Bula do Lyllas produzido pelo laboratorio Sandoz do Brasil Indústria Farmacêutica Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Lyllas
(drospirenona + etinilestradiol)
Sandoz do Brasil Ind. Farm. Ltda.
comprimido revestido
3,0 mg + 0,03 mg
Lyllas – VPS 03
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
drospirenona + etinilestradiol
APRESENTAÇÕES
Lyllas comprimido revestido 3,0 mg + 0,03 mg. Embalagem contendo 21 comprimidos revestidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de 3,0 mg + 0,03 mg contém:
drospirenona..................................................... 3,0 mg
etinilestradiol .................................................. 0,03 mg
excipientes q.s.p.............................................. 1 comprimido revestido
(lactose monoidratada, amido, amido pré-gelatinizado, crospovidona, povidona, polissorbato 80, estearato
de magnésio, opadry II amarelo – macrogol, álcool polivinílico, óxido de titânio e óxido de ferro amarelo).
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Contraceptivo oral, com efeitos antimineralocorticoide e antiandrogênico que beneficiam tanto as
mulheres que apresentam retenção de líquido de origem hormonal e seus sintomas, como as que
apresentam acne e seborreia.
Os contraceptivos orais combinados (COCs) são utilizados para prevenir a gravidez. Quando usados
corretamente, o índice de falha é de aproximadamente 1% ao ano. O índice de falha pode aumentar quando
há esquecimento de tomada dos comprimidos ou quando estes são tomados incorretamente, ou ainda em
casos de vômitos dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de um comprimido ou diarreia intensa, bem como na
vigência de interações medicamentosas.
Farmacodinâmica
O efeito contraceptivo de Lyllas baseia-se na interação de diversos fatores, sendo que os mais importantes
são inibição da ovulação e alterações na secreção cervical.
Um grande estudo de coorte prospectivo, de 3 braços demonstrou que a frequência de diagnóstico de TEV
(Tromboembolismo Venoso) varia entre 8 e 10 por 10.000 mulheres por ano que utilizam COC com baixa
dose de estrogênio (< 0,05 mg de etinilestradiol). Dados mais recentes sugerem que a frequência de
diagnóstico de TEV é de aproximadamente 4,4 por 10.000 mulheres por ano não usuárias de COCs e não
grávidas. Essa faixa está entre 20 a 30 por 10.000 mulheres grávidas ou no pós-parto.
O risco aumentado de TEV associado ao uso de COC é atribuído ao componente estrogênico.
Ainda há discussões científicas referentes a qualquer efeito modulador do componente progestogênico dos
COCs sob o risco de TEV. Estudos epidemiológicos que compararam o risco de TEV associado ao uso de
etinilestradiol 0,03 mg / drospirenona 3mg ao risco do uso de COCs contendo levonorgestrel relataram
resultados que variam de sem diferença no risco a aumento de três vezes no risco.
Dois estudos pós-aprovação foram concluídos especificamente para etinilestradiol 0,03 mg / drospirenona
3mg. Em um deles, estudo prospectivo de vigilância ativa, verificou-se que a incidência de TEV em
mulheres com ou sem outros fatores de risco para TEV, que usaram etinilestradiol 0,03 mg / drospirenona
3mg esta na mesma faixa de usuárias de COCs com o componente levonorgestrel ou de outros COCs (de
várias outras marcas). O outro estudo prospectivo e controlado, comparando usuárias de etinilestradiol 0,03
Lyllas – VPS 03
mg /drospirenona 3mg a usuárias de outros COCS, também confirmou incidência similar de TEV entre
todas as coortes.
Além da ação contraceptiva, as combinações estrogênio/progestógeno apresentam diversas propriedades
positivas. O ciclo menstrual torna-se mais regular, a menstruação apresenta-se frequentemente menos
dolorosa e o sangramento menos intenso, o que, neste último caso, pode reduzir a possibilidade de
ocorrência de deficiência de ferro.
Além da ação contraceptiva, a drospirenona apresenta outras propriedades: atividade
antimineralocorticoide, que pode prevenir o ganho de peso e outros sintomas causados pela retenção de
líquido; neutraliza a retenção de sódio relacionada ao estrogênio, proporcionando tolerabilidade muito boa e
efeitos positivos na síndrome pré-menstrual. Em combinação com o etinilestradiol, a drospirenona exibe um
perfil lipídico favorável caracterizado pelo aumento do HDL. Sua atividade antiandrogênica produz efeito
positivo sobre a pele, reduzindo as lesões acneicas e a produção sebácea. Além disso, a drospirenona não se
contrapõe ao aumento das globulinas de ligação aos hormônios sexuais (SHBG) induzido pelo
etinilestradiol, o que auxilia a ligação e a inativação dos andrógenos endógenos.
A drospirenona é desprovida de qualquer atividade androgênica, estrogênica, glicocorticoide e
antiglicocorticoide. Isto, em conjunto com suas propriedades antimineralocorticoide e antiandrogênica, lhe
confere um perfil bioquímico e farmacológico muito similar ao do hormônio natural progesterona. Além
disso, há evidência da redução do risco de ocorrência de câncer de endométrio e de ovário. Os COCs de
dose mais elevada (0,05 mg de etinilestradiol) também diminuem a incidência de tumores fibrocísticos de
mama, cistos ovarianos, doença inflamatória pélvica e gravidez ectópica. Ainda não existe confirmação de
que isto também se aplique aos contraceptivos orais de dose mais baixa.
Farmacocinética
- drospirenona
Absorção:
A drospirenona é rápida e quase que totalmente absorvida quando administrada por via oral.
Os níveis séricos máximos do fármaco, de aproximadamente 37 ng/ml, são alcançados 1 a 2 horas após a
ingestão de uma dose única. Sua biodisponibilidade está compreendida entre 76 e 85% e não sofre
influência da ingestão concomitante de alimentos.
