Bula do Nimodipino produzido pelo laboratorio Ems Sigma Pharma Ltda
para o Profissional com todas as informações sobre este medicamento
nimodipino
EMS Sigma Pharma Ltda.
Comprimido revestido
30 mg
I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Nome genérico: nimodipino
“Medicamento genérico – Lei nº 9.787, de 1999”
APRESENTAÇÕES:
Comprimido revestido de 30 mg
Embalagem com 10, 15, 20, 30, 40, 50 e 60 comprimidos revestidos.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
Cada comprimido revestido de 30 mg é composto por:
nimodipino..............................................................................................................................................30mg
excipiente* q.s.p............................................................................................................................ 1 com. rev.
*povidona, crospovidona, celulose microcristalina, amido, estearato de magnésio, óxido de ferro amarelo,
álcool polivinílico + talco + macrogol, dióxido de titânio, álcool etílico e água purificada.
II) INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
É um medicamento que age nas células nervosas (é um agente terapêutico cerebral antagonista do cálcio),
utilizado para profilaxia e tratamento das deficiências neurológicas isquêmicas causadas por espasmos
dos vasos cerebrais, após hemorragia subaracnóidea consequente a aneurisma.
Tratamento das alterações orgânicas cerebrais decorrentes do envelhecimento, como alterações de
memória, comportamento e concentrações e da labilidade emocional.
Antes de iniciar o uso de nimodipino estabelecer se os sintomas não são causados por doença que
necessite de tratamento especifico.
REDUÇÃO DO VASO ESPASMO NA HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA) E
DEFICIÊNCIAS NEUROLÓGICAS ISQUÊMICAS CAUSADAS POR ESPASMOS DOS VASOS
CEREBRAIS:
Meta-análise envolvendo 8 estudos com um total de 1514 pacientes avaliou a eficácia e a segurança do
nimodipino na prevenção do vasoespasmo cerebral em pacientes com hemorragia subaracnóide
aneurismática. Comparado com o grupo placebo, o uso de nimodipino resultou aumento de 64% na
recuperação clínica total dos pacientes, aumento de 79% na recuperação clínica parcial, diminuição de
74% dos óbitos e redução de 46% de vasoespasmo cerebral sintomático, além da diminuição de 48% na
ocorrência de infarto cerebral. As diferenças entre hemorragia recorrente e reações adversas entre os
grupos placedo e nimodipina não foram estatisticamente significativas. A conclusão da meta-analise foi
que nimodipino pode melhorar significativamente os critérios clínicos de avaliação, assim como reduzir a
ocorrência de vasoespasmo cerebral sintomático, déficits de função neurológica tardia (todos os casos),
bem como infarto cerebral. Outro estudo defende resultados semelhantes, favoráveis ao uso de
nimodipino em HSA.
O aumento de cálcio intracelular livre é relacionado à mediação de morte neuronal durante o
envelhecimento normal e na doença de Alzheimer. Provavelmente o processo de morte celular se dá
através da ativação de sistemas enzimáticos destrutivos e da interrupção de processos intracelulares vitais.
Estudos têm demonstrado o efeito do nimodipino na melhoria dos sintomas cognitivos e comportamentais
em pacientes com síndromes cerebrais orgânicas crônicas ou na doença de Alzheimer.
A melhora clínica na memória e na atenção foi observada em cerca de 70% de pacientes com demência
em estudos de vigilância após comercialização do produto na Europa.
DEMÊNCIAS DEGENERATIVAS:
Em pacientes com Demência de Alzheimer (DA) mais severa, com pontuação total no Mini Exame do
Estado Mental (MEEM) entre 12 e 18, o uso de nimodipino 180mg por dia foi significativamente maior
que o placebo em 13 dos 17 estudos avaliados em relação à pontuação total da escala ADAS (Alzheimer´s
Disease Assessment Scale) (p=0,01) e escores de cognição (p=0,035), bem como para pontuação total do
MEEM (p=0,006).
Em 12 desses estudos de demência, principalmente relacionadas a processos cerebrais degenerativos,
envolvendo cerca de 400 pacientes em cada grupo de tratamento, 58% dos doentes tratados com
nimodipino foram classificados como "muito a melhorou muito, 20% como melhorou ligeiramente, e
22% não apresentaram alteração. Os resultados do placebo foram de 17%, 11% e 72%, respectivamente.
Esses resultados sugerem que um subconjunto específico de pacientes com DA moderada a grave
apresentam uma diminuição da deterioração cognitiva durante o tratamento sintomático com nimodipino
180mg por dia medido pelo teste de memória seletiva de Buschke (Buschke Selective Reminding test).
Apesar de não alterar a progressão da DA, esse estudo demonstrou eficácia do nimodipino para casos
moderado a grave de DA em relação a desempenho cognitivo. Além da eficácia, nimodipino foi bem
tolerado nas doses de 90mg e 180mg por dia.
