Bula do Luftal produzido pelo laboratorio Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Luftal
Gotas e comprimidos
75 mg/mL / 40 mg
Bristol-Myers Squibb Farmacêutica S.A.
BULA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE - LUFTAL - COMPRIMIDOS E GOTAS -
Rev1013
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APRESENTAÇÕES
Comprimidos de 40 mg em embalagem com 20 comprimidos.
Frasco conta-gotas (75 mg/mL) em embalagem com 15 mL.
USO ORAL
LUFTAL comprimidos: USO ADULTO
LUFTAL gotas: USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido de LUFTAL contém 40 mg de simeticona.
Ingredientes inativos: manitol, povidona, celulose microcristalina, croscarmelose sódica,
fosfato de cálcio diidratado e estearato de magnésio.
Cada 25 gotas de LUFTAL (equivalente a 1 mL) contém 75 mg de simeticona.
Ingredientes inativos: propilenoglicol, goma xantana, metilparabeno, propilparabeno,
ciclamato de sódio, sacarina sódica, aroma, essência de cereja, corante FDC vermelho nº 40,
ácido cítrico, citrato de sódio, povidona, glicerol, sorbitol e água.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
LUFTAL está indicado para o alívio dos sintomas no caso de excesso de gases no aparelho
gastrintestinal constituindo incômodo, motivo de dores ou cólicas intestinais1
, tais como:
- Meteorismo1
- Eructação1
- Borborigmos1
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- Aerofagia pós-cirúrgica1
- Distensão abdominal1
- Flatulência1
Sabendo que os gases no trato digestivo atrapalham os exames abdominais de imagem e a
simeticona facilita a eliminação dos gases, LUFTAL pode ser usado na preparação do paciente
a ser submetido a endoscopia digestiva e / ou colonoscopia.
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CID R14 – Flatulência e afecções correlatas (distensão abdominal (gasosa), dor de gases, eructação,
hipertimpanismo (abdominal/intestinal) e meteorismo).
Treze ensaios controlados randomizados metodologicamente adequados avaliaram a eficácia da
simeticona no tratamento de sintomas relacionados ao acúmulo de gases no trato gastrintestinal,
distúrbios gastrintestinais funcionais, cólica infantil e no preparo de pacientes para a realização de
exames de imagem de órgãos abdominais (endoscopia e colonoscopia), além de uma metanálise
avaliando seus efeitos no tratamento da cólica infantil.
No grupo de pacientes adultos com sintomas relacionados ao acúmulo de gases, os estudos indicaram a
eficácia da simeticona quando comparada ao placebo, bem como a não inferioridade e a superioridade
do medicamento em relação à cisaprida, um pró-cinético empregado para os distúrbios disfuncionais do
trato digestivo não disponível no Brasil. No grupo de pacientes pediátricos, tratados em razão dos
sintomas associados às cólicas infantis, uma revisão sistemática com metanálise e dois ensaios clínicos
individuais não demonstraram diferenças de benefício estatisticamente significativas do medicamento
nesse contexto, comparado ao placebo ou a um probiótico (L. reuteris).
No contexto da utilização da simeticona para o preparo de pacientes para exames de imagem, com o
objetivo de melhorar a visibilidade dos órgãos abdominais, a eficácia da simeticona está bem
estabelecida em todos os estudos. O medicamento, utilizado em geral como associação às soluções de
preparo, foi capaz de reduzir a quantidade de bolhas de ar intraluminais, melhorando a qualidade das
imagens obtidas em exames de colonoscopia, endoscopia digestiva alta e endoscopia por cápsula.
Três ensaios clínicos controlados avaliaram a simeticona no manejo dos transtornos funcionais do trato
gastrintestinal. Em Bernstein 1974, o grupo da simeticona apresentou redução significativa de todos os
sintomas quando analisados em conjunto (gases, pirose, plenitude gástrica, distensão abdominal,
indigestão, inchaço, pressão, acidez, desconforto estomacal, dor pós-prandial; p<0,001) e em oito deles
quando analisados separadamente (gases, plenitude gástrica, inchaço, distensão, indigestão, desconforto
gástrico, acidez e dor pós-prandial). A redução na severidade de todos os sintomas combinados foi
significativamente maior no grupo tratado com simeticona (p<0,001), assim como da maioria dos
sintomas isolados (gases, plenitude, inchaço, distensão, desconforto, dor, indigestão e acidez).
