Bula do Mucofan produzido pelo laboratorio União Química Farmacêutica Nacional S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
MUCOFAN®
(carbocisteína)
União Química Farmacêutica Nacional S.A
Solução oral
50 mg/mL
carbocisteína
IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÃO
Solução oral (cerca de 20 gotas) 50 mg/mL: embalagem contendo frasco de 20 mL.
USO ORAL
USO PEDIÁTRICO ACIMA DE 2 ANOS
COMPOSIÇÃO:
Cada mL (cerca de 20 gotas) da solução oral contém:
carbocisteína................................................................................................................................................................................50 mg
Excipientes: açúcar líquido tipo A, metilparabeno, propilparabeno, sorbitol, aroma de cereja, ácido cítrico, metabissulfito de sódio,
corante vermelho eritrosina, hidróxido de sódio e água purificada.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
MUCOFAN é indicado, em terapia adjuvante, como mucolítico e fluidificante das secreções, nas afecções agudas ou crônicas do
trato respiratório, onde a presença de secreção viscosa e/ou abundante seja um fator agravante.
As doenças obstrutivas das vias respiratórias, como a bronquite crônica, a fibrose cística e o enfisema, embora apresentem grandes
diferenças etiológicas e epidemiológicas, possuem uma importante característica em comum, que é o aumento da secreção
brônquica, em algum estágio da doença. Esta secreção, devido às suas propriedades bioquímicas e físicas alteradas, não é eliminada
pelos mecanismos mucociliares e pela tosse, determinando a necessidade de uma remoção terapêutica.1
Vários estudos clínicos comprovaram a eficácia da carbocisteína nas doenças obstrutivas crônicas das vias respiratórias, levando a
alterações reológicas da secreção e o aumento da expectoração, indicando uma melhora primária da função mucociliar.2
Estudo duplo-cego comparou o uso da carbocisteína com placebo e com um esquema de nebulização com água em 82 pacientes com
bronquite crônica. No grupo que utilizou a carbocisteína, verificou-se uma melhora consistente na viscosidade da secreção e da
expectoração, com um aumento de 30% no volume expectorado após 8 horas do tratamento (p<0,02).3
A eficácia terapêutica do uso de mucolíticos foi confirmada numa revisão de 23 estudos clínicos randomizados, que comparou a
utilização de mucolíticos com placebo, em pacientes adultos com bronquite crônica estável e doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC). Demonstrou-se que os mucolíticos reduzem de forma significativa o número e a duração das exacerbações, além de
reduzirem a necessidade do uso de antibióticos.4
A carbocisteína também foi comparada com a bromexina em um estudo duplo-cego em 30 pacientes adultos com exacerbações de
bronquite crônica e presença de secreção mucóide. Embora ambas as substâncias tenham levado a um aumento significativo do
volume e da fluidez da secreção, os efeitos máximos foram observados já no terceiro dia de uso da carbocisteína, e apenas no sétimo
dia de uso da bromexina (p<0,05). Houve também melhora nos parâmetros subjetivos (expectoração fácil, severidade da tosse e
consistência da secreção). Porém, as respostas obtidas com o uso da carbocisteína foram observadas, no mínimo, quatro dias antes
dos verificados com a bromexina. A carbocisteína determinou ainda uma melhora nos índices respiratórios, sendo também
superiores aos obtidos com a bromexina.5
Em outro estudo duplo-cego, o efeito a longo-prazo da terapia oral com a carbocisteína foi comparado com placebo em 109
pacientes com bronquite crônica. Nos pacientes que utilizaram a carbocisteína, observou-se um aumento significativo no fluxo
expiratório máximo (15-20%), associado a melhora clínica importante(p<0,05).6
A eficácia da carbocisteína também foi avaliada no tratamento de otite média secretória em crianças. Uma metanálise envolvendo
430 crianças, com idades entre 3 e 12 anos observou que o uso da carbocisteína diminuiu a necessidade de intervenção cirúrgica
(timpanostomia) em 2,31 vezes, quando comparada com crianças que receberam placebo (p<0,01). Além disto, a carbocisteína
reverteu as alterações dos timpanogramas para a normalidade.7
Estes resultados foram confirmados em outro estudo com 60 crianças, onde a utilização de carbocisteína reduziu de forma
significativa a necessidade de inserção de tubos à timpanostomia (13%), em comparação com as crianças que não receberam
mucolíticos (76,6%).8
Em casos de crianças com otite média secretória, a taxa de sucesso clínico foi de 66% com o uso da carbocisteína.
9
Além disto, estudos demonstraram que a carbocisteína tem o efeito de inibir a adesão da Moraxella catarrhalis, do Haemophilus
influenzae e do Streptococcus pneumoniae às células epiteliais do aparelho respiratório, o que indica que a carbocisteína ajuda no
tratamento das infecções respiratórias.
