Bula do Lfm- Ranitidina produzido pelo laboratorio Laboratório Farmacêutico da Marinha
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
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LFM-RANITIDINA
(CLORIDRATO DE RANITIDINA)
LABORATÓRIO FARMACÊUTICO DA MARINHA – LFM
COMPRIMIDOS REVESTIDOS
150mg
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LFM-RANITIDINA 150mg
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
DCB: CLORIDRATO DE RANITIDINA
APRESENTAÇÕES
Forma Farmacêutica: Comprimidos revestidos de 150 mg - Cada caixa contém 250 ou 500 comprimidos.
“USO ORAL.”
“USO ADULTO E PEDIÁTRICO.”
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de LFM-Cloridrato de Ranitidina 150mg contêm 167,41mg de cloridrato de Ranitidina (que
corresponde a 150mg de ranitidina).
Excipientes: celulose microcristalina, glicolato de amido e sódio, talco R2BL, dióxido de silício coloidal, estearato de
magnésio, fosfato de cálcio dibásico diiidratado e álcool etílico 96ºGL.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Ranitidina é indicado no tratamento de úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna, incluindo aquelas associadas a agentes
anti-inflamatórios não-esteroidais.
Também é usado na prevenção de úlceras duodenais associadas a agentes anti-inflamatórios não-esteroidais, incluindo
ácido acetilsalicílico, especialmente em pacientes com história de doença ulcerosa péptica, úlcera duodenal relacionada à
infecção por H. pylori, úlcera pós-operatória, esofagite de refluxo, alívio dos sintomas de refluxo gastroesofágico,
Síndrome de Zollinger-Ellison e dispepsia episódica crônica, caracterizada por dor (epigástrica ou retroesternal) que está
associada às refeições ou distúrbios do sono, mas não associada às condições citadas anteriormente.
Ranitidina é indicado, ainda, nas situações em que é desejável a redução da produção de ácido: profilaxia da úlcera de
estresse em pacientes gravemente enfermos, profilaxia da hemorragia recorrente em pacientes com úlcera péptica e
prevenção da síndrome de aspiração ácida (Síndrome de Mendelson).
Cloridrato de Ranitidina proporcionou cura da úlcera duodenal em 83% dos pacientes, comparada com 32% do grupo
placebo, após 4 semanas de tratamento. Pacientes com úlcera gástrica tratados por 12 semanas alcançaram a cura em 89%
dos casos, comparada com 72% do grupo placebo. Taxas de cura para esofagite erosiva foram 83 e 81%, respectivamente,
para os grupos que usaram 150 e 300 mg de Ranitidina (grupo placebo = 58%).
JOHNSON, JA; et al. Ranitidine 300 mg at bedtime is effective for gastric ulcers: a 12-wk, multicenter, randomized,
doubleblind, placebo-controlled comparison. The Ranitidine 300 mg HS Gastric Ulcer Study Group. Am J Gastroenterol.
[S.l.], v. 88, n. 7, p. 1071-75, 1993.
ROUFAIL, W; et al. A study of two hundred and eight patients in premature labour treated with orally administered
Ranitidine for erosive oesophagitis: a double-blind, placebo-controlled study. Glaxo Erosive Esophagitis Study Group.
Aliment Pharmacol Ther. [S.l.], v. 6, n. 5, p. 597-607, 1992.
LEE, FI. Comparison of twice-daily ranitidine and placebo in the treatment of duodenal ulcer – a multicentre study in the
United Kingdom. [S.l.], v. 29, n. 3, p. 127-129, 1982.
Propriedades farmacodinâmicas
Mecanismo de ação
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A Ranitidina é um antagonista do receptor histamínico H2 dotado de alta seletividade e rápido início de ação. Inibe a
secreção basal e a secreção estimulada de ácido gástrico, reduzindo tanto o volume quanto o conteúdo de ácido e de
pepsina da secreção.
Efeitos Farmacodinâmicos
A Ranitidina tem, relativamente, ação de longa duração. Portanto, a dose única de 150 mg inibe de forma eficaz a secreção
ácida gástrica por 12 horas. Evidências clínicas demonstraram que a combinação da Ranitidina oral com a amoxicilina e o
metronidazol é capaz de erradicar o Helicobacter pylori em aproximadamente 90% dos pacientes. Essa terapia combinada
mostrou ser capaz de reduzir significativamente a recorrência de úlcera duodenal. A infecção por H. pylori ocorre em cerca
de 95% dos pacientes com úlcera duodenal, e em 80% daqueles com úlcera gástrica.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
Após a administração oral de 150 mg de Ranitidina, as concentrações plasmáticas máximas (300 a 550 ng/mL) ocorreram
após 1-3 horas. Dois picos distintos ou um platô na fase de absorção resultam da reabsorção da droga excretada para o
intestino. A biodisponibilidade absoluta da Ranitidina é de 50-60%, e as concentrações plasmáticas aumentam de maneira
proporcional ao aumento da dose até 300 mg.
