Bula do Lovelle produzido pelo laboratorio Biolab Sanus Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
LOVELLE®
Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.
Comprimido revestido vaginal
levonorgestrel + etinilestradiol
Biolab Sanus 07/2014 – 1
MODELO DE BULA
DO PROFISSIONAL DA SAÚDE
Lovelle®
IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
Apresentações:
Comprimido revestido vaginal. Caixa com 21 comprimidos.
Via Vaginal
Uso adulto.
Composição:
Cada comprimido revestido vaginal contém:
levonorgestrel ............................................. 0,25 mg
etinilestradiol ............................................... 0,05 mg
Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, lactose, estearato de
magnésio, laurilsulfato de sódio, dióxido de silício coloidal, hipromelose, macrogol,
dióxido de titânio, corante amarelo crepúsculo.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Lovelle®
é um anticoncepcional vaginal, com menos reações desagradáveis (reações
adversas) que os contraceptivos orais. Lovelle®
é indicado na prevenção da gravidez e
tratamento de distúrbios menstruais.
Em uma revisão, Coutinho EM e cols. 1996 compararam a ação de dois contraceptivos
combinados de 250 mcg de levonorgestrel e 50 mcg do etinil-estradiol e de 150 mcg do
desogestrel com 50 mcg do etinilestradiol, ambos administrados por via vaginal. Trinta
e uma mulheres, usando um dispositivo intrauterino não medicado, foram utilizadas
como grupo-controle. Após 12 meses de uso das pílulas via vaginal, os triglicérides
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totais e as apolipoproteínas AI e A-II e a B se mostraram significativamente aumentados
no grupo que usou a pílula vaginal combinado com levonorgestrel, enquanto que nas
usuárias da pílula vaginal combinada com desogestrel os níveis de triglicérides, o HDL
colesterol, as apoliproteínas A-I e A-II se mostraram significativamente aumentados em
comparação com os valores iniciais, quando da admissão. Nas usuárias do DIU,
nenhuma mudança foi observada tanto nos lipídios quanto nas apolipoproteínas
avaliadas.
Alvarez e cols. publicaram, em 1983, os dados farrnacocinéticos comparativos da pílula
combinada de levonorgestrel e etinilestradiol administrados por via oral e vaginal. Foi
demonstrado que os níveis plasmáticos do levonorgestrel se elevam mais lentamente
atingindo pico sérico menor quando da administração via vaginal. As curvas do nível
sérico após quatro horas da administração se tornam então praticamente paralelas, mas
com dosagens bem menores entre as mulheres que administraram a pílula via vaginal.
Demonstraram também que a maioria dos ciclos observados teve perfil hormonal
anovulátorio com baixas dosagens da progesterona e do estradiol.
Em publicação no FertiIiiy and Sterelity de 1982, Coutinho e cols. relataram a
observação de 400 rnulheres com o uso da pílula vaginal por até dois anos. Observaram
que muitas mulheres que descontinuaram o uso de contraceptivos orais devido a
problemas de náuseas e gastrites, encontraram na via vaginal uma boa alternativa.
Nenhuma gravidez foi verificada durante o período de observação, revelando efetiva
ação contraceptiva comparável aos hormônios administrados via oral.
Outro estudo clínico realizado por Coutinho e cols, publicado no Fertdity and Stenlity
em 1984, enfoca especificamente a questão da tolerabilidade genital. Os dados
encontrados de vaginites mostram que os agentes patogênicos identificados nos
corrimentos vaginais foram os mesmos encontrados em mulheres usando outros
métodos contraceptivos. As mulheres foram tratadas da infecção com sucesso, sem
necessidade de interromperem a colocação do comprimido vaginal, mesmo quando
foram utilizados cremes vaginais. Isto foi possível porque os comprimidos vaginais
permaneciam pouco tempo na vagina, dissolvendo-se rapidamente e sendo
completamente absorvidos dentro de uma a duas horas.