10, 11, 12
Referências bibliográficas
1. Brown DT. Carbocysteine. Drug Intell Clin Pharm 22:603-8, 1988
2. Brown DT, 1988
3. Edwards GF et al. S-carboxy-methyl-cysteine in the fluidification of sputum and treatment of chronic airway obstruction. Chest
70:506-13,1976
4. Poole PJ, Black PN. Oral mucolytic drugs for exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease: systematic review. BMJ
322(7297):1271-4, 2001
5. Aylward M. A between-patient double blind comparison of S-carboxymethylcysteine and bromhexine in chronic obstructive
bronchitis. Curr Med Res Opin 1:219-27, 1973
6. Grillage M, Barnard-Jones K. Long-term oral carbocisteine therapy in patients with chronic branchitis. A double blind trial with
placebo control. Br J Clin Pract 39:395-8, 1985
7. Pignataro O et al. Otitis media with effusion and S-carboxymethylcysteine and/or its lysine salt: a critical overview. Int J Pediatr
Otorhinolaryngol 35(3):231-41, 1996
8. Pollastrini L et al. Ruolo della S-carbossimetilcisteina nella terapia dellótite siero-mucosa in eta pediatrica. Ped Oggi 11(4):96-9,
1991
9. Brkic F et al.Bronchobos in the therapy of chronic secretory otitis in children. Med Arh 53(2):89-91, 1999
10. Zheng CH et al. The effects of S-carboxymethylcysteine and N-acetylcysteine on the aderence of Moraxella catarrhalis to
human pharyngeal epithelial cells. Microbiol Immunol 43(2):107-13, 1999
11. Ndour CT et al. Modulating effects of mucoregulating drugs on the attachment of Haemophilus influenzae. Microb Pathog
30(3):121-7, 2001
12. Cakan G et al. S-carboxymethylcysteine inhibits the attachment of Streptococcus pneumoniae to human pharyngeal epithelial
cells. Microb Pathog 34(6):261-5, 2003
A carbocisteína, cujo nome químico é S-(carboximetil)-1-cisteína, é um aminoácido dibásico, de peso molecular 179,2 e fórmula
molecular C5H9NO4S.
Propriedades farmacodinâmicas
O exato mecanismo de ação da carbocisteína ainda não foi totalmente elucidado. No entanto, sua ação parece estar relacionada à
regulação da viscosidade das secreções mucosas do trato respiratório. Estudos em animais e em humanos demonstram que a
carbocisteína altera a síntese das glicoproteínas do muco, aumentando, proporcionalmente, a produção de sialoglicoproteínas, o que
torna a secreção mais fluida, e assim melhora a depuração mucociliar, tornando a tosse mais efetiva. (Brown DT. Carbocysteine.
Drug Intell Clin Pharm 22:603-8, 1988).
Propriedades farmacocinéticas
A carbocisteína é rapidamente absorvida após a administração oral. As concentrações séricas máximas são alcançadas entre 1 a 2
horas após a administração e, após uma dose de 1,5 g, os valores máximos foram de 13 a 16 mg/L. A meia-vida plasmática foi
estimada em 1,5 a 2 horas, e o volume aparente de distribuição foi de aproximadamente 60 litros. A carbocisteína parece distribuir-
se bem no tecido pulmonar e no muco respiratório, sugerindo ação local.
É metabolizada através de acetilação, descarboxilação e sulfoxidação. A produção do derivado descarboximetilado é muito pequena.
A maior parte da droga é eliminada inalterada, por excreção urinária.
Dois terços dos indivíduos excretam um glicuronídeo, como metabólito menor. Não há relatos de atividade farmacológica
importante destes metabólitos. (Brown DT. Carbocysteine. Drug Intell Clin Pharm 22:603-8, 1988).
A ação do MUCOFAN inicia-se aproximadamente 1 a 2 horas após a ingestão.
O produto não deve ser utilizado por pacientes com úlceras gástricas, duodenais ou nos casos de alergia aos componentes da
formulação.
Este medicamento não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos de idade.
Deve-se ter cautela em paciente com antecedentes de úlcera gástrica ou duodenal.
Deve-se ter cuidado no uso em pacientes com asma brônquica e insuficiência respiratória.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes.
Pacientes idosos
Não existem restrições ou precauções especiais com relação ao uso do produto.
Gravidez e Lactação
O efeito de MUCOFAN na fertilidade humana não é conhecido e não há estudos adequados e bem controlados em gestantes. Não se
sabe se a carbocisteína é excretada no leite humano.
Categoria B de risco na gravidez
Durante o tratamento com MUCOFAN, não devem ser usados medicamentos que inibem a tosse como os antitussígenos e/ou
medicamentos atropínicos (como por exemplo, atropina).
Manter o produto em sua embalagem original e conservar em temperatura ambiente (entre 15° e 30°C).
O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação (vide cartucho).
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico: solução límpida e vermelha.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Crianças entre 2 e 12 anos de idade: 2 gotas/kg de peso de MUCOFAN solução oral (gotas), o que equivale a 5 mg de
carbocisteína/kg de peso, 3 vezes ao dia.
Para crianças entre 5 e 12 anos aconselha-se o uso de MUCOFAN xarope pediátrico, devido à maior facilidade de administração e
adequação da dose para essa faixa etária.
Não administre o medicamento diretamente na boca da criança; utilize uma colher para pingar as gotinhas.
Atenção: o frasco de MUCOFAN solução oral (gotas) vem acompanhado de um novo tipo de gotejador, moderno e de fácil
manuseio.
1. Romper o lacre da
tampa.
2. Virar o frasco e mantê-lo
na posição vertical. Para
começar o gotejamento, bater
levemente com o dedo.
Podem ocorrer as seguintes reações adversas com o uso do produto:
Reação comum (> 1/100 e < 1/10): distúrbios gastrintestinais, como náuseas, diarreia e desconforto gástrico.
Reação incomum (> 1/1.000 e < 1/100): insônia, cefaleia, tontura e erupções cutâneas.
Reações de freqüência desconhecida: sangramento gastrintestinal, palpitações, hipoglicemia leve.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.