Bula do Livgas para o Profissional

Bula do Livgas produzido pelo laboratorio Medquimica Indústria Farmacêutica S.a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Livgas
Medquimica Indústria Farmacêutica S.a - Profissional

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BULA COMPLETA DO LIVGAS PARA O PROFISSIONAL

LIVGAS®

simeticona

MEDQUÍMICA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA S.A.

Comprimido 40 mg

Emulsão oral 75 mg/mL

comprimido

emulsão oral (gotas)

I- IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO

Nome Genérico:

Formas Farmacêuticas e Apresentações:

Comprimidos de 40 mg em embalagem com 20 comprimidos.

VIA ORAL

USO ADULTO

Emulsão oral (gotas) 75 mg/mL em frasco contendo 15 mL.

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

Composição:

Comprimido:

Cada comprimido contém 40 mg de simeticona.

Excipientes: celulose microcristalina, fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, maltose, amido, povidona,

estearato de magnésio, dióxido de silício e croscarmelose sódica.

Solução Oral:

Cada mL contém 75 mg de simeticona.

Veículos: sacarina sódica di-hidratada, goma xantana, propilparabeno, metilparabeno, propilenoglicol,

corante vermelho 40, aroma de cereja, água purificada, monoestearato de polietilenoglicol, monoestearato

de glicerol e ácido sórbico.

II- INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1- INDICAÇÕES

Livgas®

está indicado para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no aparelho gastrintestinal

constituindo incômodo, motivo de dores ou cólicas intestinais1

, tais como:

- Meteorismo1

- Eructação1

- Borborigmos1

- Aerofagia pós-cirúrgica1

- Distensão abdominal1

- Flatulência1

Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a simeticona

facilita a eliminação dos gases, Livgas®

pode ser usado na preparação do paciente a ser submetido à

endoscopia digestiva e / ou colonoscopia.

1

CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação,

hipertimpanismo (abdominal/intestinal) e meteorismo).

2- RESULTADOS DE EFICÁCIA

Treze ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da

simeticona no tratamento de sintomas relacionados ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal,

distúrbios gastrintestinais funcionais, cólica infantil e no preparo de pacientes para a realização de exames

de imagem de órgãos abdominais (endoscopia e colonoscopia), além de uma metanálise avaliando seus

efeitos no tratamento da cólica infantil.

No grupo de pacientes adultos com sintomas relacionados ao acúmulo de gases, os estudos indicaram a

eficácia da simeticona quando comparada ao placebo, bem como a não inferioridade e a superioridade do

medicamento em relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os distúrbios disfuncionais do trato

digestivo não disponível no Brasil. No grupo de pacientes pediátricos, tratados em razão dos sintomas

associados às cólicas infantis, uma revisão sistemática com metanálise e dois ensaios clínicos individuais

não demonstraram diferenças de benefício estatisticamente significativas do medicamento nesse contexto,

comparado ao placebo ou a um probiótico (L. reuteris).

No contexto da utilização da simeticona para o preparo de pacientes para exames de imagem, com o

objetivo de melhorar a visibilidade dos órgãos abdominais, a eficácia da simeticona está bem estabelecida

em todos os estudos. O medicamento, utilizado em geral como associação às soluções de preparo, foi

capaz de reduzir a quantidade de bolhas de ar intraluminais, melhorando a qualidade das imagens obtidas

em exames de colonoscopia, endoscopia digestiva alta e endoscopia por cápsula.

Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais do trato

gastrintestinal. Em Bernstein 1974, o grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os

sintomas quando analisados em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão abdominal,

indigestão, inchaço, pressão, acidez, desconforto estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em oito deles

quando analisados separadamente (gases, plenitude gástrica, inchaço, distensão, indigestão, desconforto

gástrico, acidez e dor pós-prandial). A redução na severidade de todos os sintomas combinados foi

significativamente maior no grupo tratado com simeticona (p<0,001), assim como da maioria dos

sintomas isolados (gases, plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor, indigestão e acidez).

Holtmann 1999 avaliou os escores de severidade dos sintomas resultante da soma dos escores atribuídos

a plenitude gástrica, dor no abdômen superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação,

pirose, perda de apetite e percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a soma do escore de

sintomas decresceu significativamente no grupo da simeticona, com a diferença entre os grupos sendo de

-55,2% (IC 95% -85,2% a -25,2%) após duas semanas e -24,2% (-54,3% a 5,8%) após quatro semanas,

obedecendo aos critérios determinados no estudo para estabelecer a não inferioridade da simeticona em

relação à cisaprida (p<0,001).

Holtmann 2002 comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas. Os sintomas

avaliados foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos, eructação, saciedade

precoce, náusea, vômito, regurgitação, pirose e perda de apetite. Após dois, quatro e oito semanas de

tratamento, a soma dos escores de sintoma foi significativamente menor no grupo com a simeticona ou a

cisaprida comparadas ao grupo placebo. A simeticona foi não inferior à cisaprida após quatro (p<0,0001)

e oito semanas (p=0,0004) e foi superior à cisaprida após 2 semanas (p=0,0007). Durante as oito semanas

de duração do estudo, a simeticona resultou em uma melhora numericamente melhor dos sintomas

quando comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no nível 2,5% para as duas primeiras

semanas para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea.