Coutinho EM e cols. 1993 realizaram um estudo multicêntrico das duas pílulas
anticoncepcionais com as seguintes combinações: 250 mcg de levonorgestrel com 50
mcg do etinilestradiol, e de 150 de desogestrel com 50 mcg do etinilestradiol,
administrados via vaginal. Nove países selecionaram 1.055 mulheres, que foram
randomicamente alocadas em cada um dos grupos. Os dados encontrados neste estudo
confirmaram a eficácia de ambos os comprimidos administrados via vaginal. Falhas
(gravidez) ocorreram em 2,78% entre as usuárias da pílula com Levonorgestrel e em
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4,54% das usuárias da pílula com desogestrel, diferença que não é estatisticamente
significante. Não foi verificada alteração na pressão arterial, mas se registrou aumento
do peso corporal, estatisticamente significante, em comparação com o peso a admissão
nos dois grupos.
Referências bibliográficas
1- Coutinho EM, et al. Anticoncepção hormonal via vaginal. RBM-GO.
1996;VII(3):1-8
2- Alvarez F, et al. Blood levels of levonorgestrel in women following vaginal
placement of contraceptives pills. Fertility and Sterility 1983; 40(1): 120-23.
3- Coutinho EM, et al. Ovulation supression in women following vaginal
administration of oral contraceptives tablets, Fertility and Sterility. 1982:38,
380-381
4- Coutinho EM, et al. Conception control by vaginal administration of pills
containing ethinylestradiol and dl-norgestrel. Fertility and Sterility.
1984;42:478-81.
5- Coutinho EM, et al. Comparative study on the efficacy and acceptability of two
contraceptives pills administered by the vaginal route: an international
multicenter clinical Trial. Clinical Phamacology and Therapeutics 1993: 54(5):
541-45.
Os componentes hormonais de Lovelle®
inibem a ovulação através da suspensão da
liberação de gonadotrofinas. Somam-se a este mecanismo contraceptivo outros como
proporcionar elevada viscosidade ao muco cervical, dificultando ou mesmo impedindo a
migração dos espermatozoides e, também, mudanças no endométrio que reduzem a
probabilidade de implantação. A eficácia é provavelmente a melhor qualidade dos
contraceptivos orais. No entanto, muitas queixas de intolerância gástrica e reações
adversas sobre o metabolismo geral e o sistema cardiovascular parecem associadas à via
oral de administração e seu impacto sobre o fígado, onde sofre metabolização na
primeira passagem hepática, após a absorção pela mucosa gastrointestinal.
Empregando-se Lovelle®
, um anticoncepcional hormonal por via vaginal, evita-se a
primeira passagem hepática, ao mesmo tempo que obtêm-se níveis plasmáticos menores
e suficientes para a inibição da ovulação. Esta menor sobrecarga hormonal determina
menor impacto metabólico às usuárias de Lovelle®
, especialmente no que se referem às
manifestações gástricas. O comprimido vaginal de Lovelle®
parece ter entre as usuárias,
nos extremos da sua vida reprodutiva, o público que mais se beneficiará das
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características intrínsecas deste método. As adolescentes que são as mais propensas a
apresentar náuseas induzidas pelos contraceptivos orais, empregando Lovelle®
fazem
menores picos plasmáticos hormonais e com isso melhoram sua tolerabilidade aos
anticoncepcionais hormonais. No outro extremo, entre as usuárias acima de 35 anos,
com maiores riscos de distúrbios do metabolismo lipídico e da coagulação que podem
determinar maior morbidade cardiovascular, haverá maior proteção, pois se estará
evitando o impacto metabólico sobre o fígado, na primeira passagem hepática,
determinado pela via oral. Neste sentido, Ferrer e colaboradores 1991 realizaram
estudos onde compararam os efeitos dos contraceptivos oral e vaginal sobre o
metabolismo lipídico e das lipoproteínas. Como resultado, verificaram que a
administração vaginal minimiza ou elimina a maioria dos efeitos negativos sobre o
metabolismo dos lipídios e das apolipoproteínas e que estão associados ao emprego de
contraceptivo oral. Estudos multicêntricos internacionais liderados por Coutinho EM,
com mais de 15.000 ciclos em diversos centros de pesquisa em saúde reprodutiva,
demonstraram a ampla aceitação do método por mulheres de diversas culturas e etnias,
indicando ser a via vaginal muito bem aceita e tão eficaz quanto à via oral como método
anticoncepcional.
