Bula do Lemida produzido pelo laboratorio Ems Sigma Pharma Ltda
para o Paciente com todas as informações sobre este medicamento
LEMIDA
leflunomida
EMS SIGMA PHARMA LTDA.
comprimido revestido
100 mg
I. IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
APRESENTAÇÕES
Comprimido revestido 100 mg: embalagem com 3, 6, 9 e 15 comprimido revestido.
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido contém:
leflunomida...................................................................................................100 mg
excipientes* q.s.p ......................................................................................1 com. rev.
* leflunomida, amido pré-gelatinizado, povidona, crospovidona, lactose modoidratrada, talco, dióxido de
silício, estearato de magnésio, álcool polivinílico, dióxido de titânio, macrogol, talco e água purificada.
II. INFORMAÇÕES AO PACIENTE
LEMIDA é indicado para o tratamento da artrite reumatoide ativa (inflamação crônica das articulações),
reduzindo os sinais e sintomas, inibindo a destruição das articulações e melhorando as funções físicas e de
saúde relacionadas à qualidade de vida. LEMIDA é também indicado para o tratamento da artrite
psoriática ativa (doença inflamatória que afeta uma parte dos pacientes que sofrem de psoríase crônica na
pele).
A leflunomida é um agente antirreumático (medicamentos que tratam reumatismo) modificador de
doença com propriedades antiproliferativas. A leflunomida demonstrou melhorar os sinais e sintomas e
reduzir o progresso da destruição das articulações na artrite reumatoide ativa.
A leflunomida é rapidamente e quase completamente metabolizada em seu metabólito ativo (A771726), e
se presume ser o responsável por toda a ação terapêutica do medicamento LEMIDA.
O resultado do tratamento pode ser evidenciado após 4 semanas e pode melhorar de 4 a 6 meses após o
seu início.
LEMIDA é contraindicado em pacientes que apresentam alergia ou intolerância à leflunomida,
teriflunomida ou a qualquer um dos componentes da fórmula. Contraindicado também para mulheres
grávidas ou que estejam no período fértil e não utilizem métodos contraceptivos confiáveis e seguros ou
que após o tratamento estejam com concentração do metabólito ativo de leflunomida (A771726) acima de
0,02 mg/L.
A possibilidade de estar grávida deve ser excluída antes de iniciar o tratamento. Em casos de dúvidas,
converse com o seu médico.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas
durante o tratamento.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Geral
Devido à meia-vida prolongada do metabólito ativo da leflunomida, reações adversas podem ocorrer ou
persistir mesmo após a interrupção do tratamento com leflunomida (vide “Quais os males que este
medicamento pode me causar?”).
Caso ocorra uma reação adversa severa com leflunomida, ou se por qualquer outra razão for necessário
eliminar rapidamente o medicamento do organismo, procure atendimento médico para a administração de
colestiramina ou carvão ativado, e se clinicamente necessário, continuar ou repetir a administração. Em
caso de suspeita de reação imunológica e/ou alérgica severa, pode ser necessário prolongar a
administração de colestiramina ou carvão ativado para se obter a eliminação rápida e suficiente do
fármaco (vide “O que fazer se alguém usar uma quantidade maior do que a indicada deste
medicamento?”) .
A coadministração de teriflunomida com leflunomida não é recomendada, uma vez que a leflunomida é o
composto de origem da teriflunomida.
Sistema Hepático (Fígado)
A leflunomida deve ser utilizada com cautela em pacientes com função hepática prejudicada devido ao
possível risco de hepatotoxicidade, visto que o metabólito ativo da leflunomida apresenta alta taxa de
ligação às proteínas plasmáticas e é eliminado do organismo através de metabolismo hepático e secreção
biliar. O uso de leflunomida é desaconselhado em pacientes com insuficiência hepática significativa ou
com doença hepática preexistente.
