Bula do Metadoxil para o Profissional

Bula do Metadoxil produzido pelo laboratorio Laboratórios Baldacci Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento

O conteúdo abaixo foi extraído automaticamente da bula original disponibilizada no portal da ANVISA.

Bula do Metadoxil
Laboratórios Baldacci Ltda - Profissional

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BULA COMPLETA DO METADOXIL PARA O PROFISSIONAL

   

 

METADOXIL®

(pidolato de piridoxina)

Laboratórios Baldacci Ltda.

Comprimido revestido

500mg

pidolato de piridoxina

APRESENTAÇÕES

Comprimidos revestidos de 500 mg embalagem com 30 comprimidos.

VIA ORAL - USO ADULTO

COMPOSIÇÃO

Cada comprimido revestido de METADOXIL®

contém:

pidolato de piridoxina ............... 500mg

Excipientes q.s.p........................ 1 comprimido revestido.

Excipientes: celulose microcristalina, corante azul brilhante laca, dióxido de silício, dióxido de titânio,

estearato de magnésio, hipromelose, polietilenoglicol, talco.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1. INDICAÇÕES

Este medicamento é destinado ao tratamento das alterações do fígado, decorrentes da ingestão excessiva

de bebida alcoólica, em particular fígado gorduroso e hepatite alcoólica.

Também é apropriado para completar protocolos terapêuticos referentes ao “desmame” inicial e

manutenção na abstinência de indivíduos alcoólicos.

2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

O pidolato de piridoxina é o resultado da reação das moléculas de piridoxina e ácido carboxílico

pirrolidona. A piridoxina também é conhecida como Vitamina B6 e o carboxilato pirrolidona (também

conhecido como piroglutamato) é um derivado cíclico do ácido glutâmico.

Ambas as substâncias ocorrem na natureza. São componentes da dieta humana, sendo encontrados nos

tecidos humanos. Portanto, não deve ser esperada nenhuma toxicidade imprópria.

Os sais do ácido piroglutâmico ou carboxilatos pirrolidona são facilmente hidrolisados no organismo,

tornando disponível o ácido cíclico para os processos metabólicos. Esta combinação está fisiologicamente

presente em vários tecidos corpóreos, inclusive no tecido nervoso, sendo obtido da dieta ou da ciclização

fisiológica do ácido glutâmico.

O piroglutamato é rapidamente metabolizado para glutamato pela enzima oxoprolinase.

Além de ser um precursor do glutamato, o piroglutamato exerce alguns efeitos diretos, principalmente

sobre o sistema nervoso central, onde entra com maior facilidade devido a que, representando uma

variância em relação ao glutamato, atravessa a barreira hematoencefálica.

As ações sobre as funções cognitivas e memória mediada pela ativação do sistema colinérgico são

definitivamente importantes e clinicamente relevantes para facilitar a recuperação das funções superiores

normais prejudicadas pela intoxicação, principalmente pela intoxicação alcoólica.

Nas condições de hiperamoniemia com os conseqüentes sintomas neurológicos – a assim denominada

encefalopatia hepática característica da cirrose alcoólica terminal – o suporte às funções do sistema

nervoso central podem ser úteis. Porém, o principal papel do piroglutamato está nas ações metabólicas

que o mesmo pode exercer, principalmente sobre a função hepática.

Em primeiro lugar, o piroglutamato é um intermediário no ciclo γ-glutamil, um sistema de transporte de

aminoácidos dentro da célula, através da membrana celular. O glutamato formado pelo metabolismo do

piroglutamato exerce outras funções metabólicas importantes.

   

 

O derivado N-acetilglutamato, obtido de forma similar pela metabolização, desempenha um papel

essencial na manutenção do equilíbrio de nitrogênio, devido à ativação da enzima carbamoil sintetase I,

uma das enzimas chaves no ciclo da uréia. Adicionalmente, pela reação com o oxaloacetato - um

intermediário do ciclo de Krebs, participa da biosíntese do aspartato, um elemento essencial do ciclo da

uréia.

O glutamato também pode reagir com a amônia para formar glutamina, contribuindo desta forma para a

desintoxicação e para a fixação do nitrogênio pelo organismo. Esta via é importante em muitos tecidos e,

particularmente, no sistema nervoso central. É um dos principais mecanismos de transporte de amônia

para o fígado. Realmente, no fígado, a enzima glutaminase libera amônia que entra no ciclo da uréia, e

glutamato.