Distribuição:
A drospirenona liga-se à albumina sérica e não à globulina de ligação aos hormônios sexuais (SHBG) ou à
globulina transportadora de corticosteroides (CBG). Somente 3 a 5% das concentrações séricas totais do
fármaco estão presentes na forma de esteroides livres, sendo que 95 a 97% encontram-se ligadas à
albumina de forma inespecífica. O aumento da SHBG induzido pelo etinilestradiol não afeta a ligação da
drospirenona às proteínas séricas. O volume aparente de distribuição da drospirenona é de 3,7 a 4,2 l/kg.
Metabolismo:
A drospirenona é totalmente metabolizada. No plasma, seus principais metabólitos são a forma ácida da
drospirenona, formada pela abertura do anel de lactona e o 4,5-diidro-drospirenona-3- sulfato, ambos
formados sem a intervenção do sistema P450. Com base em dados in vitro, constatou-se que uma pequena
parte da drospirenona é metabolizada pelo citocromo P450 3A4. A taxa de depuração sérica da
drospirenona é de 1,2 a 1,5 ml/min/kg. Quando a drospirenona foi administrada em conjunto com
etinilestradiol em dose única, não se observou interação direta.
Eliminação:
Os níveis séricos da drospirenona diminuem em duas fases. A fase de disposição terminal é caracterizada
por uma meia-vida de aproximadamente 31 horas. A drospirenona não é eliminada na forma inalterada. Seus
metabólitos são eliminados pelas vias biliar e urinária em uma proporção de aproximadamente 1,2 a 1,4. A
meia-vida de eliminação dos metabólitos pela urina e fezes é de cerca de 1,7 dias.
Condições no estado de equilíbrio:
A farmacocinética da drospirenona não é influenciada pelos níveis de SHBG. Durante a ingestão diária, os
níveis séricos do fármaco aumentam cerca de 2 a 3 vezes, atingindo o estado de equilíbrio durante a
segunda metade de um ciclo de utilização.
Populações especiais:
Efeito na alteração renal: os níveis séricos da drospirenona no estado de equilíbrio, em mulheres com
alteração renal leve (depuração de creatinina CLcr, 50 a 80 ml/min), foram comparáveis àquelas mulheres
com função renal normal (CLcr, > 80 ml/min). Os níveis séricos da drospirenona foram em média 37%
mais elevados em mulheres com alteração renal moderada (CLcr, 30 a 50 ml/min) comparado àquelas
mulheres com função renal normal. O tratamento com drospirenona foi bem tolerado em todos os grupos e
não mostrou qualquer efeito clinicamente significativo na concentração sérica de potássio.
Efeito na alteração hepática: em mulheres com alteração hepática moderada, (Child-Pugh B) os perfis de
tempo da concentração sérica média da drospirenona foram comparáveis àquelas mulheres com função
hepática normal, durante as fases de absorção/distribuição, com valores similares de Cmax. A meia-vida
terminal média da drospirenona foi 1,8 vezes maior nas voluntárias com alteração hepática moderada do
que nas voluntárias com função hepática normal. Uma diminuição de aproximadamente 50% na depuração
oral aparente (CL/f) foi verificada nas voluntárias com alteração hepática moderada quando comparada
àquelas com função hepática normal. A diminuição observada na depuração da drospirenona em
voluntárias com alteração hepática moderada, comparada às voluntárias normais, não foi
traduzido em qualquer diferença aparente nas concentrações séricas de potássio entre os dois
grupos de voluntárias. Mesmo na presença de diabetes e tratamento concomitante com espironolactona
(dois fatores que podem predispor a uma usuária a hipercalemia), não foi observado aumento nas
concentrações séricas de potássio, acima do limite permitido da variação normal. Pode-se concluir que a
drospirenona é bem tolerada em pacientes com alteração hepática leve ou moderada (Child-Pugh B).
Grupos étnicos: o impacto de fatores étnicos na farmacocinética da drospirenona e do etinilestradiol foi
avaliado após administração de doses orais únicas e repetidas a mulheres jovens e saudáveis, caucasianas e
japonesas. Os resultados mostraram que as diferenças étnicas entre mulheres japonesas e caucasianas não
tiveram influência clinicamente relevante na farmacocinética da drospirenona e do etinilestradiol.
- etinilestradiol
O etinilestradiol administrado por via oral é rápida e completamente absorvido. Os níveis séricos máximos
de 54 a 100 pg/ml são alcançados em 1 a 2 horas. Durante a absorção e metabolismo de primeira passagem,
o etinilestradiol é metabolizado extensivamente, resultando em biodisponibilidade oral média de
aproximadamente 45%, com ampla variação interindividual de cerca de 20 a 65%. A ingestão concomitante
de alimentos reduziu abiodisponibilidade do etinilestradiol em cerca de 25% dos indivíduos estudados,
enquanto nenhuma alteração foi observada nos outros indivíduos.
O etinilestradiol liga-se alta e inespecificamente à albumina sérica (aproximadamente 98%) e induz
aumento das concentrações séricas de SHBG. Foi determinado o volume aparente de distribuição de cerca
de 2,8 a 8,6 l/kg.
O etinilestradiol está sujeito a um significativo metabolismo de primeira passagem no
intestino e fígado. O etinilestradiol e seus metabólitos oxidativos são conjugados primariamente com
glicuronídios ou sulfato. A taxa de depuração metabólica do etinilestradiol é de cerca de 2,3 a 7 ml/min/kg.
Os níveis séricos de etinilestradiol diminuem em duas fases de disposição, caracterizadas por meias-vidas de
cerca de 1 hora e 10 a 20 horas, respectivamente. O etinilestradiol não é eliminado na forma inalterada; seus
metabólitos são eliminados com meia-vida de aproximadamente um dia. A proporção de excreção é de 4
(urina): 6 (bile).