O monitoramento da função hepática (nível de TGP) será realizado pelo seu médico, antes do início do
tratamento e no mínimo em intervalos mensais durante os seis primeiros meses de tratamento, e
posteriormente, em intervalos de 6 – 8 semanas.
Seu médico poderá fazer um ajuste de dose, se necessário, caso a sua função hepática esteja prejudicada,
conforme descrito abaixo:
Para elevações confirmadas das enzimas hepáticas (TGP) entre 2 a 3 vezes o limite superior da
normalidade (LSN), uma redução na dose de leflunomida de 20 mg para 10 mg/dia pode possibilitar a
continuação da administração de leflunomida, desde que sob cuidadoso monitoramento.
Se as elevações das enzimas hepáticas (TGP) entre 2-3 vezes o LSN persistirem ou caso se confirmem
elevações das enzimas hepáticas (TGP) acima de 3 vezes o LSN, deve-se interromper o tratamento com a
leflunomida. Deve ser administrada colestiramina ou carvão ativado para reduzir mais rapidamente os
níveis do fármaco.
Durante o tratamento com leflunomida foram relatados raros casos de dano hepático grave, com
consequência fatal em casos isolados. A maioria dos casos ocorreu durante os seis primeiros meses de
tratamento. Embora não tenha sido estabelecida uma relação causal com a leflunomida e múltiplos fatores
geradores de dúvida estivessem presentes na maioria dos casos, considera-se essencial que as
recomendações de monitoramento sejam rigorosamente seguidas.
Sistema Imunológico e Hematopoiético (responsável pela formação das células do sangue e de defesa)
Em pacientes com anemia pré-existente, leucopenia e/ou trombocitopenia, bem como em pacientes com
alteração da função da medula óssea ou naqueles que apresentam risco de supressão da medula óssea, o
risco da ocorrência de reações hematológicas (do sangue) é aumentado (vide “Interações
Medicamentosas”).
Antes do início do tratamento com leflunomida, o médico deve realizar hemograma completo, incluindo a
contagem diferencial de leucócitos e plaquetas, bem como, mensalmente nos primeiros seis meses de
tratamento e posteriormente a cada 6 - 8 semanas.
Caso você esteja em uma das situações abaixo, converse com o médico sobre a necessidade de
monitoramento frequente do sangue (hemograma completo, incluindo leucograma e contagem de
plaqueta):
pacientes que receberam ou estejam recebendo tratamento com medicamentos
imunossupressores ou hematotóxicos e quando o tratamento com leflunomida for seguido por
tais substâncias sem que se observe o período adequado de eliminação do mesmo;
pacientes com histórico de alterações hematológicas importantes;
pacientes com alterações hematológicas importantes no início do tratamento, sem relação causal
com a doença artrítica.
Verifique o item 9 “O que fazer se alguém usar uma quantidade maior do que a indicada deste
medicamento?”, para ações a serem seguidas em caso de reações hematológicas severas.
Devido ao potencial imunossupressor (capaz de diminuir a imunidade, ou seja, defesa do organismo
contra infecções) e embora não exista experiência clínica suficiente, o uso de leflunomida é
desaconselhado para pacientes com:
imunodeficiência severa (por exemplo: AIDS);
alteração significativa da função da medula óssea;
infecções graves.
Infecções
Medicamentos como leflunomida que apresentam potencial imunossupressor podem aumentar a
susceptibilidade dos pacientes às infecções, incluindo infecções oportunistas (vide “Reações Adversas”).
Infecções podem ser mais severas que o normal e requerem, portanto, tratamento precoce e rigoroso.
Procure seu médico caso ocorra uma infecção grave, pois pode ser necessário interromper o tratamento
com leflunomida e realizar os procedimentos de eliminação do fármaco (vide “O que fazer se alguém usar
uma quantidade maior do que a indicada deste medicamento?”).
Medicamentos imunossupressores podem ativar focos primários de tuberculose. Os médicos que
acompanham pacientes sob imunossupressão devem estar alertas quanto à possibilidade de surgimento de
doença ativa, tomando, assim, todos os cuidados para diagnóstico precoce e tratamento.
