Bula do Lescol produzido pelo laboratorio Novartis Biociencias S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Lescol XL
(fluvastatina)
Novartis Biociências SA
Comprimidos revestidos de liberação prolongada
80 mg
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 1
LESCOL
XL
fluvastatina
APRESENTAÇÃO
Lescol
Comprimidos revestidos de liberação prolongada de 80 mg – embalagens com 30 comprimidos revestidos.
VIA ORAL
USO ADULTO e PEDIÁTRICO ACIMA DE 9 ANOS
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de liberação prolongada de Lescol
XL contém 84,24 mg de fluvastatina sódica equivalente a 80 mg
de fluvastatina ácido livre.
Excipientes: estearato de magnésio, celulose microcristalina, hipromelose, hiprolose, hidrogenocarbonato de potássio,
povidona e pré-mistura para revestimento amarelo.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Dislipidemia
- Adultos
Lescol
XL é indicado como adjuvante à dieta para redução de níveis elevados de colesterol total (total-C), colesterol
de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), apolipoproteína B (apo-B), triglicérides (TG) e para o aumento do
colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), em pacientes adultos com hipercolesterolemia primária e
dislipidemia mista (Tipos IIa e IIb de Fredrickson).
- Pacientes pediátricos
XL é indicado como adjuvante à dieta para redução de níveis elevados de total-C, LDL-C, apo B, TG e para o
aumento do HDL-C, em crianças e adolescentes de 9 anos ou mais com hipercolesterolemia familiar heterozigótica.
Outras indicações
XL é indicado para diminuir a progressão da aterosclerose coronária em pacientes adultos com
hipercolesterolemia primária, incluindo sua forma moderada, e com doença cardíaca coronariana.
XL também é indicado para a prevenção secundária dos eventos cardíacos maiores (morte cardíaca, infarto do
miocárdio não fatal e revascularização coronária) em pacientes adultos com doença cardíaca coronariana após
intervenção coronária percutânea.
Estudos clínicos
Em três estudos multicêntricos, duplo-cegos, ativo-controlados, em cerca de 1.700 pacientes com hipercolesterolemia
primária ou dislipidemia mista, Lescol
XL 80 mg foi comparado a Lescol
40 mg administrado na hora de dormir ou
duas vezes ao dia, por mais de 24 semanas de tratamento.
As taxas de respostas no tempo em que a resposta terapêutica máxima é atingida são ilustradas na Figura 1 para doses
de Lescol
40 mg (média da redução de LDL-C de 26%) e doses de Lescol
XL 80 mg (média da redução de LDL-C de
36%).
Figura 1 - Taxa de resposta por faixa de percentual de redução de LDL-C na semana 4.
(Resultados são agrupados a partir de 3 doses mais elevadas nos estudos comparativos).
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 2
0
20
40
60
80
100
15% 30% 35% 40%
% redução LDL-C
%Taxaderesposta
Lescol 40
Lescol XL 80
Nestes estudos, Lescol
/ Lescol
XL reduziu significativamente o total-C, LDL-C, apo-B e TG, e aumentou o HDL-C
após 24 semanas de tratamento de dose prescrita (vide Tabela 1).
Tabela 1- Porcentagem média de mudança em relação ao basal após 24 semanas (todos pacientes).
Dose Total-C LDL-C HDL-C HDL-C
(basal 35 mg/dL)
Apo-B TG*
Lescol
XL 80
- 17%
- 23%
- 25%
- 34%
+ 6%
+ 9%
+ 10%
+ 14%
- 18%
- 26%
- 12%
- 19%
*porcentagem média de mudança
Dos 857 pacientes randomizados para Lescol
XL 80 mg, 271 com dislipidemia primária mista (Fredrickson Tipo IIb)
definida por nível plasmático basal de triglicérides 200 mg/dL tiveram uma redução mediana no triglicérides de 25%.
Nestes pacientes, Lescol
XL 80 mg produziu um aumento significativo no HDL-C de 13%. Este efeito foi ainda mais
pronunciado naqueles pacientes com níveis basais de HDL-C muito baixos (por ex.: < 35 mg/dL), que tiveram um
aumento médio no HDL-C de 16%. Também foi atingido um decréscimo significativo no total-C, LDL-C e apo-B (vide
Tabela 2). Nestes estudos, foram excluídos pacientes com triglicérides > 400 mg/dL.
Tabela 2 - Porcentagem média de mudança em relação ao basal após 24 semanas (Dislipidemia primária mista).
Dose Total-C LDL-C HDL-C Apo-B TG*
17%
24%
23%
33%
+ 7%
+ 13%
18%
25%
No Estudo de Aterosclerose Coronariana e Lipoproteína (LCAS), o efeito da fluvastatina na aterosclerose coronariana
foi avaliado pela angiografia coronariana quantitativa em pacientes: homens e mulheres (35-75 anos) com doença
arterial coronariana e hipercolesterolemia leve a moderada (LDL-C basal 115-190 mg/dL). Neste estudo clínico
controlado, randomizado, duplo-cego, 429 pacientes foram tratados com fluvastatina 40 mg/dia ou placebo. Os
angiogramas coronarianos quantitativos foram avaliados no estado basal e após 2,5 anos de tratamento.
O tratamento com fluvastatina retardou a progressão das lesões ateroscleróticas coronarianas em 0,07 mm (intervalo de
confiança de 95% para diferença entre os tratamentos de 0,1222 a 0,022 mm) após 2,5 anos, conforme medido pela
alteração no diâmetro mínimo do lúmen (fluvastatina 0,028 mm vs. placebo 0,100 mm).
