Bula do Naratrin produzido pelo laboratorio Ems S/a
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
Naratrin
EMS S/A
Comprimido revestido
2,5 mg
Naratrin comprimido revestido – bula do profissional
I - IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Cloridrato de naratriptana
APRESENTAÇÕES
Cloridrato de naratriptana 2,5mg. Contém 2, 4, 6, 10, 12, 20, 40* e 60** comprimidos revestidos.
*Embalagem Fracionável
**Embalagem Hospitalar
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido revestido contém:
cloridrato de naratriptana* ..........................................................................................................................................................2,8 mg
Excipiente** q.s.p............................................................................................................................................. 1 comprimido revestido
* equivalente a 2,5mg de naratriptana
** lactose monoidratada, celulose microcristalina, croscarmelose sódica, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, dióxido de
titânio, corante alumínio laca azul 2, óxido de ferro amarelo, água purificada.
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Naratrin é indicado para o tratamento agudo de crises de enxaqueca, com ou sem aura.
A eficácia de cloridrato de naratriptana foi avaliada em dois estudos, duplo-cegos, placebo-controlados, em pacientes com
diagnóstico de enxaqueca com ou sem aura, segundo os critérios do International Headache Society. O alívio da dor em 4 horas
ocorreu em 60-68% dos pacientes tratados e foi significativamente superior ao placebo nos dois estudos. A eficácia sobre os
sintomas associados (náuseas, fonofobia e fotofobia) também foi significativamente supeior ao placebo em ambos estudos.
Mathew NT et al.,Naratriptan is effective and well tolerated in the acute treatment of migraine – results of a double-blind, placebo
controled, crossover study. Neurology 1997; 49: 1485-1490. Klassen A et al., Naratriptan is effective and well tolerated in the acute
treatment of migraine – results of a double-blind, placebo controled, parallel-group study. Headache 1997; 37: 640-645.
Propriedades farmacodinâmicas
Foi demonstrado que a naratriptana é um agonista seletivo dos receptores da 5-hidroxitriptamina (5-HT1), que mediam a contração
vascular. Esses receptores são encontrados, principalmente, em vasos sanguíneos intracranianos (cerebrais e durais). A naratriptana
possui alta afinidade pelos receptores 5-HT1B e 5-HT1D clonados de humanos. Supõe-se que o receptor 5-HT1B corresponda ao
receptor 5-HT1 vascular, que media a contração dos vasos sanguíneos intracranianos. A naratriptana tem pouco ou nenhum efeito
sobre outros subtipos de receptores 5-HT (5-HT2, 5-HT3, 5-HT4 e 5-HT7).
Em animais, a naratriptana contrai seletivamente a circulação arterial da carótida. Essa circulação fornece sangue aos tecidos
extracranianos e intracranianos, como as meninges, antagonizando a dilatação e/ou formação de edema nesses vasos, que é tida
como o mecanismo subjacente da enxaqueca no ser humano. Além disto, evidências experimentais sugerem que a naratriptana inibe
a atividade nervosa do trigêmeo, contribuindo para o bloqueio central da percepção dolorosa. Ambas ações contribuem para a ação
antienxaqueca da naratriptana.
O tempo estimado de início de ação terapêutica da naratriptana é de 1 hora, e a eficácia máxima é atingida em 4 horas.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação: Após administração oral, a naratriptana é absorvida rapidamente, com
concentrações plasmáticas máximas (Cmáx) observadas após duas a três horas. Após a administração de um comprimido de 2,5 mg
de naratriptana, a Cmáx é de aproximadamente 8,3 ng/mL (95% Cl: 6,5 a 10,5 ng/mL) em mulheres, e de 5,4 ng/mL (95% Cl: 4,7 a
6,1 ng/mL) em homens. A biodisponibilidade oral é de 74% em mulheres e 63% em homens, sem diferenças na eficácia e na
tolerabilidade quando em uso clínico. Portanto, não é necessário ajuste de dose de acordo com o sexo.
O volume de distribuição da naratriptana é de 170 L. A ligação às proteínas plasmáticas é baixa (29%). A meia-vida de eliminação
média (t1/2) é de seis horas. O clearance médio, após administração intravenosa, foi de 470 mL/min em homens, e 380 mL/min em
mulheres. O clearance renal de 220 mL/min é similar em homens e mulheres, e é mais alto do que a taxa de filtração glomerular,
sugerindo que a naratriptana sofre secreção ativa nos túbulos renais. A excreção predominante da naratriptana ocorre através da
urina, com 50% da dose recuperada como droga inalterada e 30% como metabólitos inativos. In vitro, a naratriptana foi
metabolizada por uma ampla série de isoenzimas do citocromo P450. Consequentemente, não são previstas interações metabólicas
significativas com outras drogas (ver Interações Medicamentosas).
Insuficiência renal: A excreção renal é a principal via de eliminação da naratriptana. Por isso, a exposição à naratriptana pode estar
aumentada em pacientes com doença renal. Em um estudo os pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina de 18 a 115
mL/min; n=15), pareados por sexo, idade e peso com indivíduos sadios (n=8) l apresentaram aumento de aproximadamente 80% no
t1/2, e redução de aproximadamente 50% no clearance (ver Posologia e Modo de usar).