Holtmann 1999 avaliou os escores de severidade dos sintomas resultante da soma dos escores atribuídos
a plenitude gástrica, dor no abdômen superior, gases, saciedade precoce, náusea, vômito, regurgitação,
pirose, perda de apetite e percepção dos movimentos intestinais. Durante o estudo, a soma do escore de
sintomas decresceu significativamente no grupo da simeticona, com a diferença entre os grupos sendo
de -55,2% (IC 95% -85,2% a -25,2%) após duas semanas e -24,2% (-54,3% a 5,8%) após quatro
semanas, obedecendo aos critérios determinados no estudo para estabelecer a não inferioridade da
simeticona em relação à cisaprida (p<0,001).
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Holtmann 2002 comparou simeticona, cisaprida e placebo, com seguimento de 8 semanas. Os sintomas
avaliados foram: plenitude gástrica, dor em abdômen superior, borborigmos, eructação, saciedade
precoce, náusea, vômito, regurgitação, pirose e perda de apetite. Após dois, quatro e oito semanas de
tratamento, a soma dos escores de sintoma foi significativamente menor no grupo com a simeticona ou a
cisaprida comparadas ao grupo placebo. A simeticona foi não inferior à cisaprida após quatro
(p<0,0001) e oito semanas (p=0,0004) e foi superior à cisaprida após 2 semanas (p=0,0007). Durante as
oito semanas de duração do estudo, a simeticona resultou em uma melhora numericamente melhor dos
sintomas quando comparada à cisaprida e as diferenças foram significativas no nível 2,5% para as duas
primeiras semanas para os sintomas plenitude, dor, saciedade e náusea.
Uma revisão sistemática com metanálise (Lucassen 1998) avaliou diversos tratamentos para cólicas
infantis, tendo incluído três estudos que compararam simeticona a placebo em um total de 126 crianças
com idades variando entre três dias e 12 semanas. Quando avaliados individualmente, apenas Sehti 1988
demonstrou benefício para a simeticona, em termos de percentual de sucesso (tamanho do efeito 0,54
(IC 95% 0,21 a 0,87)), por oposição a Danielsson 1985 (tamanho do efeito 0,06 (IC 95% -0,17 a 0,28))
e Metcalf 1994 (tamanho do efeito -0,10 (-0,27 a 0,08)), que não conseguiram observar diferenças
estatisticamente significativas em termos dos desfechos avaliados. Os autores reportaram o resultado da
metanálise para a comparação simeticona placebo apenas no gráfico de pinheiro, sem informar a
estimativa pontual e o intervalo de confiança para os dados agregados, porém demonstrando a ausência
de diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
Savino 2007 comparou a simeticona ao probiótico Lactobacilus reuteri no tratamento da cólica infantil.
Foram incluídas 90 crianças para receber o probiótico ou simeticona (60 mg/dia) durante 28 dias. O
desfecho mensurado foi o tempo mediano de choro por dia no baseline, dias 1, 7, 14, 21 e 28. Os
resultados foram favoráveis para o probiótico mostrando uma redução significativa do tempo mediano
chorando por dia no dia 7 (159 minutos por dia versus 177 minutos por dia; p=0,005), 14, 21 e ao final
do estudo (51 minutos por dia versus 145 minutos por dia no dia 28; p<0,001).
Voepel-Lewis 1988 avaliou a eficácia da simeticona comparada ao placebo no tratamento do
desconforto abdominal pós-operatório em crianças abaixo dos 28 meses de idade que receberam
anestesia geral inalatória. Os resultados demonstraram menores escores de dor segundo o instrumento
de avaliação FLACC 20 e 30 minutos após a administração da medicação (p>0,05). Pacientes que
receberam placebo mostram-se significativamente mais suscetíveis a requerer medicação adicional de
resgate durante a permanência na unidade de recuperação pós-anestésica (p=0,02). Medicação de
resgate incluía codeína, sulfato de morfina e simeticona.
