros de retardo do desenvolvimento, crises convulsivas e outros distúrbios
neurológicos. Entretanto, não se pode estabelecer relação causal entre esses eventos e a exposição a ITRN na gravidez ou no parto.
Esses achados não afetam as atuais recomendações de uso da terapia antirretroviral em mulheres grávidas como prevenção da
transmissão vertical do HIV.
Alguns especialistas recomendam que as mulheres infectadas pelo HIV não amamentem seus filhos para evitar a transmissão do
vírus. Em situações em que o uso de fórmulas infantis não é viável e o aleitamento materno durante o tratamento antirretroviral for
considerado, devem ser seguidos os guias locais para amamentação e tratamento.
Em um estudo, após administração oral repetida de lamivudina 150 mg duas vezes ao dia (em combinação a 300 mg de zidovudina
duas vezes ao dia) ou 300 mg de lamivudina duas vezes ao dia, esta foi eliminada no leite materno humano (0,5 a 8,2
microgramas/mL) em concentrações semelhantes às encontradas no soro. Enquanto, após administração de dose única de 200 mg de
zidovudina em mulheres infectadas por HIV, a concentração média de zidovudina foi semelhante às encontradas no leite materno e
soro. Em outros estudos, após a administração oral repetida de 150 mg de lamivudina (em combinação a 300 mg de zidovudina ou
em uma associação em dose fixa) e 300 mg de zidovudina duas vezes ao dia (como agente único ou em uma associação em dose
fixa), a proporção soro: leite materno variou entre 0,4 e 3,2 para zidovudina, e 0,6 e 3,3 para lamivudina. A concentração média de
lamivudina no soro infantil variou entre 18 e 28 ng/mL e não foi detectável em um dos estudos (ensaio de sensibilidade 7 ng/mL).
Em outro estudo, a concentração média de zidovudina no soro infantil foi de 24 ng/mL. Não foram avaliados os níveis intracelulares
de trifosfato de lamivudina e trifosfato de zidovudina (metabólitos ativos da lamivudina e zidovudina, respectivamente) em crianças
pós-amamentação. Portanto, a relevância clínica da concentração sérica dos compostos mensurados nas mães é desconhecida.
Fertilidade
Não existem dados que indiquem que a lamivudina e a zidovudina afetam a fertilidade das mulheres. Nos homens, a zidovudina não
demonstrou afetar a contagem, a morfologia nem a motilidade dos espermatozoides.
Categoria C de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas, ou que estejam amamentando, sem orientação médica ou
cirurgião-dentista.
Pacientes idosos
Não há nenhum dado específico disponível sobre esses pacientes. Entretanto, recomendam-se cuidados especiais para essa faixa
Considerando-se que IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA contém lamivudina e zidovudina, qualquer interação
identificada desses agentes, individualmente, pode ocorrer com seu uso.
As interações listadas abaixo não devem ser consideradas excessivas, e sim representativas das classes de drogas com relação às
quais são necessários alguns cuidados.
Interações relevantes com a lamivudina:
A probabilidade de interações metabólicas com a lamivudina é baixa não apenas por seu limitado metabolismo e sua ligação à
proteína plasmática como também por ser eliminada principalmente pelos rins de forma inalterada.
A lamivudina é predominantemente eliminada por secreção catiônica orgânica ativa. Deve-se considerar a possibilidade de
interações com outros medicamentos administrados em concomitância, particularmente quando o principal meio de eliminação for a
secreção renal ativa via sistema de transporte catiônico orgânico, como ocorre com a trimetoprima. Outras substâncias ativas (como
a ranitidina e a cimetidina) são eliminadas apenas parcialmente por esse mecanismo e não parecem interagir com a lamivudina.
É improvável que as substâncias ativas, excretadas predominantemente pela via aniônica orgânica ativa ou por filtração glomerular
produzam interações clínicas significativas com a lamivudina.
trimetoprima: a administração de trimetoprima/sulfametoxazol (160 mg/800 mg) causa aumento de 40% da exposição à
lamivudina por causa do componente trimetoprima. Entretanto, a menos que o paciente tenha comprometimento renal, não é
necessário nenhum ajuste de dose da lamivudina (ver o item Posologia e Modo de Usar). Esse fármaco não tem efeito sobre a
farmacocinética da trimetoprima nem do sulfametoxazol. Não se estudou o efeito da coadministração da lamivudina com doses
maiores de trimetoprima/sulfametoxazol, usados no tratamento da pneumonia por Pneumocystis jiroveci (P. carinii) e da
toxoplasmose.
zalcitabina: a lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular da zalcitabina quando os dois medicamentos são usados
concomitantemente. Portanto, não é recomendável usar IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA em combinação com
zalcitabina.
entricitabina: a lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular da entricitabina quando os dois produtos são administrados
concomitantemente. Além disso, o mecanismo de resistência viral tanto para a lamivudina quanto para entricitabina é mediado
através de mutação no mesmo gene da transcriptase reversa viral (M184V) e, consequentemente, a eficácia terapêutica desta
combinação pode ser limitada. Assim, não é recomendado o uso de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA em combinação
com entricitabina.