As condições no estado de equilíbrio são alcançadas durante a segunda metade de um ciclo de utilização,
quando os níveis séricos de etinilestradiol elevam-se em 40 a 110%, quando comparados com dose única.
Dados de segurança pré-clínica
Os dados pré-clínicos obtidos através de estudos convencionais de toxicidade de dose repetida,
genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade para a reprodução mostraram que não há risco
especialmente relevante para humanos.
No entanto, deve-se ter em mente que esteroides sexuais podem estimular o crescimento de determinados
tecidos e tumores dependentes de hormônio.
Contraceptivos orais combinados (COCs) não devem ser utilizados na presença das seguintes condições:
- presença ou história de processos trombóticos/tromboembólicos (arteriais ou venosos) como, por exemplo,
trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infarto do miocárdio; ou de acidente vascular cerebral;
- presença ou história de sintomas e/ou sinais prodrômicos de trombose (p.ex., episódio isquêmico
transitório, angina pectoris);
- um alto risco de trombose arterial ou venosa (veja item “Advertências e precauções”);
- história de enxaqueca com sintomas neurológicos focais;
- diabetes mellitus com alterações vasculares;
- doença hepática grave, enquanto os valores da função hepática não retornarem ao normal;
- insuficiência renal grave ou insuficiência renal aguda;
- presença ou história de tumores hepáticos (benignos ou malignos);
- diagnóstico ou suspeita de neoplasias malignas dependentes de esteroides sexuais (p.ex., dos órgãos
genitais ou das mamas);
- sangramento vaginal não-diagnosticado;
- suspeita ou diagnóstico de gravidez;
- hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos componentes do produto.
Se qualquer uma das condições citadas anteriormente ocorrer pela primeira vez durante o uso de COCs, a
sua utilização deve ser descontinuada imediatamente.
Em caso de ocorrência de qualquer uma das condições ou fatores de risco mencionados a seguir, os
benefícios da utilização de COCs devem ser avaliados frente aos possíveis riscos para cada paciente
individualmente e discutidos com a mesma antes de optar pelo início de sua utilização. Em casos de
agravamento, exacerbação ou aparecimento pela primeira vez de qualquer uma dessas condições ou
fatores de risco, a paciente deve entrar em contato com seu médico. Nesses casos, a continuação do uso do
produto deve ficar a critério médico.
Distúrbios circulatórios
Estudos epidemiológicos sugerem associação entre a utilização de COCs e um aumento do risco de
distúrbios tromboembólicos e trombóticos arteriais e venosos, como infarto do miocárdio, trombose
venosa profunda, embolia pulmonar e acidentes vasculares cerebrais. A ocorrência destes eventos é rara.
O risco de ocorrência de tromboembolismo venoso (TEV) é mais elevado durante o primeiro ano de uso
do contraceptivo hormonal. Este risco aumentado está presente após iniciar pela primeira vez o uso de
COC ou ao reiniciar o uso (após um intervalo de 4 semanas ou mais sem uso de pílula) do mesmo COC ou
de outro COC. Dados de um grande estudo coorte prospectivo, de 3 braços, sugerem que este risco
aumentado está presente principalmente durante os 3 primeiros meses. O risco geral de TEV em usuárias
Lyllas – VPS 03
de contraceptivos orais contendo estrogênio em baixa dose (< 0,05 mg de etinilestradiol) é duas a três
vezes maior que em não usuárias de COCs que não estejam grávidas e continua a ser menor do que o risco
associado à gravidez e ao parto.
O TEV pode provocar risco para a vida da usuária ou pode ser fatal (em 1 a 2% dos casos).
O tromboembolismo venoso (TEV) se manifesta como trombose venosa profunda e/ou embolia pulmonar,
e pode ocorrer durante o uso de qualquer COC.
Em casos extremamente raros, tem sido observada a ocorrência de trombose em outros vasos sanguíneos
como, por exemplo, em veias e artérias hepáticas, mesentéricas, renais, cerebrais ou retinianas em usuárias
de COCs. Não há consenso sobre a associação da ocorrência destes eventos e o uso de COCs.
Sintomas de trombose venosa profunda (TVP) podem incluir: inchaço unilateral em membro inferior ou ao
longo da veia da perna, dor ou sensibilidade na perna que pode ser sentida apenas quando se está em pé ou
andando, calor aumentado na perna afetada, descoloração ou hiperemia da pele da perna.
Sintomas de embolia pulmonar (EP) podem incluir: início súbito e inexplicável de dispneia ou taquipneia,
tosse de início abrupto que pode levar a hemoptise, angina que pode aumentar com a respiração profunda;
ansiedade; tontura severa ou vertigem; taquicardia ou arritmia cardíaca. Alguns destes sintomas (p.ex.,
dispneia, tosse) não são específicos e podem ser erroneamente interpretados como eventos mais comuns
ou menos graves (p.ex., infecções do trato respiratório).
Um evento tromboembólico arterial pode incluir acidente vascular cerebral, oclusão vascular ou infarto do
miocárdio (IM). Sintomas de um acidente vascular cerebral podem incluir: diminuição da sensibilidade ou
da força motora afetando, de forma súbita a face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo;
confusão súbita, dificuldade para falar ou compreender; dificuldade repentina para enxergar com um ou
ambos os olhos; súbita dificuldade para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação, cefaleia
repentina, intensa ou prolongada, sem causa conhecida, perda de consciência ou desmaio, com ou sem
convulsão. Outros sinais de oclusão vascular podem incluir: dor súbita, inchaço e cianose de uma
extremidade; abdome agudo.
Sintomas de infarto do miocárdio (IM) podem incluir: dor, desconforto, pressão, peso, sensação de aperto
ou estufamento no peito, braço ou abaixo do esterno; desconforto que se irradia para as costas, mandíbula,
garganta, braços, estômago; saciedade, indigestão ou sensação de asfixia, sudorese, náuseas, vômitos ou
tontura, fraqueza extrema, ansiedade ou dispneia, taquicardia ou arritmia cardíaca.