No Estudo de Prevenção com Intervenção de Lescol
(LIPS), o efeito da fluvastatina nos eventos cardíacos maiores
(ECM) foi avaliado em pacientes: homens e mulheres (18 a 80 anos) com doença coronariana cardíaca e uma ampla
variação dos níveis de colesterol (estado basal CT: 3,5-7,0 mmol/L). Neste estudo randomizado, duplo-cego e placebo-
controlado, administrou-se a fluvastatina (N= 844) 80 mg por dia por mais de 4 anos. O risco do primeiro evento
cardíaco maior foi significativamente reduzido em 22% (p= 0,013) quando comparado ao placebo (N= 833). Estes
efeitos benéficos foram particularmente notáveis em pacientes diabéticos e em pacientes com doenças multivasculares.
A terapia com fluvastatina reduziu o risco de morte cardíaca e/ou infarto do miocárdio em 31% (p= 0,065).
Pacientes pediátricos
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 3
Em dois estudos abertos de dose titulada (ZA01 e 2301), a eficácia e a segurança da fluvastatina 20 a 80 mg foram
investigadas durante um período de 2 anos para cada estudo, em um total de 113 crianças e adolescentes com
hipercolesterolemia familiar heterozigótica.
Os estudos incluíram pacientes de 9 anos ou mais com um diagnóstico estabelecido de hipercolesterolemia familiar
heterozigótica definido por:
Níveis de LDL-C 190 mg/dL (4,9 mmol/L);
Ou níveis de LDL-C 160 mg/dL (4,1 mmol/L) e um ou mais fatores de risco [histórico familiar de doenças
cardíacas coronarianas prematuras (CHD), fumo, hipertensão, colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C)
< 35 mg/dL confirmado, diabetes mellitus];
Ou defeito comprovado no ácido desoxirribonucleico (DNA) do receptor de LDL-C e níveis de LDL-C > 160 mg/dL
(4,1 mmol/L) e níveis plasmáticos de triglicérides 600 mg/dL.
Os principais critérios de exclusão foram pacientes com hipercolesterolemia familiar homozigótica; formas secundárias
de dislipoproteinemia; níveis plasmáticos de triglicérides > 600 mg/dL; ALT (TGP), AST (TGO) ou níveis de creatinina
> 1,5 x LSN; CK plasmática ou TSH plasmático > 2 x LSN; IMC > 30 kg/m2
.
A dose inicial de fluvastatina foi 20 mg para a primeira semana e titulada (em um intervalo de 6 semanas) para 40 mg e
então para 80 mg (duas vezes cápsulas de 40 mg ou comprimidos de liberação prolongada de 80 mg) se os níveis de
LDL-C fossem > 3,2 mmol/L ou 3,4 mmol/L respectivamente.
A fluvastatina reduziu significativamente os níveis plasmáticos de total-C, LDL-C, TG, apo-B e aumentou HDL-C
durante 2 anos de manutenção (vide Tabela 3).
Tabela 3 - Efeito da fluvastatina na redução de lípides em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia
familiar heterozigótica.
Estudo ZA01
(pré-púbere)
Estado basal (mmol/L)
N = 29
24 meses (mmol/L)
N = 27
% média de variação em
relação ao estado basal
(95% IC) N = 27
Colesterol-LDL
[média (DP)]
5,8 (1,4) 4,2 (1,5) -27,0% (-34,7%, -19,4%)
Colesterol total
7,7 (1,4) 5,9 (1,5) -21,1% (-26,8%, -15,4%)
Colesterol-HDL
1,4 (0,3) 1,4 (0,4) 1,3% (-8,0%, 10,7%)
Triglicérides
[mediana (faixa)]
0,8(0,4-2,5) 0,7(0,4-2,8) -7,0% (-22,1%, 8,0%)
Estudo 2301
(pré-púbere, puberal
e pós-púbere)
N = 84
(95% IC) N = 84
6,0 (1,27) 4,1 (1,14) -30,5% (-34,8%, -26,2%)
7,7 (1,33) 5,8 (1,16) -23,6% (-27,2%, -19,9%)
1,2 (0,23) 1,3 (0,23) 5,0% (1,6%, 8,5%)
0,93(0,5-3,0) 0,84(0,4-2,4) -5,2% (-13,2%, 2,7%)
Em ambos os estudos, todos os pacientes continuaram com seus crescimentos e maturação sexual normais. A
fluvastatina não foi investigada em crianças abaixo de 9 anos.
Estes estudos não permitiram a extrapolação dos desfechos cardiovasculares com o início precoce da terapia com
estatinas em crianças.