O levonorgestrel e o etinilestradiol são rápidos e quase que completamente absorvidos
pela mucosa vaginal. O levonorgestrel possui uma biodisponibilidade quase que total
(100%), enquanto que no etinilestradiol ela está em torno de 45%. Após administração
única de levonorgestrel e etinilestradiol, os níveis plasmáticos máximos de ambos são
alcançados em até 4 horas. No plasma, o levonorgestrel liga-se amplamente às
globulinas fixadoras dos hormônios sexuais (SHBG) e menos à albumina. Já o
etinilestradiol se liga fortemente à albumina, induzindo um aumento na concentração de
SHBG. No levonorgestrel a mais importante metabolização ocorre por redução inicial
do grupo delta-4-3-oxo e hidroxilação nas posições 2 alfa, 1 beta e 16 beta seguida de
conjugação. A maioria dos metabólitos circulantes no sangue são sulfatos de 3 alfa, 5
beta-tetrahidro-levonorgestrel, enquanto que a excreção ocorre predominantemente na
forma de glicuronídeos. Alguns derivados de levonorgestrel circulam sob a forma de
17-beta-sulfatos. Cerca de 60% é excretado pela urina e 40% pelas fezes. No
etinilestradiol, as enzimas citocromo P450 (CYP3A4) localizadas no fígado, são
responsáveis pela 2-hidroxilação que é a principal reação oxidativa. Os metabólitos 2-
hidroxi são completamente transformados por metilação e glicuronidação antes de
serem excretados por via urinária nas formas conjugadas de glicuronídeo e sulfato,
estando sujeitos a recirculação êntero-hepática. O etinilestradiol conjugado é excretado
pela urina e 60% eliminado pelas fezes.
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A meia-vida de eliminação do levonorgestrel é de cerca de 24 horas no “steady-state”,
enquanto que a do etinilestradiol é de aproximadamente 25 horas.
Gravidez confirmada ou suspeita; em mulheres que tenham história anterior ou atual de
tromboflebites ou distúrbios tromboembólicos; doença vascular cerebral ou coronariana;
suspeita ou diagnóstico de carcinoma mamário ou genital; presença ou suspeita de
neoplasia estrógeno-dependente; sangramento genital anormal sem diagnóstico;
distúrbios hepáticos importantes ou antecedentes destas condições: icterícia colestática,
antecedentes de icterícia na gravidez, Síndromes de Dubin-Johnson e de Rotor;
antecedente de tumor hepático benigno ou maligno; distúrbios do metabolismo lipídico;
histórico de prurido intenso e herpes gestacional; diabetes intenso com alterações
vasculares; otosclerose agravada durante a gravidez, anemia falciforme e
hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Gerais – O fumo aumenta o risco de efeitos colaterais cardiovasculares, que é
acentuado com a idade e com o fumo intenso (15 ou mais cigarros/dia). Mulheres que
utilizam contraceptivos hormonais devem ser fortemente aconselhadas a não fumar.
Deve-se realizar história e exame físico completo antes de se prescrever um
contraceptivo hormonal, bem como periodicamente (a cada seis meses) durante seu uso.
Atenção especial deve ser dedicada à pressão arterial, mamas, abdômen, órgãos
pélvicos, citologia cervical, testes laboratoriais e história familiar prévia de alterações
do sistema de coagulação.
Os contraceptivos hormonais podem causar quadro de humor deprimido. As pacientes
com antecedentes de estados depressivos devem ser observadas com maior atenção,
devendo-se suspender a medicação caso a depressão atinja grau intenso.
Como os contraceptivos hormonais podem ocasionar certo grau de retenção hídrica,
condições que podem ser adversamente influenciadas por esse efeito como asma,
distúrbios convulsivos, enxaqueca, disfunção cardíaca ou renal, requerem cuidadosa
observação.