Eventos tromboembólicos arteriais podem provocar risco para a vida da usuária ou podem ser fatais.
O potencial para um risco sinérgico aumentado de trombose deve ser considerado em mulheres que
possuem uma combinação de fatores de risco ou apresentem um fator de risco individual mais grave. Este
risco aumentado pode ser maior que um simples risco cumulativo de fatores. Um COC não deve ser
prescrito em caso de uma avaliação risco benefício negativa (veja item “Contraindicações”).
O risco de processos trombóticos/tromboembólicos arteriais ou venosos, ou de acidente
vascular cerebral, aumenta com:
- idade;
- obesidade (índice de massa corpórea superior a 30 Kg/m2);
- história familiar positiva (isto é, tromboembolismo venoso ou arterial detectado em um(a) irmão(ã) ou
em um dos progenitores em idade relativamente jovem). Se há suspeita ou conhecimento de predisposição
hereditária, a usuária deve ser encaminhada a um especialista antes de decidir pelo uso de qualquer COC;
- imobilização prolongada, cirurgia de grande porte, qualquer intervenção cirúrgica em membros inferiores
ou trauma extenso. Nestes casos, é aconselhável descontinuar o uso do COC(em casos de cirurgia
programada com pelo menos 4 semanas de antecedência) e não reiniciá-lo até duas semanas após o total
restabelecimento;
- tabagismo (com consumo elevado de cigarros e aumento da idade, o risco torna-se ainda maior,
especialmente em mulheres com idade superior a 35 anos);
- dislipoproteinemia;
- hipertensão;
- enxaqueca;
- valvopatia;
- fibrilação atrial.
Não há consenso quanto à possível influência de veias varicosas e de tromboflebite superficial na gênese
do tromboembolismo venoso.
Deve-se considerar o aumento do risco de tromboembolismo no puerpério (para informações sobre
gravidez e lactação veja também item “Gravidez e Lactação”).
Outras condições clínicas que também têm sido associadas aos eventos adversos circulatórios são: diabetes
mellitus, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome hemolítico-urêmica, patologia intestinal inflamatória
crônica (doença de Crohn ou colite ulcerativa) e anemia falciforme.
O aumento da frequência ou da intensidade de enxaquecas durante o uso de COCs pode ser motivo para a
suspensão imediata do mesmo, dada a possibilidade deste quadro representar o início de um evento
vascular cerebral.
Os fatores bioquímicos que podem indicar predisposição hereditária ou adquirida para trombose arterial ou
venosa incluem: resistência à proteína C ativada (PCA), hiperhomocisteinemia, deficiências de
antitrombina III, de proteína C e de proteína S, anticorpos antifosfolipídios (anticorpos anticardiolipina,
anticoagulante lúpico).
Na avaliação da relação risco-benefício, o médico deve considerar que o tratamento adequado de uma
condição clínica pode reduzir o risco associado de trombose e que o risco associado à gestação é mais
elevado do que aquele associado ao uso de COCs de baixa dose (menor que 0,05 mg de etinilestradiol).
Tumores
O fator de risco mais importante para o câncer cervical é a infecção persistente por HPV (papilomavírus
humano). Alguns estudos epidemiológicos indicaram que o uso de COCs por período prolongado pode
contribuir para este risco aumentado, mas continua existindo controvérsia sobre a extensão em que esta
ocorrência possa ser atribuída aos efeitos concorrentes, por exemplo, da realização de citologia cervical e
do comportamento sexual, incluindo a utilização de contraceptivos de barreira.
Uma meta-análise de 54 estudos epidemiológicos demonstrou que existe pequeno aumento do risco relativo
(RR = 1,24) para câncer de mama diagnosticado em mulheres que estejam usando COCs. Este aumento
desaparece gradualmente nos 10 anos subsequentes à suspensão do uso do COC. Uma vez que o câncer de
mama é raro em mulheres com idade inferior a 40 anos, o aumento no número de diagnósticos de câncer
de mama em usuárias atuais e recentes de COCs é pequeno, se comparado ao risco total de câncer de mama.
Estes estudos não fornecem evidências de causalidade. O padrão observado de aumento do risco pode ser
devido ao diagnóstico precoce de câncer de mama em usuárias de COCs, aos efeitos biológicos dos COCs
ou à combinação de ambos.
Os casos de câncer de mama diagnosticados em usuárias de alguma vez de COCs tendem a ser clinicamente
menos avançados do que os diagnosticados em mulheres que nunca utilizaram COCs.
Foram observados, em casos raros, tumores hepáticos benignos e, mais raramente, malignos em usuárias de
COCs. Em casos isolados, estes tumores provocaram hemorragias intra-abdominais com risco para a vida
da paciente. A possibilidade de tumor hepático deve ser considerada no diagnóstico diferencial de usuárias
de COCs que apresentarem dor intensa em abdome superior, aumento do tamanho do fígado ou sinais
de hemorragia intra-abdominal.
Tumores malignos podem provocar risco para a vida da usuária ou podem ser fatais.
Outras condições
A capacidade de excretar potássio pode estar limitada em pacientes com insuficiência renal. Em estudo
clínico, a ingestão de drospirenona não apresentou efeito sobre a concentração sérica de potássio em
pacientes com insuficiência renal leve ou moderada.
Pode existir risco teórico de hipercalemia apenas em pacientes com insuficiência renal, cujo nível de
potássio sérico, antes do início do uso do COC, encontre-se no limite superior da normalidade e naquelas
pacientes que estejam utilizando medicamentos poupadores de potássio.