Referências bibliográficas
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controlled study to assess the efficacy and safety of fluvastatin 80 mg slow release formulation administered at bedtime
compared to fluvastatin (Lescol) 40 mg immediate release formulation administered at bedtime or twice daily in
patients with primary hypercholesterolemia. Novartis Pharma AG, Basel, 10-Sep-99 [Study No. F302-E-00]. IRD –
Lescol XL 80 Part IV A Volume 11, p. 001. [106] (dados em arquivo)
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 4
2. A 28-week, double-blind, and observer-blind to lipid values, active-controlled randomized, parallel-group,
multicenter study to assess the safety and efficacy of fluvastatin 80 mg slow release form administered once daily at
bedtime in patients with primary hypercholesterolemia compared to Lescol 40 mg. NPC, East Hanover, 30-Jul-99
[Study F351-E-00]. IRD – Lescol XL 80 Part IV A Volume 12, p. 001. [107] (dados em arquivo)
3. A 28-week, double-blind and observer-blind to lipid values, randomized, parallel-group, multicenter, positive
controlled study to assess the efficacy and safety of fluvastatin 80 mg slow release formulation compared to fluvastatin
(Lescol) 40 mg immediate release formulation (both administered at bedtime), and to fluvastatin (Lescol) 40 mg
administered twice daily (BID) in patients with primary hypercholesterolemia. NPC, East Hanover, 30-Jul-99 [Study
No. F353-E-00]. IRD – Lescol XL 80 Part IV A Volume 13, p. 001. [108] (dados em arquivo)
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Nov-99. IRD – Lescol XL 80 Part IC. [103] (dados em arquivo)
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documentation. 02-Nov-99. IRD – Lescol XL 80 Part IC. [102] (dados em arquivo)
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Dec-96 [Doc. # 162752.01 link 701-411]. [49] (dados em arquivo)
7. Clinical Expert Report on secondary prevention of major adverse cardiac events. Novartis Pharmaceuticals
Corporation East Hanover, New Jersey. 11 Jul 02. IRD – LIPS. [114] (dados em arquivo)
8. International, multicenter,randomized, double blind, placebo controlled study of the long term effects of fluvastatin
(Lescol) on major adverse cardiac events in patients with coronary heart disease after successful first TransCatheter
Therapy (TCT); Clinical Study Report LES-EUR-01; Novartis Pharma AG. Basle, Switzerland. 31 May 02. IRD –
LIPS. [115] (dados em arquivo)
9. Clinical Overview on Fluvastatin pediatric indication in children with heterozygous familial hypercholesterolemia.
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10. Clinical Study Report on a prospective dose titration study of the efficacy and safety of Lescol (Fluvastatin) in the
treatment of children with heterozygous familial hypercholesterolemia. Novartis Pharma AG. Basel, Switzerland. 03
Aug. 05. [127] (dados em arquivo)
11. Clinical Study Report on an open label, phase III, dose titration, multicenter study to assess the efficacy and safety
of fluvastatin capsules and fluvastatin extended release (XL) tablets (20, 40 and 80 mg) given orally at bedtime for 114
weeks in pediatric patients with heterozygous familial hypercholesterolemia. Novartis Pharma AG. Basel, Switzerland.
25 Jul 05. [128] (dados em arquivo)
Grupo farmacoterapêutico: inibidores da HMG-CoA redutase (Código ATC: C10A A04).
Farmacodinâmica
A fluvastatina, agente redutor de colesterol totalmente sintético, é inibidora competitiva da HMG-CoA redutase, a qual
é responsável pela conversão da HMG-CoA em mevalonato, um precursor de esteróis, inclusive do colesterol. A
fluvastatina exerce seu efeito principal no fígado e é essencialmente um composto racêmico de dois eritro-
enantiômeros, sendo que um deles exerce a atividade farmacológica. A inibição da biossíntese do colesterol reduz o
colesterol nas células hepáticas, o que estimula a síntese dos receptores das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e,
portanto, aumenta a captação das partículas de LDL. O resultado definitivo desses mecanismos é a redução da
concentração plasmática de colesterol.
Lescol
XL reduz o colesterol total (total-C), o colesterol LDL (LDL-C), a apolipoproteína B (apo-B) e os triglicérides
(TG); e aumenta o colesterol HDL (HDL-C) em pacientes com hipercolesterolemia e dislipidemia mista. A resposta
terapêutica é bem estabelecida dentro de 2 semanas, e a resposta máxima é atingida dentro de 4 semanas desde o início
do tratamento e mantida durante o tratamento crônico.
Farmacocinética
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 5
Absorção
A fluvastatina é absorvida rápida e completamente (98%) após administração oral de uma solução em voluntários em
jejum. Após a administração oral de Lescol
XL 80 mg, e em comparação com as cápsulas, a taxa de absorção da
fluvastatina é quase 60% mais lenta, enquanto o tempo médio da permanência da fluvastatina é aumentado em
aproximadamente 4 horas. Em indivíduos alimentados, o fármaco é absorvido em velocidade reduzida.
Distribuição
A fluvastatina exerce seu principal efeito no fígado, que é também o órgão principal para o seu metabolismo. A
biodisponibilidade absoluta calculada a partir das concentrações sanguíneas sistêmicas é de 24%. O volume de
distribuição aparente (Vz/f) para o fármaco é de 330 litros. Mais de 98% do fármaco circulante está ligado a proteínas
plasmáticas e essa ligação não é afetada pela concentração de fluvastatina nem pela varfarina, ácido salicílico ou
glibenclamida.
Metabolismo
A fluvastatina é principalmente metabolizada no fígado. Os principais componentes circulantes no sangue são a
fluvastatina e o metabólito farmacologicamente inativo ácido N-desisopropil-propiônico. Os metabólitos hidroxilados
têm atividade farmacológica, mas não apresentam circulação sistêmica. As vias do metabolismo hepático da fluvastatina
em humanos têm sido completamente elucidadas. Existem várias vias alternativas à via do citocromo P450 (CYP450)
para biotransformação da fluvastatina e dessa forma o metabolismo da fluvastatina é relativamente insensível à inibição
do CYP450, a principal causa das interações medicamentosas.
Vários estudos in vitro detalhados reportaram o potencial inibitório da fluvastatina nas isoenzimas CYP comuns. A
fluvastatina inibiu apenas o metabolismo de compostos que são metabolizados pelo CYP2C9. Apesar do potencial que
existe para interação competitiva entre fluvastatina e compostos que são substratos do CYP2C9, como diclofenaco,
fenitoína, tolbutamida e varfarina, os dados clínicos indicaram que este evento é improvável.