Antes de iniciar o tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados para diagnóstico de tuberculose
(ativos e inativos - “latente”), de acordo com as recomendações locais. Pacientes com história de
tuberculose devem ser cuidadosamente monitorados devido à possibilidade de reativação da infecção.
Sistema respiratório
Procure orientação médica caso você apresente histórico de doença intersticial pulmonar ou sintomas
pulmonares, como tosse e dispneia. Foi raramente relatada doença intersticial pulmonar durante
tratamento com leflunomida (vide “Reações Adversas”). O risco desta ocorrência é aumentado em
pacientes com histórico de doença intersticial pulmonar. A doença intersticial pulmonar é um distúrbio
potencialmente fatal, que pode ocorrer de forma aguda durante a terapia. Sintomas pulmonares, como
tosse e dispneia, podem ser motivos para a interrupção do tratamento e para investigações adicionais, se
necessário.
Neuropatia Periférica (alteração funcional do nervo periférico)
Foram relatados casos de neuropatia periférica em pacientes recebendo leflunomida. A maioria dos
pacientes apresentou melhora após a descontinuação da leflunomida, porém alguns deles apresentaram
sintomas persistentes. Idade superior a 60 anos, uso concomitante de medicações neurotóxicas e diabetes
podem contribuir para aumentar o risco de neuropatia periférica. Procure rapidamente seu médico se você
desenvolver neuropatia periférica, para verificar a necessidade de descontinuação do tratamento com
leflunomida e para realização dos procedimentos de eliminação do fármaco (vide “O que fazer se alguém
usar uma quantidade maior do que a indicada deste medicamento?”).
Insuficiência Renal
Até o momento não há dados suficientes para se recomendar ajuste posológico em pacientes com
insuficiência renal.
Recomenda-se cautela na administração de leflunomida neste grupo de pacientes. Deve-se levar em
consideração a alta taxa de ligação do metabólito ativo de leflunomida às proteínas plasmáticas.
Reações cutâneas
Casos de síndrome de Stevens-Johnson (forma grave de reação alérgica caracterizada por bolhas em
mucosas e em grandes áreas do corpo), necrólise epidérmica tóxica (quadro grave, caracterizado por
erupção generalizada, com bolhas rasas extensas e áreas de necrose epidérmica, à semelhança do grande
queimado, resultante principalmente de uma reação tóxica a vários medicamentos) e reação ao
medicamento com eosinofilia (aumento do número de um tipo de leucócito do sangue chamado
eosinófilo) e sintomas sistêmicos foram relatados em pacientes tratados com leflunomida (vide “Quais os
males que este medicamento pode me causar?”). Se você estiver usando leflunomida e desenvolver
qualquer uma destas condições cutâneas, procure imediatamente seu médico para interrupção do
tratamento e o início do procedimento de eliminação do medicamento (vide “O que fazer se alguém usar
Pressão Sanguínea
Converse com o seu médico sobre a necessidade de monitoramento da pressão sanguínea durante o
tratamento com LEMIDA. A pressão sanguínea deve ser verificada antes do início e periodicamente
durante o tratamento com leflunomida.
Abuso e dependência
Não é conhecido o potencial de leflunomida para abuso ou causar dependência.
Gravidez e amamentação
Devido ao risco de malformação fetal, a existência de gravidez deve ser excluída antes do início e durante
o tratamento com LEMIDA e como precaução em até 2 anos após o seu término. LEMIDA é
estritamente contraindicado durante a gravidez ou em mulheres em idade fértil que não estejam
fazendo uso de nenhum método contraceptivo efetivo, e enquanto a concentração do metabólito ativo
de leflunomida (A771726), forem superiores a 0,02 mg/L. Informe ao seu médico qualquer suspeita de
gravidez (como por exemplo, atraso na menstruação) durante o tratamento ou até 2 anos após o uso de
LEMIDA. Em caso de resultado positivo, o médico e a paciente devem discutir juntos os riscos da
gravidez. A rápida diminuição da concentração sanguínea do fármaco, através do procedimento de
eliminação descrito abaixo, pode reduzir os riscos para o feto com relação ao LEMIDA, se o
procedimento for realizado logo após a constatação do atraso menstrual.