Insuficiência hepática: O fígado desempenha um papel menor no clearance da naratriptana administrada por via oral. Em um
estudo com homens e mulheres com insuficiência hepática (grau Child-Pugh A ou B; n=8), pareados por sexo, idade e peso, com
indivíduos sadios que receberam naratriptana por via oral, os pacientes com insuficiência hepática apresentaram um aumento de
aproximadamente 40% no t1/2, e uma redução de aproximadamente 30% no clearance (ver Posologia e Modo de usar).
Variações de acordo com o sexo: Tanto a área sob a curva (ASC) quanto a Cmáx foram, aproximadamente, 35% menores em
homens quando comparados às mulheres. Entretanto, não houve diferenças na eficácia e na tolerabilidade durante o uso clínico.
Assim, não é necessário um ajuste de dose relacionado ao sexo (ver Posologia e Modo de usar).
Idosos: Em um mesmo estudo, pacientes idosos saudáveis (n=12) mostraram decréscimo de 26% no clearance em relação a
pacientes jovens saudáveis (n=12) (ver Posologia e Modo de usar).
Naratrin é contraindicado em indivíduos com conhecida hipersensibilidade à naratriptana ou a qualquer componente da fórmula.
Cloridrato de naratriptana não deve ser usado por pacientes com antecedentes de infarto agudo do miocárdio ou cardiopatia
isquêmica, angina de Prinzmetal/vasoespasmo coronariano, doença vascular periférica ou por pacientes com sintomas ou sinais
compatíveis com cardiopatia isquêmica.
Cloridrato de naratriptana não deve ser administrado em pacientes com histórico de acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico
transitório.
Cloridrato de naratriptana é contraindicado para pacientes com hipertensão grave não controlada e pacientes com grave insuficiência
hepática ou renal.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com antecedentes de infarto agudo do miocárdio ou cardiopatia
isquêmica, angina de Prinzmetal/vasoespasmo coronariano, doença vascular periférica ou por pacientes com sintomas ou
sinais compatíveis com cardiopatia isquêmica.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com histórico de acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com insuficiência renal grave.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com insuficiência hepática grave.
Este medicamento é contraindicado para uso por pacientes com hipertensão grave não controlada.
Naratrin deve ser usado somente quando há diagnóstico claro de enxaqueca.
O produto não é indicado para o controle da enxaqueca hemiplégica, basilar ou oftalmoplégica.
Assim como com outras terapias agudas para enxaqueca, antes de tratar pacientes sem diagnóstico prévio de enxaqueca ou pacientes
com enxaqueca com sintomas atípicos, deve-se excluir outras condições neurológicas potencialmente graves. Esses pacientes podem
estar em risco de eventos cerebrovasculares (por exemplo, acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório).
Assim como se aplica a outros agonistas dos receptores da 5-hidroxitriptamina (5-HT1), a naratriptana não deve ser administrada em
pacientes pertencentes ao grupo de risco de doenças cardíacas sem avaliação prévia de doença cardiovascular subjacente. Esse grupo
inclui mulheres após a menopausa, homens acima de 40 anos de idade e pacientes com fatores de risco para doenças coronarianas.
Se ocorrerem sintomas sugestivos de cardiopatia isquêmica, deve ser feita a avaliação adequada (ver Reações Adversas).
Síndrome serotoninérgica (incluindo estado mental alterado, instabilidade autonômica e anormalidades neuromusculares) tem sido
relatada devido ao uso concomitante de triptanos com inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) / inibidores de
recaptação da serotonina e da noradrenalina (IRSN). Se o tratamento com naratriptana e um ISRS/ISRN for necessário, é
recomendada a observação apropriada do paciente (ver Interações Medicamentosas).
A administração concomitante de ergotamina, derivados da ergotamina (inclusive metisergida) ou qualquer triptano/agonista 5-HT1
com cloridrato de naratriptana não é recomendada. Entretanto, a coadministração de naratriptana com ergotamina, diidroergotamina
ou sumatriptana não resultou em efeitos clinicamente significativos na pressão arterial, na frequência cardíaca ou no ECG e não
afetou a farmacocinética da naratriptana.
A naratriptana possui um grupamento sulfonamídico na molécula. Portanto, teoricamente, existe risco de reações de
hipersensibilidade em pacientes com conhecida hipersensibilidade às sulfonamidas.
Deve-se evitar exceder a dose máxima recomendada de naratriptana. O uso excessivo de tratamentos para enxaqueca aguda foi
associado à exacerbação da dor de cabeça em pacientes suscetíveis. A interrupção do tratamento pode ser necessária.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
O paciente deve ter cuidado ao dirigir ou operar máquinas, pois pode ocorrer sonolência como consequência da enxaqueca ou do
tratamento com cloridrato de naratriptana.
Gravidez e lactação
A segurança do uso de naratriptana em mulheres grávidas não foi estabelecida. A avaliação de estudos em animais não indicou
nenhum efeito teratogênico direto nem efeitos nocivos sobre o desenvolvimento peri ou pós-natal. Como os estudos em animais nem
sempre refletem a resposta em humanos, a administração de naratriptana somente deve ser considerada se o benefício esperado para
a mãe for maior do que qualquer possível risco para o feto.