Eliminação
Após administração da fluvastatina-H3 em voluntários sadios, a excreção da radioatividade é de cerca de 6% na urina e
93% nas fezes e a fluvastatina responde por menos de 2% da radioatividade total excretada. O “clearance” (depuração
plasmática) (CL/f) da fluvastatina no homem é calculado como sendo de 1,8 ± 0,8 L/min. Concentrações plasmáticas
em “steady-state” (estado de equilíbrio) não indicam acúmulo de fluvastatina após administração de 80 mg diariamente.
Após a administração oral de 40 mg de Lescol
, a meia-vida de distribuição terminal para a fluvastatina é de 2,3 ± 0,9
horas.
Não foram observadas diferenças significativas na ASC (área sob a curva) quando a fluvastatina foi administrada com a
refeição noturna ou 4 horas após a mesma.
Populações especiais
Idade e gênero
As concentrações plasmáticas de fluvastatina não variam em função de idade ou sexo da população geral. Entretanto,
foi observado um aumento da resposta ao tratamento nas mulheres e idosos.
Insuficiência hepática
Como a fluvastatina é eliminada principalmente pela via biliar e está sujeita a metabolismo pré-sistêmico significativo,
existe potencial para o acúmulo do fármaco em pacientes com insuficiência hepática (vide “Contraindicações” e
“Advertências e precauções”).
Insuficiência renal
A fluvastatina é depurada pelo fígado, com menos de 6% da dose administrada excretada na urina. A farmacocinética da
fluvastatina permanece inalterada em pacientes com insuficiência renal leve a grave.
Dados de segurança pré-clínicos
Toxicidade aguda
O valor aproximado de DL50 de fluvastatina, administrada por via oral, é maior que 2 g/kg em camundongos e maior
que 0,7 g/kg em ratos.
Toxicidade de dose repetida
A segurança da fluvastatina foi extensivamente investigada em estudos de toxicidade em ratos, coelhos, cães, macacos,
camundongos e hamsters. Identificou-se uma variedade de alterações que são comuns aos inibidores da HMG-CoA
redutase, por exemplo: hiperplasia e hiperqueratose de estômago não glandular de roedores; catarata em cães; miopatia
em roedores; alterações hepáticas leves na maioria dos animais de laboratório, alterações na vesícula biliar em cães,
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 6
macacos e hamsters, aumento de peso da tireoide em ratos; e degeneração testicular em hamsters. A fluvastatina não
está relacionada a alterações degenerativas e vasculares do sistema nervoso central relatadas em cães que utilizaram
outros membros desta classe de compostos.
Carcinogenicidade
Um estudo de carcinogenicidade foi realizado em ratos, utilizando-se dosagens de 6, 9 e 18 mg/kg por dia (atingindo a
dose de 24 mg/kg por dia após 1 ano) para estabelecer uma dose máxima precisa de tolerabilidade. Estes níveis de
dosagens levaram a níveis de concentração plasmática de aproximadamente 9, 13 e 26 a 35 vezes a concentração
plasmática média do fármaco em humanos após uma dose oral de 40 mg. Na dose de 24 mg/kg por dia observou-se uma
baixa incidência de papiloma de células escamosas no antro gástrico e um carcinoma na mesma região. Além disso,
relatou-se um aumento da incidência de adenomas e carcinomas das células foliculares da tireoide em ratos machos
tratados com 18 a 24 mg/kg por dia.
Um estudo de carcinogenicidade conduzido em camundongos sob níveis de dosagem equivalentes a 0,3; 15 e 30 mg/kg
por dia revelou, assim como no estudo em ratos, um aumento estatisticamente significativo dos papilomas das células
escamosas do antro gástrico em machos e em fêmeas sob doses de 30 mg/kg por dia e, em fêmeas, sob doses de 15
mg/kg por dia.
Estas dosagens produziram níveis de concentração plasmática aproximadamente 0,2; 10 e 21 vezes a concentração
plasmática média em humanos após uma dose oral de 40 mg.
O estudo de carcinogenicidade em camundongos foi repetido em doses orais de 50, 150 e 350 mg/kg/dia. Não houve
evidência de aumento de neoplasia nessas doses.
As neoplasias do antro gástrico observadas em ratos e camundongos refletem uma hiperplasia crônica causada, pela
exposição e contato direto da fluvastatina do que por um efeito genotóxico do fármaco. O aumento da incidência de
neoplasias das células foliculares da tireoide em ratos machos sob tratamento com fluvastatina parece ser consistente
com achados espécie-específicos com outros inibidores de HMG-CoA redutase. Contrariamente a estes outros
inibidores, não há relatos de aumentos na incidência de adenomas ou carcinomas hepáticos relacionados ao tratamento.
Mutagenicidade
Não se observou nenhuma evidência de mutagenicidade in vitro, com ou sem ativação do metabolismo hepático em
ratos, nos seguintes estudos: testes mutagênicos microbianos usando cepas mutantes de Salmonella typhimurium ou
Escherichia coli; ensaio de transformação maligna em células de BALB/3T3; síntese não programada de DNA em
hepatócitos primários de ratos; aberrações cromossômicas em células de hamsters chineses V79; células de hamsters
chineses HGPRT V79. E também, não houve evidência de mutagenicidade in vivo tanto em testes de micronúcleos de
ratos quanto de camundongos.