Para as mulheres recebendo tratamento com leflunomida e que queiram engravidar, recomenda-se a
adoção de um dos procedimentos de eliminação do fármaco, descritos abaixo:
Após a suspensão do tratamento com leflunomida, administrar 8 g de colestiramina, 3 vezes ao
dia, durante 11 dias; ou
Após a suspensão do tratamento, administrar 50 g de carvão ativado, 4 vezes ao dia, durante 11
dias.
Não se faz necessária a realização deste procedimento em 11 dias consecutivos, a não ser em caso de
necessidade de redução rápida da concentração plasmática do fármaco.
Em ambos os casos, a concentração plasmática do fármaco deve ser inferior a 0,02 mg/L (0,02 µg/mL) e
deve ser confirmada através de 2 testes isolados com um intervalo mínimo de 14 dias.
Com base nos dados disponíveis, concentrações do fármaco inferiores a 0,02 mg/L podem ser
consideradas de risco mínimo.
Sem a utilização do procedimento de eliminação do fármaco, podem ser necessários até 2 anos para que
se alcance valores de concentrações plasmáticas inferiores a 0,02 mg/L devido às variações individuais
nas taxas de depuração do fármaco.
Contudo, mesmo após este período, é necessário verificar se os níveis do fármaco estão inferiores a 0,02
mg/L.
Caso não seja possível aguardar um período de 2 anos após o término do tratamento, sob o uso de
contracepção confiável, os procedimentos de eliminação do fármaco devem ser adotados, como medida
profilática.
A eficácia dos contraceptivos orais não pode ser garantida durante os procedimentos de eliminação do
fármaco com colestiramina ou carvão ativado. Recomenda-se o uso de métodos contraceptivos
alternativos.
Seu médico possui mais informações sobre o risco de malformação fetal e outros resultados adversos na
gravidez que ocorre em mulheres que engravidaram de forma não intencional durante o tratamento com
leflunomida, por qualquer período de tempo no primeiro trimestre da gravidez.
Amamentação: a leflunomida é excretada no leite materno, portanto, não é recomendado que lactantes
amamentam seus filhos durante o tratamento com leflunomida. Informe ao seu médico se você estiver
amamentando.
Populações especiais
Uso em Homens
As informações disponíveis não indicam associação entre a leflunomida e o aumento do risco de
toxicidade fetal mediada pelo pai. Entretanto, não foram realizados até o momento, estudos em animais
para avaliar especificamente este risco. Para minimizar eventuais riscos, homens que desejam ter filhos
devem considerar a interrupção do tratamento e a utilização do procedimento de eliminação da
leflunomida (vide “Gravidez e amamentação”).
Idosos
Não é necessário ajuste de dose em pacientes com mais de 65 anos de idade.
Crianças e Adolescentes
A segurança e eficácia de LEMIDA na população pediátrica não foram estabelecidas; portanto o seu uso
em pacientes menores de 18 anos de idade não é recomendado.
Alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não há informações relevantes sobre os efeitos de LEMIDA na capacidade de dirigir ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Se o paciente já estiver utilizando anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) e/ou corticosteroides de
baixas doses, tais tratamentos podem ser mantidos após o início do tratamento com LEMIDA.
Pode ocorrer aumento das reações adversas no caso de uso recente ou concomitante de leflunomida e
substâncias tóxicas para o fígado (incluindo álcool), tóxicas para o sangue ou imunossupressoras
(medicamentos usados para suprimir a resposta de defesa do corpo). Este fato também deve ser
considerado quando o tratamento com leflunomida é seguido da administração de tais substâncias sem
que se observe o período adequado de eliminação do mesmo (vide “Advertências e Precauções”).
