Bula do Maleato de Trimebutina produzido pelo laboratorio Eurofarma Laboratórios S.a.
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maleato de trimebutina
Bula para profissional da saúde
Cápsula mole
200 mg
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Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES
Embalagens com 30 ou 60 cápsulas contendo 200 mg de maleato de trimebutina.
USO ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE 12 ANOS
COMPOSIÇÃO:
Cada cápsula contém:
maleato de trimebutina* .................................................................................................................................200 mg
excipientes**...................................................................................................................................... q.s.p.1 cápsula
*Cada 200 mg de maleato de trimebutina equivalem a 154 mg de trimebutina base.
**Excipientes: óleo de soja, lecitina de soja, gordura vegetal hidrogenada, gelatina, glicerol, propilparabeno,
metilparabeno, dióxido de titânio, água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O maleato de trimebutina como modulador da musculatura gastrointestinal, atua como normalizador, porém não
como depressor do peristaltismo fisiológico. Este modo de ação também confere ao maleato de trimebutina
propriedades antiespasmódicas. Ele não apresenta relação estrutural com os antiespasmódicos do tipo
anticolinérgico e com os pró-cinéticos que estimulam a liberação de acetilcolina, não possuindo os efeitos
sistêmicos inerentes a essas drogas, como alterações na frequência cardíaca, pressão intraocular, etc., embora a
trimebutina tenha um efeito seletivo sobre o trato digestivo semelhante à acetilcolina. A atuação sobre a função
sensorial específica do tubo digestivo confere ainda ao maleato de trimebutina os benefícios no controle
sintomático dos processos dolorosos decorrentes das afecções motoras relacionadas a seguir: odinofagia
secundária ao refluxo gastresofágico, dispepsia funcional não ulcerosa, dores e cólicas decorrentes de espasmos
gastrintestinais, síndrome do cólon irritável. Os portadores de refluxo gastresofágico podem se beneficiar do
efeito de esvaziamento gástrico proporcionado pelo maleato de trimebutina, além de seu efeito modulador
sensorial, aliviando a sintomatologia dolorosa decorrente desta situação. O maleato de trimebutina também está
indicado no preparo para procedimentos diagnósticos radiológicos e endoscópicos, favorecendo o esvaziamento
gástrico e, como isso, evitando náuseas e vômitos (no trânsito baritado superior); e na colonoscopia, para
diminuição da contratilidade colônica, que costuma prejudicar a visualização neste tipo de exame.
Em estudos clínicos de eficácia e segurança comparativos entre trimebutina e outros fármacos, não foi observada
interferência significativa quanto aos parâmetros bioquímicos, exceto a diminuição da contagem de eritrócitos.
Em um estudo comparativo de segurança e eficácia entre a trimebutina versus mebeverina em pacientes com
síndrome do intestino irritável, pacientes de ambos os sexos foram divididos em dois grupos: um recebeu
mebeverina e placebo, e o outro, trimebutina e placebo. Dos 196 pacientes que concluíram o estudo, 99 eram do
grupo da mebeverina (35 homens e 64 mulheres) e 97 do grupo da trimebutina (34 homens e 63 mulheres).
Durante o período de tratamento foi relatado que a frequência diária de episódios de dor abdominal diminuiu
significativamente no grupo de trimebutina quando comparado ao grupo da mebeverina. Os pacientes da
trimebutina relataram também significativa redução na duração da dor abdominal por episódios e por dia. A
diminuição total das dores (dor abdominal inferior e dor difusa) foi significativamente maior nos pacientes
tratados com trimebutina do que com mebeverina. No que diz respeito aos critérios secundários, muitos sintomas
da síndrome do intestino irritável também melhoraram significativamente nos pacientes do grupo da trimebutina
quando comparado ao grupo da mebeverina, incluindo dor antes e após as refeições, palpabilidade do cólon
sigmoide e alteração na consistência das fezes. O alívio de pirose, eructação, náuseas, anorexia, flatulência,
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cefaleia, depressão, distúrbios do sono, borborigmo e meteorismo também foram significativamente maior no
grupo tratado com trimebutina.1
Referência bibliográfica:
1
Schaffstein W, Panijel M, Luttecke K. Comparative safety and efficacy of trimebutine versus mebeverine in the
treatment of irritable bowel syndrome: a multicenter double-blind study. Curr Ther Res Clin Exp. 1990;
47(1):136-45.