Toxicidade reprodutiva
Em um estudo realizado em ratos com doses de 0,6; 2 e 6 mg/kg por dia, administradas em fêmeas e doses de 2; 10 e 20
mg/kg por dia, administradas em machos, a fluvastatina não apresentou reações adversas na fertilidade ou no
desempenho da reprodução. Os estudos de teratologia em ratos (1, 12 e 36 mg/kg) e em coelhos (0,05; 1 e 10 mg/kg)
revelaram toxicidade materna sob níveis de altas doses, mas não houve evidência de potencial teratogênico ou
embriotóxico. Um estudo em ratas recebendo doses de 12 e 24 mg/kg por dia, durante o período final de gestação até o
desmame dos filhotes, resultou em mortalidade materna no final da gravidez ou próximo a este período e no pós-parto,
bem como em letalidade fetal e neonatal. Não ocorreram efeitos nas fêmeas grávidas ou nos fetos sob a baixa dosagem
de 2 mg/kg por dia.
Um segundo estudo com doses de 2; 6; 12 e 24 mg/kg por dia, durante o término da gestação e o início da lactação,
revelou efeitos similares aos causados por cardiotoxicidade, sob administração de doses de 6 mg/kg por dia ou acima
deste valor. Em um terceiro estudo, as ratas grávidas receberam doses de 12 ou 24 mg/kg por dia, durante o final da
gestação até o desmame dos filhotes, com ou sem a suplementação concomitante de ácido mevalônico, um derivado da
HMG-CoA que é essencial para a biossíntese do colesterol. A administração concomitante do ácido mevalônico
preveniu completamente a cardiotoxicidade e a mortalidade materna e neonatal. Portanto, a letalidade materna e
neonatal observada com a fluvastatina reflete seu pronunciado efeito farmacológico durante a gravidez.
Lescol
XL é contraindicado:
Em pacientes com hipersensibilidade conhecida à fluvastatina ou a qualquer um dos excipientes da fórmula;
Em pacientes com doença hepática ativa, ou não esclarecida, com elevações persistentes das transaminases séricas;
Durante a gravidez e amamentação (vide “Advertências e precauções”).
Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez X.
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 7
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o
tratamento.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
Função hepática
Casos pós-comercialização fatais e não fatais de insuficiência hepática foram reportados com algumas estatinas,
incluindo Lescol
XL. Embora uma relação causal com o tratamento com Lescol
XL não tenha sido determinada, os
pacientes devem ser aconselhados a relatar quaisquer potenciais sintomas ou sinais de insuficiência hepática (por
exemplo, náusea, vômito, perda de apetite, icterícia, função cerebral prejudicada, hematomas ou sangramento com
facilidade) e a interrupção do tratamento deve ser considerada.
Como ocorre com outros redutores de colesterol, recomenda-se realizar testes da função hepática antes do início do
tratamento, 12 semanas após o início do tratamento ou na elevação da dose e, a partir daí, periodicamente, em todos os
pacientes. Se o aumento da aspartato-aminotransferase ou da alanina-aminotransferase exceder 3 vezes o limite superior
do normal e persistir, a terapia deve ser interrompida. Em casos muito raros, observou-se hepatite possivelmente
relacionada ao fármaco, que foi resolvida com a interrupção do tratamento.
Deve-se ter cuidado ao administrar Lescol
XL a pacientes com história de doença hepática ou de ingestão de grande
quantidade de álcool.
Sistema musculoesquelético
Miopatia foi raramente relatada, enquanto miosite e rabdomiólise foram relatadas muito raramente em pacientes que
receberam fluvastatina. Em pacientes com mialgias difusas inexplicadas, hipersensibilidade muscular ou fraqueza
muscular, e/ou elevação acentuada dos valores de creatinoquinase (CK), deve ser considerada a presença de miopatia,
miosite ou rabdomiólise. Os pacientes devem ser alertados a reportar imediatamente ao médico casos inexplicados de
dor muscular, hipersensibilidade muscular ou fraqueza muscular, particularmente se acompanhadas por indisposição ou
febre.
Medida da creatinoquinase
Não há evidências atuais para necessitar monitoração rotineira dos níveis de creatinoquinase total no plasma ou outras
enzimas musculares em pacientes assintomáticos em uso de estatinas. Se a creatinoquinase tiver que ser medida, esta
não deve ser feita após exercício vigoroso ou na presença de qualquer causa plausível de aumento da CK, pois isto pode
dificultar a interpretação dos valores.
Antes do início do tratamento
Assim como com todas as outras estatinas, os médicos devem prescrever fluvastatina com cautela em pacientes com
fatores predisponentes para rabdomiólise e suas complicações. O nível de creatinoquinase deve ser medido antes do
início do tratamento com fluvastatina nas seguintes situações:
Insuficiência renal;
Hipotireoidismo;
Histórico pessoal ou familiar de distúrbios musculares hereditários;
Histórico prévio de toxicidade muscular com uma estatina ou fibrato;
Abuso do álcool;
Sepse;
Hipotensão;
Trauma;
Cirurgia de grande porte;
Distúrbios metabólicos, endócrinos ou eletrolíticos severos;
Epilepsia não controlada;
Em pacientes idosos (idade > 70 anos), a necessidade de tal medição deve ser considerada, dependendo da presença
de outros fatores predisponentes para rabdomiólise.
Nessas situações, o risco do tratamento deve ser considerado em relação ao possível benefício e é recomendada a
monitoração clínica. Se os níveis da CK estiverem significativamente elevados no estado basal (> 5x LSN), eles devem
ser medidos novamente após 5 a 7 dias para confirmar os resultados. Se os níveis da CK ainda estiverem
significativamente elevados (> 5x LSN) na re-monitoração, o tratamento não deve ser iniciado.