Metotrexato: em um pequeno estudo (n=30) em pacientes com artrite reumatoide com coadministração
de leflunomida (10 a 20 mg por dia) com metotrexato (10 a 25 mg por semana), observou-se elevação de
2 a 3 vezes no valor das enzimas hepáticas em 5 dos 30 pacientes. Estas elevações normalizaram-se em
dois pacientes mantendo-se a administração dos dois fármacos e em três pacientes com a interrupção da
leflunomida. Observou-se elevação de mais de 3 vezes nas enzimas hepáticas em outros 5 pacientes. Estes
pacientes também voltaram ao estado normal, dois dos quais com a continuação da administração dos
dois fármacos e três dos quais após a interrupção da leflunomida. Portanto, embora não seja necessário
um período de aguardo, é recomendado um monitoramento cuidadoso das enzimas hepáticas durante a
fase inicial da substituição de leflunomida para metotrexato.
Vacinas: não existem dados clínicos disponíveis sobre a eficácia e segurança da vacinações durante o
tratamento com leflunomida. Entretanto, a utilização de vacinas vivas atenuadas é desaconselhada. A
meia-vida prolongada da leflunomida deve ser considerada quando da administração de vacina viva
atenuada após a interrupção da leflunomida.
Varfarina: foram relatados casos de aumento do tempo de protrombina (elemento da coagulação do
sangue), quando leflunomida e varfarina foram coadministradas. A interação farmacodinâmica com
varfarina foi observada com metabólito ativo (A771726) em um estudo de farmacologia clínica (vide
abaixo). Portanto, quando a varfarina é coadministrada, é recomendado um acompanhamento cuidadoso e
monitoramento da RNI (Razão Normalizada Internacional um padrão internacional que permite a
avaliação do tempo de coagulação do plasma).
Efeito de outros medicamentos sobre a leflunomida
Estudos de inibição in vitro sugerem que o citocromo P450 (CYP) 1A2, 2C19 e 3A4 (sistema enzimático
do organismo, localizado no fígado, responsável pela metabolização de vários medicamentos) estão
envolvidos no metabolismo da leflunomida A leflunomida não demonstrou interação significativa com
cimetidina (inibidor fraco inespecífico do citocromo P450 (CYP)) em um estudo de interação in vivo.
A administração concomitante de uma dose única de leflunomida em indivíduos recebendo doses
múltiplas de rifampicina (indutor inespecífico do citocromo P450) aumentou os níveis máximos de
A771726 em aproximadamente 40%, enquanto que a AUC (área sob a curva) não foi significativamente
alterada. O mecanismo deste efeito não é claro. Deve-se considerar o potencial de aumento dos níveis de
leflunomida com doses múltiplas em pacientes recebendo concomitantemente leflunomida e rifampicina.
A administração de colestiramina ou carvão ativado provoca a diminuição rápida e significativa da
concentração plasmática de leflunomida.
Efeito da leflunomida sobre outros medicamentos
Substratos da BCRP (proteína de resistência ao câncer de mama): Apesar de uma interação
farmacocinética com um substrato da BCRP (rosuvastatina) ter sido observada com o metabólito ativo de
leflunomida, não foi demonstrada interação farmacocinética entre a leflunomida (10 a 20 mg por dia) e o
metotrexato (um substrato BCRP; 10 a 25 mg por semana).
Estudos in vivo não demonstraram interações medicamentosas significativas entre leflunomida e
contraceptivos orais trifásicos.