Mulheres com hipertrigliceridemia, ou com história familiar da mesma, podem apresentar risco aumentado
de desenvolver pancreatite durante o uso de COC. Embora tenham sido relatados discretos aumentos da
pressão arterial em muitas usuárias de COCs, os casos de relevância clínica são raros. O efeito
antimineralocorticoide da drospirenona pode neutralizar o aumento da pressão arterial induzido pelo
etinilestradiol, observado em mulheres normotensas que utilizam outros COCs.
Entretanto, no caso de desenvolvimento e manutenção de hipertensão clinicamente significativa, durante o
uso de COC, é prudente que o médico descontinue o uso do produto e trate a hipertensão. Se for
considerado apropriado, o uso do COC pode ser reiniciado, caso os níveis pressóricos se normalizem com o
uso de terapia anti-hipertensiva.
Foi descrita a ocorrência ou agravamento das seguintes condições, tanto durante a gestação quanto durante
o uso de COC, no entanto, a evidência de uma associação com o uso de COC é inconclusiva: icterícia e/ou
prurido relacionados à colestase; formação de cálculos biliares; porfiria; lúpus eritematoso sistêmico;
síndrome hemolítico-urêmica; coreia de Sydenham; herpes gestacional; perda da audição relacionada com a
otosclerose. Em mulheres com angioedema hereditário, estrogênios exógenos podem induzir ou intensificar
os sintomas de angioedema. Os distúrbios agudos ou crônicos da função hepática podem requerer a
descontinuação do uso de COC, até que os marcadores da função hepática retornem aos valores normais. A
recorrência de icterícia colestática que tenha ocorrido pela primeira vez durante a gestação, ou durante o
uso anterior de esteroides sexuais, requer a descontinuação do uso de COCs.
Embora os COCs possam exercer efeito sobre a resistência periférica à insulina e sobre a tolerância à
glicose, não há qualquer evidência da necessidade de alteração do regime terapêutico em usuárias de COCs
de baixa dose (menor que 0,05 mg de etinilestradiol) que sejam diabéticas. Entretanto, deve-se manter
cuidadosa vigilância enquanto estas pacientes estiverem utilizando COCs.
O uso de COCs tem sido associado à doença de Crohn e a colite ulcerativa.
Ocasionalmente, pode ocorrer cloasma, sobretudo em usuárias com história de cloasma gravídico. Mulheres
predispostas ao desenvolvimento de cloasma devem evitar exposição ao sol ou à radiação ultravioleta
enquanto estiverem usando COCs.
Consultas/exames médicos
Antes de iniciar ou retomar o uso do COC, é necessário obter história clínica detalhada e realizar exame
clínico completo, considerando os itens descritos em “Contraindicações” e “Advertências e precauções”;
estes acompanhamentos devem ser repetidos periodicamente durante o uso de COCs. A avaliação médica
periódica é igualmente importante porque as contraindicações (p.ex., episódio isquêmico transitório, etc.) ou
fatores de risco (p.ex., história familiar de trombose arterial ou venosa) podem aparecer pela primeira vez
durante a utilização do COC. A frequência e a natureza destas avaliações devem ser baseadas nas condutas
médicas estabelecidas e adaptadas a cada usuária, mas, devem, em geral, devem incluir atenção especial à
pressão arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia cervical.
As usuárias devem ser informadas de que os contraceptivos orais não protegem contra infecções causadas
pelo HIV (AIDS) e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Redução da eficácia
A eficácia dos COCs pode ser reduzida nos casos de esquecimento de tomada dos comprimidos (veja
subitem “Comprimidos esquecidos”), distúrbios gastrintestinais (veja subitem “Procedimento em caso de
distúrbios gastrintestinais”) ou tratamento concomitante com outros medicamentos (veja itens “Posologia e
modo de usar” e “Interações medicamentosas”).
Redução do controle do ciclo
Como ocorre com todos os COCs, pode surgir sangramento irregular (gotejamento ou sangramento de
escape), especialmente durante os primeiros meses de uso. Portanto, a avaliação de qualquer sangramento
irregular somente será significativa após um intervalo de adaptação de cerca de três ciclos.
Se o sangramento irregular persistir ou ocorrer após ciclos anteriormente regulares, devem ser consideradas
causas não-hormonais e, nestes casos, são indicados procedimentos diagnósticos apropriados para exclusão
de neoplasia ou gestação. Estas medidas podem incluir a realização de curetagem.
É possível que em algumas usuárias não ocorra o sangramento por privação durante o intervalo de pausa. Se
a usuária ingeriu os comprimidos segundo as instruções descritas no item “Posologia e modos de usar”, é
pouco provável que esteja grávida. Porém, se o COC não tiver sido ingerido corretamente no ciclo em que
houve ausência de sangramento por privação ou se não ocorrer sangramento por privação em dois ciclos
consecutivos, deve-se excluir a possibilidade de gestação antes de continuar a utilização do COC.
Gravidez e lactação
Lyllas é contraindicado durante a gravidez. Caso a paciente engravide durante o uso de Lyllas deve-se
descontinuar o seu uso. Entretanto, estudos epidemiológicos abrangentes não revelaram risco aumentado de
malformações congênitas em crianças nascidas de mulheres que tenham utilizado COC antes da gestação.
Também não foram verificados efeitos teratogênicos decorrentes da ingestão acidental de COCs no início
da gestação.
Os dados disponíveis sobre o uso de drospirenona + etinilestradiol durante a gravidez são muito limitados
para extrair conclusões sobre efeitos negativos do produto na gravidez, saúde do feto ou do neonato. Ainda
não existem dados epidemiológicos relevantes.
“Categoria X (Em estudos em animais e mulheres grávidas, o fármaco provocou anomalias fetais, havendo
clara evidência de risco para o feto que é maior do que qualquer benefício possível para a paciente) – Este
medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o
tratamento.”
Os COCs podem afetar a lactação, uma vez que podem reduzir a quantidade e alterar a composição do leite
materno. Portanto, em geral, não é recomendável o uso de COCs até que a lactante tenha suspendido
completamente a amamentação do seu filho. Pequenas quantidades dos esteroides contraceptivos e/ou de
seus metabólitos podem ser excretadas com leite.