Este medicamento possui como princípio ativo o maleato de trimebutina que equivale a 77 mg de trimebutina
base para cada 100 g de maleato, e é uma substância cuja estrutura química difere das outras da mesma
categoria. A trimebutina é utilizada na síndrome de várias desordens do trato digestivo incluindo dispepsia,
síndrome do intestino irritável e íleo pós-operatório. Além disso, possui ação analgésica, aliviando a dor
proveniente do intestino. Espera-se que o efeito analgésico inicie-se dentro da primeira hora de ingestão, assim
como a ação reguladora do intestino.
Farmacodinâmica
O maleato de trimebutina apresenta uma atividade moduladora da função contrátil gastrintestinal,
complementada por uma ação moduladora sensorial local, diminuindo assim a sensação de mal-estar causado
pelos processos dolorosos e espásticos do tubo digestivo. É mediada por duas vias de ação: por receptores
opioides gastrintestinais e através da modulação na liberação de peptídeos gastrintestinais. A trimebutina
interage com os receptores µ, k, δ, encefalinérgicos dos plexos intramurais de Auerbach (mioentérico) e
Meissner (submucoso), atuando como moduladora motora, desde o esôfago até o sigmoide. Ao interagir com
receptores encefalinérgicos, a trimebutina simula o efeito fisiológico da acetilcolina, normalizando as disfunções
motoras sem, no entanto, interferir na produção e secreção deste neurotransmissor. Como modulador da função
muscular digestiva, o maleato de trimebutina atua restabelecendo a motricidade fisiológica, diminuindo ou
estimulando a contratibilidade de acordo com a necessidade. Esse mecanismo de ação confere a este
medicamento características de antiespasmódico e pró-cinético. A dualidade de ação do maleato de trimebutina
sobre a função motora permite que este seja utilizado em todas as disfunções motoras digestivas, desde o
estômago até o cólon sigmoide. A atuação sobre a função sensorial se estende ao esôfago. Como se sabe a
acetilcolina é neurotransmissor que atua na regulamentação da função motora do tubo digestivo. Diferente de
outros pró-cinéticos, o maleato de trimebutina atua simulando o efeito local da acetilcolina, sem interferir na
liberação sistêmica deste neurotransmissor, o que explica a sua ampla margem de segurança até mesmo em
pacientes com distúrbios que possam sofrer interferências da acentuação na produção da acetilcolina, tais como:
alterações nos ritmos cardíacos, hipertensão pulmonar, alterações na pressão arterial sistêmica ou alterações na
frequência miccional. Por não ter qualquer relação com a secreção ou os efeitos da dopamina, o maleato de
trimebutina não produz qualquer efeito adverso semelhante aos dos agonistas dopaminérgicos, tais como
síndrome extrapiramidal e hiperprolactemia, assim, as ações moduladoras sensoriais locais e do trânsito
gastrintestinal fazem do maleato de trimebutina um produto com vasto campo de aplicação nas mais diversas
especialidades, excelente tolerância a esta substância, bem como a ausência de toxicidade, e efeitos secundários
e teratogênicos.
Farmacocinética
Após administração oral, a absorção intestinal de trimebutina é quase completa (94%). O pico de concentração
plasmática é alcançado em 1 hora após a sua ingestão. A taxa de ligação proteica é de aproximadamente 5%, o
que favorece a disponibilidade contínua do produto. O maleato de trimebutina é metabolizado no fígado em
vários metabólitos, sendo o principal a monodesmetil trimebutina ou nortrimebutina que apresenta concentrações
plasmáticas mais altas que a própria trimebutina e exerce as propriedades farmacológicas desta principalmente
no cólon. A meia-vida plasmática é de cerca de 10 a 12 horas, no homem. A meia-vida de eliminação plasmática
é de cerca de 1 hora. Sua excreção urinária é de 65% em 24 horas e 80% após 48 horas. Sua eliminação fecal em
48 horas é de 5 a 10%. A transferência placentária é pequena, o que confere bastante segurança para o seu uso
durante a gestação. A passagem através do leite materno também é pequena, o que garante segurança para o
lactente, caso haja necessidade de uso pela mãe.