Os seguintes estudos de interação farmacocinética e farmacodinâmica foram realizados com A771726 (o
principal metabólito ativo da leflunomida). Como interações medicamentosas semelhantes não podem ser
excluídas para a leflunomida em doses recomendadas, os seguintes resultados do estudo e recomendações
devem ser considerados em pacientes tratados com leflunomida:
Efeito sobre a repaglinida (substrato CYP2C8): houve um aumento nos níveis plasmáticos de
repaglinida, após administração de doses repetidas de A771726. Portanto, é recomendado o
monitoramento de pacientes com o uso concomitante de medicamentos metabolizados pelo CYP2C8,
como a repaglinida, paclitaxel, pioglitazona ou rosiglitazona, uma vez que estes podem estar em maior
exposição.
Efeito sobre a cafeína (substrato CYP1A2): doses repetidas de A771726 diminuíram os níveis
plasmáticos da cafeína. Portanto, medicamentos metabolizados pelo CYP1A2 (como a duloxetina,
alosetrona, teofilina e tizanidina) devem ser usados com precaução durante o tratamento concomitante,
uma vez que pode levar à redução da eficácia destes produtos.
Efeito sobre os substratos do transportador de ânion orgânico 3 (OAT3): houve um aumento nos
níveis plasmáticos do cefaclor, após administração de doses repetidas de A771726. Portanto, recomenda-
se cautela quando coadministrada com substratos de OAT3, tais como cefaclor, benzilpenicilina,
ciprofloxacino, indometacina, cetoprofeno, furosemida, cimetidina, metotrexato, zidovudina.
Efeito sobre os substratos do BCRP e/ou do polipeptídeo transportador de ânion orgânico B1 e B3
(OATP1B1/B3): houve um aumento no nível plasmático de rosuvastatina, após administração de doses
repetidas de A771726. No entanto, não houve impacto aparente deste aumento na exposição da
rosuvastatina no plasma na atividade da HMG-CoA redutase (enzima que limita a velocidade na síntese
de colesterol é a enzima alvo de alguns fármacos na redução do colesterol). Se forem administrados
juntos, a dose de rosuvastatina não deve exceder 10 mg/dia. Para outros substratos da BCRP (por
exemplo, metotrexato, topotecana, sulfassalazina, daunorrubicina, doxorrubicina) e da família da OATP
especialmente os inibidores da HMG-CoA redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina,
pravastatina, metotrexato, nateglinida, repaglinida, rifampicina) a administração concomitante também
deve ser feita com cautela. Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados quanto aos sinais e
sintomas de exposição excessiva aos medicamentos e redução da dose destes pode ser considerada.
Efeito sobre o contraceptivo oral (0,03 mg de etinilestradiol e 0,15 mg de levonorgestrel): houve um
aumento nos níveis plasmáticos do etinilestradiol e do levonorgestrel após doses repetidas de A771726.
Embora não se espere que afete negativamente a eficácia dos contraceptivos orais, precauções devem ser
adotadas dependendo do tipo de tratamento contraceptivo oral.
Efeito sobre a varfarina: doses repetidas de A771726 não tiveram efeito sobre a farmacocinética da S-
varfarina, indicando que o A771726 não é um inibidor ou indutor de CYP2C9. No entanto, uma redução
de 25 % no pico da razão normalizada internacional (RNI) foi observada quando A771726 foi
coadministrado com a varfarina, em comparação com a varfarina isoladamente. Portanto, quando a
varfarina é coadministrada, é recomendado um acompanhamento cuidadoso e monitoramento da RNI.
A administração de leflunomida concomitante a antimaláricos comumente utilizados no tratamento de
doenças reumáticas (por exemplo: cloroquina e hidroxicloroquina), ouro intramuscular ou oral, D-
penicilamina, azatioprina e outros medicamentos imunossupressores (por exemplo: ciclosporina,
metotrexato), não foi adequadamente estudada.
Alimento
A absorção da leflunomida pelo sistema gastrintestinal não é afetada quando administrada com alimentos.
Informe ao seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.
Deve ser mantido em temperatura ambiente entre 15 e 30°C, protegido da luz e mantido em lugar seco.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do medicamento
Comprimido revestido na cor branca, circular e biconvexo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você
observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Você deve tomar os comprimidos inteiros com líquido, por via oral.