Usuárias de contraceptivos hormonais podem apresentar alterações no metabolismo do
triptofano, resultando em carência relativa de piridoxina.
O uso de contraceptivos hormonais pode provocar diminuição nos níveis séricos de
folatos. Mulheres que engravidam logo após o uso de contraceptivos hormonais
apresentam maior risco de desenvolver deficiência de folatos e suas complicações.
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Em mulheres predispostas, o uso de contraceptivos hormonais pode ocasionar cloasma,
que é agravado pela exposição solar. Mulheres com tal predisposição devem evitar
exposição prolongada e fazer uso de protetor solar.
Há relatos isolados de intolerância a lentes de contato por usuárias de contraceptivos
hormonais. Nestes casos, a paciente deve ser assistida por um médico oftalmologista.
Mulheres em tratamento prolongado com indutores de enzima hepática ou antibióticos
de amplo espectro devem utilizar concomitantemente um método contraceptivo não
hormonal.
Deve-se estabelecer rigorosa vigilância caso a paciente apresentar: diabetes,
hipertensão, varizes, otosclerose, esclerose múltipla, epilepsia, porfiria, tetania, coreia
minor e antecedentes de flebite.
O uso de contraceptivo hormonal deve ser imediatamente suspenso caso ocorra
instalação de enxaqueca ou aumento na frequência de cefaleias intensas; transtornos
repentinos da visão, audição ou outras disfunções perceptivas; sinais iniciais de
tromboflebites ou tromboembolias (edemas ou dores não habituais nas pernas, dor ao
respirar ou tosse de origem desconhecida); desenvolvimento de icterícia (colestase),
hepatite ou prurido generalizado; aumento da frequência dos ataques epilépticos;
elevação significativa da pressão arterial; gravidez; nos casos de cirurgias planejadas (6
semanas antes da data prevista) ou imobilidade forçada; depressão grave; dor intensa na
parte superior do abdômen ou aumento do fígado.
Estudos comparativos entre as vias oral e vaginal na administração da pílula combinada
de 250 mcg de levonorgestrel com 50 mcg do etinilestradiol registraram uma maior taxa
de gravidez involuntária com esta última após um ano de uso. Entretanto, esta diferença
não se mostrou estatisticamente significativa na análise corrigida frente as diferenças
nas taxas de adesão às vias de administração nos diversos centros de pesquisa
participantes dos estudos multicêntricos.
Apesar disso e tendo em vista os menores níveis plasmáticos dos componentes ativos da
pílula vaginal na primeira semana de uso recomenda-se a observação rigorosa do uso
diário da pílula vaginal, devendo esta ser de preferência administrada diariamente no
mesmo horário, visando-se reduzir ao mínimo o risco de gravidez indesejada, além da
utilização de método de barreira adicional por um período de 7 dias.
Hemorragias: a ocorrência de hemorragias durante os 3 primeiros ciclos de uso do
produto não é motivo para interromper o tratamento. Uma hemorragia leve pode
desaparecer por si só.
Se o sangramento tiver a intensidade semelhante à da menstruação normal, o médico
deve ser informado. Em hemorragias persistentes ou recorrentes, indica-se a realização
de diagnóstico preciso para afastar a possibilidade de gravidez ou outra causa orgânica.
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Excluídas estas possibilidades, a continuidade no uso do contraceptivo hormonal ou a
mudança para outro produto poderá resolver o problema.
Ausência de hemorragias: se excepcionalmente não ocorrer hemorragia durante os 7
dias de descanso, o tratamento não deve ser continuado até que seja excluída a
possibilidade de gravidez. Após a interrupção do uso de contraceptivos hormonais,
algumas mulheres podem apresentar amenorreia ou oligomenorreia, principalmente se
estas condições já existiam antes do início do tratamento. As pacientes devem ser
informadas a respeito destas possibilidades.
Exames laboratoriais: deve-se realizar Papanicolau antes da prescrição de
contraceptivos hormonais, bem como periodicamente durante a administração.
Determinações de glicemia devem ser realizadas em pacientes predispostas ao diabetes
melito.