No que diz respeito à eficácia da simeticona na redução das bolhas de ar intraluminais, todos os estudos
avaliados demonstraram o benefício do medicamento na redução da quantidade de bolhas de ar presente
ao exame, quando comparada ao controle (placebo, diferentes doses de simeticona, outros fármacos ou
ausência de preparo).
Em McNally 1988, os pacientes submetidos à colonoscopia tiveram escore médio de bolhas de ar menor
no grupo com simeticona quando comparado ao grupo placebo para todos os segmentos colônicos
(p<0,01 para o reto e p<0,001 para cólon descendente, transverso, ascendente e ceco). Em relação ao
grau de comprometimento da visibilidade, diferenças estatisticamente significativas também foram
observadas, sendo o escore médio de prejuízo da visibilidade em todos os segmentos do intestino no
grupo da simeticona igual a zero.
Lazzaroni 1993 demonstrou que 56 de 57 pacientes apresentaram quantidade mínima ou ausência de
bolhas (98%) no grupo da simeticona e apenas 41 de 48 (85%) no grupo placebo (p=0,037). O estudo
obteve também resultados favoráveis para o grupo com simeticona em termos de redução da sensação
de mal estar e da ocorrência de distúrbios do sono (p=0,012 para ambos). Sudduth 1995 observou que
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13 de 44 (29,5%) pacientes apresentaram bolhas significativas em pelo menos um segmento do cólon no
grupo placebo, comparado a um de 42 (2,4%) paciente no grupo com simeticona (p<0,001). Foram
comparados também os escores médios de bolhas de ar, evidenciando benefício da adição de simeticona
nos segmentos retossigmóide e cólon ascendente (p<0,05). Em Tongprasert 2009, a adição da
simeticona diminui significativamente a ocorrência de bolhas de ar no intestino como um todo (grau
aceitável de bolhas em 100% dos pacientes no grupo da simeticona e 42,4% dos pacientes no grupo
placebo; p<0,0001). Nenhum paciente no grupo da simeticona teve grau inaceitável de bolhas, contra
57,6% dos pacientes no grupo placebo.
Os resultados de Bertoni 1992 indicaram a superioridade significativa dos braços com simeticona em
relação ao placebo (p<0,001), no que diz respeito ao escore de espuma e bolhas ao exame. Em Ge 2006,
o grupo da simeticona apresentou visibilidade da mucosa intestinal melhor do que no grupo controle no
primeiro segmento do intestino ao exame, correspondente a uma hora de exame (p=0,0175). Wei 2008
encontrou que o número de pacientes com o preparo do intestino considerado adequado pelo
examinador foi de 17 no grupo com simeticona, 12 no grupo que recebeu apenas a solução e sete no
controle (p=0,002).
Em Postgate 2009, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em termos de tempo
de trânsito gástrico ou intestinal e taxa de exames completos entre os braços, bem como de qualidade
das imagens, porém os dois braços que receberam purgativos (controle) foram significativamente menos
convenientes e confortáveis (p>0,001 e p=0,001 para cada desfecho respectivamente) do que o esquema
com simeticona apenas.
Avramovic et al realizaram um estudo duplo-cego em pacientes submetidas a parto cesáreo
para estudar o efeito da simeticona sobre os sinais subjetivos e objetivos de distensão por gás
durante o período pós-operatório. Os resultados obtidos com a simeticona demonstraram uma
redução significativamente maior das queixas subjetivas analisadas (náusea, vômitos,
meteorismo, desconforto no estômago, dores abdominais), assim como movimentos
peristálticos e flatulência em relação ao placebo. Com base nos resultados obtidos e
considerando a não-toxicidade do fármaco, sua característica de ser inerte quimicamente, boa
tolerância e uso simples, os autores consideraram a simeticona muito útil na prevenção do
desconforto pós-operatório devido ao acúmulo de gás e distensão abdominal após o parto
cesáreo.
A eficácia da simeticona em melhorar a visibilidade durante a colonoscopia foi avaliada por
Sudduth RH et al. Eles estudaram 86 pacientes recebendo ou simeticona (n=42) ou placebo
(n=44). Este estudo indica que o uso de simeticona combinado com uma preparação de fosfato
de sódio pode melhorar a visibilidade do cólon, diminuindo a presença de bolhas. A melhor
visualização pode aumentar a detecção de lesões patológicas na mucosa.