Distribuição
Ranitidina não mostra ligação extensa a proteínas plasmáticas (15%), mas exibe um grande volume de distribuição
variando de 96 a 142 litros.
Metabolismo
A Ranitidina não é extensivamente metabolizada. Seu metabolismo após a administração oral é similar ao observado após o
uso intravenoso. Cerca de 6% da dose são excretados na urina como N-óxido, 2% como S-óxido, 2% como
desmetilranitidina e 1% a 2% como análogo do ácido furoico.
Eliminação
A concentração plasmática diminui de maneira biexponencial, com uma meia vida terminal de duas a três horas. A
principal via de eliminação é a renal. Após administração oral de 150 mg de 3H-Ranitidina, 96% da dose foi recuperada,
26% nas fezes e 70% na urina, dos quais 35% consistiam na droga original inalterada. Menos de 3% da dose é excretada na
bile. O clearance renal é de aproximadamente 500 mL/min, o que excede a filtração glomerular, indicando secreção renal
tubular.
Pacientes acima de 50 anos de idade
Em pacientes com mais de 50 anos de idade, a meia vida é prolongada (3 a 4 horas) e o clearance é reduzido, o que é
compatível com a diminuição da função renal relacionada à idade. No entanto, a exposição sistêmica e o acúmulo são 50%
maiores. Essa diferença excede o efeito da função renal em declínio e indica aumento da biodisponibilidade nesse grupo de
pacientes.
Ranitidina é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da fórmula.
“Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista”.
O tratamento com Ranitidina pode mascarar sintomas relacionados ao carcinoma gástrico e, assim, retardar o diagnóstico
da doença. Diante de suspeita de úlcera gástrica, deve ser excluída a possibilidade de patologia maligna antes de se instituir
a terapia com Ranitidina. Como a Ranitidina é excretada por via renal, é esperado que os níveis plasmáticos aumentem ou
se prolonguem diante de insuficiência renal. Na vigência de insuficiência renal, recomenda-se ajuste posológico, de acordo
com o clearance.
Deve-se evitar o uso de Ranitidina em pacientes com história de porfíria aguda, visto que há relatos, embora raros, de crises
dessa doença precipitadas pela Ranitidina. É recomendado o monitoramento regular dos pacientes que estão em terapia
concomitante com anti-inflamatórios não-esteroidais e Ranitidina, especialmente dos idosos e daqueles com histórico de
úlcera péptica.
Em idosos, pacientes com doença pulmonar crônica, diabetes ou imunodeprimidos, pode haver aumento do risco de
desenvolver pneumonia comunitária. Em um grande estudo epidemiológico, observou-se risco relativo ajustado de 1,63
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(95% IC, 1,07-2,48) em usuários de drogas antagonistas do receptor H2, em comparação a pacientes que interromperam o
tratamento.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Não há efeitos reportados relacionados ao uso de Ranitidina.
Fertilidade
Não há dados sobre o efeito da Ranitidina na fertilidade humana. Não houve efeitos na fertilidade masculina ou feminina
em estudos realizados em animais.
Gravidez e lactação
A Ranitidina atravessa a barreira placentária e é secretada no leite materno. Como qualquer droga, o medicamento só deve
ser usado durante a gravidez e o aleitamento caso seja essencial.
Categoria B de risco na gravidez.
A Ranitidina tem o potencial de afetar a absorção, o metabolismo e a excreção renal de outros medicamentos. A
farmacocinética alterada pode exigir ajuste na dosagem do medicamento afetado ou a interrupção do tratamento. As
interações ocorrem por vários mecanismos, como:
1) Inibição do sistema oxigenase de função mista associado ao citocromo P450
A Ranitidina, nas doses terapêuticas usuais, não potencializa a ação dos fármacos inativados por esse sistema de enzimas,
como diazepam, lidocaína, fenitoína, propranolol e teofilina.