Risco de carcinoma: não existem evidências que confirmem a existência de maior risco
de câncer associado ao uso de contraceptivos hormonais. Provavelmente o
comportamento sexual (precocidade no início da vida sexual, troca frequente de
parceiros), seja o fator mais importante no desenvolvimento do carcinoma cervical e
seus precursores. É importante manter constante vigilância clínica em mulheres que
utilizam contraceptivos hormonais.
No caso de surgir hemorragia genital anormal persistente ou recorrente de causa
indeterminada, deve-se realizar diagnóstico acurado a fim de descartar a possibilidade
de afecção maligna. De igual maneira, avaliação cuidadosa deve ser realizada em
mulheres com antecedentes familiares de carcinoma mamário ou que apresentem
nódulos mamários, doença fibrocística, ou anormalidades à mamografia.
Distúrbios tromboembólicos: o uso de agentes inibidores da ovulação está associado a
uma maior incidência de fenômenos tromboembólicos, principalmente trombose das
veias profundas, embolia pulmonar e infarto cerebral e cardíaco. Tais manifestações são
dependentes da dose administrada, uma vez que associações que contenham
quantidades de estrógenos superiores a 50mcg/dose apresentam efeitos secundários
mais elevados do que aqueles que contêm doses inferiores. Também a dose de
progestágeno utilizada é importante na avaliação das doenças tromboembólicas. Tais
estudos são de natureza epidemiológica e não estudos clínicos com parâmetros
cuidadosamente avaliados. Assim, o médico deve estar vigilante para reconhecer
adequadamente tais manifestações ou suspeita e o uso do medicamento descontinuado.
Se possível, o contraceptivo hormonal deve ser descontinuado pelo menos 6 semanas
antes de uma cirurgia associada a risco aumentado de tromboembolismo.
Pressão arterial: os valores da pressão arterial podem elevar-se após o uso de
contraceptivos hormonais. Em algumas pacientes a hipertensão pode ocorrer poucos
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meses após o início do uso. No primeiro ano de utilização, a incidência de hipertensão é
baixa, aumentando a medida que decorre maior tempo de uso. Idade e antecedentes de
hipertensão no período de gravidez são fatores predisponentes. Caso ocorra elevação
acentuada da pressão arterial, deve-se interromper o uso do contraceptivo. A
hipertensão que se desenvolve como decorrência da utilização de contraceptivos
hormonais, usualmente retoma à normalidade após a interrupção da droga.
Metabolismo de carboidratos e lípides: observou-se a redução na tolerância à glicose
em usuárias de contraceptivos hormonais. Estas alterações são normalmente reversíveis
com a interrupção do uso. Pacientes diabéticas e pré-diabéticas devem ser
rigorosamente avaliadas durante o uso destas drogas. Os inibidores da ovulação são
contraindicados em pacientes com diabetes intenso que já provocou alterações
vasculares.
Quanto aos efeitos dos contraceptivos hormonais sobre os lípides séricos e
lipoproteínas, há concordância de que elevam os valores dos triglicérides plasmáticos.
Este efeito parece correlacionar-se ao componente estrogênico dos contraceptivos.
Recomenda-se a não prescrição de contraceptivos hormonais a mulheres com distúrbios
congênitos ou adquiridos do metabolismo lipídico.
Tumores hepáticos: alguns tumores hepáticos têm sido associados ao uso de
contraceptivos hormonais. No entanto, ainda não ficou estabelecido se este fato tem ou
não relação causal. Apesar da raridade dos tumores hepáticos, sua ocorrência deve ser
considerada no diagnóstico diferencial de queixas abdominais intensas, hepatomegalia
ou sinais de hemorragia intra-abdominal aguda em usuárias de contraceptivos
hormonais.
Infarto do miocárdio e doença arterial coronariana: o uso de contraceptivos hormonais
tem sido associado a um maior risco de ocorrência de infarto do miocárdio. Estudos
mostram que quanto maior o número de fatores de risco para a doença coronariana,
como o hábito de fumar, idade avançada, hipertensão, hipercolesterolemia, obesidade,
diabetes, pré-eclâmpsia, maior também será o risco de infarto do miocárdio,
independente do uso de contraceptivos hormonais.