Este medicamento não deve ser utilizado em pacientes com hipersensibilidade conhecida à trimebutina ou a
qualquer um dos componentes da fórmula.
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Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos.
É desejável que este medicamento seja administrado via oral antes das refeições, já que sua utilização pretende
melhorar o esvaziamento gástrico.
Pacientes que estiverem fazendo tratamento com o maleato de trimebutina devem evitar o uso de bebidas
alcoólicas.
Uso na gravidez e lactação – A enorme experiência clínica com trimebutina mostra que esta substância pode ser
utilizada sem restrições. Como ainda não está amplamente estabelecido o efeito teratogênico, recomenda-se
evitar o seu uso durante os três primeiros meses de gravidez. Em estudos realizados em animais, a transferência
transplacentária é pequena, o que confere bastante segurança para o seu uso durante a gestação.
Gravidez – categoria de risco na gravidez – B: Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, ou
então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados
em mulheres grávidas.
A prescrição deste medicamento depende da avaliação do risco/ benefício para a paciente.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-
dentista.
A passagem através do leite materno também é mínima, o que garante proteção para o lactente, caso haja
necessidade de uso pela mãe.
O uso deste medicamento no período de lactação depende da avaliação do risco/benefício. Quando
utilizado, pode ser necessária monitorização clínica e/ou laboratorial do lactente.
Interação medicamento – medicamento
Não existem relatos a respeito de interação do maleato de trimebutina com outros medicamentos. Em estudos
clínicos de eficácia e segurança comparativos com outros fármacos, nenhuma interferência significativa foi
observada, exceto diminuição da contagem de eritrócitos, e relatos de leucopenia também pode ocorrer.
Interação medicamento – alimento
Não existem relatos a respeito de interações de trimebutina com alimentos. Entretanto, é recomendável que o
paciente siga as orientações médicas quanto à dieta alimentar.
Interação medicamento – exame laboratorial
Podem ocorrer pequenas alterações nos exames hematológicos laboratoriais.
Interação medicamento – substância-química
Pacientes que estiverem fazendo tratamento com o maleato de trimebutina devem evitar o uso simultâneo de
bebidas alcoólicas.
Conservar em temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C). Proteger da luz e umidade.
O prazo de validade deste medicamento é de 24 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do produto: cápsula gelatinosa mole de cor levemente amarelada, opaca, contendo suspensão
homogênea de cor branca a levemente amarelada.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
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USO ORAL
Não é recomendável o uso de maleato de trimebutina por outra via de administração.
O maleato de trimebutina deve ser engolido, sem mastigar, com um pouco de líquido (água ou suco).
Adultos: 1 cápsula, de duas a três vezes ao dia (400 a 600 mg ao dia), preferencialmente antes das refeições.
O maleato de trimebutina cápsulas só deve ser administrado a crianças com mais de 12 anos de idade. A dose
máxima diária é de 600 mg, e a duração do tratamento deve ser determinada pelo médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
A grande experiência clínica no uso da trimebutina confirma a segurança desta substância.
Ao classificar a frequência das reações, utilizamos os seguintes parâmetros:
Reação muito comum (>1/10).
Reação comum (>1/100 e <1/10).
Reação incomum (>1/1.000 e <1/100).
Reação rara (>1/10.000 e <1/1.000).
Reação muito rara (<1/10.000).
Reações raras
Eritema cutâneo; diarreia e obstipação; poliúria, distensão abdominal e epigastralgia.
Reações muito raras
Cefaleia; boca seca; vômitos; fraqueza; sonolência e tonturas.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA,
disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/indes.htm, ou para a Vigilância Sanitária
Estadual ou Municipal.