Interações relevantes com a zidovudina:
A zidovudina é principalmente eliminada por conjugação hepática com um metabólito glicuronidato inativo. As substâncias ativas
eliminadas principalmente por esse metabolismo, em especial por glicuronidação, costumam ter potencial para inibir o metabolismo
da zidovudina.
atovaquona: a zidovudina não parece afetar a farmacocinética da atovaquona. Entretanto, dados sobre farmacocinética mostraram
que a atovaquona parece reduzir a taxa de metabolismo da zidovudina ao seu metabólito glicuronídeo (em jejum a AUC da
zidovudina aumentou 33% e a Cmáx do glicuronídeo reduziu-se 19%). Observou-se, com doses diárias de 500 ou 600 mg de
zidovudina, que seria improvável um curso de tratamento de três semanas concomitante com o uso da atovaquona para que a PCP
aguda resultasse no aumento da incidência de reações adversas atribuídas às concentrações plasmáticas maiores da zidovudina.
Deve-se ter a cautela de monitorar pacientes sob tratamento prolongado com atovaquona.
claritromicina: os comprimidos de claritromicina reduzem a absorção da zidovudina. Isso pode ser evitado administrando-se os
medicamentos com pelo menos 2 horas de intervalo.
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lamivudina: a coadministração da zidovudina e da lamivudina resulta no aumento de 13% da exposição à zidovudina e de 28% dos
níveis plasmáticos máximos. No entanto, a exposição global (AUC) não se altera significativamente. Esse aumento não é
considerado significativo para a segurança do paciente; portanto, não é necessário nenhum ajuste de dose. A zidovudina não tem
efeito sobre a farmacocinética da lamivudina.
fenitoína: os níveis plasmáticos da fenitoína se revelaram baixos em alguns pacientes sob tratamento com a zidovudina. No caso de
um paciente, porém, esse nível foi elevado. Tais observações sugerem que as concentrações da fenitoína devem ser cuidadosamente
monitoradas nos indivíduos que recebem IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA e fenitoína.
probenecida: dados limitados sugerem que a probenecida aumenta a meia-vida e a AUC de concentração plasmática da zidovudina
pela diminuição da glicuronidação. A excreção renal do glicuronídeo (e possivelmente da própria zidovudina) se reduz na presença
da probenecida.
rifampicina: dados limitados sugerem que a coadministração da zidovudina e da rifampicina diminui a AUC da zidovudina em
48% ± 34%. Contudo, o significado clínico desse achado é desconhecido.
estavudina: a zidovudina pode inibir a fosforilação intracelular da estavudina quando as duas drogas são usadas
concomitantemente. A estavudina, portanto, não deve ser utilizada em combinação com IQUEGO-
LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA .
Diversas: outras drogas, que abrangem (mas não se limitam) aspirina, codeína, morfina, metadona, indometacina, cetoprofeno,
naproxeno, oxazepam, lorazepam, cimetidina, clofibrato, dapsona e isoprinosina, podem alterar o metabolismo da zidovudina
porque inibem de forma competitiva a glicuronidação ou inibem diretamente o metabolismo microssômico hepático. Devem-se
tomar cuidados especiais em relação à possibilidade de haver interações medicamentosas com IQUEGO-
LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA antes de utilizar tais drogas, particularmente em tratamentos crônicos.
O tratamento concomitante, em especial o agudo, com drogas potencialmente nefrotóxicas ou mielossupressoras (como pentamidina
sistêmica, dapsona, pirimetamina, trimetoprima/sulfametoxazol, anfotericina, flucitosina, ganciclovir, interferona, vincristina,
vimblastina e doxorrubicina) também pode aumentar o risco de reações adversas à zidovudina. Caso seja necessário o tratamento
concomitante de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA com qualquer dessas drogas, deve-se tomar cuidados extras na
monitoração da função renal e dos parâmetros hematológicos. Se for preciso, deve-se reduzir a dose de um ou mais medicamentos.