Durante o tratamento
Se sintomas musculares como dor, fraqueza ou cãimbras ocorrerem em pacientes recebendo fluvastatina, seus níveis da
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 8
CK devem ser medidos. Se os níveis encontrados forem significativamente elevados (> 5x LSN), o tratamento deve ser
interrompido.
Se os sintomas musculares forem severos e causarem desconforto diário, mesmo com níveis da CK com elevação ≤ 5x
LSN, a descontinuação do tratamento deve ser considerada.
Se os sintomas forem resolvidos e os níveis da CK retornarem à normalidade, a reintrodução da fluvastatina ou outra
estatina pode ser considerada à menor dose e sob monitoração atenta.
Relatou-se que o risco de miopatia é maior em pacientes que estejam recebendo medicamentos imunossupressores
(inclusive a ciclosporina), fibratos, ácido nicotínico ou eritromicina concomitantes a outros inibidores da HMG-CoA
redutase. Entretanto, nos estudos clínicos de pacientes recebendo fluvastatina em combinação com ácido nicotínico,
fibratos ou ciclosporina, não se observou miopatia. Após comercialização, casos isolados de miopatia foram relatados
quando da administração concomitante de fluvastatina com ciclosporina e de fluvastatina com colchicina. Lescol
XL
deve ser usado com cautela em pacientes que recebem esses medicamentos simultaneamente (vide “Interações
medicamentosas”).
Uso de estatinas e efeitos sobre o metabolismo da glicose
Foram observados aumentos nos níveis da hemoglobina glicosilada (HbA1C) e/ou da glicose plasmática em jejum em
pacientes tratados com inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas). Também foi relatado desenvolvimento de diabetes
mellitus em pacientes com fatores de risco para diabetes mellitus.
Pacientes pediátricos
Em pacientes menores de 18 anos, a eficácia e a segurança não foram estudadas por períodos de tratamento mais longos
que dois anos.
A fluvastatina foi investigada apenas em crianças com 9 anos ou mais com hipercolesterolemia familiar heterozigótica
(vide “Características farmacológicas”).
Hipercolesterolemia familiar homozigótica
Não há dados disponíveis sobre o uso de fluvastatina em pacientes com uma rara condição conhecida como
hipercolesterolemia familiar homozigótica.
Mulheres com potencial para engravidar
Mulheres com potencial para engravidar devem usar métodos contraceptivos efetivos. Se a paciente engravidar durante
o tratamento, Lescol
XL deve ser descontinuado.
Gravidez
Uma vez que os inibidores da HMG-CoA redutase diminuem a síntese do colesterol e, possivelmente, de outras
substâncias biologicamente ativas derivadas do colesterol, eles podem causar dano fetal quando administrados a
mulheres grávidas. Portanto, Lescol
XL é contraindicado durante a gravidez (vide “Contraindicações”).
Amamentação
Lescol
XL é contraindicado a mulheres que estejam amamentando (vide “Contraindicações”).
Fertilidade
A fluvastatina não tem efeitos sobre a fertilidade em ratos (vide “Características farmacológicas”). Não há informação
disponível relevante, em humanos.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir e/ou operar máquinas
medicamento-alimento
Não existem diferenças aparentes dos efeitos da fluvastatina na redução de lipídeos quando administrada com a refeição
noturna ou 4 horas após a mesma. Baseado na ausência de interações de fluvastatina com outros substratos CYP3A4,
não é esperado que a fluvastatina interaja com suco de toranja (grapefruit).
medicamento-medicamento
Efeito de outros fármacos sobre a fluvastatina
Derivados do ácido fíbrico (fibratos) e niacina (ácido nicotínico)
A administração concomitante de fluvastatina com bezafibrato, genfibrozila, ciprofibrato ou niacina (ácido nicotínico)
não tem efeito clinicamente relevante na biodisponibilidade da fluvastatina ou na de outros agentes redutores de
lipídios. Entretanto, essas combinações devem ser utilizadas com cautela uma vez que foi observado o risco aumentado
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 9
de miopatia em pacientes recebendo outros inibidores de HMG-CoA redutase concomitantemente com qualquer uma
dessas moléculas (vide “Advertências e precauções”).
itraconazol e eritromicina
A administração concomitante de fluvastatina com os inibidores potentes do citocromo P450 (CYP) 3A4, itraconazol e
eritromicina, tem efeito mínimo na biodisponibilidade da fluvastatina. Uma vez que esta enzima tem um envolvimento
mínimo no metabolismo da fluvastatina, espera-se que outros inibidores da CYP3A4 (por ex.: cetoconazol,
ciclosporina) também não afetem a biodisponibilidade da fluvastatina.
fluconazol
A administração de fluvastatina a voluntários sadios pré-tratados com fluconazol (inibidor da CYP2C9) resultou em um
aumento da exposição e do pico de concentração da fluvastatina em cerca de 84% e 44%. Embora não tenha havido
evidência clínica de que o perfil de segurança da fluvastatina tenha sido alterado nos pacientes pré-tratados com
fluconazol por 4 dias, deve-se ter precaução quando da administração concomitante de fluvastatina com fluconazol.
ciclosporina
Estudos em pacientes que foram submetidos a transplante renal indicaram que a biodisponibilidade da fluvastatina
(acima de 40 mg/dia) não é elevada de maneira clinicamente relevante em pacientes sob tratamento com regimes
estáveis de ciclosporina. Num estudo em que Lescol
XL (80 mg de fluvastatina) foi administrado a pacientes
transplantados renais e tratados com um regime estável de ciclosporina mostrou que a exposição a fluvastatina (ASC) e
a concentração máxima (Cmáx) foram aumentadas em 2 vezes quando comparadas aos dados históricos de voluntários
sadios. Embora esse aumento nos níveis de fluvastatina não tenha sido clinicamente significativo, esta combinação deve
ser utilizada com precaução (vide “Advertências e precauções”).
