Bula do Luptas produzido pelo laboratorio Medley Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Luptas®
bimatoprosta
Medley Indústria Farmacêutica Ltda.
solução oftálmica estéril
0,3 mg/mL
LUPTAS®
APRESENTAÇÃO
Solução oftálmica estéril 0,3 mg/mL: frasco com 3 mL.
USO TÓPICO OCULAR
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada mL (34 gotas) contém:
bimatoprosta......................................................... 0,3 mg (0,0088 mg/gota)
veículo q.s.p...........................................................1 mL
(cloreto de benzalcônio, cloreto de sódio, ácido cítrico anidro, fosfato de sódio dibásico heptaidratado,
água para injetáveis).
Cada 1 mL de bimatoprosta equivale a 34 gotas e 1 gota equivale a 0,0088 mg.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
LUPTAS é indicado para a redução da pressão intraocular elevada (PIO) em pacientes com glaucoma de
ângulo aberto, glaucoma de ângulo fechado em pacientes submetidos previamente a iridotomia e
hipertensão ocular.
Nos estudos clínicos de pacientes com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular com uma PIO
média basal de 26 mmHg, o efeito redutor da PIO da bimatoprosta uma vez ao dia (à noite) foi de 7 – 8
mmHg. Nos estudos de Fase 3 sobre a bimatoprosta em solução oftálmica a 0,03%, confirmou-se que o
medicamento, administrado uma vez ao dia como monoterapia, se mostrou clinicamente e
estatisticamente superior ao timolol 0,5%, administrado duas vezes ao dia, na redução da pressão
intraocular elevada de pacientes com glaucoma ou hipertensão ocular.1,2,3
De modo global, a eficácia do
esquema posológico de administração única diária se mostrou melhor do que a de duas administrações ao
dia. O esquema posológico de administração única diária, à noite, efetivamente reduz a pressão
intraocular durante todo o período de 24 horas, inclusive em um estudo com duração de 1 ou 2 anos de
tratamento, que também evidenciou que a administração da bimatoprosta é segura e bem tolerada.4
Em 6 meses, estudos clínicos de fase 3 com a solução oftálmica de bimatoprosta 0,03% versus
latanoprosta, demonstrou uma redução da pressão intraocular estatisticamente superior pela manhã
(variando de -7.6 para -8.2 mmHg para bimatoprosta versus - 6.0 para - 7.2 mmHg para latanoprosta).
Além disso, durante o acompanhamento, os valores médios da pressão intraocular foram
significativamente menores com bimatoprosta do que com latanoprosta.5
Em estudo clínico de 12 semanas, a segurança e eficácia de bimatoprosta 0,03% foi comparada com
latanoprosta 0,005%, ambos administrados uma vez à noite, como terapia adjunta com betabloqueadores,
em pacientes com glaucoma ou hipertensão que não foram adequadamente controlados com
betabloqueadores somente. A alteração média em relação à PIO basal foi significativamente maior para os
pacientes tratados com bimatoprosta do que para os tratados com latanoprosta nas consultas do estudo.6
1
Study 192024-008: (12-month report). A multi-center, double-masked, randomized, parallel, three-
month study (with treatment extended to one year) of the safety and efficacy of AGN 192024 0.03%
ophthalmic solution, administered once-daily or twice-daily compared with timolol 0.5% ophthalmic
solution administered twice-daily, in subjects with glaucoma or ocular hypertension. Allergan, 2000.
2
Study 192024-009: (12-month report). A multi-center, double-masked, randomized, parallel, three-
3
Higginbotham EJ, Schuman JS, Goldberg I, Gross RL, VanDenburgh AM, Chen K, Whitcup SM. One-
year, randomized study comparing bimatoprost and timolol in glaucoma and ocular hypertension. Arch
Ophthalmol. 2002; 120:1286-1293.
4
Study 192024-014: A multicenter, double-masked, randomized, parallel, extension study evaluating the
safety and efficacy of bimatoprost 0.03% ophthalmic solution, compared with timolol 0.5% ophthalmic
solution, in patients with glaucoma or ocular hypertension. Allergan, 2003.
5
Study 192024-019: A Multi-Center, Investigator-Masked, Randomized, Parallel Study of the Efficacy
and Safety of AGN 192024 0.03% Ophthalmic Solution (QD) Compared with Latanoprost 0.005%
Ophthalmic Solution (QD) in Patients with Glaucoma or Ocular Hypertension for 3 Months of Treatment
(With Treatment Extended to Month 6). Allergan, 2003.
6
Study 192024-501: A twelve-week, multi-center, investigator-masked, randomized, parallel comparison
of the safety and efficacy of AGN 192024 0.03% ophthalmic solution administered once-daily or twice-
daily with latanoprost 0.005% ophthalmic solution, adjunctively with topical beta-blockers, in subjects
with glaucoma or ocular hypertension. Allergan, 1999.