Portanto, torna-se evidente que, em condições de hiperazotemia, como aquelas verificadas na intoxicação

aguda e, em maior extensão, na intoxicação crônica, torna-se necessária a presença adequada de

glutamato, o que justifica a presença de sua forma cíclica, mais adequada para ambos, o fígado e as

atividades do SNC do que a forma aberta, no preparado previsto para o tratamento da doença hepática

alcoólica e de suas conseqüências psicopatológicas.

O contra-íon no par de íons do pidolato de piridoxina é a piridoxina, também conhecida como Vitamina

B6. Na forma de fosfato piridoxal, a piridoxina age como uma co-enzima em muitas reações relevantes

do metabolismo dos aminoácidos, carboidratos, esfingolipídeos, heme; na formação dos sais do ácido

biliar, resultando na eliminação de sua característica tóxica, e em muitas outras reações metabólica

diversas.

No caso de uma intoxicação, as concentrações hepáticas de fosfato piridoxal são diminuídas,

provavelmente por causa do catabolismo aumentado da vitamina. Realmente, no paciente cirrótico, a taxa

da síntese de fosfato piridoxal a partir da piridoxina exógena aparenta permanecer normal.

O significado clínico exato de tal diminuição ainda não está completamente esclarecido.

Porém, é conhecido que a disponibilidade reduzida de piridoxina prejudica os mecanismos de deaminação

e descarboxilação do fígado, as principais reações metabólicas que controlam a biosíntese dos

aminoácidos, biotransformação e catabolismo pelo ciclo da uréia, além de prejudicar vários passos do

ciclo de Krebs.

Adicionalmente, a disponibilidade insuficiente de piridoxina reduz a síntese de taurino, necessário para

conjugar e eliminar a característica tóxica dos ácidos biliares.

Portanto, a disponibilidade insuficiente da piridoxina pode prejudicar facilmente as funções hepáticas, ao

contrário, o fornecimento exógeno de piridoxina biologicamente disponível é útil em todos aqueles casos

de metabolismo hepático prejudicado e hiperamoniemia, como as intoxicações agudas e crônicas.

3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas

Farmacologia Experimental: O pidolato de piridoxina reduz a alcoolemia e o tempo de exposição do

tecido à ação lesiva do álcool, facilitando o metabolismo e aumentando a eliminação do álcool e do seu

metabólito tóxico na urina, o acetaldeido. Ele promove uma ação de proteção nas células, prevenindo

alterações devido ao desequilibrio redox, facilita a oxidação do excesso NADH e mantém níveis altos de

glutationa, assim contribuindo com a proteção das membranas dos danos lipoperoxidativos.

O pidolato de piridoxina também antagoniza a redução dos níveis hepáticos e cerebrais de ATP,

estimulando a síntese “de novo”. Além disso, atua nos neurotransmissores, aumentado a liberação de

GABA e acetilcolina.

Farmacologia clínica: O tratamento com pidolato de piridoxina no alcoolismo agudo revelou a eficácia e

a ação rápida nos componentes excitomotoriais da intoxicação alcoólica aguda. Nos casos de alcoolismo

crônico, sem a síndrome de abstinência durante o tratamento, há uma tendência estatisticamente

significativa em direção à normalização dos parâmetros bioquímicos séricos, como a γGT (o principal

   

 

marcador que é alterado no alcoolismo crônico), bilirrubina e GOT. Finalmente, uma cinética de

eliminação do álcool no sangue mais rápida foi encontrada nas curvas de cargas alcoolêmicas em

pacientes saudáveis, junto com a prevenção do aumento dos níveis de ornitil-carbamil-transferase (OCT),

a enzima a qual revela, sobre todas as demais dos níveis hepáticos, danos nos aparatos mitocondriais que

são o gerador de energia química.

Propriedades farmacocinéticas

O perfil farmacocinético em humanos encontra-se bem de acordo com aquele previsto em animais

experimentais. A absorção após a administração oral é rápida e com alta biodisponibilidade absoluta e

reprodutiva (60%-80%). A farmacocinética e, conseqüentemente, o perfil de distribuição é peculiar para o

pidolato de piridoxina, e não pode ser imitado pela administração de piridoxina somente. Apesar de não

ter sido realizado o mesmo estudo com carboxilato de pirrolidona, este achado isoladamente é suficiente

para excluir que a administração extemporânea das duas moléculas pode resultar na mesma

farmacocinética, e portanto no mesmo efeito farmacodinâmico, como o pidolato de piridoxina.