Alterações em exames laboratoriais
O uso de esteroides presentes nos contraceptivos pode influenciar os resultados de certos exames
laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos das funções hepática, tireoidiana, adrenal e renal; níveis
plasmáticos de proteínas (transportadoras), por exemplo, globulina de ligação a corticosteroides e frações
lipídicas/lipoproteicas; parâmetros do metabolismo de carboidratos e parâmetros da coagulação e
fibrinólise. As alterações geralmente permanecem dentro do intervalo laboratorial considerado normal.
A drospirenona provoca aumento na aldosterona plasmática e na atividade da renina plasmática, induzidos
pela sua leve atividade antimineralocorticoide.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou operar máquinas
Não foram conduzidos estudos e não foram observados efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou
Efeitos de outros produtos medicinais sobre Lyllas.
As interações medicamentosas podem ocorrer com fármacos indutores das enzimas microssomais o que
pode resultar em aumento da depuração dos hormônios sexuais e pode produzir sangramento de escape
e/ou diminuição da eficácia do contraceptivo oral. Usuárias sob tratamento com qualquer uma das
substâncias acima citadas devem utilizar temporária e adicionalmente um método contraceptivo de
barreira ou escolher um outro método contraceptivo. O método de barreira deve ser usado
concomitantemente, assim como nos 28 dias posteriores à sua descontinuação. Se a necessidade de
utilização do método de barreira estender-se além do final da cartela do COC, a paciente deverá iniciar a
cartela seguinte imediatamente após o término da cartela em uso, sem proceder ao intervalo de pausa
habitual.
Substâncias que aumentam a depuração dos COCs (eficácia dos COCs diminuída por indução enzimática),
por exemplo:
Lyllas – VPS 03
fenitoína, barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina e também possivelmente com
oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina e produtos contendo Erva de São João.
Substâncias com efeito variável na depuração dos COCs, por exemplo: Quando coadministrados com
COCs, muitos inibidores das HIV/HCV proteases e inibidores não nucleosídios da transcriptase reversa
podem aumentar ou diminuir as concentrações plasmáticas de estrogênios ou progestógenos. Essas
alterações podem ser clinicamente relevantes em alguns casos.
Substâncias que diminuem a depuração dos COCs (inibidores enzimáticos) Inibidores potentes e
moderados do CYP 3A4 tais como antifúngicos azólicos (como por exemplo, itraconazol, voriconazol,
fluconazol), verapamil, macrolídeos (como por exemplo, claritromicina, eritromicina), diltiazem e suco de
toronja (grapefruit) podem aumentar as concentrações plasmáticas do estrogênio ou progestógeno ou de
ambos.
Em um estudo de múltiplas doses com uma combinação de drospirenona (3 mg/dia) / etinilestradiol (0,02
mg/dia), coadministrada com cetoconazol, um potente inibidor do CYP 3A4, por 10 dias, resultou em um
aumento da ASC (0 – 24h) de 2,68 vezes (90%IC: 2,44 – 2,95) para drospirenona e 1,40 vezes (90%IC:
1,31 – 1,49) para o etinilestradiol.
Doses de 60 a 120 mg/dia de etoricoxibe têm demonstrado aumento na concentração plasmática do
etinilestradiol de 1,4 – 1,6 vezes, respectivamente, quando administrado concomitantemente com um
contraceptivo hormonal combinado contendo 0,035 mg de etinilestradiol.
Efeitos dos contraceptivos nos outros produtos medicinais:
COCs podem afetar o metabolismo de alguns outros fármacos. Consequentemente, as concentrações
plasmática e tecidual podem aumentar (p.ex., ciclosporina) ou diminuir (p.ex., lamotrigina). A
drospirenona, in vitro, é capaz de inibir fraca a moderadamente enzimas do citocromo P450, CYP1A1,
CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4.
Observou-se em estudo de interações in vivo, em voluntárias que utilizavam omeprazol, sinvastatina ou
midazolam como substratos marcadores, que é pouco provável uma interação clinicamente relevante da
drospirenona, em doses de 3 mg, com o metabolismo de outros fármacos mediados pelo citocromo P450.
O etinilestradiol, in vitro, é um inibidor reversível do CYP2C19, CYP1A1 e CYP1A2, bem como um
inibidor, baseado no mecanismo do CYP3A4/5, CYP2C8 e CYP2J2. Em estudos clínicos, a administração
de contraceptivos hormonais contendo etinilestradiol não levou a qualquer aumento ou somente um
discreto aumento das concentrações plasmáticas dos substratos do CYP3A4 (por exemplo, midazolam)
enquanto que as concentrações plasmáticas dos substratos do CYP1A2 podem aumentar discretamente
(por exemplo, teofilina) ou moderadamente (por exemplo, melatonina e tizanidina).
Outras interações:
Potássio sérico:
Existe um potencial teórico para aumento no potássio sérico em usuárias de Lyllas que estejam tomando
outros medicamentos que podem aumentar os níveis séricos de potássio. Tais medicamentos incluem
antagonistas do receptor de angiotensina II, diuréticos poupadores de potássio e antagonistas da
aldosterona. Entretanto, em estudos avaliando a interação da drospirenona (combinada com estradiol) com
um inibidor da enzima conversora de angiotensina ou indometacina, nenhuma diferença clínica ou
estatística significativa nas concentrações séricas de potássio foi observada.
Deve-se avaliar também as informações contidas na bula do medicamento utilizado concomitantemente a
fim de identificar interações em potencial.
O medicamento deve ser mantido em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C).
Este medicamento tem o prazo de validade de 24 meses a partir da data de fabricação.
Lyllas – VPS 03
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em embalagem original.