O tratamento com LEMIDA deve ser iniciado e acompanhado por médicos com experiência no
tratamento de artrite reumatoide.
Para consultar as recomendações sobre monitoramento, vide “Advertências e Precauções”.
O tratamento com LEMIDA para artrite reumatoide é geralmente iniciado com uma dose de ataque de
100 mg uma vez ao dia, durante 3 dias. A omissão da dose de ataque pode diminuir os riscos de reações
adversas. A dose de manutenção recomendada é de 20 mg de LEMIDA uma vez ao dia. Se a dose de 20
mg não for clinicamente tolerada, a dose pode ser reduzida a critério médico.
O tratamento com LEMIDA para artrite psoriática também é iniciado com uma dose de ataque de 100 mg
uma vez ao dia, durante 3 dias. A dose de manutenção é de 20 mg de LEMIDA uma vez ao dia.
O resultado do tratamento pode ser evidenciado após 4 semanas e pode melhorar de 4 a 6 meses após o
seu início. O tratamento com LEMIDA é geralmente de longa duração.
Não há estudos dos efeitos de LEMIDA administrado por vias não recomendadas. Portanto, por
segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente por via oral,
conforme recomendado pelo médico.
Populações especiais
Crianças e Adolescentes
LEMIDA não é recomendado para o uso em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos, uma
vez que a segurança e eficácia nestes grupos ainda não foram estabelecidas.
Idosos
Não é necessário ajuste de dose em pacientes acima de 65 anos de idade.
Pacientes com Insuficiência renal e/ou hepática
Recomenda-se cautela na administração de leflunomida neste grupo de pacientes, vide “Advertências e
Precauções”.
Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do
tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
Caso esqueça de administrar uma dose, administre-a assim que possível. No entanto, se estiver próximo
do horário da dose seguinte, espere por este horário, respeitando sempre o intervalo determinado pela
posologia. Nunca devem ser administradas duas doses ao mesmo tempo.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico.
Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Reação desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).
Sistemas Gastrintestinal e hepático:
Comum: diarreia, náusea, vômitos, anorexia (redução ou perda do apetite), distúrbios da mucosa oral (por
exemplo: estomatite aftosa (inflamação da mucosa da boca), ulcerações (feridas) na boca), dor abdominal,
elevação dos parâmetros laboratoriais hepáticos (por exemplo: transaminases (uma enzima presente nas
células do fígado), menos frequentemente gama-GT (enzima do fígado), fosfatase alcalina, bilirrubina);
Rara: hepatite (inflamação do fígado), icterícia (cor amarelada da pele e olhos)/colestase (redução do
fluxo biliar, quer por diminuição ou mesmo interrupção do mesmo);
Muito rara: dano hepático severo, como insuficiência hepática (redução da função do fígado) e necrose
hepática aguda (morte de células do fígado), que pode ser fatal; pancreatite (inflamação no pâncreas).
Sistema Cardiovascular:
Comum: elevação da pressão sanguínea.
Sistema Hematológico e Linfático:
Comum: leucopenia (redução dos glóbulos brancos no sangue) com contagem de leucócitos > 2 x 109
/L
(>2 g/L);
Incomum: anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos do sangue), trombocitopenia
(diminuição no número de plaquetas sanguíneas) com contagem de plaquetas <100 x 109
/L (<100 g/L);
Rara: leucopenia com contagem de leucócitos < 2 x 109
/L (<2 g/L), eosinofilia (aumento do número de
um tipo de leucócito do sangue chamado eosinófilo) ou pancitopenia (diminuição global de células do
sangue (glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas).
O uso recente, concomitante ou consecutivo de agentes potencialmente mielotóxicos pode estar associado
ao maior risco de efeitos hematológicos (referentes ao sangue).