Sequestrantes dos ácidos biliares
A fluvastatina deve ser administrada pelo menos 4 horas após a resina (por ex.: colestiramina) para evitar uma interação
significativa causada pela ligação do fármaco com a resina.
rifampicina
A administração de fluvastatina a voluntários sadios pré-tratados com rifampicina resultou em uma redução da
biodisponibilidade da fluvastatina em cerca de 50%. Embora até o momento não haja evidência clínica de que a eficácia
da fluvastatina na redução dos níveis lipídicos seja alterada, pode ser necessário um ajuste apropriado de dose de
fluvastatina, em pacientes sob tratamento a longo prazo com rifampicina (por ex.: tratamento da tuberculose), a fim de
garantir uma redução satisfatória nos níveis lipídicos.
Antagonistas do receptor H2 da histamina e inibidores da bomba de prótons
A administração concomitante de fluvastatina com cimetidina, ranitidina ou omeprazol, resulta no aumento da
biodisponibilidade da fluvastatina, o que, entretanto, não apresenta relevância clínica. Como estudos adicionais de
interação não foram realizados, espera-se que outros antagonistas dos receptores H2 / inibidores da bomba de prótons,
sejam improváveis de afetar a biodisponibilidade da fluvastatina.
fenitoína
O efeito mínimo da fenitoína na farmacocinética da fluvastatina indica que o ajuste de dose de fluvastatina não é
necessário quando coadministrada com a fenitoína.
Agentes cardiovasculares
Nenhuma interação farmacocinética clinicamente significativa ocorre quando a fluvastatina é concomitantemente
administrada com propranolol, digoxina, losartana, clopidogrel ou anlodipino. Baseado nos dados farmacocinéticos,
nenhum monitoramento ou ajuste de dose são requeridos quando a fluvastatina é concomitantemente administrada com
estes agentes.
Efeito de fluvastatina sobre outros fármacos
Lescol
XL (80 mg de fluvastatina) não apresenta efeitos na biodisponibilidade da ciclosporina quando coadministrados
(vide “Efeitos de outros fármacos sobre a fluvastatina”).
colchicina
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Não há informações disponíveis sobre a interação farmacocinética entre a fluvastatina e a colchicina. Entretanto,
miotoxicidade, incluindo dores e fraquezas musculares, e rabdomiólise têm sido reportadas isoladamente quando da
coadministração com colchicina.
A magnitude total das mudanças na farmacocinética da fenitoína durante a coadministração com fluvastatina é
relativamente pequena e clinicamente não significante. Portanto, o monitoramento de rotina dos níveis plasmáticos de
fenitoína durante a coadministração com fluvastatina é suficiente.
varfarina e outros derivados cumarínicos
Em voluntários sadios, o uso da fluvastatina e varfarina (dose única) não teve influência adversa nos níveis plasmáticos
da varfarina e tempos de protrombina, comparado à varfarina isoladamente. Entretanto, incidências isoladas de
episódios de sangramento e/ou aumento nos tempos de protrombina têm sido relatado muito raramente em pacientes
recebendo fluvastatina concomitantemente com varfarina ou outros derivados cumarínicos. Recomenda-se que os
tempos de protrombina sejam monitorados quando o tratamento com fluvastatina for iniciado, descontinuado, ou na
ocorrência de mudança de dose, nos pacientes recebendo varfarina ou outros derivados cumarínicos.
Agentes antidiabéticos orais
Para pacientes recebendo sulfonilureias orais (glibenclamida [gliburida], tolbutamida) para tratamento de diabetes
mellitus não insulino-dependente (tipo 2), a adição de fluvastatina não leva a mudanças clinicamente significantes no
controle da glicemia.
Em pacientes com diabetes mellitus não insulino-dependente tratados com glibenclamida (n = 32), a administração de
fluvastatina (40 mg duas vezes ao dia por 14 dias) aumentou a Cmáx, a ASC e a t1/2 médias da glibenclamida por
aproximadamente em 50%, 69% e 121%, respectivamente. A glibenclamida (5 a 20 mg diariamente) aumentou a Cmáx e
ASC médias da fluvastatina em 44% e 51%, respectivamente. Nesse estudo não houve alterações nos níveis de glicose,
insulina e peptídeo-C. Entretanto, pacientes em terapia concomitante de glibenclamida (gliburida) com fluvastatina
devem continuar a ser monitorados apropriadamente quando as doses de fluvastatina forem aumentadas para 80 mg por
dia.
clopidogrel
Fluvastatina não afetou a atividade de agregação antiplaquetária do clopidogrel. Portanto, a fluvastatina e o clopidogrel
podem ser coadministrados sem qualquer ajuste da dose.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C).
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico
Lescol
XL: comprimido amarelo, redondo e ligeiramente biconvexo.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Lescol
XL pode ser administrado em dose única a qualquer hora do dia com ou sem alimento. Lescol
XL deve ser
engolido inteiro com um copo de água. O efeito máximo de diminuição dos lipídeos, com uma dose administrada do
fármaco, é alcançado dentro de 4 semanas.