Características organolépticas: Comprimido revestido amarelo, circular.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Os comprimidos revestidos devem ser ingeridos na ordem indicada na cartela, por 21 dias consecutivos,
mantendo-se aproximadamente o mesmo horário e, se necessário, com pequena quantidade de líquido. Cada
nova cartela é iniciada após um intervalo de pausa de 7 dias sem a ingestão de comprimidos, durante o qual
deve ocorrer sangramento por privação hormonal (em 2-3 dias após a ingestão do último comprimido). Este
sangramento pode não haver cessado antes do início de uma nova cartela.
Início do uso de Lyllas
- Quando nenhum outro contraceptivo hormonal foi utilizado no mês anterior
No caso da usuária não ter utilizado contraceptivo hormonal no mês anterior, a ingestão deve ser iniciada no
1º dia do ciclo (1º dia de sangramento menstrual).
- Mudando de outro contraceptivo oral combinado, anel vaginal ou adesivo transdérmico
(contraceptivo) para Lyllas
A usuária deve começar preferencialmente no dia posterior a ingestão do último comprimido ativo (último
comprimido contendo hormônio) do contraceptivo usado anteriormente ou, no máximo, no dia seguinte ao
último dia de pausa ou de tomada de comprimidos inativos (sem hormônio). Se estiver mudando de anel
vaginal ou adesivo transdérmico, deve começar preferencialmente no dia da retirada do último anel ou
adesivo do ciclo ou, no máximo, no dia previsto para a próxima aplicação.
- Mudando de um método contraceptivo contendo somente progestógeno (minipílula, injeção,
implante) ou Sistema Intrauterino (SIU) com liberação de progestógeno para drospirenona +
etinilestradiol
A usuária poderá iniciar o COC em qualquer dia no caso da minipílula, ou no dia da retirada do implante ou
do SIU, ou no dia previsto para a próxima injeção. Em todos esses casos (uso anterior de minipílula,
injeção, implante ou Sistema Intrauterino com liberação de progestógeno), recomenda-se usar
adicionalmente um método de barreira nos 7 primeiros dias de ingestão de Lyllas.
- Após abortamento de primeiro trimestre
Pode-se iniciar o uso de Lyllas imediatamente, sem necessidade de adotar medidas contraceptivas
adicionais.
- Após parto ou abortamento no segundo trimestre
Após parto ou abortamento de segundo trimestre, é recomendável iniciar o COC no período entre o 21º e o
28º dia após o procedimento. Se começar em período posterior, deve-se aconselhar o uso adicional de um
método de barreira nos 7 dias iniciais de ingestão. Se já tiver ocorrido relação sexual, deve certificar-se de
que a mulher não esteja grávida antes de iniciar o uso do COC ou, então, aguardar a primeira menstruação.
Para amamentação, veja “Gravidez e Lactação” no item “Advertências e precauções”.
Comprimidos esquecidos
Se houver transcorrido menos de 12 horas do horário habitual de ingestão, a proteção contraceptiva não
será reduzida. A usuária deve tomar imediatamente o comprimido esquecido e continuar o restante da
cartela no horário habitual.
Lyllas – VPS 03
Se houver transcorrido mais de 12 horas, a proteção contraceptiva pode estar reduzida neste ciclo. Nesse
caso, deve-se ter em mente duas regras básicas: 1) a ingestão dos comprimidos nunca deve ser
interrompida por mais de 7 dias; 2) são necessários 7 dias de ingestão contínua dos comprimidos para
conseguir supressão adequada do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
Consequentemente, na prática diária, pode-se usar a seguinte orientação:
- Esquecimento na 1ª semana
A usuária deve ingerir imediatamente o último comprimido esquecido, mesmo que isto signifique a
ingestão simultânea de 2 comprimidos. Os comprimidos restantes devem ser tomados no horário habitual.
Além disso, deve-se adotar um método de barreira (p.ex., preservativo) durante os 7 dias subsequentes. Se
tiver ocorrido relação sexual nos 7 dias anteriores, deve-se considerar a possibilidade de gravidez. Quanto
mais comprimidos forem esquecidos e mais perto estiverem do intervalo normal sem tomada de
comprimidos (pausa), maior será o risco de gravidez.
- Esquecimento na 2ª semana
A usuária deve tomar imediatamente o último comprimido esquecido, mesmo que isto signifique a ingestão
simultânea de dois comprimidos e deve continuar tomando o restante da cartela no horário habitual. Se, nos
7 dias precedentes ao primeiro comprimido esquecido, todos os comprimidos tiverem sido tomados
conforme as instruções, não é necessária qualquer medida contraceptiva adicional. Porém, se isto não tiver
ocorrido, ou se mais do que um comprimido tiver sido esquecido, deve-se aconselhar a adoção de
precauções adicionais por 7 dias.
- Esquecimento na 3ª semana
O risco de redução da eficácia é iminente pela proximidade do intervalo sem ingestão de comprimidos
(pausa). No entanto, ainda se pode minimizar a redução da proteção contraceptiva ajustando o esquema de
ingestão dos comprimidos. Se nos 7 dias anteriores ao primeiro comprimido esquecido a ingestão foi feita
corretamente, a usuária poderá seguir qualquer uma das duas opções abaixo, sem precisar usar métodos
contraceptivos adicionais.
Se não for este o caso, ela deve seguir a primeira opção e usar medidas contraceptivas adicionais durante os
7 dias seguintes.
1) Tomar o último comprimido esquecido imediatamente, mesmo que isto signifique a ingestão simultânea
de dois comprimidos e continuar tomando os comprimidos seguintes no horário habitual. A nova cartela
deve ser iniciada assim que acabar a cartela atual, isto é, sem o intervalo de pausa habitual entre elas. É
pouco provável que ocorra sangramento por privação até o final da segunda cartela, mas pode ocorrer
gotejamento ou sangramento de escape durante os dias de ingestão dos comprimidos.