Sistema Nervoso:
Comum: dor de cabeça, tontura e parestesia (sensação anormal como ardor, formigamento e coceira,
percebidos na pele e sem motivo aparente);
Incomum: distúrbios do paladar e ansiedade;
Muito rara: neuropatia (doença que afeta um ou vários nervos) periférica.
Reações alérgicas, pele e anexos:
Comum: reações alérgicas leves (incluindo exantema-maculopapular e outros), prurido (coceira e/ou
ardência), eczema (inflamação da pele na qual ela fica vermelha, escamosa e algumas vezes com
rachaduras ou pequenas bolhas), pele ressecada, aumento da perda de cabelo;
Incomum: urticária;
Muito rara: reações anafiláticas/anafilactoides (reações alérgicas) severas, síndrome de Stevens-Johnson
(eritema multiforme grave) e necrólise epidérmica tóxica (quadro grave, onde uma grande extensão de
pele começa a apresentar bolhas e evolui com áreas avermelhadas semelhante a uma grande queimadura).
Nos casos relatados não foi possível estabelecer uma relação causal com o tratamento com leflunomida,
entretanto esta hipótese não pode ser excluída.
Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), incluindo vasculite cutânea necrotizante. Devido à doença
subjacente, uma relação causal não pôde ser estabelecida.
Infecção:
Rara: infecções severas e sepsis (resposta inflamatória sistêmica), que podem ser fatais.
A maioria dos casos relatados foi confundida por tratamento imunossupressor concomitante e/ou doença
comórbida, em adição à artrite reumatoide, que pode predispor os pacientes à infecção.
Medicamentos como leflunomida, que apresentam potencial imunossupressor, podem levar os pacientes a
serem mais susceptíveis a infecções, incluindo infecções oportunistas.
Em estudos clínicos, a incidência de rinite e bronquite (5% vs. 2%) e pneumonia (3% vs. 0%) foi
levemente aumentada em pacientes tratados com leflunomida, comparativamente ao placebo, enquanto
que a incidência geral de infecções foi comparável entre os dois grupos.
Distúrbios do mediastino, torácicos e respiratórios:
Rara: doença intersticial pulmonar (incluindo pneumonite intersticial), que pode ser fatal.
Distúrbios da pele e tecido subcutâneo
Desconhecida: lúpus eritematoso cutâneo (doença autoimune crônica da pele), psoríase pustulosa (doença
inflamatória crônica da pele que se caracteriza pelo aparecimento de lesões com pus) ou piora da psoríase
(doença inflamatória crônica da pele), reações ao medicamento com eosinofilia (aumento do número de
um tipo de leucócito do sangue chamado eosinófilo) e sintomas sistêmicos (vide “Advertências e
Precauções”).
Outras reações:
Comum: perda de peso e astenia (fraqueza);
Incomum: hipopotassemia (redução dos níveis de potássio no sangue).
Pode ocorrer hiperlipidemia (concentrações elevadas de gordura no sangue) leve. As concentrações de
ácido úrico geralmente diminuem devido ao efeito uricosúrico.
Outras observações laboratoriais encontradas cuja relevância clínica não foi estabelecida, foram:
pequenos aumentos das taxas de LDH (lactato desidrogenase) e creatina quinase e pequenas reduções no
fosfato.
Foram reportados alguns casos de tenossinovites (quando tendão do corpo, após atrito com alguma
estrutura, fica inflamado) e ruptura de tendão como efeitos adversos sob o tratamento com leflunomida;
no entanto, não foi possível estabelecer uma relação causal entre o fármaco e os casos citados.
Pequena diminuição (reversível) na concentração de espermatozoide, contagem total de espermatozoide e
na motilidade progressiva rápida, não podem ser excluídas.
O risco de malignidade, particularmente distúrbios linfoproliferativos (doenças que afetam a forma das
células do sangue), também é conhecido por estar aumentado com o uso de alguns fármacos
imunossupressores.
Informe ao seu médico ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.