Uma revisão sistemática com metanálise (Lucassen 1998) avaliou diversos tratamentos para cólicas

infantis, tendo incluído três estudos que compararam simeticona a placebo em um total de 126 crianças

com idades variando entre três dias e 12 semanas. Quando avaliados individualmente, apenas Sehti 1988

demonstrou benefício para a simeticona, em termos de percentual de sucesso (tamanho do efeito 0,54 (IC

95% 0,21 a 0,87)), por oposição a Danielsson 1985 (tamanho do efeito 0,06 (IC 95% -0,17 a 0,28)) e

Metcalf 1994 (tamanho do efeito -0,10 (-0,27 a 0,08)), que não conseguiram observar diferenças

estatisticamente significativas em termos dos desfechos avaliados. Os autores reportaram o resultado da

metanálise para a comparação simeticona placebo apenas no gráfico de pinheiro, sem informar a

estimativa pontual e o intervalo de confiança para os dados agregados, porém demonstrando a ausência

de diferença estatisticamente significativa entre os grupos.

Savino 2007 comparou a simeticona ao probiótico Lactobacilus reuteri no tratamento da cólica infantil.

Foram incluídas 90 crianças para receber o probiótico ou simeticona (60 mg/dia) durante 28 dias. O

desfecho mensurado foi o tempo mediano de choro por dia no baseline, dias 1, 7, 14, 21 e 28. Os

resultados foram favoráveis para o probiótico mostrando uma redução significativa do tempo mediano

chorando por dia no dia 7 (159 minutos por dia versus 177 minutos por dia; p=0,005), 14, 21 e ao final do

estudo (51 minutos por dia versus 145 minutos por dia no dia 28; p<0,001).

Voepel-Lewis 1988 avaliou a eficácia da simeticona comparada ao placebo no tratamento do desconforto

abdominal pós-operatório em crianças abaixo dos 28 meses de idade que receberam anestesia geral

inalatória. Os resultados demonstraram menores escores de dor segundo o instrumento de avaliação

FLACC 20 e 30 minutos após a administração da medicação (p>0,05). Pacientes que receberam placebo

mostram-se significativamente mais suscetíveis a requerer medicação adicional de resgate durante a

permanência na unidade de recuperação pós-anestésica (p=0,02). Medicação de resgate incluía codeína,

sulfato de morfina e simeticona.

No que diz respeito à eficácia da simeticona na redução das bolhas de ar intraluminais, todos os estudos

avaliados demonstraram o benefício do medicamento na redução da quantidade de bolhas de ar presente

ao exame, quando comparada ao controle (placebo, diferentes doses de simeticona, outros fármacos ou

ausência de preparo).

Em McNally 1988, os pacientes submetidos à colonoscopia tiveram escore médio de bolhas de ar menor

no grupo com simeticona quando comparado ao grupo placebo para todos os segmentos colônicos

(p<0,01 para o reto e p<0,001 para cólon descendente, transverso, ascendente e ceco). Em relação ao grau

de comprometimento da visibilidade, diferenças estatisticamente significativas também foram observadas,

sendo o escore médio de prejuízo da visibilidade em todos os segmentos do intestino no grupo da

simeticona igual a zero.

Lazzaroni 1993 demonstrou que 56 de 57 pacientes apresentaram quantidade mínima ou ausência de

bolhas (98%) no grupo da simeticona e apenas 41 de 48 (85%) no grupo placebo (p=0,037). O estudo

obteve também resultados favoráveis para o grupo com simeticona em termos de redução da sensação de

mal estar e da ocorrência de distúrbios do sono (p=0,012 para ambos). Sudduth 1995 observou que 13 de

44 (29,5%) pacientes apresentaram bolhas significativas em pelo menos um segmento do cólon no grupo

placebo, comparado a um de 42 (2,4%) paciente no grupo com simeticona (p<0,001). Foram comparados

também os escores médios de bolhas de ar, evidenciando benefício da adição de simeticona nos

segmentos retossigmóide e cólon ascendente (p<0,05). Em Tongprasert 2009, a adição da simeticona

diminui significativamente a ocorrência de bolhas de ar no intestino como um todo (grau aceitável de

bolhas em 100% dos pacientes no grupo da simeticona e 42,4% dos pacientes no grupo placebo;

p<0,0001). Nenhum paciente no grupo da simeticona teve grau inaceitável de bolhas, contra 57,6% dos

pacientes no grupo placebo.

Os resultados de Bertoni 1992 indicaram a superioridade significativa dos braços com simeticona em

relação ao placebo (p<0,001), no que diz respeito ao escore de espuma e bolhas ao exame. Em Ge 2006, o

grupo da simeticona apresentou visibilidade da mucosa intestinal melhor do que no grupo controle no

primeiro segmento do intestino ao exame, correspondente à uma hora de exame (p=0,0175). Wei 2008

encontrou que o número de pacientes com o preparo do intestino considerado adequado pelo examinador

foi de 17 no grupo com simeticona, 12 no grupo que recebeu apenas a solução e sete no controle

(p=0,002).