O pico de concentração, a meia-vida plasmática e área sob a curva (biodisponibilidade relativa) do

pidolato de piridoxina administrado como comprimido ou solução são as mesmas. Porém, a solução

proporciona absorção mais rápida.

A administração intravenosa fornece uma quantidade maior da substância disponível. A ligação do

pidolato de piridoxina às proteínas é relativamente baixa, aproximadamente 50%.

A distribuição das moléculas de piridoxina e de carboxilato de pirrolidona ocorre em quase todos os

tecidos, em proporções geralmente próximas daquelas do pidolato de piridoxina.

Quantidades bastante maiores são absorvidas pelo fígado, rins e cérebro. O metabolismo é consistente

com a informação bioquímica conhecida sobre o metabolismo da piridoxina e do piroglutamato. A

excreção é distribuída de forma quase igual entre a urina (40% e 50% em 24 horas) e fezes (35% e 50%

em 96 horas), sendo mais rápida aquela da urina. A informação combinada do perfil da concentração

plasmática sanguínea, distribuição e excreção, recomendam não exceder a programação de dosagem de

duas a três vezes ao dia para administração de dose repetida em humanos, com finalidades terapêuticas.

Dados de segurança pré-clinica

Foi descoberta que a toxicidade do produto é bastante baixa. A DL50 pela via intravenosa é 3480 mg/kg

(ratos), enquanto pela via i.p. a DL50 é mais alta do que 6 g/kg. A toxicidade sub-aguda foi avaliada em 3

espécies animais por 40 dias em 2 níveis de dosagem, sendo que a mais alta das duas foi 1,5mg/kg por via

oral. Os achados no nível humoral e uma análise de autópsia não revelaram alterações. A toxicidade

crônica foi avaliada em cães e ratos por 26 semanas.

Foram observados efeitos na motilidade de cães em doses correspondentes a 0,5 g/kg do peso corpóreo.

O pidolato de piridoxina não demonstrou nenhuma atividade mutagênica com o teste de AMES ou nas

culturas de células mamárias.

Não foram observados efeitos nocivos em ratas e coelhas grávidas e também não foi encontrada nenhuma

atividade teratogênica em fetos e animais recém-nascidos.

4. CONTRA-INDICAÇÕES

METADOXIL®

não deve ser utilizado por pacientes com hipersensibilidade ao pidolato de piridoxina ou

a qualquer outro componente da formulação.

5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

Administrar com cautela para pacientes com doença de Parkinson em tratamento com L-Dopa, pois o

pidolato de piridoxina pode antagonizar o efeito do fármaco.

   

 

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do

cirurgião-dentista. (Categoria de risco na gravidez: categoria B)

6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

O pidolato de piridoxina pode aumentar a descarboxilação periférica da L-Dopa, reduzindo a sua eficácia.

7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Este medicamento deve ser armazenado na sua embalagem original, em temperatura ambiente (15°C a

30°C), protegido da luz e umidade. Dentro destas condições, o seu prazo de validade é de 24 meses a

partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Os comprimidos do METADOXIL®

são revestidos de cor branca, formato oval e faces lisas.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças

8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

Via oral. Os comprimidos devem ser ingeridos sem mastigar, com líquido suficiente para engolir.

Etilismo agudo: 1 a 4 comprimidos ao dia a critério do médico.

Etilismo crônico: 2 a 3 comprimidos ao dia com duração mínima de 30 a 90 dias ou enquanto permanecer

a ingestão excessiva de álcool ou a critério do médico.

Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.

9. REAÇÕES ADVERSAS

Não foram relatadas reações adversas específicas com o pidolato de piridoxina.

Porém, reações adversas específicas podem ocorrer ocasionalmente, como com qualquer outro

medicamento. Os mais comuns são: transtorno gástrico e erupção cutânea.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária -

NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal.

10. SUPERDOSE

Não ocorreram casos de superdosagem com este medicamento. Devido a baixa toxicidade deste produto,

é improvável que ocorra uma superdosagem acidental. Estudos em animais, doses de 60 a 120 vezes

acima da dose terapêutica oral diária causa o aparecimento de sintomas tóxicos (taquipnéia e convulsão).

Porém, caso ocorra ingestão acidental, recomenda-se o uso de lavagem gástrica e controle das enzimas

hepáticas.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001 (CEATOX), se você precisar de mais orientações.

   

 

Cuidado! Todas as informações contidas neste site têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.