Farmacodinâmica
Este medicamento é um agente antiglaucomatoso, cujo princípio ativo é a bimatoprosta, prostamida que é
um análogo sintético da prostaglandina F2α (PGF2α) com potente atividade hipotensora ocular. Sua
seletividade imita os efeitos da prostamida F2α, substância que existe naturalmente. Ela é sintetizada a
partir de uma anandamida por uma via envolvendo a COX-2, mas não a COX-1, sugerindo uma nova via
que leva à síntese de amidas lipídicas endógenas que reduzem a pressão intraocular (PIO). A
bimatoprosta difere das prostaglandinas, pois não estimula os receptores prostanoides, não é mitogênica,
não contrai o útero humano e é eletroquimicamente neutra. A bimatoprosta reduz a PIO em humanos
porque aumenta o fluxo de saída através das malhas trabeculares e aumenta o fluxo de saída uveo
escleral.
Farmacocinética
Absorção: após instilação, a bimatoprosta é absorvida através da córnea e esclera humana, atingindo
concentrações plasmáticas de pico em 10 minutos e passa a apresentar concentrações abaixo do limite de
detecção (0,025 ng/mL) em 1,5 horas após a administração. Os valores da Cmáx média e a AUC0-24horas
foram semelhantes nos dias 7 e 14 em aproximadamente 0,08 ng/mL e 0,09 ng/mL, respectivamente,
indicando que o estado de equilíbrio foi atingido durante a primeira semana de aplicação ocular. A
substância não sofre acúmulo sistêmico significativo no decorrer do tempo.
Distribuição: a bimatoprosta se distribui aos tecidos orgânicos atingindo um volume de distribuição no
estado de equilíbrio de 0,67 L/kg. No sangue humano a bimatoprosta permanece principalmente no
plasma. Aproximadamente 12% da bimatoprosta permanece livre.
Metabolismo: a bimatoprosta sofre glucoronidação, hidroxilação, n-desetilação e então desamidação para
formar uma variedade de metabólitos, que não são farmacologicamente ativos.
Eliminação: sua excreção é principalmente urinária. Após uma dose intravenosa de bimatoprosta
marcada radioativamente (3,12 mcg/kg) a seis voluntários sadios, a concentração sanguínea máxima da
droga inalterada foi de 12,2 ng/mL e diminuiu rapidamente com uma meia-vida de eliminação de
aproximadamente 45 minutos. A depuração total no sangue foi de 1,5 L/h/kg. Até 67% da dose
administrada foi excretada pela urina enquanto 25% da dose foi recuperada nas fezes. A redução da
pressão intraocular se inicia aproximadamente 4 horas após a primeira administração com efeito máximo
atingido dentro de aproximadamente 8 a 12 horas. A duração do efeito se mantém por pelo menos 24
horas.
Os estudos de carcinogenicidade e mutagenicidade mostraram que a bimatoprosta não é mutagênica nem
clastogênica no teste de Ames, e nos testes micronucleares e testes de linfoma de camundongos.
LUPTAS é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade a bimatoprosta ou qualquer um dos
componentes da fórmula do produto.
Advertências
Este medicamento é de uso exclusivamente tópico ocular.
Foram relatados alterações de pigmentos dos tecidos, aumento gradativo do crescimento dos cílios em
comprimento e espessura, escurecimento da pele ao redor dos olhos e da cor dos olhos com a utilização
da solução oftálmica de bimatoprosta.
A alteração de pigmentação é devido ao aumento da melanina contida nos melanócitos maior do que o
aumento do número de melanócitos.
Pacientes que receberem o tratamento de bimatoprosta devem ser alertados dessas alterações de
pigmentação da íris, tecidos orbiculares e cílios e de que essas alterações podem ser permanentes.
Os efeitos em longo prazo do aumento da pigmentação não são conhecidos. A alteração da cor da íris
pode não ser observada por vários meses a anos.
Existe o potencial para crescimento de pelos nas áreas onde a solução de bimatoprosta entra em contato
repetidamente com a superfície da pele. Portanto, é importante aplicar este medicamento conforme
instruído para evitar que a solução escorra pela face ou outras áreas.
A bimatoprosta não foi estudada em pacientes em condições oculares inflamatórias, neovasculares,
glaucoma de ângulo fechado, glaucoma congênito ou glaucoma de ângulo estreito.
Precauções
Houve relatos de ceratite bacteriana associada com o uso de recipientes de doses múltiplas de produtos
oftálmicos de uso tópico. Esses recipientes foram contaminados inadvertidamente pelos pacientes, que na
maioria dos casos, apresentavam doença corneana concomitante ou ruptura da superfície epitelial ocular.
LUPTAS deve ser utilizado com cautela em pacientes com inflamação intraocular aguda (como por
exemplo, uveíte), pois a inflamação pode ser agravada.
A presença de edema macular, incluindo edema macular cistoide, foi relatada durante o tratamento com
bimatoprosta 0,03% solução oftálmica. Portanto, LUPTAS deve ser utilizado com cautela em pacientes
afácicos, em pacientes pseudoafácicos com cápsula posterior do cristalino lacerada, ou em pacientes com
fatores de risco conhecidos para edema macular (por exemplo, cirurgia intraocular, oclusão de veia da
retina, doença inflamatória ocular e retinopatia diabética).