Gravidez – Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que
possam ficar grávidas durante o tratamento. Este medicamento causa malformação ao
feto durante a gravidez. A hipótese de gravidez deve ser descartada antes da prescrição
de contraceptivos hormonais. Os contraceptivos hormonais não demonstraram efeitos
deletérios sobre o feto, ou aumento de incidência de aborto em mulheres que tenham
interrompido seu uso imediatamente antes da gravidez. No entanto, recomenda-se que
essa interrupção do contraceptivo hormonal seja feita 3 meses antes de tentar
engravidar, utilizando-se neste período algum método não hormonal de contracepção.
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Os contraceptivos hormonais devem ser imediatamente descontinuados caso haja
confirmação da gravidez.
Categoria de risco X - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
Lactação – Contraceptivos contendo estrógenos, administrados no pós-parto, podem
interferir com a lactação por diminuir a quantidade e a qualidade do leite secretado.
Além disso, uma pequena quantidade de componentes hormonais foi identificada no
leite materno. Os efeitos sobre o lactente, caso existam, não foram determinados.
Mulheres que estão amamentando devem ser avisadas para não utilizar contraceptivos
orais combinados, mas sim outras formas de contracepção hormonal de ação
progestagênica e não hormonal, apropriadas para esta fase até que a criança tenha sido
desmamada.
Pediatria – A segurança e a eficácia do uso de contraceptivos em crianças ainda não
foram estabelecidas. Este produto é indicado para mulheres em idade produtiva.
Uso de barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, fenilbutazona, sulfonamidas,
clorpromazina, penicilinas, rifampicina, neomicina, nitrofurantoína, ampicilina,
tetraciclina, cloranfenicol, fenacetina e pirazolona juntamente com contraceptivos orais
pode provocar menor eficácia contraceptiva deste último, assim como a maior
incidência de hemorragia intermenstrual e amenorreia.
Os contraceptivos hormonais podem interferir no metabolismo oxidativo do
diazepam e clordiazepóxido, provocando acúmulo dos mesmos no plasma. Pacientes em
tratamento prolongado com benzodiazepínicos devem ser observadas com relação a
intensificação dos efeitos sedantes.
Como resultado da menor tolerância à glicose, as doses de agentes antidiabéticos e
insulina podem alterar-se.
Os contraceptivos hormonais podem antagonizar os efeitos terapêuticos dos anti-
hipertensivos, anticonvulsivantes, anticoagulantes orais e hipoglicemiantes. As
pacientes devem ser cuidadosamente monitoradas quanto à diminuição das respostas a
estas drogas.
Contraceptivos contendo etinilestradiol e a coadministração de atorvastatina pode
aumentar os valores de AUC do etinilestradol em aproximadamente 20%.
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Paracetamol e ácido acetilsalicílico podem aumentar a biodisponibilidade do
etinilestradiol, pois esses fármacos inibem competitivamente os receptores da parede
gastrintestinal responsáveis pela sulfatação do etinilestradiol.
Inibidores do CYP 3A4, como indinavir, itraconazol, fluconazol, cetoconazol,
podem aumentar os níveis plasmáticos dos hormônios.
Os contraceptivos hormonais podem estimular os efeitos farmacológicos ou
diminuir o clearance da teofilina, cafeína, fenotiazinas, corticosteroides, antagonistas
beta-adrenérgicos, antidepressivos tricíclicos e ciclosporina.
Interferência em Exames Laboratoriais: Compostos contendo estrógenos podem
interferir nos resultados de alguns testes de laboratório, como:
- Aumento nos valores de protrombina e dos fatores VII, VIII, IX e X. Diminuição de
antitrombina III. Aumento da agregabilidade plaquetária induzida pela noradrenalina.
- Aumento das globulinas de ligação dos hormônios tireoidianos (TGB), causando
aumento do hormônio tireoidiano total circulante. Diminuição da captação de T3 livre.
A concentração de T4 livre mantém-se inalterada.