Seis estudos que utilizaram a escala “Sandoz Clinical Assessment Geriatric” (SCAG) demonstraram
maior benefício do uso de nimodipino sobre o placebo. Outro estudo que comparou nimodipino com um
derivado de ergot (co-dergocrine; ergoloid mesylates) também sugeriu superioridade do nimodipino. O
efeito adverso potencial mais preocupante com o uso de longo prazo do nimodipino seria sintomas
extrapiramidais induzidos pela utilização do antagonista do cálcio, o que mais comumente ocorre com o
uso de flunarizina ou cinarizina, mas também com verapamil. Evidências em animais sugerem que esses
efeitos são menos prováveis com nimodipino, um bloqueador de canal de cálcio tipo L desprovido da
atividade bloqueadora do receptor D-2.
Estudo com 30 pacientes e um grupo-controle com placebo com síndromes cerebrais orgânicas mostrou
superioridade do nimodipino. A resposta ao tratamento com nimodipino não foi afetada pela etiologia da
degeneração cerebral. Nimodipino foi bem tolerado até a dose de 180mg por dia. Outro estudo com 352
pacientes com síndromes cerebrais orgânicas demonstrou resultado semelhante a favor do uso de
nimodipino.
DEMÊNCIAS VASCULARES:
O uso de nimodipino associado a outros tratamentos anti-hipertensivos resultou em melhora na função
cognitiva em um pequeno (n = 25) ensaio aberto de nimodipino. A amostra foi composta por pacientes
ambulatoriais com idade de 70 a 80 anos, com doença vascular cerebral crônica, deterioração cognitiva
leve, leve a moderada hipertensão arterial (sistólica maior que 160 mmHg, diastólica superior a 95
mmHg), e aterosclerose vaso cerebral. Após 24 semanas verificou-se melhora da função neuropsicológica
em 72% dos pacientes.
Outro estudo demonstrou eficácia do nimodipino no tratamento de demência degenerativa primária ou
demência multi-infarto em 178 pacientes idosos com declínio cognitivo leve a moderado. Os indivíduos
que receberam nimodipino apresentaram melhora estatisticamente significativa em todas as medidas de
resultados. O número e a gravidade de efeitos adversos eram insignificantes.
DEPRESSÃO:
Pacientes que apresentam doença cerebrovascular ou fatores de risco vascular, associados ao início tardio
de depressão, se beneficiam da terapia adjuvante com nimodipino oral, 90 mg por dia a longo prazo,
podendo otimizar o tratamento com antidepressivos dos episódios de depressão maior e diminuir recaídas.
(DSM- IV).
REFERÊNCIAS:
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3. Tomassoni D, Lanari A, Silvestrelli G, Traini E and Amenta F. Nimodipine and Its Use in
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O nimodipino, principio ativo de nimodipino, tem efeito fundamentalmente antivasoconstritor e
antiisquêmico cerebral. As vasoconstrições provocadas in vitro por várias substâncias vasoativas (p. ex.
serotonina, prostaglandinas e histamina) ou por sangue ou produtos da degradação sanguínea podem ser
evitadas ou eliminadas com nimodipino.
Os estudos realizados em pacientes com transtornos agudos da perfusão cerebral mostraram que o
nimodipino dilata os vasos sanguíneos cerebrais, aumentando o fluxo sanguíneo cerebral. Em geral, o
aumento na perfusão é mais acentuado na região cerebral lesada ou subperfundida do que nas regiões
sadias. O nimodipino reduz significativamente a lesão neurológica isquêmica e a mortalidade em
pacientes com hemorragia subaracnóidea.
O nimodipino protege os neurônios e estabiliza suas funções, promove o fluxo sanguíneo cerebral e
amplia a tolerabilidade isquêmica agindo nos receptores neuronais e vasculares cerebrais ligados ao canal
de cálcio. Outros pesquisadores demonstram que isso não leva a fenômeno de roubo. Demonstrou-se
clinicamente que o nimodipino melhora os transtornos de memória e a concentração em pacientes com
comprometimento da função cerebral.
Outros sintomas típicos também foram favoravelmente influenciados, tendo-se demonstrado os efeitos
benéficos na avaliação da impressão clínica global e dos transtornos individuais, pela observação do
comportamento e por testes psicométricos de desempenho.
O nimodipino deve ser utilizado desde que os benefícios em potencial sejam maiores que os riscos em
potencial causados pelo medicamento.
Para uma cuidadosa avaliação de possíveis contraindicações, o médico deve estar informado de todas as
enfermidades e tratamentos anteriores e simultâneos, assim como das circunstâncias especificas e hábitos.
Contraindicações impedem o inicio do uso da droga, devendo o médico ser informado.
Para o tratamento de alteração orgânicas cerebral de idosos, nimodipino comprimido revestido não deve
ser administrado àqueles com insuficiência hepática grave (cirrose) para hemorragia subaracnóidea, vide
posologia.
Não se recomenda o uso concomitante de nimodipino via oral com fenobarbital, fenitoína ou
carbamazepina quando do uso anterior crônico desses antiepilépticos, por reduzirem acentuadamente a
biodisponibilidade da nimodipino administrada oralmente.
Este medicamento é contraindicado para crianças e adolescentes.