Como alguns dos pacientes tratados com IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA talvez continuem a apresentar infecções
oportunistas, deve-se considerar o uso concomitante de terapia antimicrobiana profilática. Essa profilaxia pode incluir
trimetoprima/sulfametoxazol, pentamidina aerolisada, pirimetamina e aciclovir. Alguns dados limitados obtidos de estudos clínicos
não indicam aumento significativo do risco de reações adversas à zidovudina devido ao uso desses medicamentos.
Cuidados de armazenamento
Mantenha este medicamento na embalagem original e em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC).
Número de lote e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico/características organolépticas
Comprimido revestido em formato circular cor branca ao marfim.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Modo de usar
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA pode ser administrado com ou sem alimentos.
Para garantir a administração da dose completa, deve-se deglutir o comprimido preferencialmente sem amassá-lo. Se tiver
dificuldade de engolir os comprimidos, o paciente pode macerá-los e misturá-los com líquidos ou uma pequena porção de comida
semissólida (pastosa), ingerindo-os imediatamente (ver, em Características Farmacológicas, o item Propriedades Farmacocinéticas).
Posologia
O tratamento com IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA deve ser iniciado e monitorado por um médico com experiência na
terapia da infecção por HIV.
Adultos e adolescentes com pelo menos 30 kg
A dose recomendada de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é de um comprimido duas vezes ao dia.
Crianças com 21 a 30 kg
A dose recomendada de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é a metade de um comprimido pela manhã e um comprimido
inteiro no final da tarde.
Crianças com 14 a 21 kg
A dose recomendada de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é a metade de um comprimido duas vezes ao dia.
Crianças com menos de 14 kg
Para crianças com peso inferior a 14 kg, a lamivudina e a zidovudina devem ser administradas como formulações separadas de
acordo com as indicações do médico.
Se houver indicação clínica de redução da dose de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA ou se um dos componentes do
produto (lamivudina ou zidovudina) necessitar de redução ou interrupção, recomendam-se preparações isoladas de lamivudina e de
zidovudina em cápsulas e/ou solução oral.
Disfunção renal
São necessários ajustes de dose da lamivudina para pacientes com clearance de creatinina <50 mL/min (ver, em Características
Farmacológicas, o item Propriedades Farmacocinéticas). Portanto, recomenda-se a administração de preparações isoladas de
lamivudina e zidovudina para esses pacientes.
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Disfunção hepática
Podem ser necessários ajustes de dose da zidovudina para pacientes com comprometimento hepático (ver, em Características
lamivudina e zidovudina para pacientes com disfunção hepática grave.
Ajustes de dose para pacientes com reações adversas hematológicas
Podem ser necessários ajustes de dose da zidovudina se o nível de hemoglobina cair a menos de 9 g/dL (5,59 mmol/L) ou se a
contagem de neutrófilos ficar abaixo de 1,0 x 109
/L (ver os itens Contraindicações e Advertências e Precauções). Considerando-se
que não é possível ajustar as doses de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA , devem-se administrar preparações isoladas de
zidovudina e lamivudina.
Pacientes idosos
Não há nenhum dado específico disponível. Entretanto, recomendam-se cuidados especiais para essa faixa etária em razão das
alterações relacionadas à idade, como diminuição da função renal e mudanças dos parâmetros hematológicos.
Profilaxia pós-exposição
Diretrizes reconhecidas internacionalmente recomendam que, após exposição acidental a sangue infectado por HIV (perfuração por
agulha, por exemplo), deve-se administrar imediatamente (em 1 ou 2 horas) uma combinação de zidovudina e lamivudina. Em casos
de maior risco de infecção, deve-se acrescentar a esse tratamento um inibidor da protease. Recomenda-se que a profilaxia
antirretroviral continue por quatro semanas. Não se realizou nenhum estudo clínico sobre profilaxia pós-exposição não acidental, e
são limitados os dados que possam corroborar essa conduta. Apesar da pronta instituição de tratamento com agentes antirretrovirais,
pode ocorrer soroconversão.
Este medicamento não deve ser mastigado.
Houve relatos de eventos adversos durante tratamento de doença causada por HIV com lamivudina e zidovudina (separadamente ou
em combinação). Não está claro se muitos desses eventos se relacionam à lamivudina, à zidovudina ou à grande quantidade de
fármacos utilizados no controle da infecção por HIV ou ainda se são decorrentes do processo patológico subjacente. Como
IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA contém zidovudina e lamivudina, pode-se esperar as reações adversas listadas abaixo,
de diferentes tipos e níveis de gravidade, associadas a cada composto. Não existe evidência de toxicidade adicional após a
administração concomitante dos dois fármacos.