As doses devem ser ajustadas de acordo com a resposta do paciente e os ajustes de dose devem ser feitos com intervalos
de 4 semanas ou mais. O efeito terapêutico de Lescol
XL é mantido com a administração prolongada.
O limite máximo de administração é 80 mg/dia
População alvo geral
Adultos
Antes de iniciar o tratamento com Lescol
XL, o paciente deve ser submetido a uma dieta padrão para reduzir o
colesterol. A terapia dietética deve continuar durante o tratamento.
VPS3 = Lescol XL_Bula_Profissional 11
A dose recomendada é 80 mg (1 comprimido de Lescol
XL 80 mg uma vez ao dia).
Em pacientes com doenças cardíacas após intervenção coronária percutânea, a dose apropriada é de 80 mg por dia.
XL é eficaz em monoterapia. Existem dados que comprovam a eficácia e a segurança da fluvastatina em
combinação com ácido nicotínico, colestiramina ou fibratos (vide “Interações medicamentosas”).
Populações especiais
Pacientes pediátricos
colesterol por 6 meses. A terapia dietética deve continuar durante o tratamento.
A dose usual é 80 mg (1 comprimido de Lescol
O uso da fluvastatina em combinação com ácido nicotínico, colestiramina ou fibratos em crianças e adolescentes não foi
investigado.
Insuficiência renal
Não são necessários ajustes de dose em pacientes com insuficiência renal (vide “Características farmacológicas”).
Insuficiência hepática
XL é contraindicado a pacientes com doença hepática ativa, ou não esclarecida, com elevações persistentes das
transaminases séricas (vide “Contraindicações” e “Advertências e precauções”).
Pacientes geriátricos
Em estudos clínicos com Lescol
XL, eficácia e tolerabilidade foram demonstradas em ambos os grupos de pacientes,
acima e abaixo de 65 anos. No grupo dos idosos (> 65 anos), a resposta ao tratamento foi acentuada e não houve
nenhuma evidência de tolerabilidade reduzida. Desta forma, não há necessidade de ajuste de dose baseado na idade.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
As reações adversas (vide Tabela 4) estão listadas pelo sistema classe-órgão MedDRA. Dentro de cada sistema classe-
órgão, as reações adversas estão dispostas por frequência, com as reações mais frequentes primeiro. Dentro de cada
grupo de frequência, as reações adversas são apresentadas em ordem decrescente de gravidade. Além disso, a categoria
de frequência correspondente, usando a seguinte convenção (CIOMS III), também é fornecida para cada reação adversa:
muito comum ( 1/10); comum ( 1/100, < 1/10); incomum ( 1/1.000, < 1/100); rara ( 1/10.000, < 1/1.000); muito
rara (< 1/10.000).
As reações adversas mais comumente reportadas são sintomas gastrintestinais leves, insônia e cefaleia.
Tabela 4 - Reações adversas ao medicamento
Distúrbios no sangue e no sistema linfático
Muito rara Trombocitopenia
Distúrbios do sistema imunológico
Rara Reações de hipersensibilidade (urticária, erupção cutânea - rash)
Muito rara Reações anafiláticas
Distúrbios psiquiátricos
Comum Insônia
Distúrbios no sistema nervoso
Comum Cefaleia
Muito raras Parestesia, disestesia, hipoestesia, também conhecida por estar associada a distúrbios
hiperlipidêmicos subjacentes
Distúrbios vasculares
Muito rara Vasculites
Distúrbios gastrintestinais
Comum Náusea, dor abdominal, dispepsia
Muito rara Pancreatite
Distúrbios hepatobiliares
Muito rara Hepatite
Distúrbios da pele e dos tecidos subcutâneos
Muito raras Angioedema, edema na face e outras reações na pele (por ex.: eczema, dermatite, exantema
bolhoso)
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo
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Raras Mialgia, fraqueza muscular, miopatia
Muito raras Rabdomiólise, síndrome do lúpus, miosite
Laboratoriais
Comuns Aumento da creatina fosfoquinase (CK) no sangue, aumento das transaminases no sangue
Outras reações adversas de notificações espontâneas e casos da literatura (frequência desconhecida)
As seguintes reações adversas foram derivadas de experiência pós-comercialização com Lescol XL via relatos de
casos espontâneos e casos da literatura. Como estas reações são relatadas voluntariamente por uma população de
tamanho incerto, não é possível estimar a frequência que é, portanto, classificada como desconhecida. As reações
adversas são listadas de acordo com o sistema classe-órgão MedDRA. Dentro de cada sistema classe-órgão, as reações
adversas são apresentadas em ordem decrescente de gravidade.
Distúrbios do sistema reprodutivo e da mama: disfunção erétil.
Pacientes pediátricos
Os perfis de segurança da fluvastatina, em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica,
observados em dois estudos clínicos, foram similares aos observados em adultos. Em ambos os estudos, todas as
crianças e adolescentes continuaram com seus crescimentos e maturação sexual normais.
Achados laboratoriais
Anormalidades bioquímicas da função hepática têm sido associadas ao uso dos inibidores da HMG-CoA redutase e de
outros agentes redutores de lipídeos. Elevações confirmadas dos níveis de transaminases, para valores 3 vezes maiores
que o limite superior da normalidade (LSN), desenvolveram-se em pequeno número de pacientes (1 a 2%).
Elevações pronunciadas dos níveis da CK para valores 5 vezes maiores que o limite superior da normalidade (LSN)
desenvolveram-se em um número muito pequeno de pacientes (0,3 a 1,0%).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.