Houve relatos de alteração no tempo de protrombina com o uso de anticoagulantes de cumarina (por exemplo, varfarina).
Devido ao índice terapêutico estreito, é recomendada monitoração cuidadosa da elevação ou da redução do tempo de
protrombina durante o tratamento concomitante com a Ranitidina.
2) Competição pela secreção tubular renal
Uma vez que a Ranitidina é parcialmente eliminada pelo sistema catiônico, ela pode afetar a eliminação de outros
medicamentos por essa rota. Doses altas de Ranitidina (como as usadas no tratamento da Síndrome de Zollinger-Ellison)
podem reduzir a excreção de procainamida e N-acetilprocainamida, o que resulta em níveis plasmáticos elevados desses
fármacos.
3) Alteração do pH gástrico
A biodisponibilidade de certos fármacos pode ser afetada. Ou seja, a absorção pode ser aumentada (caso de triazolam,
midazolam, glipizida) ou reduzida (caso de cetoconazol, atazanavir, delaviridina, gefitinibe).
Não há evidências de interação da Ranitidina com amoxicilina e metronidazol.
Quando altas doses (2 g) de sucralfato são administradas concomitantemente com Ranitidina, a absorção desta pode ser
reduzida. Tal efeito não é observado caso o sucralfato seja tomado duas horas após a Ranitidina.
O uso simultâneo com cetoconazol pode resultar na redução da absorção do cetoconazol. Os pacientes devem receber a
Ranitidina duas horas após o uso do cetoconazol.
LFM-Ranitidina comprimidos revestidos deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C), protegidos da luz
e umidade.
“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem”.
“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original”.
Aspectos físicos:
LFM-Ranitidina 150 mg: comprimidos biconvexo, revestido, branco-creme.
“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento”.
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“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças”.
Modo de usar
Os comprimidos de Ranitidina devem ser administrados com um copo de água. Caso uma dose seja esquecida, deve ser
tomada o quanto antes, prosseguindo-se com o horário normal das demais doses.
Posologia
• Adultos
-Úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna
Tratamento agudo:
A dose-padrão usual para o tratamento agudo de úlcera gástrica benigna e úlcera duodenal é de 150 mg, duas vezes ao dia,
ou dose única de 300 mg à noite. Na maioria dos casos de úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna, a cicatrização ocorre
dentro de quatro semanas. Em alguns pacientes, esse período pode se estender até oito semanas.
Na úlcera duodenal, com 300 mg duas vezes ao dia durante quatro semanas, obtêm-se taxas de cicatrização maiores do que
com 150 mg, duas vezes ao dia (ou 300 mg à noite), durante quatro semanas. O aumento da dose não tem sido associado à
maior incidência de efeitos colaterais.
Tratamento de longo prazo:
No tratamento de longo prazo, a dose geralmente utilizada é de 150 mg à noite. O tabagismo está relacionado à maior
frequência de reincidência de úlcera duodenal. Em pacientes fumantes que não conseguem evitar fumar durante o
tratamento, uma dose de 300 mg à noite proporciona benefício terapêutico adicional sobre o regime de doses de 150 mg.
- Úlcera péptica associada ao uso de anti-inflamatórios não-esteroidais
No caso de úlceras que se desenvolvem durante a terapia com anti-inflamatórios não-esteroidais ou associadas ao uso
continuado dessas drogas, podem ser necessárias de oito a doze semanas de tratamento com Ranitidina, administrando150
mg, duas vezes ao dia, ou 300 mg à noite.
Prevenção:
Para a prevenção de úlceras duodenais associadas ao uso de anti-inflamatórios não-esteroidais, podem ser administrados
concomitantemente 150 mg de Ranitidina duas vezes ao dia.
- Úlcera duodenal associada à infecção por Helicobacter pylori
A dose de 300 mg à noite (ou 150 mg, duas vezes ao dia) de Ranitidina pode ser administrada em associação com 750 mg
de amoxicilina oral três vezes ao dia e 500 mg de metronidazol três vezes ao dia, por duas semanas. Terminado esse
período, a terapia deve ser continuada por mais duas semanas apenas com Ranitidina. Esse regime reduz significativamente
a recidiva de úlcera duodenal.
- Úlcera pós-operatória
O regime-padrão é de 150 mg, duas vezes ao dia. Na maioria dos casos, a cicatrização ocorre dentro de quatro semanas,
mas em alguns pacientes esse período pode se estender até oito semanas.