As reações adversas estão classificadas de acordo com a frequência, segundo a qual uma reação pode ser: muito comum (>1/10),
comum (>1/100 e <1/10), incomum (>1/1.000 e <1/100), rara (>1/10.000 e <1/1.000) e muito rara (<1/10.000).
lamivudina
Reações comuns (>1/100 e <1/10)
− hiperlactatemia, cefaleia
− náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia
− rash, alopecia
− artralgia, distúrbios musculares
− fadiga, mal-estar generalizado, febre
Reações incomuns (>1/1.000 e <1/100)
− neutropenia
− anemia
− trombocitopenia
− aumentos transitórios das enzimas hepáticas (AST, ALT)
Reações raras (>1/10.000 e <1/1.000)
− acidose láctica (ver o item Advertências e Precauções). Colocar o mesmo texto das outras ou deixar todas assim
− redistribuição da gordura corporal (ver o item Advertências e Precauções); a incidência desse evento depende de múltiplos fatores,
entre eles a combinação particular das drogas antirretrovirais
− pancreatite (embora a relação causal com o tratamento seja incerta) e aumento da amilase sérica
− rabdomiólise
Reações muito raras (<1/10.000)
− aplasia das células vermelhas
− parestesia
− neuropatia periférica (houve relatos, mas a relação causal com o tratamento é incerta)
zidovudina
Reações muito comuns (>1/10): cefaleia, náusea
anemia (que pode requerer transfusão), neutropenia e leucopenia, que podem ocorrer mais frequentemente quando se usam altas
dosagens (1.200-1.500 mg/dia) administradas a pacientes com infecção avançada por HIV (especialmente se há baixa reserva de
medula óssea antes do tratamento) e, particularmente, a pacientes com contagem de células CD4 abaixo de 100 células/mm3; talvez
seja necessária a redução da dose ou a interrupção do tratamento (ver o item Advertências e Precauções). A incidência de
neutropenia também aumentou entre os pacientes cujas contagens de neutrófilos (além dos níveis de hemoglobina e de vitamina B12
sérica) se mostraram reduzidas no início do tratamento com a zidovudina
− hiperlactatemia
− vertigem
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− vômito, dor abdominal e diarreia
− aumento dos níveis de enzimas hepáticas e de bilirrubina
− mialgia
− indisposição
− trombocitopenia e pancitopenia com hipoplasia medular
− dispneia
− flatulência
− rash cutâneo e prurido
− miopatia
− febre, dor generalizada e astenia
− aplasia isolada de células vermelhas
− acidose láctica (ver o item Advertências e Precauções), anorexia
− redistribuição/acúmulo de gordura corporal (ver o item Advertências e Precauções); a incidência desse evento depende de
múltiplos fatores, entre eles a combinação particular das drogas antirretrovirais
− ansiedade e depressão
− insônia, parestesia, sonolência, perda da acuidade mental, convulsões
− cardiomiopatia
− tosse
− pigmentação da mucosa oral, alteração do paladar e dispepsia; pancreatite
− distúrbios hepáticos (como hepatomegalia grave com esteatose)
− pigmentação da pele e das unhas, urticária e sudorese
− frequência urinária
− ginecomastia
− calafrios, dor torácica e síndrome similar à gripe.
Reação muito rara (<1/10.000): anemia aplástica
Em caso de eventos adversos, notifique o Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
A experiência com superdosagem de IQUEGO-LAMIVUDINA+ZIDOVUDINA é limitada. Não se identificou nenhum sintoma
nem sinal específico, após a superdosagem aguda de zidovudina ou lamivudina, além dos já listados como efeitos adversos. Não
ocorreu nenhuma fatalidade e todos os pacientes se recuperaram. Caso ocorra superdosagem, o paciente deve ser monitorado para
verificação de evidência de toxicidade (ver o item Reações Adversas). Quando necessário, deve-se aplicar tratamento padrão de
suporte. Como a lamivudina é dialisável, pode-se utilizar hemodiálise contínua no tratamento de superdosagem, embora essa forma
de terapia não tenha sido estudada. A hemodiálise e a diálise peritoneal parecem ter efeito limitado na eliminação da zidovudina,
porém aumentam a eliminação do metabólito glicuronídeo. Para maiores detalhes, os médicos devem consultar as informações
individuais sobre prescrição da lamivudina e da zidovudina.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001 se você precisar de mais orientações.