Em Postgate 2009, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em termos de tempo

de trânsito gástrico ou intestinal e taxa de exames completos entre os braços, bem como de qualidade das

imagens, porém os dois braços que receberam purgativos (controle) foram significativamente menos

convenientes e confortáveis (p>0,001 e p=0,001 para cada desfecho respectivamente) do que o esquema

com simeticona apenas.

Avramovic et al. realizaram um estudo duplo-cego em pacientes submetidas a parto cesáreo para estudar

o efeito da simeticona sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão por gás durante o período pós-

operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram uma redução significativamente maior

das queixas subjetivas analisadas (náusea, vômitos, meteorismo, desconforto no estômago, dores

abdominais), assim como movimentos peristálticos e flatulência em relação ao placebo. Com base nos

resultados obtidos e considerando a não-toxicidade do fármaco, sua característica de ser inerte

quimicamente, boa tolerância e uso simples, os autores consideraram a simeticona muito útil na

prevenção do desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão abdominal após o parto

cesáreo.

A eficácia da simeticona em melhorar a visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por Sudduth RH

et al. Eles estudaram 86 pacientes recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo (n=44). Este estudo indica

que o uso de simeticona combinado com uma preparação de fosfato de sódio pode melhorar a visibilidade

do cólon, diminuindo a presença de bolhas. A melhor visualização pode aumentar a detecção de lesões

patológicas na mucosa.

3- CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades Farmacodinâmicas

Livgas®

, cujo componente ativo é a simeticona, é um silicone antifisético com ação antiflatulenta, que

alivia o mal estar gástrico causado pelo excesso de gases.

atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, levando

ao rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à formação de bolhas maiores que

serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as responsáveis pela dor abdominal e pela flatulência,

e a sua eliminação resulta no alívio dos sintomas associados com a retenção dos gases.

As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por Brecevic et

al. em três diferentes sistemas espumantes contendo surfactante catiônico, surfactante aniônico e solução

de sabão. Os resultados obtidos das medidas da densidade da espuma inicial, estabilidade da espuma e

tensão superficial fornecem evidências de que a ligação entre o filme líquido dos surfactantes pela

simeticona, auxiliado e acelerado pela presença de partículas hidrofóbicas de sílica, provocam a ruptura

deste filme, mesmo ele sendo relativamente fino, sendo o provável mecanismo de inibição de espuma em

todos os sistemas.

O efeito foi mais pronunciado no sistema com solução catiônica do que com a solução aniônica e sabão.

Esses achados contribuem para o estudo que relaciona a eficácia da simeticona como antídoto e agente

antifisética em casos de ingestão e envenenamento por detergente.

Propriedades Farmacocinéticas

A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de

farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo mecanismo de ação foi demonstrado in vitro em

alguns estudos.

O tempo de início para a ação clínica da simeticona é estimado em aproximadamente 10 minutos para

síndromes dispeptivas e em 20 a 30 minutos para os sintomas pós-operatórios e uso par realização de

exames endoscópicos de trato intestinal.

4- CONTRAINDICAÇÕES

Livgas®

é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da

fórmula.

é contraindicado aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal suspeita ou conhecida.

5- ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Não há advertências ou recomendações especiais sobre o uso de Livgas®

.

Não exceda a dose recomendada.

Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando usado em

mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez

Categoria de risco na gravidez: C

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

6- INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Não são conhecidas interações de Livgas®

com outros medicamentos ou alimentos.

7- CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30ºC). Proteger da luz e umidade.

Prazo de validade: 24meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Aspecto Físico

Comprimido: Comprimido circular, biconvexo, não sulcado, de cor branca, isento de material estranho.

Emulsão oral: Emulsão de cor rosa, com odor de cereja.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.

8- POSOLOGIA E MODO DE USAR

Livgas®

deve ser administrado por via oral.

Não há estudos dos efeitos de Livgas®

comprimidos e gotas administrado por vias não recomendadas.

Portanto, por segurança e para eficácia destas apresentações, a administração deve ser somente pela via

oral.

comprimidos:

Tomar 1 comprimido 3 vezes ao dia, às refeições.

gotas (25 gotas/mL):

Crianças – lactentes: 3 a 5 gotas, 3 vezes ao dia.

Até 12 anos: 5 a 10 gotas, 3 vezes ao dia.

Acima de 12 anos e Adultos: 13 gotas, 3 vezes ao dia.

As gotas podem ser administradas diretamente na boca, ou diluídas em um pouco de água ou outro

alimento.

A dose máxima diária de simeticona deve ser limitada a 500 mg (12 comprimidos ou 166 gotas).

Atencão: o comprimido deve ser removido com cuidado.

O FRASCO DE LIVGAS GOTAS DEVE SER AGITADO ANTES DO USO.

As doses poderão ser aumentadas a critério médico.

9- REAÇÕES ADVERSAS

A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo, e é

totalmente eliminada nas fezes, sem alterações. Portanto, reações indesejáveis são menos prováveis de

ocorrer:

• Eczema de contato;

• Em casos raros: reações imediatas como urticária.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a

Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.