- Redução da resposta ao teste da metirapona (utilizado para testar a capacidade da
hipófise em responder a concentrações decrescentes de cortisol plasmático).
- Diminuição da excreção de pregnanediol.
- Retenção aumentada de sulfobromoftaleína.
- Os contraceptivos hormonais podem produzir resultados falso-positivos quando o teste
de atividade da fosfatase alcalina for utilizado para o diagnóstico precoce da gravidez.
- Avaliações endócrinas e da função hepática podem ser alteradas pelo uso de
contraceptivos hormonais.
Os resultados obtidos nestas provas não devem ser considerados como definitivos até
que se tenha suspenso o emprego de contraceptivos hormonais por 2 meses. Os testes
com resultados anormais devem ser repetidos.
Mantenha Lovelle®
em temperatura ambiente (15 a 30ºC), protegido da umidade.
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.
Comprimido revestido, salmão, contendo núcleo branco, circular, biconvexo e liso.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
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Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance de crianças.
Recomenda-se cuidados higiênicos à paciente, devendo sempre lavar bem as mãos antes
de manipular a vagina.
É importante a paciente estar bem esclarecida, havendo manipulado anteriormente e
reconhecendo a abertura vaginal, para com os dedos afastar os pequenos lábios e fazer a
colocação do comprimido de Lovelle®
dentro da vagina.
Caso a paciente tenha dúvidas sobre o seu genital ou detecte alguma anormalidade
como, por exemplo, corrimento, deve consultar seu médico antes de iniciar o uso de
Lovelle®
.
deve ser usado via vaginal.
Para obter o máximo efeito anticoncepcional, Lovelle®
deve ser utilizado exatamente
como está descrito, e em intervalos que não excedam 24 horas.
Recomenda-se que Lovelle®
seja sempre administrado à mesma hora (por exemplo,
após o café da manhã), todos os dias, para criar o hábito do uso de Lovelle®
e assim
evitar esquecimento e garantir a eficácia contraceptiva.
Primeiro ciclo: o uso de Lovelle®
deve iniciar-se no 1.º dia do ciclo menstrual, isto é, o
primeiro dia de sangramento é considerado o primeiro dia da menstruação. Assim,
diariamente, durante 21 dias seguidos, sem interrupção, deve-se colocar 1 comprimido
de Lovelle®
no interior da vagina sempre na mesma hora do dia.
Após o término da cartela com 21 comprimidos de Lovelle®
, faz-se um intervalo de 7
dias sem uso da medicação, quando então deverá ocorrer o fluxo menstrual.
Durante o primeiro ciclo, a segurança contraceptiva só é alcançada com Lovelle®
após o
uso dos comprimidos vaginais por 7 dias consecutivos. As possibilidades de ovulação e
concepção devem ser consideradas antes de iniciar o tratamento.
Ciclos seguintes: a administração vaginal de Lovelle®
deverá reiniciar com uma nova
cartela, após passada esta pausa de 7 dias, ou seja, no 8.º dia após ter usado o último
comprimido de Lovelle®
da cartela anterior, mesmo que a menstruação (perda de
sangue) esteja em curso, e assim, sucessivamente durante todo o período que se deseja a
contracepção.
Se a paciente reiniciar algum ciclo após o dia correto ou no período pós-parto, ela
deverá recorrer adicionalmente a um outro método contraceptivo de barreira (diafragma
com espermicida, camisinha), até que tenha utilizado Lovelle®
vaginal durante 14 dias
seguidos.
Mudança de outro contraceptivo oral para Lovelle®
: a paciente deve ser orientada para
iniciar o tratamento com Lovelle®
vaginal no mesmo dia em que iniciaria a próxima
Biolab Sanus 07/2014 – 12
cartela do outro contraceptivo oral que vinha utilizando. Assim, se a paciente vier de um
regime de 21 dias de comprimidos, ela deverá aguardar 7 dias após o último
comprimido do contraceptivo anterior, e então, no 8.º dia iniciar com Lovelle®
. Nesta
semana de interrupção, ela experimentará perda menstrual. A paciente deve estar segura
de que o intervalo não passará de 7 dias.