- Refluxo gastroesofágico
Na esofagite de refluxo, recomenda-se 150 mg, duas vezes ao dia, ou 300 mg, à noite, durante oito semanas. O período do
tratamento pode se estender até 12 semanas, se necessário. Em pacientes com esofagite moderada ou grave, a dose pode ser
aumentada para 150 mg, quatro vezes ao dia, por até 12 semanas.
A dose oral recomendada é de 150 mg, duas vezes ao dia.
Alívio dos sintomas:
Recomenda-se 150 mg, duas vezes ao dia, durante duas semanas. O tratamento pode ser continuado por mais duas semanas
nos pacientes que não respondem adequadamente à terapia inicial.
- Síndrome de Zollinger-Ellison
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A dose inicial recomendada é de 150 mg, três vezes ao dia, e pode ser aumentada, se necessário. Doses diárias de até 6 g
têm sido bem toleradas.
- Dispepsia episódica crônica
A dose-padrão recomendada é de 150 mg, duas vezes ao dia, por até seis semanas.
Qualquer paciente que não responda à terapia ou que tenha recidiva logo após o tratamento deve ser investigado.
• Crianças
A dose oral recomendada para o tratamento de úlcera péptica em crianças é de 2 a 4 mg/kg, duas vezes ao dia. Pode-se
chegar ao máximo de 300 mg de Ranitidina por dia.
• Pacientes acima de 50 anos de idade
(ver Farmacocinética, Populações Especiais de Pacientes, Pacientes acima de 50 anos de idade).
Não existe a necessidade de ajuste de dose em pacientes idosos.
• Insuficiência renal
Pode ocorrer acúmulo de Ranitidina, resultando em elevadas concentrações plasmáticas, nos pacientes com insuficiência
renal grave (clearance de creatinina abaixo de 50 mL/min). Nestes casos, a dose diária de Ranitidina deve ser de 150 mg.
Pacientes sob diálise peritoneal crônica ambulatorial ou hemodiálise crônica devem ingerir 150 mg de Ranitidina
imediatamente após a diálise.
“Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado”.
As reações adversas estão classificadas segundo o sistema orgânico e a frequência - muito comum (>1/10), comum
(>1/100, <1/10), incomum (>1/1.000, <1/100), rara (>1/10.000, <1/1.000) e muito rara (<1/10.000).
Os eventos adversos foram estimados com base em relatos espontâneos pós-comercialização.
Reações raras (>1/10.000 e <1/1.000):
- Reações de hipersensibilidade (urticária, edema angioneurótico, febre, broncoespasmo, hipotensão e dor no peito).
Conforme relatos, esses eventos ocorreram após uma única dose.
- Mudanças transitórias e reversíveis nos exames de função hepática. Esses sintomas são normalmente reversíveis.
- Erupções cutâneas.
Reações muito raras (<1/10.000):
- Leucopenia e trombocitopenia, geralmente reversíveis; agranulocitose ou pancitopenia, algumas vezes com hipoplasia ou
aplasia medulares.
- Choque anafilático. Conforme relatos, esses eventos ocorreram após uma única dose.
- Confusão mental, depressão e alucinação reversíveis. Esses sintomas foram relatados predominantemente por pacientes
gravemente enfermos e por idosos.
- Cefaleia (às vezes, grave), vertigem e movimentos involuntários reversíveis.
- Visão turva reversível. Esse sintoma é sugestivo de alteração de acomodação visual.
- Como ocorre com outros antagonistas do receptor H2, bradicardia, bloqueio atrioventricular e assistolia (apenas quando se
usa a apresentação injetável).
- Vasculite.
- Pancreatite aguda, diarreia.
- Hepatite (hepatocelular, hepatocanalicular ou mista), com ou sem icterícia. Esses sintomas são normalmente reversíveis.
- Eritema multiforme, alopecia.
- Artralgia e mialgia.
- Nefrite aguda intersticial.
- Impotência reversível e alterações nas mamas (como ginecomastia e galactorreia)
“Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível
em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal e entre em
contato com o setor de Farmacovigilância do Laboratório Farmacêutico da Marinha pelo telefone (21) 3860-2859.”
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Devido à elevada especificidade de ação da Ranitidina, não é esperada a ocorrência de problemas de maior gravidade no
caso de eventual superdosagem. Se necessário, no entanto, pode ser instituída terapia sintomática e de suporte, assim como
a remoção da droga por hemodiálise.
“Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações”.