Gravidez e Lactação
Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não foram realizados estudos controlados em gestantes. Considerando que os estudos sobre toxicidade
reprodutiva em animais nem sempre são indicativos de resposta humana, este medicamento apenas deve
ser utilizado em gestantes se os potenciais benefícios para a mãe justificarem os potenciais riscos para o
feto.
Não se dispõe de dados a respeito da excreção da bimatoprosta no leite humano, mas como os estudos em
animais mostraram que a substância é excretada pelo leite, recomenda-se cautela na administração do
medicamento durante a lactação.
Pacientes pediátricos
O uso em pacientes pediátricos não foi avaliado e, portanto o uso de LUPTAS não é recomendado em
crianças e adolescentes.
Pacientes idosos
Não foram observadas diferenças de eficácia e segurança entre pacientes idosos e de outras faixas etárias.
Pacientes que utilizam lentes de contato
LUPTAS não deve ser aplicado durante o uso de lentes de contato gelatinosas ou hidrofílicas, pois o
cloreto de benzalcônio presente na fórmula pode ser absorvido pelas lentes. Por este motivo, os pacientes
devem ser instruídos a retirar as lentes antes da aplicação do colírio e aguardar pelo menos 15 minutos
para recolocá-las após a administração do medicamento.
Pacientes que fazem uso de mais de um medicamento oftálmico
LUPTAS pode ser utilizado concomitantemente com outros medicamentos tópicos oftálmicos para
reduzir a pressão intraocular. Se o LUPTAS for utilizado concomitantemente com outros medicamentos
de aplicação tópica ocular, o produto deve ser administrado com intervalos de pelo menos 5 minutos entre
as aplicações.
Pacientes com insuficiência renal ou hepática
A bimatoprosta não foi estudada em pacientes com mau funcionamento dos rins ou do fígado e, portanto,
deve ser utilizada com cautela nesses pacientes.
Alteração na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas
A aplicação do colírio, em geral, não causa alterações da visão. Caso ocorra leve borramento de visão
logo após a aplicação, recomenda-se aguardar até que a visão retorne ao normal antes de dirigir veículos
Considerando que as concentrações circulantes sistêmicas da bimatoprosta são extremamente baixas após
múltiplas instilações oculares (menos de 0,2 ng/mL), e, que há várias vias enzimáticas envolvidas na
biotransformação da bimatoprosta 0,03%, não são previstas interações medicamentosas em humanos. Não
são conhecidas incompatibilidades.
Não são previstas interações entre este e outros medicamentos. LUPTAS pode ser administrado
concomitantemente com outros agentes betabloqueadores sem evidências de interação.
O uso concomitante do LUPTAS e outros agentes antiglaucomatosos que não sejam betabloqueadores
tópicos não foram avaliados durante a terapia.
Estudos em pacientes com glaucoma ou hipertensão ocular, existe um potencial de redução do efeito da
diminuição da pressão intraocular quando bimatoprosta é utilizada com outros análogos da
prostaglandina.
LUPTAS deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15 e 30 °C).
Prazo de validade: 24 meses após a data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Após aberto, válido por 102 dias se conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC).
Características físicas e organolépticas
Este medicamento se apresenta na forma de solução límpida e incolor.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
A dose usual é de 1 gota aplicada no(s) olho(s) afetado(s), uma vez ao dia (de preferência à noite). A dose
não deve exceder a uma dose única diária, pois foi demonstrado que a administração mais frequente pode
diminuir o efeito do medicamento sobre a pressão intraocular elevada. Para evitar contaminação, não
encostar a ponta do frasco nos olhos, nos dedos e nem em outra superfície qualquer.
Reação muito comum (> 1/10): hiperemia conjuntival, hiperemia dos olhos, crescimento dos cílios e
prurido nos olhos.
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): secura ocular, ardor ocular, sensação de corpo estranho nos olhos, dor
ocular, distúrbios visuais, visão borrada, escurecimento da pálpebra, alteração da cor dos cílios, irritação
ocular, secreção ocular, eritema palpebral, ceratite puntacta, blefarite, fotofobia, conjuntivite alérgica,
aumento do lacrimejamento, aumento da pigmentação da íris, astenopia, prurido palpebral e
hiperpigmentação da pele.
Reação incomum (> 1/1000 e < 1/100): irite e hirsutismo.
Outras reações adversas relatadas após a comercialização de bimatoprosta solução oftálmica foram:
aprofundamento do sulco palpebral (enoftamilte), eritema (periorbital), edema palpebral, edema macular,
crescimento anormal de pelos, náusea, tontura, dor de cabeça, hipertensão.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.
Não há informações de casos de superdoses em humanos. Em estudos com doses sistêmicas de
bimatoprosta, em ratos e camundongos, de até 100 mg/Kg/dia não produziram qualquer toxicidade.
Esta dose expressa em mg/m2
é, pelo menos, 70 vezes superior a uma dose acidental de um frasco deste
medicamento (na concentração de 0,03%) para uma criança de 10 Kg.
Se uma superdose ocorrer com LUPTAS, o tratamento deve ser sintomático.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.