Neste primeiro ciclo de tratamento com Lovelle®
vaginal, deve-se utilizar
adicionalmente um método mecânico de contracepção (de barreira: camisinha,
diafragma com espermicida), até que tenha utilizado Lovelle®
durante 14 dias seguidos.
Caso ocorra sangramento intermenstrual transitório, a paciente deve continuar a
medicação, uma vez que tal sangramento geralmente não tem importância médica. Se a
hemorragia for repetida, persistente ou prolongada, o médico deve ser informado.
Casos de esquecimento: - quando a paciente esquecer de administrar intravaginalmente
1 comprimido de Lovelle®
, deverá administrá-lo assim que se lembre, administrando o
seguinte no mesmo horário que vinha habitualmente fazendo. Desta forma a paciente
poderá administrar 2 comprimidos de Lovelle vaginal em um único dia.
- No caso da paciente esquecer de administrar intravaginalmente 2 comprimidos
seguidos de Lovelle®
, dentro da primeira ou segunda semanas da cartela, deverá
administrar os 2 comprimidos de Lovelle®
assim que se lembre. Daí em diante, deverá
administrar 1 comprimido de Lovelle®
vaginal por dia como estava utilizando, no
horário habitual, até terminar a cartela. Neste caso deve-se recorrer a um método
adicional mecânico de contracepção (de barreira: camisinha, diafragma com
espermicida), até que tenha administrado intravaginalmente Lovelle®
durante 7 dias
- Caso a paciente esqueça de administrar 3 comprimidos vaginais seguidos de Lovelle®
ou de 2 comprimidos vaginais seguidos de Lovelle®
na terceira semana da cartela, deve-
se interromper o tratamento e descartar os comprimidos restantes. Novo tratamento
deverá ser reiniciado no 8.º dia após ter administrado o último comprimido. Deve-se
utilizar método mecânico (de barreira: camisinha, diafragma com espermicida) de
contracepção, até que se tenha administrado intravaginalmente 14 comprimidos
No caso de não ocorrer hemorragia por supressão (após os 21 dias seguidos) e os
comprimidos terem sido administrados corretamente, é pouco provável que tenha
havido concepção, mesmo assim Lovelle®
vaginal não deverá ser reiniciado até que se
excluam por métodos diagnósticos as possibilidades de gravidez.
Caso a paciente não tenha utilizado corretamente Lovelle®
(esquecimento, início de
tratamento após o dia recomendado), a possibilidade de gravidez deve ser considerada
antes de reiniciar o tratamento.
Biolab Sanus 07/2014 – 13
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Reação comum (>1/100 e < 1/10): náuseas, vômitos, sangramento intermenstrual (com
maior probabilidade durante os primeiros ciclos de uso), dismenorreia, tensão mamária,
cefaleia, enxaqueca, nervosismo, depressão, alterações da libido, edemas e moléstias
varicosas.
Reação muito rara (< 1/10.000): cloasma, gastrite, alopecia, secreção vaginal, aumento
do apetite, erupção cutânea, sintomas androgênicos (p. ex.:. aumento no número de
pelos, acne, aumento de peso), amenorreia, galactorreia, mastalgia, insônia, cansaço,
intolerância a lente de contato, alterações de secreção cervical, coreia, hirsutismo e
porfiria foram relatadas, porém carecem de confirmação.
Hemorragias intermenstruais podem ocorrer com maior probabilidade durante os
primeiros ciclos de uso.
Em todos os casos de sangramento genital irregular, causas não funcionais devem ser
descartadas.
Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.
A toxicidade do levonorgestrel e etinilestradiol é baixa, não devendo ocorrer efeitos
graves após ingestão de grandes doses de contraceptivos. Os sintomas neste caso
incluem náuseas, vômitos e sangramento por supressão. Procedimentos como lavagem
gástrica e tratamento geral de suporte devem ser utilizados para controlar a
sintomatologia. Teste de função hepática (determinação dos níveis de transaminases)
pode ser executado até 3 semanas após a ingestão.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.