A naratriptana e/ou seus metabólitos são secretados no leite de ratas lactantes. Portanto, deve haver cautela ao decidir administrar
cloridrato de naratriptana em mulheres que estejam amamentando.
Categoria C de risco na gravidez
Síndrome serotoninérgica (incluindo estado mental alterado, instabilidade autonômica e anormalidades neuromusculares) tem sido
relatada devido ao tratamento concomitante de triptanos com ISRS/IRSN (ver Advertências e Precauções).
Não há evidências de interação farmacocinética entre naratriptana e betabloqueadores, antidepressivos tricíclicos, ISRS, álcool ou
alimentos. A naratriptana não inibe a enzima monoaminoxidase, portanto não são previstas interações com os inibidores dessa
enzima. Além disso, o metabolismo limitado da naratriptana e a ampla gama de isoenzimas do citocromo P450 envolvidas sugerem
que são pouco prováveis interações medicamentosas significativas.
Manter à temperatura ambiente (15ºC a 30ºC). Proteger da luz e manter em lugar seco.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características do produto:
Comprimido revestido na cor verde, oblongo e biconvexo.
Modo de uso
Uso oral.
Naratrin deve ser administrado, preferencialmente, tão logo se inicie uma crise de enxaqueca, mas também é eficaz quando tomado
algum tempo após a instalação da crise. Naratrin não deve ser usado profilaticamente.
Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros e com água.
Posologia
Adultos: A dose recomendada para adultos é de um comprimido de 2,5 mg. A dose total não deve ultrapassar dois comprimidos de
2,5 mg em um período de 24 horas.
Se os sintomas da enxaqueca recidivarem, após uma resposta inicial, uma segunda dose pode ser tomada desde que haja um
intervalo mínimo de 4 horas entre as duas doses. Se um paciente não responder à primeira dose, é pouco provável que uma segunda
dose apresente benefício substancial, na mesma crise.
Naratrin pode ser administrado nas próximas crises de enxaqueca, considerando que a dose máxima não deve ultrapassar dois
comprimidos de 2,5mg em 24 horas..
Adolescentes (12 a 17 anos): A eficácia da naratriptana nessa faixa de idade ainda não foi demonstrada e, portanto, seu uso não é
recomendado. Em um estudo clínico em adolescentes, foi observada uma resposta muito alta ao placebo.
Crianças (com menos de 12 anos): Ainda não há dados disponíveis a respeito do uso da naratriptana em crianças com menos de 12
anos de idade. Portanto, seu uso nesse grupo de pacientes não é recomendado.
Idosos (com mais de 65 anos): A segurança e a eficácia da naratriptana em indivíduos com mais de 65 anos de idade ainda não
foram avaliadas. Portanto, seu uso não é recomendado. Há um decréscimo no clearance com a idade (ver Propriedades
farmacocinéticas).
Pacientes com insuficiência renal: A dose diária máxima em pacientes com insuficiência renal é de um único comprimido de 2,5
mg. O uso da naratriptana é contraindicado para pacientes com insuficiência renal grave (clearance de creatinina < 15mL/min) (ver
Contraindicações e Propriedades farmacocinéticas).
Pacientes com insuficiência hepática: A dose máxima diária em pacientes com insuficiência hepática é de um único comprimido de
2,5 mg. O uso da naratriptana é contraindicado para pacientes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh grau C) (ver
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
As frequências dos eventos muito comuns, comuns e incomuns foram determinadas a partir de estudos clínicos. A identificação de
reações adversas muito raras derivam de dados do sistema de farmacovigilância pós-comercialização.
Dados de estudos clínicos
Em doses terapêuticas de cloridrato de naratriptana, a incidência de efeitos colaterais reportada em estudos clínicos foi similar à do
placebo.
Reações comuns (≥1/100 e <1/10):
- Parestesia (dormência). Esse sintoma é normalmente de curta duração, mas pode ser grave e afetar qualquer parte do corpo,
incluindo o tórax e a garganta;
- Náuseas e vômitos. A relação desses sintomas com a naratriptana não está estabelecida;
- Dor e sensação de calor. Esses sintomas são normalmente de curta duração, mas podem ser graves e afetar qualquer parte do
corpo, incluindo o tórax e a garganta.
Reação incomum (≥1/1.000 e <1/100):
- Sensações de peso, pressão ou aperto. Esses sintomas são normalmente de curta duração, mas podem ser graves e afetar qualquer
parte do corpo, incluindo o tórax e a garganta.
Dados de farmacovigilância pós-comercialização
Reação rara (≥1/10.000 e <1000):
- Sonolência.
Reações muito raras (<1/10.000):
- Reações de hipersensibilidade, variando de hipersensibilidade cutânea a anafilaxia; vasoespasmo arterial coronariano, alterações
eletrocardiográficas isquêmicas transitórias, angina e infarto do miocárdio;
- Isquemia vascular periférica;
- Colite isquêmica.
Em casos de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.