Recomenda-se muita cautela com pacientes idosos com insuficiência de múltiplos órgãos: insuficiência
renal grave (clearance < 20 mL/min) e insuficiência cardíaca grave, considerando-se cuidadosamente a
necessidade do uso do nimodipino e o posterior acompanhamento regular.
Nos casos de edema cerebral generalizado ou de nítido aumento da pressão intracraniana, o nimodipino
deve ser utilizado com o cuidado necessário. Cuidado também no uso por pacientes com hipotensão
(pressão arterial sistólica < 100mm Hg).
Em princípio, a capacidade de conduzir veículos e utilizar máquinas pode ser alterada devido ao
aparecimento de tontura.
Gravidez: nimodipino não é usado durante a gravidez ou a lactação, tendo-se em vista o tipo de
indicação.
Como a toxicidade de nimodipino infusão durante a gravidez ainda não foi estudada, deve-se ponderar
rigorosamente seu emprego durante a gravidez, devendo ser bem avaliados os riscos e as vantagens de
uma eventual administração.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco:
Idosos
Recomendações especiais para a indicação em comprometimento cerebral em idosos.
Recomenda-se muita cautela com pacientes idosos com insuficiência múltipla de órgãos, ou seja, em
insuficiência renal grave (depuração inferior a 20 mL/min) a insuficiência cardíaca grave, considerando-
se cuidadosamente a necessidade do uso de nimodipino e o posterior acompanhamento regular.
Crianças e adolescentes
A experiência clínica referente ao uso de nimodipino em crianças e adolescentes é insuficiente, portanto,
não se recomenda o seu uso nessa faixa etária.
Gravidez e lactação.
O nimodipino comprimido revestido não ê usado durante a gravidez ou a lactação, tendo-se em vista o
Neurolépticos e antidepressivos: houve um aumento de cerca de 50% da concentração plasmática do
nimodipino, quando administrado concomitantemente com fluoxetina. Houve redução acentuada da
fluoxetina, enquanto o seu metabólito ativo, a norfluoxetina, não foi afetado. A administração
concomitante de nortriptilina a nimodipino causou um leve aumento desta, sem afetar a concentração
plasmática de nortriptilina.
Não há indicação de interação quando da administração concomitante de nimodipino a pacientes em
tratamento de longo prazo com haloperidol.
A administração simultânea intravenosa de zidovudina e nimodipino em estudos resultou na elevação das
concentrações de zidovudina no sangue.
O nimodipino é metabolizado através do sistema citocromo P450 3A4; portanto, drogas que inibam ou
induzam este sistema enzimático podem alterar a primeira passagem (administração oral) ou o clearance
de nimodipino.
Nos pacientes em uso de drogas anti·hipertensivas, nimodipino pode potencializar o efeito anti-
hipertensivo.
Experiências relatadas com outro antagonista do cálcio análogo à nifedipina levam a crer que a
rifampicina deva acelerar o metabolismo de nimodipino comprimido revestido por indução enzimática.
Portanto, a administração concomitante da rifampicina pode reduzir a eficácia de nimodipino comprimido
revestido.
O suco de toranja (grapefruit) inibe o metabolismo oxidativo das diidropiridinas. Portanto, a ingestão
concomitante de suco de toranja e nimodipino comprimido revestido não é recomendada, pois pode
resultar em aumento das concentrações plasmáticas de nimodipino.
Manter à temperatura ambiente (15ºC a 30ºC). Proteger da luz e manter em lugar seco.
Os comprimidos de nimodipino são amarelos, circulares e biconvexos.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Recomenda-se tomar 1 comprimido revestido de nimodipino três vezes por dia.
Os comprimidos revestidos de nimodipino devem ser ingeridos com um pouco de líquido. O intervalo
entre as administrações ao longo do dia deve ser uniforme.
Os efeitos desejados e indesejados, por exemplo, reduções da pressão arterial, podem ser mais acentuados
em pacientes com disfunção renal grave. Nesses casos, seu médico decidirá se deve reduzir a dose,
dependendo do eletrocardiograma e da avaliação da pressão arterial.
Não é necessário tomar o medicamento junto às refeições.
A duração do tratamento é determinada pelo médico. Após alguns meses, o médico decidirá se deve
manter o tratamento com nimodipino.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Podem ocorrer os seguintes efeitos adversos:
Efeitos sobre o sistema gastrintestinal: desconforto gastrintestinal;
Efeitos sobre o sistema nervoso, tontura, cefaléia e sensação de fraqueza; em casos raros, podem ocorrer
sintomas de hiperatividade do SNC, tais como insônia, agitação motora, excitação, agressividade e
sudorese. Hipercinesia e depressão, em casos isolados;
Efeitos sobre o sistema cardiovascular. Queda da pressão arterial (hipotensão), particularmente em
pacientes com níveis iniciais elevados, rubor facial, sudorese, sensação de calor, queda da frequência
cardíaca (bradicardia) ou, mais raramente, aumento da frequência cardíaca (taquicardia).
Efeitos sobre o sangue, muito raramente, trombocitopenia;
Outros efeitos: sensação de calor, avermelhado da pela e edema periférico.