Propriedades Farmacodinâmicas
LUFTAL, cujo componente ativo é a simeticona, é um silicone antifisético com ação
antiflatulenta, que alivia o mal estar gástrico causado pelo excesso de gases.
LUFTAL atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos
digestivos, levando ao rompimento das bolhas, à dificuldade de formação destas bolhas, ou à
formação de bolhas maiores que serão facilmente expelidas. As bolhas dos gases são as
responsáveis pela dor abdominal e pela flatulência, e a sua eliminação resulta no alívio dos
sintomas associados com a retenção dos gases.
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As propriedades antifiséticas da simeticona, um agente antiflatulento, foram investigadas por
Brecevic et al em três diferentes sistemas espumantes contendo surfactante catiônico,
surfactante aniônico e solução de sabão. Os resultados obtidos das medidas da densidade da
espuma inicial, estabilidade da espuma e tensão superficial fornecem evidências de que a
ligação entre o filme líquido dos surfactantes pela simeticona, auxiliado e acelerado pela
presença de partículas hidrofóbicas de sílica, provocam a ruptura deste filme, mesmo ele sendo
relativamente fino, sendo o provável mecanismo de inibição de espuma em todos os sistemas.
O efeito foi mais pronunciado no sistema com solução catiônica do que com a solução
aniônica e sabão. Esses achados contribuem para o estudo que relaciona a eficácia da
simeticona como antídoto e agente antifisética em casos de ingestão e envenenamento por
detergente.
Propriedades Farmacocinéticas
A simeticona atua localmente, o que significa que ela não é absorvida. Desta forma, estudos de
farmacocinética são inviáveis com o fármaco, cujo mecanismo de ação foi demonstrado in
vitro em alguns estudos.
O tempo de início para a ação clínica da simeticona é estimado em aproximadamente 10
minutos para síndromes dispeptivas e em 20 a 30 minutos para os sintomas pós-operatórios e
uso par realização de exames endoscópicos de trato intestinal.
LUFTAL é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer um dos
componentes da fórmula.
LUFTAL é contraindicado aos pacientes com perfuração ou obstrução intestinal suspeita ou
conhecida.
Não há advertências ou recomendações especiais sobre o uso de LUFTAL.
Não exceda a dose recomendada.
Ponderando-se evidências adequadas, este medicamento representa risco mínimo quando
usado em mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez
Categoria de risco na gravidez: C
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Não são conhecidas interações de LUFTAL com outros medicamentos ou alimentos.
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LUFTAL deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15°C e 30ºC).
Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.
Características físicas e organolépticas
O comprimido de LUFTAL é branco arredondado, com superfícies biconvexas, bordas retas e
sem gravação.
LUFTAL em gotas é uma emulsão de cor rosa, com sabor e cheiro de cereja.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
LUFTAL deve ser administrado por via oral.
Não há estudos dos efeitos de LUFTAL comprimidos e gotas administrado por vias não recomendadas.
Portanto, por segurança e para eficácia destas apresentações, a administração deve ser somente pela via
oral.
LUFTAL comprimidos:
Tomar 1 comprimido 3 vezes ao dia, às refeições.
LUFTAL gotas (25 gotas/mL):
Crianças – lactentes: 3 a 5 gotas, 3 vezes ao dia.
Até 12 anos: 5 a 10 gotas, 3 vezes ao dia.
Acima de 12 anos e Adultos: 13 gotas, 3 vezes ao dia.
As gotas podem ser administradas diretamente na boca, ou diluídas em um pouco de água ou
outro alimento.
A dose máxima diária de simeticona deve ser limitada a 500 mg (12 comprimidos ou 166
gotas).
Atencão: o comprimido deve ser removido com cuidado.
O FRASCO DE LUFTAL GOTAS DEVE SER AGITADO ANTES DO USO.
As doses poderão ser aumentadas a critério médico.
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A simeticona não é absorvida pelo organismo. Ela atua somente dentro do aparelho digestivo,
e é totalmente eliminada nas fezes, sem alterações. Portanto, reações indesejáveis são menos
prováveis de ocorrer:
• Eczema de contato;
• Em casos raros: reações imediatas como urticária.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.