2) Suspender a ingestão dos comprimidos da cartela atual, fazer um intervalo de pausa de até 7 dias sem
ingestão de comprimidos (incluindo os dias em que esqueceu de tomá-los) e, a seguir, iniciar uma nova
cartela.
Se não ocorrer sangramento por privação no primeiro intervalo normal sem ingestão de comprimido
(pausa), deve-se considerar a possibilidade de gravidez.
Procedimento em caso de distúrbios gastrintestinais
No caso de distúrbios gastrintestinais graves, a absorção pode não ser completa e medidas contraceptivas
adicionais devem ser tomadas.
Se ocorrerem vômitos dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de um comprimido, deve-se seguir o mesmo
procedimento usado no item “Comprimidos esquecidos”. Se a usuária não quiser alterar seu esquema
habitual de ingestão, deve retirar o(s) comprimido(s) adicional (is) de outra cartela.
Informações adicionais para populações especiais
- Crianças e adolescentes
Lyllas é indicado apenas para uso após a menarca. Não há dados que sugerem a necessidade de ajuste de
dose.
- Pacientes idosas
Não aplicável. Lyllas não é indicado para uso após a menopausa.
- Pacientes com insuficiência hepática
Lyllas é contraindicado em mulheres com doença hepática grave. Veja item “Contraindicações” e
“Características Farmacológicas”.
- Pacientes com insuficiência renal
Lyllas é contraindicado em mulheres com insuficiência renal grave ou com insuficiência renal aguda. Veja
itens “Contraindicações” e “Características Farmacológicas”.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
- Resumo do perfil de segurança:
As reações adversas relatadas mais frequentemente com Lyllas são náuseas e dor nas mamas. Estas reações
ocorrem em mais de 6% das usuárias.
As reações adversas graves são tromboembolismo venoso e arterial.
- Resumo tabulado das reações adversas:
A frequência das reações adversas relatadas nos estudos clínicos com drospirenona + etinilestradiol (N =
4.897) está resumida na tabela abaixo. As reações adversas são apresentadas em ordem decrescente de
gravidade, de acordo com cada grupo de frequência. As frequências são definidas como comum (³1/100 a <
1/10) e rara (³1/10.000 a <1/1.000). Reações adversas adicionais identificadas somente após a
comercialização, e para as quais, portanto não se pode estimar uma frequência, estão descritas na coluna
“frequência desconhecida”.
Classificação por
sistema corpóreo
(MedRA)
Comum Rara Frequência
desconhecida
Distúrbios psiquiátricos Instabilidade
emocional, depressão /
estados depressivos,
diminuição e perda da
libido
Distúrbios no sistema
nervoso
Enxaqueca
Distúrbios vasculares Eventos
tromboembólicos
arteriais e venosos*
Distúrbios
gastrintestinais
Náuseas
Lyllas – VPS 03
Distúrbios cutâneos e
nos tecidos subcutâneos
Eritema multiforme
reprodutivo e nas
mamas
Dor nas mamas,
sangramento uterino
inesperado,
sangramento não
específico do trato
genital
As reações adversas provenientes de estudos clínicos foram descritas utilizando termo MedDRA (versão
12.1). Diferentes termos MedDRA que representem o mesmo fenômeno foram agrupados como uma única
reação adversa para evitar diluir ou ocultar o verdadeiro efeito.
* - frequência estimada, a partir de estudos epidemiológicos envolvendo um grupo de usuárias de
contraceptivo oral combinado. A frequência foi limítrofe a muito rara.
- “Eventos tromboembólicos arteriais e venosos” resumem as seguintes entidades médicas: oclusão
venosa periférica profunda, trombose e embolia/ oclusão vascular pulmonar , trombose, embolia e
infarto/ infarto do miocárdio/ infarto cerebral/ e acidente vascular cerebral não especificado como
hemorrágico.
Para os eventos tromboembólicos arteriais e venosos e enxaqueca veja itens “Contraindicações” e
“Advertências e precauções”.
O termo MedDRA preferencial é usado para determinadas reações e seus sinônimos e condições
relacionadas. As reações adversas foram baseadas na versão 12.1 do MedDRA.
Descrição das reações adversas selecionadas:
As reações adversas com frequência muito baixa ou com início tardio dos sintomas
relatadas no grupo de usuárias de contraceptivo oral combinado estão listadas abaixo,
veja também itens “Contraindicações” e “Advertências e precauções”.
Tumores:
- A frequência de diagnóstico de câncer de mama é ligeiramente maior em usuárias de CO. Como o câncer
de mama é raro em mulheres abaixo de 40 anos o aumento do risco é pequeno em relação ao risco geral de
câncer de mama. A causalidade com uso de COC é desconhecida.
- Tumores hepáticos (benignos e malignos)
Outras condições:
- eritema nodoso;
- mulheres com hipertrigliceridemia (aumento do risco de pancreatite em usuárias de COCs);
- hipertensão;
- ocorrência ou piora de condições para as quais a associação com o uso de COC não é conclusiva: icterícia
e/ou prurido relacionado à colestase; formação de cálculos biliares, porfiria, lúpus eritematoso sistêmico,
síndrome hemolítico urêmica, Coreia de Sydenham, herpes gestacional, otosclerose – relacionada à perda
de audição;
- em mulheres com angioedema hereditário, estrogênios exógenos podem induzir ou intensificar sintomas
de angioedema;
- distúrbios das funções hepáticas;
- alterações na tolerância à glicose ou efeitos sobre a resistência periférica a insulina;
- doença de Crohn, colite ulcerativa;
- cloasma;
- hipersensibilidade (incluindo sintomas como rash, urticária).
Interações:
Sangramento de escape e/ou diminuição da eficácia contraceptiva podem ser resultado de interações
medicamentosas entre contraceptivos orais e outros fármacos (indutores enzimáticos), veja item
“Interações medicamentosas”.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância
Sanitária Estadual ou Municipal.